quarta-feira, 24 de junho de 2015

Linguística saussureana a partir do Curso de Linguística Geral POR CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure


Linguística saussureana a partir do Curso de Linguística Geral

Dicotomias: Língua/fala, sincronia/diacronia, significante/significado e sintagma/paradigma.

 

Semiologia (termo de Saussure) ou Semiótica (termo de Pierce) = teoria geral dos sinais

Para Saussure, o signo linguístico é uma entidade psíquica formada pela união de dois planos: significante (expressão sensível, imagem acústica) e significado (ideias).

Jakobson e a Escola de Praga separam Fonema (imagem acústica estudada pela Fonologia) e Fone (som material).

A relação entre significante e significado é arbitrária (não é natural), por isso imotivada, e social (não depende da vontade individual de um falante).

O conceito de arbitrariedade afeta a coerência morfossemântica dos verbos depoentes latinos (passivos no significante e ativos no significado).

Segundo Saussure, há uma arbitrariedade absoluta (exemplo: os números 10 e 9 em relação ao significado que apresentam) e uma arbitrariedade relativa (exemplo: o número 19 da união entre 10 e 9) que indica a relação entre as partes para constituir um todo de significado.

O conceito de linearidade lastreia as relações sintagmáticas e se baseia na sucessão entre as unidades do plano da expressão (fonemas, sílabas, palavras).

Na teoria saussureana, a língua é composta por um 1º plano (o do conteúdo morfossintático) e por um 2º plano (o da expressão fonológica).

Para Saussure, linguagem é faculdade natural e língua é habilidade social adquirida, Langue (língua/virtualidade) é social e Parole (fala/realidade) é individual.

Para a teoria linguística marcada pelas ideias saussureanas, a língua é um acervo linguístico socialmente institucionalizado que materializa uma realidade sígnica a partir de seu caráter sistemático e funcional de valor.

O linguista romeno Eugenio Coseriu, acrescentou à dicotomia saussuriana a noção de Norma.

A Norma é um primeiro estágio de abstração coletiva, situado entre a língua e a fala, que consagra elementos utilizados por uma coletividade e não por outra dentro de um mesmo sistema. Pode evoluir para o estágio da Língua.

Norma diatópicas (variantes ou normas regionais).

Norma diastrática (variantes culturais ou registros): marcam estratos de prestígio socioeconômico.

Norma diafásica (tipos de modalidade expressiva: familiar, estilística, de faixa etária, etc.).

Sincronia (simultaneidade) e diacronia (sucessividade).

Diacronia interna (estrutural) ou externa dos elementos da língua.

A arbitrariedade da relação significante/significado justifica a prioridade (e não exclusividade) atribuída pela opção metodológica da teoria saussureana aos estudos da sincronia da língua utilizada pelos falantes.

Diferente da diacronia (evolução), a sincronia (funcionamento) é base para os estudos estruturalistas da linguagem.

Sintagma é a relação de coordenação entre elementos sígnicos que se sucedem linearmente na cadeia da língua em seus planos fônicos, mórficos e sintáticos.

A língua é regida pela interação entre uma relação sintagmática (in praesentia) e uma relação paradigmática (in absentia).

No discurso, as relações paradigmáticas são opositivas e as relações sintagmáticas são contrastivas.

As relações paradigmáticas envolvem escolhas virtuais, isto é, oposições distintivas entre unidades distintivas da língua (ou isso ou aquilo) com as quais os indivíduos organizam a lógica de ordenação combinatória das relações sintagmáticas de dependência entre antecessores e sucessores de um elemento do discurso.

Para Carvalho (s/d, s/p) “a metonímia, mais comum na prosa, por basear-se numa relação de contigüidade de sentido, atua no eixo sintagmático.”

CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. Trad de A. Chelini , José P. Paes e I. Blikstein. São Paulo: Cultrix; USP, 1969.


 

 

 

 

terça-feira, 23 de junho de 2015

Cláusulas condicionais: uma abordagem funcional-discursiva - Michelli Bastos Ferreira


Faculdade de Letras UFRJ - 2007
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientadora: Violeta Virginia Rodrigues
 
 
 
 
Encaixamento (integração estrutural) difere de combinação (articulação organizacional).

Ferreira (2007, p. 17) afirma que “a subordinação é um dos mecanismos sintáticos que possibilita a formação de frases complexas ou plurioracionais, abrangendo as orações articuladas a outras por hipotaxe, reunidas nos grupos das completivas, relativas e adverbiais.”

 

Ferreira (2007, p. 18) afirma que “Definem-se as construções condicionais canônicas como uma estrutura complexa, constituída por duas orações: a prótase, que a gramática tradicional denomina subordinada adverbial condicional, e a apódose, rotulada como principal.

