sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Terço dos Homens: por uma fé esclarecida e engajada em Cristo Jesus.
Dona Fátima, esposa do Sr Zezão, mãe do Benedito e da Benedita e avó da Maria Heloísa e da Maria Helena sempre fala no "verdadeiro sentido da" missa, da oração, da vivência em comunidade.
Acredito que ela esteja profetizando a partir de sua vivência enquanto frequentadora assídua da igreja e devota fervorosa que ainda criança aprendeu a rezar no seio de uma família afligida pelas condições adversas de uma vida rodeada por problemas sócio-econômicos diversos no pequeno distrito do Figuereido da Jaguaruana no Ceará.
Aos irmãos do movimento do terço, eu gostaria de agradecer pelas orações e/ou pela participação na V MOTORROMARIA do Terço dos Homens de Morada Nova a Canindé realizada no último domingo (26/01/2014).
Gostaria também de lembrar aos irmãos que é muito importante, enquanto irmãos, enquanto igreja, enquanto leigos, para cada um de nós a vivência orante dos ensinamentos de Jesus.
Não é preciso ser um doutor em teologia, não é preciso ser um sábio escritor como São Paulo ou tantos outros doutores. A sabedoria de Deus provém dos dons do Espírito Santo, dons que se revelam sob muitos e diversos carismas.
A você que agora lê estas linhas, seja do terço dos homens ou de qualquer outro movimento ou ainda esteja solto como uma folha ao vento, quero lembrar parafraseando as palavras do padre Mota de Morada Nova:
Precisamos de unidade (não olheis os vossos pecados, mas a fé que anima vossa igreja) ainda que nossos pontos de vista nem sempre sejam coincidentes.
Precisamos perceber que nossa unidade é o Evangelho de Jesus Cristo (profeta-pastor-cordeiro pascal definitivo-salvador, nas palavras de Monsenhor João Olímpio)
Precisamos temperar nossa oração com vivências e práticas simples e direcionadas para e pelo Espírito Santo, isto é, não podemos ficar no nível do "bla-blá", nem podemos deixar que nosso lado humano queira ser maior que o lado divino de Jesus Cristo.
Precisamos ler a palavra de Deus e participar das celebrações eucarísticas.
Precisamos convidar nosso irmão, nosso vizinho, nosso amigo, nosso conhecido a visitar uma igreja e a se engajar nos movimentos leigos que animam o povo de Deus e auxiliam diáconos e presbíteros.
Precisamos conversar e nunca expor nossos problema com a intenção de ferir o outro, com o propósito de "lavar roupa suja" em público, pois isso não é um ato digno para quem acredita nas palavras de Jesus quando afirma que o maior é aquele que assume sua cruz e almeja ser o último.
Precisamos visitar nossos irmãos e suas comunidades.
Precisamos vivenciar o amor de um ambiente familiar sadio e organizado tal qual aquele experienciado pela família de Nazaré.
Precisamos ser construtores como o Padre Peixoto nos ensinou ao longo de 28 anos celebrando na igreja do Divino Espírito Santo, mas construtores de muitas e variadas obras (capelas, amizades, relações, ministérios, pastorais etc).
Precisamos estar com a oração de São Francisco em nossos corações e imitar o bom exemplo dos santos e daqueles que repousam na graça de Deus no plano do Criador.
Precisamos enxergar nos movimentos, grupos, eventos, festas, ações e propostas que vicejam nas capelas, matrizes, basílicas, santuários e locais de devoção a mão poderosa de Deus a guiar e a proteger seus filhos.
Precisamos lembrar que tudo é do Pai e que todos os rios (as criaturas) correm de volta para o mar (Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo)
Pode até ser que você tenha dúvidas e "brigue com Deus como cantou o Padre Zezinho. Entretanto, não esqueça a música que cantamos na igreja: "Deus está aqui, aleluia. Tão certo como o ar que eu respiro, Tão certo como o amanhã que se levanta. Tão certo como eu te falo e tu me podes ouvir".
.........
"A motorromaria - ou qualquer outra ação católica e cristã - é um evento que deve ser inspirado e fortalecido pela graça do Espírito Santo de Deus para que seja um serviço de evangelização - em espírito e em verdade - para unir o homem a Deus, aos irmãos e às famílias."
