sábado, 25 de junho de 2016

Didática e exercícios


Segundo Durhan (s/d, p. 03):

 

Foi apenas no início do século seguinte, em 1808, quando a Coroa portuguesa, ameaçada pela invasão napoleônica da Metrópole, se transladou para o Brasil com toda a corte, que teve início a história do ensino superior no país. Foram fundadas no mesmo ano da chegada do rei português (então regente do trono), três escolas, a de Cirurgia e Anatomia da Bahia (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia) e de Anatomia e Cirurgia do Rio de Janeiro (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Academia de Guarda da Marinha, também no Rio. Dois anos mais tarde, em 1810, foi fundada a Academia Real Militar, que se transform ou em Escola Central, depois Escola Politécnica (hoje Escola Nacional de Engenharia da UFRJ) (Schwartzman, 1991). Em 1927, foram criadas duas Faculdades de Direito, uma em São Paulo e outra em Olinda.

 

Segundo o dicionário Priberan Didática é:

 

1. Arte de ensinar com método os princípios de uma ciência ou as regras e preceitos de uma arte.

2. Ciência que estuda os métodos e técnicas para ensinar.




De acordo com Pacievitch (s/d, s/p):

 

O termo didática foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.

 

Conforme Silva & Borba (s/d, p. 06):

 

Até o final do século XIX, a Didática encontrou seus fundamentos quase que exclusivamente na Filosfia. Isso pode ser constatado não apenas nos trabalhos de Comenius, mas também nos de Jean Jacques Roussseau (l712-l778), Johann Heinrich Pestalozzi (l746-l827), Johann Friedrich Herbart (l777-1841) e de outros pedagogos desse período.

 

Os mesmos autores acrescentam que (opus cit, p. 07):

 

Com efeito, a partir da segunda década do século XX, a Didática passou a seguir os postulados da Escola Nova. Como essa perspectiva afirmava a necessidade de partir dos interesses espontâneos e naturais da criança, passou-se a valorizar os princípios de atividades, liberdade e individualização. Abandonou-se a visão da criança como um adulto em miniatura para centrar-se nela como um ser capaz de adaptar-se a cada uma das fases de sua evolução.

 

A educação formal apresenta características reprodutivistas favorecidas pela transição do sistema feudal e conservador (de reduzida produtividade e conhecimentos técnicos) para o sistema burguês (donde derivou o capitalismo atual baseado no desenvolvimento do comércio e dos núcleos urbanos trabalho livre e assalariado).

Nessa transição, o sentimento de individualidade foi acirrado no curso do desenvolvimento técnico e científico e dos debates em torno da igualdade e da liberdade do sujeito rodeado por discursos que organizaram novas necessidades e outros valores.

Para Almeida (s/d, p. 01), a “história da didática surge das ações de Comênio (1592-1670), que tinha como objetivo reformar a escola e o ensino” e atualmente já está bastante discutido que “o fazer didático que deve ser aplicado, é o que possibilitará a reflexão em relação a cada situação de aprendizagem, partindo da realidade em que professor e aluno estão inseridos [...]” (opus cit, p. 02).

Almeida (s/d) cobra dos professores a consciência de seu papel para qualificar o processo de ensino-aprendizagem através de um planejamento metodológico e de um diálogo constante entre professor e aluno e recorda que “há um enorme abismo em relação à didática aplicada no ensino básico para o ensino superior, dificultando o desempenho de alunos que não tiveram ensino de qualidade [...]” (opus cit. p. 04).

Já Ferreira (2010, p. 87) concorda que “formar o profissional torna-se uma especificidade da docência do ensino superior” e que “sobretudo o acadêmico, é um sujeito inserido na vida social, com acesso a diferentes linguagens e com apropriação de signos e modos de pensar, próprios da vida escolar” (opus cit. p. 89).

Para o professor que trabalha com sujeitos adultos no ensino superior, Ferreira (opus cit. p. 91) informa ser necessário “um conhecimento pedagógico geral, como, por exemplo, planejamento do conteúdo, organização do tempo, material, espaço de aprendizagem e do grupo [...]”.

O excesso de burocracia e o primado da técnica são desafios a serem questionados pelo professor no exercício docente na educação superior, um sujeito que precisa estar disponível embora haja uma disparidade a ser vencida, pois a taxa percentual do “docente de tempo integral nas universidades públicas é de 35,14% e nas particulares apenas 5,31%”, conforme Ferreira (2010, p. 95) que destaca como sendo um problema a questão da banalização do docente de ensino superior na figura do professor horista.