 

As subordinadas posem ser desenvolvidas ou reduzidas, podem vir antes, depois ou no meio das principais. Sintaticamente, podem estar justapostas ou marcadas por um conectivo.

 

Ferreira (2007, p. 19) afirma que a “conexão das orações hipotáticas se dá sob três aspectos: sintático, semântico e pragmático entendesse os dois últimos como propriedades manifestadas na interação lingüística e/ou na situação comunicativa

 

As orações adverbiais são como advérbios ou adjuntos adverbiais e possuem um determinado valor semântico e pragmático.

 

Ferreira (2007, p. 28) afirma que a “oração subordinada, chamada de hipótese, condição ou prótase, e uma oração principal, chamada de apódose.”

 

A conjunção é um elemento articulador da sintaxe de um período.

 

A oralidade favorece a supressão da conjunção.

 

Ferreira (2007, p. ) afirma que “O princípio da iconicidade prevê uma conexão não arbitrária e a existência de uma correlação de um para um entre forma e função na gramática da língua.”.

 

A condição pode ser real, irreal ou potencial.

As condicionais transitam no espaço da argumentabilidade.

Por questões discursivas, a posição das condicionais interfere no significado.

 

De maneira complementar, o formalismo e o funcionalismo estudam a “forma lingüística e o estudo das suas funções na comunicação” segundo Ferreira (2007, p. 17).

 

Ferreira (2007, p. 36) afirma que há um “Funcionalismo de Halliday, o de Dik, o de Givón, etc” e que seu estudo privilegia um funcionalismo que encara a “a linguagem como fenômeno mental e primariamente social, correlacionando o a fatores sócio-comunicativos e/ou sócio-cognitivos” (sic).

 

Funcionalismo: a gramática dentro de uma situação comunicativa.

 

A língua pode ser analisada de forma integrada em função do uso ou do código.

 

Ferreira (2007, p. 38) afirma que o funcionalismo analisa de forma integrada o “comportamento sintático-semântico-discursivo das cláusulas adverbiais condicionais no português brasileiro”.

 

O aspecto inteacional (pragmático) precede o linguistico (morfossintático).

 

Ferreira (2007, p. 40) considera que “O princípio da iconicidade, em sua versão mais forte e radical, estabelece que, na língua, há uma relação motivada e não arbitrária de um para um entre forma e função”. E complementa ao informar que “Em sua versão mais branda, o princípio de iconicidade se manifesta em três subprincípios, que se relacionam à quantidade de informação, ao grau de integração entre os constituintes da expressão e do conteúdo, e à ordenação linear dos segmentos”.

 

O funcionalismo de Haliday analisa o sistema de estruturas com os quais a realidade é linguisticamente significada em seus usos.

 

Ferreira (2007, p. 52) “pretende proceder a um tratamento Funcional-discursivo da hipotaxe de realce condicional no português brasileiro contemporâneo.”

 

Modalidades escrita e valada, variedades standard. Sbstandard.

 

Ferreira (2007, p. 56) afirma que “o emprego de construções condicionais é mais recorrente em seqüências (sic) argumentativas, se comparado a outros tipos de sequências”

 

Sobre os gêneros textuais, Ferreira (2007, p. 57) os define como “entidades dinâmicas, históricas, orientadas para fins específicos e ligadas a determinadas comunidades discursivas.”

 

Ocorrências de cláusulas condicionais, motivações informacionais de uso(s) e modos de organização discursiva.

 

Estatuto de excelência do conector “se”.

 

Condição expressa por justaposição ou por redução.

 

Ferreira (2007, p. 68) afirma que o “conector mais recorrente tanto na posição anteposta quanto posposta é o conector prototípico SE.”

 

Ferreira (2007, p. 75) Orações hipostáticas são “não necessariamente precisam estar vinculadas a uma oração núcleo.”

 

O significado temporal ou condicional de um conectivo é dado pelo contexto.

 

Ferreira (2007, p. 83) aborda o “traço nãotélico, ou seja, o aspecto imperfectivo” e a “simultaneidade de ações entre a prótase e a apódose.”

 

Superposição ou neutralização de significados entre conectivos temporais e condicionais.

 

Para Ferreria (2007, p. 87) a proposta funcionalista questiona tal postura tradicional, como já vimos na Introdução, e entende que nem sempre as cláusulas adverbiais devem ser consideradas encaixadas, devido à sua mobilidade e função discursiva.

 

Segundo Ferreira (2007, p. 88), “a condicionalidade implica sempre a admissão de uma possível causa para uma consequência (sic) identificada.”

 

Aspecto ou significado que dura/não-dura.

 

A gramática tradicional desconsidera o aspecto discursivo e contextual do enunciado realizado.

 

Segundo Ferreira (2007, p. 89) o aspecto verbal “em que a oração está expressa é a variável que influencia mais fortemente a aproximação” e intercambiância de significados entre as funções de conectivos.