(Alfransbe)
Terço dos Homens Mãe Rainha da Paróquia do Divino Espírito Santo da cidade de Morada Nova, Ceará: Fotos da V Motorromaria do terço de Morada Nova a Canindé.
"A motorromaria - ou qualquer outra ação católica e cristã - é um evento que deve ser inspirado e fortalecido pela graça do Espírito Santo de Deus para que seja um serviço de evangelização - em espírito e em verdade - para unir o homem a Deus, aos irmãos e às famílias."
(Alfransbe)
...............................
Divino Jesus, nós Vos oferecemos este Terço (Rosário) que vamos rezar,
meditando nos mistérios da nossa Redenção. Concedei-nos, por intercessão da
Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes que nos são necessárias para
bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta santa devoção.
Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o
Santíssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, pela paz do mundo,
pela conversão dos pecadores e pelas almas do purgatório. Pelas intenções do
Santo Padre o Papa, pelo aumento e Santificação do clero, pelo nosso Vigário,
pela santificação das famílias, pelas missões, pelos doentes.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Seduc, Crede 10 (Russas - Ce): INEP e endereço das escolas
Escolas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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23/01/2014, 14:39
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Paróquia do Divino Espírito Santo de Morada Nova - Ce: Pastoral do Batismo
Diocese De São
Miguel Arcanjo – Limoeiro Do Norte – Ce
Paróquia Do
Divino Espírito Santo – Morada Nova – Ceará
Pastoral do
Batismo
Reuniões
(1ª e 3ª quintas-feira às 19:00)
Reuniões (2º e 4º sábados às 08:00)
ESPÓTULA
(Taxa) de batizado: R$ 40,00
Obs: pais e
padrinho devem portar documento de
identificação com foto e crianças devem portar o registro ou cartão de vacina.
Origem
do batismo
João
batista deu início e Jesus deu continuidade ao se deixar batizar por seu primo.
O que é o
BATISMO?
O
Batismo é purificação, justificação e santificação. É o primeiro entre os sete
sacramentos.
O
batismo é um rito de passagem, feito normalmente com água sobre o
iniciado através da imersão, efusão ou aspersão. Este rito de iniciação está
presente em vários grupos, religiosos ou não, onde destacam-se os cristãos. Na
Igreja Católica, o batismo é o sacramento através do qual o Sacrifício Pascal
de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as, em primeiro lugar, filhas de
Deus Pai, mas também membros da Santa Igreja de Cristo e abrindo o caminho para
a salvação eterna.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo
Fundamentação bíblica e
histórica do batismo
Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
(Mateus 28, 19)
A alta mortalidade infantil da Idade
média faz com que se batize a criança quanto antes. E por comodidade, aos
poucos, se abandona o batismo por imersão e se passa a batizar por infusão (se
derrama água sobre a cabeça). No século XIV, praticamente, não existe mais
batismo por imersão.
No início do século X, o batismo começa
a ser administrado também fora da Páscoa.
E no século XII, em geral, existe
somente batismo de crianças. Então, o catecumenato desaparece. Este costume
chega até o Vaticano II. Depois do Concílio surgem cursos para pais e
padrinhos, preparando o batismo.
São Pedro diz: "Vocês são raça
eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para pro-clamar
as obras maravilhosas daqueles que chamou vocês das trevas para a sua luz
maravilhosa. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus" (1 Pd
2, 9-10).
http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/formacao/formacao-igreja/259-o-batismo-para-o-povo.html?start=13
Muitas declarações proféticas, bem
conhecidas, exortam a uma purificação moral por meio da purificação que era
simbolizada pela água (Is.1:16 e.; Jr. 4:14), e outras antecipam uma
purificação a ser feita por Deus nos últimos dias (Ez. 36:25; Zc. 13:1). Além
do mais, Isaias 44:3 interliga a dádiva do Espirito com a purificação futura.
