Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha op
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
(...)
Entre os dois exemplos tomados como arquétipos,
modelos dissonantes e aparentemente pouco relacionados, há uma infinidade de
microvariações em constante interação. Entre o modelo escolar de gestão da
educação que a sociedade almeja e o modelo que preenche o cotidiano de nossos
discursos ordinários há diferentes níveis de singularidade e de entendimento.
Uma escola pode em um momento apresentar-se mais dinâmica e alinhada a uma dado
projeto e episteme, mas em outro momento pode apresentar rupturas ou um
desalinho em sua prática cotidiana. A mesma unidade escolar pode ser orientada
por um forte apelo modernizador e humanístico em um dado contexto, mas pode ser
reacionária em outros. Reduzir a discussão em torno do processo de ensinar e de
gerir à dicotomização entre bons e maus modelos de pensar e materializar o
ambiente escolar envolve uma perniciosa exclusão da diversidade humana. Por
isso, o que vem mais a corresponder a um modelo de gestão da educação brasileira
é aquele baseado na metamorfose da qual fala Raul Seixas. Medo, discórida,
insegurança, fazem parte do processo de gernciar as relações interpessoais
instauradoras do ambiente escolar. Negar a presença daquilo que é visto como
ruim contribui para enfraaquecer o processo de desenvolvimento de soluções e de
novos pontos de vista que venham dinamizar e revestir de novos significados e
objetivos o processo de ensino-aprendizagem.