 

A simultaneidade, a factualidade, a certeza ou a dúvida afetam a condicionalidade.

 

Recorrência da anteposição no uso do conectivo “quando”.

 

Ferreira (2007, p. 93) fala em “hipotaxe de realce”.

 

Ferreria (2007, p. 95) assevera que o “conectivo não é o responsável pela classificação das orações, visto que um mesmo conectivo pode ser usaado (sic) em contextos diferentes. A marca do conectivo restringe-se à função de estabelecer um elo entre duas porções textuais.”.

 

Cláusulas justapostas ou reduzidas marcam as condicionais sem conectivo.

 

 

Para Ferreira (2007, p. 100), há “cláusulas hipotáticas condicionais” (p. 99).

 

Para Ferreira (2007, p. 100), “as cláusulas condicionais, por sua natureza adverbial, geralmente, estão menos integradas em outras cláusulas e possuem função mais discursiva, no sentido de orientar e organizar a forma como esse mesmo discurso atinge seus fins comunicativos.”

 

Para Ferreira (2007, p. 100) a “justaposição de orações adverbiais condicionais em português pode ser encontrada, também, sob forma de orações reduzidas ou em estruturas de cláusulas não-finitas.”.

 

Elipse do conector e justaposição na linguagem falada por conta de hesitações e improvisações.

 

Influência do contexto discursivo na materialização da condicionalidade.

 

Sem conjunção, é costume antepor-se a condicional.

 

Ferreira (2007, p. 105) afirma que “a ordem em que as cláusulas condicionais se dispõem no contexto lingüístico (sic) relacionasse ao estado de ativação de seus conceitos. Dessa forma, quando se apresentam antepostas, essas construções vinculam ora conceitos ativos ora semiativos. Por outro lado, quando se apresentam pospostas, vinculam, geralmente, conceitos inativos na memória do falante e do ouvinte.”

 

Ferreira (2007, p. 109) cita exemplos para afirmar que “a posição posposta é prototípica de informação que constitui novidade ao discurso.”

 

Ferreria 2007, p. 111) afirma que “Sobre as condicionais que se apresentam antepostas na sentença, pode-se dizer que transmitem alguma informação velha, dada ou conceitos ativos na memória do falante e do ouvinte; por outro lado, também poderão apresentar algum conceito semiativo ou informação acessível pelo discurso.”

 

A posição inicial marca a informação dada.

 

Conceito (ativo, inativo ou acessível) na memória do falante.

 

Há uma relação entre o tipo de conectivo e a posição da condicional na oração para a construção de informação.

 

Polaridade positiva ou negativa de algumas condicionais.

 

Desde que assemelha-se a somente se.

 

Para Ferreira (2007, p. 123): “Do ponto de vista do estatuto informacional das construções condicionais, constata-se que determinados graus de vinculação relacionam-se a um tipo específico de informação. O fato é que orações reduzidas e demais construções justapostas, em que a relação de condicionalidade não é assinalada por um conector, mas pode ser depreendida por meio do contexto pragmático-discursivo, apresentaram informação dada no discurso precedente, ou seja, veicularam conceitos ATIVOS ou SEMIATIVOS na memória do falante e do ouvinte, servindo de base à introdução de uma informação nova no contexto lingüístico (sic), e sempre ocorreram em posição inicial.”

 

O emprego de condicionais organiza o fluxo argumentativo.

 

Dados factuais garantem respeito e credibilidade à organização argumentativa do discurso.

 

Há uma relação entre o tipo de conectivo, sua posição, o tempo verbal e a organização da argumentação na tentativa do eu influenciar o outro.

 

Factualidade no relato de opinião.

 

Maior incidência de condicionalidade em sequencias dissertativo-argumentativas.

 

Organização, ordenação e vinculação das condicionais em relação à oração-núcleo.

 

A pesquisa de Ferreira (2014, p. 141-142) revelou que “as cláusulas condicionais encetadas pelos conectores se se manifestaram, em geral, na posição anteposta à oração-núcleo. Também em posição anteposta, se apresentaram as cláusulas de valor condicional justapostas ou reduzidas (casos de cláusulas com ausência de conector). Já aquelas introduzidas pelos conectores a não ser que e desde que sempre estiveram em posição posposta à oração-núcleo.

 

Para o estudo de Ferreira (2007, p. 142) as condicionais ou “prótases funcionam como tópicos ou veiculam conceitos ativos ou semiativos na memória do falante, quando estão antepostas à oração-núcleo e como adendos, ou como conteúdos inativos na memória do falante, quando estão em posição posposta.”

 

É predominante a anteposição de condicionais à oração-núcleo.

 

Condicionais trazem um tom argumentativo à narração.