Qualquer que seja o fundamento histórico, João dá um novo significado ao rito
da imersão ao conclamar o povo ao arrependimento devido à aproximação do Reino
dos céus.
http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2011/02/origem-do-batismo-de-joao.html
Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más
obras para longe da minha vista! Parem
de fazer o mal (Isaías 1, 16)
Ó Jerusalém, lave o mal do seu coração
para que você seja salva. Até quando você vai acolher
projetos malignos no íntimo? (Jeremias 4, 14)
para que você seja salva. Até quando você vai acolher
projetos malignos no íntimo? (Jeremias 4, 14)
Derramarei sobre vós águas puras, que
vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas
abominações.(Ezequiel 36, 25)
Naquele dia haverá uma fonte aberta para
a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e
da imundícia. (Zacarias 13, 1).
Porque derramarei água sobre o sedento,
e rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e
a minha bênção sobre os teus descendentes.
(Isaías 44, 3)
(Isaías 44, 3)
Quem pode
batizar?
Quem ministra o Batismo é o bispo, o
padre e o diácono. Na prática, são os diáconos e os padres que ministram esse
sacramento. O bispo pode, entretanto, dar a qualquer cristão o ministério de
batizar. Tendo a intenção exigida pelas normas da Igreja, até mesmo quem não é
batizado pode batizar outra pessoa que queira receber o Batismo. As duas
condições para a validade do Batismo ministrado por leigos é que queiram fazer
o que a Igreja faz quando batiza e aplicar a fórmula batismal trinitária:
"Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".
O Batismo faz-nos membros do Corpo de
Cristo, a Igreja, e faz-nos participar do sacerdócio comum dos fiéis. Desse
modo, é chamado a servir os outros na comunhão da Igreja, a ser obediente e
dócil aos chefes da Igreja e considerá-los com respeito e afeição. O batizado
pode receber os sacramentos, ser alimentado com a Palavra de Deus e ser
sustentado pelos outros auxílios espirituais da Igreja.
Uma vez batizado, o fiel se torna
cristão e filho de Deus para sempre. O pecado, embora possa impedir o Batismo
de produzir os frutos de salvação, de modo algum apaga essa marca. Não tem
sentido, portanto, a pessoa "repetir" o Batismo. O Batismo é o selo
da vida eterna.
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/dout/lv03/16.htm
A responsabilidade dos padrinhos fica
mais evidente quando os pais chegam a falecer. Os padrinhos são como pais
espirituais. Pais, padrinhos, filhos e afilhados precisam vivenciar em espírito
e em verdade o amor ao próximo e, principalmente, a Deus.
Orai e vigiai sem cessar. (1
Tessalonicenses 5, 17): pais e padrinhos precisam analisar a realidade em que
vivem e assumirem o papel de discípulos em oração constante.
Ide a todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura. (Marcos 16, 15):a lei que nos compromete é a justiça e o temor
de Deus que se revelam no respeito à toda criação divina.
Lâmpada para os
meus pés é tua palavra,
e luz para o meu caminho (Salmo 119,
105): uma vivência de fidelidade e de oração respeitosa à palavra de Deus são caminhos para a vida
eterna e para a superação das dificuldades impostas pela condição imperfeita de
filhos marcados pelo pecado original, mas já redimidos pelo sacrifício de
Cristo.
Para contemplarmos a face de Deus por
meio de seu rosto humano, Jesus Cristo, precisamos participar dos sacramentos
instituídos por seu filho unigênito, o cordeiro pascal definitivo.
Como cristão praticante, cada filho de
Deus deve assumir com seu SIM a busca pela perfeição, a busca pela construção
do reino de Deus desde já aqui na terra, reino que diariamente pode começar no
seio da família e que continua em nosso trabalho, em nosso lazer, em nosso
estudo, em nossa oração.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Literatura do Rio Grande do Norte - Gothardo Netto
José
Gothardo Emerenciano Netto nasceu em Natal (Rio Grande do Norte), no dia 24 de
julho de 1881 e morreu na mesma cidade, em 7 de maio de 1911.