 

REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, Hélio M de. A didática no ensino superior: práticas e desafios. Estação Científica - Juiz de Fora, nº 14, julho – dezembro / 2015. 08 páginas.

 

FERREIRA, Valéria S. As especificidades da docência no ensino superior. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 10, n. 29, p. 85-99, jan./abr. 2010. P. 85- 99. SSN 1518-3483

 

PACIEVITCH Thais. Didática. Disponível em http://www.infoescola.com/pedagogia/didatica/. Acesso em 24-06-2016, 14:40 hs.

 

DIDÁTICA, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/DLPO/didática [consultado em 24-06-2016].

DURHAN, E. R. O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL: PÚBLICO E PRIVADO. Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de São Paulo.

 

SILVA, Regina N. da & BORBA, Ernesto O. A importância da didática no ensino superior. 29 páginas.

 

 

 

 

Ibicuitinga

Didática do Ensino Superior

Professor Benedito F. Alves (alfransbe@yahoo.com.br)

 

01. A didática envolve a avaliação. Sobre avaliação, marque aquilo que se assemelha a uma avaliação tradicional:

 

(  ) hierarquia                              (  ) aprendizagem significativa          (  ) Memorização                       

(  ) formação integral                  (  )  classificação                                (  ) interdisciplinar

(  ) apto/não apto                        (  ) interiorização de conceitos            (  ) pedagogia da certificação

(  ) padronização                        (  ) motivação intrínseca                     (  ) domínio cognitivo               

(  ) produto final                         (  ) motivação extrínseca                    (  ) questões fechadas

(  ) quantificação                          (  ) nota                                                    (  ) processo de aprendizagem  

(  ) avaliação qualitativa            (  ) inclusão social

 

02. Muitos pesquisadores contribuíram para a organização didática da sala de aula. Com base em seus conhecimentos, identifique os autores:

 

http://walkiriaroque.files.wordpress.com/2010/11/tabela-piaget-vygotsky-e-wallon1.jpg

03. Leia o texto a seguir e comente como a sua prática docente ocorre e/ou poderia ocorrer diante das informações contidas no texto de Girardelli. Em seguida, troque seu texto com um colega

 

GIRARDELLI, Maria de Fátima Qual é a diferença entre multidisciplinaridade, nterdisciplinaridade e transdisciplinaridade? Manaus, AM

 

O mundo é uma totalidade. Mas, sendo tão grande e complexo, seu conhecimento é feito pelas partes. Foi essa idéia de que a fragmentação facilita a compreensão do conhecimento científico que orientou a elaboração dos currículos básicos em um certo número de disciplinas consideradas indispensáveis à construção do saber escolar. Tal simplificação, por outro lado, complicou a compreensão de fenômenos mais complexos.

A solução para o problema foi relacionar as várias disciplinas do currículo.
Segundo Piaget, as relações entre as disciplinas podem se dar em três níveis: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdiciplinaridade. Na multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Assim, ao analisar uma pintura renascentista, podemos usar dados vindos da História, da Química e da Educação Artística. A História conta, por exemplo, quando foi o período chamado Renascimento.

A Química descreve a composição do material usado na pintura. A Educação Artística lida com seus aspectos estéticos — as cores usadas, a disposição dos elementos na tela e daí por diante. Neste caso, cada matéria contribuiu com informações pertinentes ao seu campo de conhecimento, sem que houvesse uma real integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre as disciplinas é a menos eficaz para a transferência de conhecimentos para os alunos.

Na interdisciplinaridade, estabelecemos uma interação entre duas ou mais disciplinas. No exemplo anterior, haveria interdisciplinaridade se, ao estudar a pintura, relacionássemos o contexto histórico do Renascimento com os temas usados pelos artistas de então e sobre as técnicas empregadas por eles. A análise do material da pintura poderia ser ampliada para o desenvolvimento tecnológico ao longo do tempo.

O ensino baseado na interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem muito mais estruturada e rica, pois os conceitos estão organizados em torno de unidades mais globais, de estruturas conceituais e metodológicas compartilhadas por várias disciplinas. Na transdisciplinaridade, a cooperação entre as várias matérias é tanta, que não dá mais para separá-las: acaba surgindo uma nova "macrodisciplina".

Um exemplo de transdisciplinaridade são as grandes teorias explicativas do funcionamento das sociedades. Esse é o estágio de cooperação entre as disciplinas mais difícil de ser aplicado na escola, pois há sempre a possibilidade de uma disciplina "imperialista" sobrepor-se às outras.

 


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Sua resposta:

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O comentário de seu colega:

 

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