 

Segundo Ferreira (2007, p. 144): “Já nos textos injuntivos, as condicionais são bastante freqüentes (sic) e seu uso torna possível o estabelecimento de um contato direto entre os interlocutores”.

 

O conectivo “quando” foi mais recorrente que o “se” em textos descritivos.

http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB0QFjAA&url=http%3A%2F%2Ffiles.combinacaodeclausulas.webnode.com.br%2F200000008-3003d30bf6%2FCl%25C3%25A1usulas%2520condicionais%2520-%2520uma%2520abordagem%2520funcional%2520-discursiva.PDF&ei=KaGJVcm4MsfCggTw94KQCQ&usg=AFQjCNHc83yCe8ia4L5klnZH2iytebXL6A&sig2=-Qo_tVpfaf8qzggsgIAe4Q&bvm=bv.96339352,d.eXY

...............................
ASPECTOS FRONTEIRIÇOS ENTRE SEE QUANDO” - MICHELLI BASTOS FERREIRA (FFP-UERJ)

RESUMO: 
 
 
Sabe-se que a análise tradicional das cláusulas adverbiais condicionais pauta-se no pressuposto de que sua classificação sempre estaria relacionada à conjunção que a encabeça. Tal análise mostra-se inadequada e insuficiente, entretanto, por não captar, na articulação das cláusulas com a porção de texto adjacente, outros tipos de relação que poderiam ser inferidos a partir do contexto em que a sentença é encontrada. Propõe-se, através de uma abordagem funcional-discursiva da relação hipotática de condição, no português brasileiro, mostrar que são possíveis algumas relações semânticas entre as condicionais e outros tipos de cláusulas, como, por exemplo, as temporais. Nesse caso, analisam-se somente as cláusulas de tempo introduzidas pelo conector “quando”. Acredita-se que a leitura condicional das temporais encetadas pelo conector quando ocorre quando (i) o verbo da prótase apresenta o traço não-télico, ou o aspecto imperfectivo; (ii) veiculam eventos simultâneos ou seqüenciais, tal como afirmou Neves (2000); (iii) implicam uma relação causal entre os eventos, segundo Reilly (1986); (iv) apresenta caráter factual, consoante às propostas de Hirata (1999).
 
 http://www.filologia.org.br/cluerj-sg/anais/iv/completos/mesas/M1/Michelli%20Bastos%20Ferreira.pdf

 
 
 
   

 
 

domingo, 7 de junho de 2015

História para o ensino fundamental - 8º ano IMLTC

Estudar História – Das origens do homem à era digital à expansão da América Portuguesa - Patrícia Ramos Braick
Editora Moderna - 2011
Capítulo 3 – as revoluções inglesas do século XVII.
As duas vidas de Ouro Preto

Um nova Inglaterra
Século XV – dinastia Tudor numa Inglaterra medieval e feudal em que o rei governava, convocava e dissolvia o parlamento.
Século XVII – dinastia Stuart numa Inglaterra comandada pelo Parlamento dividido em uma Câmara de Lordes e uma Câmara de comuns.
A dinastia Tudor
Henrique VIII (1509-1547) rompeu os laços da Igreja inglesa com o catolicismo romano e fundou a igreja Anglicana.
O reinado de Elisabeth I (período de ouro ou era Elisabetana).
Elisabeth I foi muito popular durante a primeira metade de seu reinado.
Continuou as opções de governo de seu pai, Henrique VIII, mas não propôs soluções para problemas que afetavam a coroa.
Manteve a política de concessão de monopólios aos burgueses
Favoreceu o crescimento do comércio marítimo.
Conseguiu uma vitória naval importante contra a invencível Armada, esquadra espanhola organizada pelo rei espanhol Filipe II.
Durante o governo elisabetano, o Parlamento detinha controle sobre impostos, o que deixava a Coroa sob sua dependência. A igreja anglicana ainda não tinha identidade própria e o calvinismo crescia.
No filme “Elisabeth: a era de ouro”, é abordado o último período do reinado elisabetano, as tentativas de assassinato à sua pessoa e seu envolvimento com o corsário sir Walter Raleigh.

A economia durante a dinastia Tudor
Nas cidades: crescimento do comércio interno pela expansão dos empréstimos a juros e melhoria das estradas.
No campo: processo de cercamento das propriedades com o surgimento de uma classe de arrendatários ridos e médios.
Aumento da presença calvinista no Parlamento a exigir o fim dos monopólios e dos altos impostos.
Os cercamentos consistiam na apropriação de terras comunais (usadas por todos,ainda que pertencentes ao rei, a um nobre ou a um proprietário). Os Gentry (proprietários das terras comunais que produziam e lucravam com o comércio de lã), requisitaram o cercamento e expulsaram ou obrigaram os camponeses a se desfazerem de suas terras a preços baixíssimos.