Como
Itajubá, de quem era íntimo amigo, é autor de apenas um livro, também póstumo,
que foi lançado em 1913, com o título de Folhas Mortas. Também jornalista,
Gothardo, identicamente ao amigo, tornou-se reconhecido por sua capacidade de
fazer versos, mesmo de improviso, quando das noitadas dos pastoris. Embora
esmerado nos sonetos, já apontando para uma postura parnasiana, verseja e morre
como autêntico romântico, bebendo sem controle, por um amor não correspondido.
(Tarcísio Gurgel in Informação da Literatura
Potiguar, Natal 2001)
Apesar de ter vivido apenas 30 anos e de não ter podido completar os seus estudos, Gothardo, pelo valor de sua inspiração, situa-se, como Ferreira Itajubá, entre os grandes poetas norte-rio-grandenses do início do século passado, participando de nossas principais antologias desde Ezequiel Wanderley em 1922 até Assis Brasil, em 1999.
Apesar de ter vivido apenas 30 anos e de não ter podido completar os seus estudos, Gothardo, pelo valor de sua inspiração, situa-se, como Ferreira Itajubá, entre os grandes poetas norte-rio-grandenses do início do século passado, participando de nossas principais antologias desde Ezequiel Wanderley em 1922 até Assis Brasil, em 1999.
Filho
do professor Zuza (José Ildefonso Emerenciano), que mantinha uma escola
particular e dava aulas em sua residência, Gothardo Neto viveu em companhia do
pai toda sua vida. As dificuldades materiais cedo obrigaram-no a suspender os
estudos e entrar na vida prática, empregando-se na Capitania dos Portos, na
Ribeira, e trabalhando também na redação da "Gazeta do Comércio".
Pertenceu à Oficina Literária "Lourival Açucena", que publicava o jornal
"O Potiguar".
Um
amor impossível pela jovem Maria das Mercedes levou-o a perder o primeiro
emprego; o empastelamento do jornal, o segundo. Sem amor e sem emprego, bebendo
descontroladamente, viveu os últimos anos de vida na casa do pai, isolado do
mundo, contatando apenas com uns poucos amigos, dentre os quais, Jorge
Fernandes, Ferreira Itajubá, Ponciano Barbosa e Francisco Ivo. Foi homenageado
como patrono da cadeira número 24 da Academia Norte-rio-grandense de Letras,
cujo primeiro ocupante foi Francisco Ivo.
(Deífilo Gurgel e Nélson Patriota in 400 Nomes de
Natal, Natal 2000)
Página Azul II
Página Azul II
Vejo-a agora passar... Volta do banho,
Volta,
que ainda as pérolas mimosas
Descem
das ondas puras e formosas
Do
cabelo aromático e castanho.
Na
carne em flor, de um colorido estranho,
Tem
vivas seduções pecaminosas...
-
As antigas belezas fabulosas
Jamais
brilharam em fulgor tamanho.
Todos
dirão: - que mágicos olhares
Tem
essa virgem lânguida e franzina,
Essa
flor das morenas potiguares!
E
passa ... e passa com gentil verdade,
No
doce encanto da mulher divina,
No
divino esplendor da Mocidade.
Fonte: geraldo2006
Acesso em 04/01/2014, às 09:30
############;
O REMANESCENTE GOTHARDO NETTO*
Humberto Hermenegildo de Araújo (UFRN)
Para Carlos Alexandre Câmara
Segundo o autor de Alma patrícia, o natalense José Emerenciano Gothardo
Netto, nascido a 24 de julho de 1881, foi o melhor da geração de 1906 a 1911,
sendo o mais lido dos rapazes da cidade, o primeiro sonetista e o autor de Folhas
mortas (1913), livro publicado postumamente graças a uma inicativa da Officina
Literaria Lourival Açucena, com prefácio de Antonio de Souza (o conhecido “Polycarpo
Feitosa”). Segundo o prefaciador, “Gothardo Netto não era dos nossos dias; ele
foi um dos companheiros do exílio de Casimiro de Abreu e da boêmia de Castro
Alves...”; “Como outros sofredores da nossa terra, ele parecia influenciado
pela sugestão de Musset”. (cf. WANDERLEY, 1993, p. 152).