A questão religiosa continua
Execução de Lady Jane em 1554, por ser protestante e ter sido escolhida pelo rei Eduardo VI para sucedê-lo no trono inglês. Foi deposta e condenada à morte pela rainha católica Maria I.
Na Inglaterra anglicana de Henrique VIII, havia o grupo formado pela alta nobreza e alguns católicos ao seu lado. Havia também o grupo dos Presbiterianos (calvinistas que predominavam na Escócia) e um grupo mais radical, os Puritanos (que se localizava predominantemente na Inglaterra) que continham os pequenos (comerciantes, proprietários, nobreza rural, donos de manufaturas).
Os calvinistas eram seguidores de um dos líderes da Reforma Protestante, João Calvino.

A dinastia Stuart
Ao morrer, em 1603, Elisabeth I não possuía descendentes e o trono foi ocupado por seu primo, Jaime VI da Escócia, então denominado como Jamie I, um rei não tão hábil quanto sua antecessora e que governava pela teoria do direito divino (o que gerava conflitos entre a Câmara dos Comuns e a monarquia) e que se aproximava dos católicos, apesar de ser protestante.

O parlamento e a nova sociedade
O enriquecimento dos Gentry com a criação de ovelhas para o fornecimento de lã, de alguns comerciantes e donos de manufaturas alterou a configuração do poder inglês. Muitos assentos na Câmara dos comuns foram comprados por quem tinha posses suficientes. Isso impedia que a Coroa aumentasse impostos para prejudicar esses novos lordes.

O desgaste da monarquia Stuart e a figura de Cromwel

Carlos I, sucessor de Jaime I, adotou uma política hostil em relação ao parlamento.
1628 – o parlamento inglês obriga Carlos I a jurar a Petição de Direitos, lei que protegia cidadãos contra prisões arbitrárias e cobrança de tributos.
1629 – Carlos I dissolve o parlamento e reina onze anos sem ele, período em que a população aumenta seu descontentamento com o luxo da monarquia e que os comerciantes reclamam dos monopólios que atravancam seus negócios.
1640 – Convocado para votar o aumento de impostos, o Parlamento inglês rejeita a proposta e é dissolvido mais uma vez. No mesmo ano, Carlos I é forçado a aceitar para a lei para reduzir seu poder.

1642 – Guerra civil inglesa entre a Monarquia (apoiada pelo norte, sudoeste e pelo País de Gales, pelos anglicanos e pelos católicos) e o Parlamento (apoiado pelas regiões centro, Sul e sudeste e pelos puritanos).
!646 – derrota de Arlos I após a adesão dos escoceses ao grupo do Parlamento.
1648 – os escoceses que apoiavam Carlos I e invadiram a Inglaterra são derrotados.
1649 – Carlos I é executado e a república é proclamada.
1653 – Cromwel dissolve o parlamento e assume o título de Lorde Protetor, na prática, um ditador, exclui do Parlamento os presbiterianos favoráveis a uma monarquia parlamentarista, acaba com os impostos cobrados pela realeza e, assim, destrói, os resquícios do feudalismo na Inglaterra.
1651 – Cromwel institui como medida econômica principal de seu governo a publicação dos Atos de Navegação que determinava que os produtos para a Inglaterra deveriam ser transportados em navios ingleses. Nessa época, a república inglesa era comanda pelo grupo puritano da Câmara dos Lordes. Prejudicada, a Holanda entrou em conflito com a Inglaterra que acabou conquistando novas rotas marítimas.

Uma batalha dessa guerra do século XVII entre Inglaterra e Holanda foi a batalha de Portland.

O puritano Oliver Cromwel chegou ao poder porque o Parlamento lhe pediu ajuda. Cromwel reorganizou o exército com uma política de valorização dos méritos e não dos títulos e recebeu o apoio de pequenos burgueses, proprietários rurais e camponeses que perderam terras com as leis dos cercamentos.

Cromwel organizou um exército de novo tipo onde havia os niveladores (que ansiavam a igualdade perante a lei e um governo exercido pela câmara dos Comuns) e os escavadores (mais radicais, defendiam o fim da propriedade privada, a construção de uma sociedade igualitária).

Nesse exército, os soldados eram educados politicamente para entender as razões da guerra. Isso deu novo ânimo, profissionalismo e disciplina ao exército do parlamento.

Na Inglaterra, o Parlamento foi formado com a Câmara dos Comuns – com um representante da Câmara dos Lordes (o speaker), os gentry e os representantes urbanos – e a Câmara dos Lordes – com o rei, os lordes espirituais (bispos anglicanos) e os lordes temporais (a nobreza titulada, duques, marqueses, condes e viscondes).

1658 – com a morte de Cromwel, seu filho, Richard Cromwel, assume o poder, mas renuncia em seguida. A maioria anglicana do Parlamento inglês, agora reunido novamente em duas câmaras, restaura a dinastia Stuart e faz com que Carlos II, filho de Carlos I, seja coroado rei em 1660.
1685 -  o católico Jamie II, irmão de Carlos II, assume o trono.
1688 – Jamie II é deposto por causa da luta entre os partidos Whig e Tory quando o primeiro tentou levar ao trono a filha protestante de Jamie II, Maria Stuart, esposa do príncipe holandês Guilherme de Orange. Apesar da esquadra de Guilherme ter sido preparada, o desfecho tranquilo dessa luta, que levou Jamie II a fugir para a França, levou o nome de Revolução Gloriosa.
1689 – Coroação de um novo rei após jurar obedecer à Declaração de Direitos pela qual o rei reina mas não governa, já que o Parlamento assume o controle dos rumos da nação.
Cronologia do Parlamento Inglês
Século IX – Conselho de reis chamado Witan (época de uma Inglaterra dividida em muitos reinos)

Século XI – o rei Guilherme, o Conquistador transforma o Witan no Grande Conselho em que apenas nobres participavam.

Século XIII – o Grande Conselho impõe ao rei João a Magna Carta, que limitava os poderes reais. Durante o reinado de Henrique III, o Grande Conselho passou a ser chamado de Parlamento e a ser composto por bispos, barões e representantes de cada localidade.

Século XV – O parlamento é dividido em Câmara dos Lordes e Câmara dos Lordes.

Século XVII – A Câmara dos lordes é abolida e a Câmara dos Comuns é reduzida. Após a morte de Cromwuel, a monarquia e a Câmara dos Lordes foram restauradas.









Estudar História – Das origens do homem à era digital à expansão da América Portuguesa - Patrícia Ramos Braick
Editora Moderna - 2011
Capítulo 4 – O Iluminismo
17 de dezembro de 2010 – o ambulante Mohamed Bouazizi, 26 anos, se incendeia para protestar na Tunísia contra o regime que governava o país na pessoa de Zine Ebidin, há 24 anos no poder. Foi uma revolução democrática divulgada nas redes sociais que fortaleceu a insatisfação que derrubou o governo de Hosni Mubarak no Egito e de Muammar Kadafi na Líbia. Tais eventos foram denominados como Primavera Árabe.

A filosofia iluminista
Para os iluministas, a razão é o motor da humanidade. Por isso, a idade média é chamada século das trevas e o período de ascensão da filosofia iluminista foi batizada como século das luzes.
A alquimia foi substituída pelo método racional iluminista. O estilo barroco e o rococó foram substituídos pelo neoclassicismo (século XVIII e XIX) com sua arte técnica, equilibrada e formal.

Origens do Iluminismo
A Inglaterra do século XVII já possuía o gérmen iluminista. Mas foi na França que o Iluminismo atingiu seu apogeu.

René Descartes (1596-1650) foi um matemático que afirmava ser a verdade derivada da habilidade para duvidar e refletir, ou seja, de uma habilidade racional.

Isaac Newton (1643-1727) foi um físico que conseguiu expressar matematicamente vários aspectos da organização do mundo.

Baruch de Espinosa (1632-1677) foi um holandês cuja família era de origem portuguesa que fugiu da inquisição portuguesa. Suas reflexões o obrigaram a abandonar a comunidade judaica por criticar o dogmatismo, o irracionalismo e a superstição na filosofia, na religião ou na política. Foi punido com o Herem (equivalente judaico à excomunhão católica) e sua obra intitulada o Tratado Teológico-político, foi proibida por judeus, católicos e protestantes em diversos países da Europa.
As cafeterias europeias surgiram como um ambiente para a degustação de um simples café e para a discussão de pensamentos iluministas. O café francês Le Procope (o mais antigo ainda em atividade, ainda que seja como restaurante) ainda guarda as mesas preferidas por Voltaire e Rosseau.

Os principais pensadores iluministas
Os iluministas foram beneficiados pelo crescimento de poder e influência da burguesia. Eles combatiam os privilégios feudais, o absolutismo dos governantes e uma sociedade guiada pela razão.

John Locke (1632-1704) – o filósofo inglês defendia a propriedade privada como um direito natural que os governos deveriam garantir. Tal idéia agradou os burgueses da época, entretanto levou Locke a se indispor com o governo da Inglaterra.

Adam Smith (1723-1790) – o pensador escocês é considerado o pai do liberalismo econômico pois suas ideias criticavam o o mercantilismo, a política econômica dos governos absolutistas e o colonialismo. Smith defendia a libertação das colônias, a liberdade comercial entre os países e a noção de que o trabalho humano era responsável pelas riquezas de uma nação em vez de ser seus recursos naturais como advogava o grupo dos fisiocratas franceses.

Os iluministas franceses que estiveram na Inglaterra após a Revolução Gloriosa ganharam renovado ânimo para expandir o ideal iluminista pela França e Europa.