Câmara Cascudo sugere que o poeta sofreu de tal modo a influência do
meio que a sua tristeza romântica seria determinada pelo aspecto mórbido da rua
e da casa onde morava, lugar de reclusão durante os cinco últimos anos da sua
vida, quando escreveu versos doentios. Posteriormente, em texto publicado em
1940, o autor de O livro das velhas figuras escreve em tom de crônica, evocando
a sofrida vida do poeta dos longínquos tempos do romantismo, morador de uma
casa de aspecto colonial, preservada por reformas e envolvida em um clima de
passado.
Gothardo Netto é o Patrono da Cadeira n. 24 da Academia
Norte-Rio-Grandense de Letras. Esse filho do professor José Ildefonso
Emerenciano e de Dona Ignácia Florinda Emerenciano estudou no Atheneu
Norte-Rio-Grandense, fez parte da redação da Gazeta do Commercio e d’A Capital,
dirigindo mais tarde O Potyguar. Conforme registra Ezequiel WANDERLEY (1993, p.
152), ele escreveu em quase todos os jornais natalenses do seu tempo.
Amigo de Ferreira Itajubá, sendo inclusive seu companheiro de publicação
no jornal O Torpedo, Gothardo Netto era também reconhecido pela sua capacidade
de fazer versos, mesmo de improviso, quando das noitadas dos pastoris. Tarcísio
Gurgel
representa bem esta faceta do poeta: “Deitado em uma rede, na sala de
visitas da sua casa, produzia versos e mais versos, a pedidos, bebendo sem
parar” (GURGEL, 2001. p. 54).
N’um Postal
Para o Almanak de Macau
Alvo e modesto este postal, Parece
Somente próprio a receber meu canto
Que nada mais de dúlcido e de santo
Tem que a meiguice virginal da prece.
Sonhos? Quem dera que os tivesse agora!
Minha vida é o rochedo
Onde a vaga estertora,
Sem jamais revelar o seu segredo!
Ah! Quem dera que sempre uma sereia,
No mistério soturno e funerário,
Guardasse esse rochedo solitário
Disponível em http://www.mcc.ufrn.br/portaldamemoria/wordpress/wp-content/uploads/2009/05/GOTHARDO-NETO.pdf.
Acesso em 13/01/2014, às 09:04.
.......................................................
sábado, 4 de janeiro de 2014
Literatura do Rio Grande do Norte - Ferreira Itajubá
Manoel Virgílio Ferreira nasceu em 21 de agosto, de um ano ainda
incerto, na cidade do Natal, Rio Grande do Norte. Foi filho do pescador Joaquim
José Ferreira e da artesã Francisca Ferreira de Oliveira. O ano de seu
nascimento é impreciso, a dúvida fica entre 1875, 1876 e 1877. Alguns autores
defendem o ano de 1875, como afirma Clementino Câmara no discurso de posse da
Academia Norte-rio-grandense de Letras (1951), enquanto outros 1876, como é
caso de Ezequiel Wanderley e Câmara Cascudo,
Barcarola
Não te recordas, querida,
Da noite em que nos amamos,
Sob a frescura dos ramos
Da laranjeira florida?
Gemia a viola na aldeia,
A brisa um hino entoava
E a luz da lua inundava
A terra, de rosas cheia!
Lá na planície da serra,
junho alourava as espigas,
vinham de longe as. cantigas
das moças de minha terra,
quando te vi, linda flor,
e da nolte à doce calma,
derramaste na minha alma
o efluvio do teu calor!
Saudade! quanta saudade
da noite em que, ao céu sereno,
tu me abriste o seio, pleno
de aroma e de mocidade!
A' sombra da laranjeira,
por ti, visão da alegria,
do meu beijo a cotovia
cantou, pela vez primeira!
Tu esqueceste os ditosos
domingos embalsamados,
e os cantos apaixonados
dos jangadeiros saudosos
que, ao céu transparente e azul,
do estio nas tardes belas,
passavam, molhando as velas
abertas ao vento sul!
Tudo esqueceste, e mais nada
resta em tua alma enganosa,
dessa paixão desditosa,
dessa ilusão desfolhada,
que lembro todos os dias,
pensativo, a cada instante,
Ó lavandisca inconstante
das areias alvadias!