Voltaire (nascido François-Marie Arouet,, 1694-1778) – o mais conhecido iluminista combateu o absolutismo monárquico e a igreja católica que, em seu entender, mantinha o povo na ignorância. Se aproximou de déspotas esclarecidos como Fredericco II, da Prússia.

Montesquieu, Barão (Charles-Louis de Secondat, 1689-1755) – o jurista propôs a criação dos poderes executivo, legislativo e judiciário para superar o poder o absoluto dos reis ao escrever sua obra intitulada O espírito das leis.
Rousseau, Jean-Jaqcuues (1712-1778) – o mais radical dos iluministas nasceu em Genebra, Suiça, mas mudou ainda na adolescência para a França. Defendia a noção de que o homem é naturalmente bom, mas a sociedade o corrompe. Defendia também a ideia de que a legitimidade de um Estado dependia da vontade e da presença do povo no poder e que a democracia dependia de um povo criado sob preceitos de liberdade.

Os enciclopedistas
1745 – o editor e livreiro francês André Le Breton obtém licença para publicar a Cyclopaedia (Dicionário universal das ciências e das artes), obra que fez sucesso na Inglaterra.
1759 – A igreja católica inclui a Enciclopédia entre os Livros Proibidos.
1765 – A primeira parte da Enciclopédia é concluída.
1780 – Finalização dos dois últimos volumes da Enciclopédia.
A Enciclopédia é formada por 21 volumes de texto, 12 de ilustrações e 2 volumes de índices gerais perfazendo 35 livros no total. 160 pessoas colaboraram para produzir uma obra que almejava abarcar todo o conhecimento humano produzido até então em 25 mil páginas, 71 mil artigos e 2.885 ilustrações.
A enciclopédia foi iniciada pelo filósofo francês Denis Diderot (1713-1784) ajudado pelo matemático Jean D’Alambert (1717-1776).

Déspotas esclarecidos
Os reis centralizadores do final do século XVIII que adotavam as ideias iluministas foram alcunhados como Déspotas Esclarecidos.
Estes governantes valorizavam a diminuição do poder da igreja sobre seus governos e a vida do povo e favoreceram a liberdade de culto religioso e de igualdade entre as pessoas, direitos estendidos aos escravos.
Alguns de seus representantes:
Catarina II – czarina (rainha) da Rússia.
Frederico II – monarca da Prússia.
José II – monarca da Áustria
Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo – primeiro ministro português durante o reinado de D. José I.

Terremoto em Lisboa
Em 01-11-1755, um tremor de terra destruiu Lisboa, capital portuguesa. Estudos afirma que o primeiro tremor ocorreu por volta de 09:45 e durou cerca de seis minutos. Houve mais dois tremores e cerca de uma hora depois do primeiro tremor, um tsunami de cerca de 20 metros arrasou a parte da cidade próxima da foz do rio Tejo. O fenômeno ajudou a fortalecer a influência de Pombal sobre o governo português e contribui para que ideias iluministas abalassem a influência da igreja católica sobre o governo de Portugal e de velhos dogmas sobre o mundo. A reconstrução de Lisboa foi financiada pelos tesouros explorados principalmente no Brasil.
.............
Estudar História – Das origens do homem à era digital à expansão da América Portuguesa - Patrícia Ramos Braick
Editora Moderna - 2011
Capítulo 5 – A Revolução Industrial

Uma nova revolução na Inglaterra
No século XVII, após a Revolução Puritana (1642-1649) e a Revolução Gloriosa (1688), o poder na Inglaterra passa para o Parlamento.
No século XVIII, o modelo fabril de produção e o desenvolvimento de novas tecnologias trouxeram uma revolução que veio abalar o mundo como um todo.

Um reino mercantil
As revoluções inglesas do Século XVII levaram proprietários rurais, comerciantes e donos de manufaturas a chegarem ao Parlamento Inglês
O Banco da Inglaterra, fundado em 1694, favoreceu o desenvolvimento do comércio marítimo, da manufatura de mercadorias e do transporte de mercadores e matérias-primas.
O fortalecimento da marinha inglesa desde a época de Henrique VIII (1509-1547) e as vitórias sobre Espanha (séc. XVI) e Holanda (séc. XVII) garantiram a soberania da Inglaterra sobre ricas rotas comerciais.
A promulgação dos Atos de Navegação (1651) durante a República Puritana que exigia que produtos importados deveriam ser transportados em navios ingleses, a exportação de produtos manufaturados para as colônias inglesas além-mar, o tráfico negreiro e a pirataria no mar do Caribe fortaleceram o perfil comercial da Inglaterra.

Recursos naturais
A implantação de novas técnicas agrícolas (rodízio trienal – tubérculos, cereais e descanso) e de novos métodos para a criação de ovelhas (fonte de lã), a importação de algodão compro a baixos preços nas 13 colônias americanas e na Índia, a influência da Companhia Britânica das Índias Orientais e as grandes reservas de carvão (especialmente na região de Manchester, berço da florescente indústria têxtil inglesa) e ferro ajudaram a Inglaterra a tornar-se uma potência mundial.

Do campo para a cidade
A industrialização inglesa foi beneficiada pela farta quantidade de mão de obra oriunda dos campos. Muitos trabalhadores rurais realizaram um verdadeiro êxodo, expulsos por causa dos efeitos da lei de cercamento que autorizava os proprietários rurais a cercarem terras que antes eram utilizadas de maneira comunal.

Antes do sistema industrial de produção
O artesanato (de baixa produtividade reduzida rentabilidade), o sistema doméstico (no qual um empresário era dono da matéria-prima e a entregava sob encomenda a um artesão, único conhecedor do ofício e dos mecanismos de produção) e as manufaturas (com trabalhadores reunidos em espécies de galpões por meio de salário pago por um empresário que possuía os meios de produção, as ferramentas e a matéria-prima) antecederam o modelo industrial.

O moderno sistema industrial
No século XVIII, a Inglaterra viu nascer um sistema de produção baseado no primado da tecnologia sobre o aspecto humano e ancorado na divisão do trabalho em etapas dispostas numa linha de produção que favorecia o aumento dos lucros, a quantidade de produtos disponível para comercialização, a redução dos custos de produção e um maior controle sobre os empregados.
O modelo industrial se ampara na mecanização do processo de fabricação por causa da utilização do motor, por causa do aprimoramento técnico da máquina sobre o fator humano.
As primeiras máquinas para mecanizarem eficientemente a produção inglesa foram elaboradas por John Kay (1735), James Hargreaves (1764) Richard Arkwright (1769) com sua dispendiosa e gigantesca water-frame, movida pelo movimento das águas e, especialmente, por James Watt (1760) que conseguiu aperfeiçoar a máquina a vapor, elemento essencial para o aperfeiçoamento da siderurgia, para a ampliação das máquinas do setor têxtil, para desinundar as minas de carvão e mover barcos e locomotivas.
Andrew Ure, um dos principais defensores do sistema fabril, publicou em um livro de1835 a importância da disciplina no trabalho fabril.
A crescente utilização de carvão vegetal (situação que devastou largas áreas de floresta) e depois mineral exigiu um aumento na extração do ferro (material para suportar o calor do vapor necessário para o modelo industrial).
Quanto à questão ambiental, a poluição do ar, da água e da terra foram os substratos da Revolução Industrial.
As mudanças atingiram a questão dos transportes terrestre, aquático e ferroviário. O encurtamento das viagens alterou a noção humana de tempo-espaço.

A sociedade industrial
Havia a classe burguesa e a classe proletária.
As condições de trabalho eram desumanas: longas jornadas de trabalho, salários baixíssimos, periculosidade e presença de crianças em funções de adultos.

A organização dos trabalhadores
As primeiras associações surgiram no início do séc. XVIII.
A sindicalização dos trabalhadores ocorreu após a ação dos “quebradores de máquinas” e da formação de associações operárias (Trade Unions), muitas vezes reprimidos violentamente pela polícia.
1799 – o governo inglês, pressionado pela burguesia industrial, proíbe os sindicatos.
1802 – jornada infantil limitada a 12 horas de trabalho diários.
1811-1812 – o movimento ludista liderado por Ned Ludd procurava quebrar as máquinas e paralisar a produção.
1819 – Massacre de Peterloo em Manchester em agosto de 1819, quando 13 operários foram mortos e proibição de trabalho infantil para menores de 09 anos.
1824 – admissão dos sindicatos.
1833 – proibição de trabalho infantil para menores de 10 anos e exigência de duas horas dessa jornada para as crianças frequentarem a escola.
1838 – Movimento Cartista organizou greves e manifestações incentivados pela Carta do Povo, um documento que circulou até o Parlamento inglês por melhores condições de trabalho e salários decentes para a classe operária inglesa.
1842 – crianças e mulheres são proibidas de trabalharem em minas.
1871 – legalização dos sindicatos.
A revolução industrial superpovoou os centros urbanos em menos de 100 anos de Revolução Industrial. Surgiu o transporte público e a divisão de áreas de moradia para a burguesia e para a classe operária.
A falta de saneamento público, a inexistência de condições mínimas de higiene e a alimentação pobre contribuíram para a disseminação de cólera e de tuberculose na área ocupada por bairros operários.

Enquanto isso, a América Portuguesa se viu privada de incentivos por parte da Metrópole ou por parte de comerciantes com visão emancipatória. Isso serviu para atrasar o surgimento da indústria nos territórios coloniais de Portugal, inclusive o Brasil.