Talvez que esta alma não possa
acreditar, nunca mais,
nos teus beijos aromais,
nos teus sorrisos de moça!
Ai, meu doce malmequer,
que me deixaste em janeiro,
- como tudo é passageiro
no coração da mulher!
respectivamente, nas obras Poetas do Rio Grande do Norte (1922) e Alma
Patrícia (1921).
O irrequieto Itajubá, além de oficiar a doutrina protestante, era adepto
da maçonaria, sócio benemérito e orador da Liga Artístico-Operária “a mais
antiga sociedade operária do Estado” (GOMES, 1944:31), entidade que defendia
princípios socialistas.
Casou-se duas vezes, a primeira vez com Emília Marques da Silva, com quem
teve um filho, Nazareno Ferreira Itajubá, e a segunda vez com Maria Antonieta.
Ferreira Itajubá era um participante ativo de eventos político-sociais (inaugurações,
homenagens, benefícios) nos quais esbanjava sua verve em oratória apossando-se
das tribunas, discursando com entusiasmo e fervor na defesa de suas convicções.
Como se vê, nunca fora de grandes posses e de escolaridade ampla, por
isso fora incompreendido pelo espírito inquieto, diminuído pelo seu
comportamento boêmio, criticado por sua linguagem menor e julgado muitas vezes
como incapaz de ser poeta.
No início de 1912, já doente, viaja para o Rio de Janeiro em busca de tratamento,
aonde vem a falecer na Santa Casa de Misericórdia, em 30 de julho de 1912.
http://www.cchla.ufrn.br/shXVIII/artigos/GT30/PINHEIRO%20Mayara%20Costa%20Ferreira%20Itajuba%20Algumas%20consideracoes%20sobre%20autor%20e%20obra%20-%20GT%2030.pdf.
Acesso em 03/01/2014, às 08:46.
Existem controvérsias quanto à sua data de
nascimento. O próprio poeta assinou certo documento declarando que nasceu em 1877.
Na casa em que nasceu, na rua Chile, 63, existe hoje uma placa de mármore com
os dizeres: 1875. Câmara Cascudo defende o ano de 1876.
Ferreira Itajubá aprendeu as primeiras letras,
com o professor Tertuliano Pinheiro (Terto) e com Joaquim Lourival Soares da
Câmara, o Professor Panqueca, filho do consagrado poeta Lourival Açucena.
Era filho de potiguares. Seu pai, Joaquim José
Ferreira, morreu de varíola quando ele tinha apenas seis anos. Sua mãe,
Francisca Ferreira de Oliveira, nasceu em Morrinhos, no município de Touros.
Foi ela quem criou o poeta, que teve que trabalhar desde cedo.
Aos doze anos, começou a trabalhar na loja de
Antônio Sátiro, na rua Chile. Depois de quatro anos, foi morar em Macau, onde
trabalhou na loja de Antônio Deodato. Lá, adoeceu de varíola e logo retornaria
a Natal, e ao antigo emprego, mas com melhor salário e permissão para estudar.
Mas com a morte de seu patrão, teve de procurar por outras fontes de renda.
Fundou um circo no quintal de sua casa, e trabalhou como escrevente na Associação
de Praticagem, em Natal, Macau e Areia Branca. Foi bedel da escola onde
estudou, o Atheneu, e pintava letreiros comerciais nas horas vagas.
Funda em 1896, o jornal literário O Echo,
de circulação semanal. No ano seguinte, funda a revista A Manhã.
Escreveu para quase todos os jornais de seu tempo, entre eles: A República,
Diário de Natal, Gazeta do Comércio, A Capital, O
Trabalho, O Arurau, A Tampa, A Rua, Pax, O
Torpedo.
Sua poesia era ligada ao Romantismo, mas com influência do Parnasianismo
e do Simbolismo.
Foi criticado pela condição econômica e também
pela pouca escolaridade.
Obra
- Terra
Natal (1914)
- Harmonias
do Norte(1927)
- Dispersos(2009)
- Lenda
de Extremoz
- Perfil de Jesus
Ferreira Itajubá escreveu o poema No Campo
Santo, em homenagem póstuma ao também poeta e conterrâneo Lourival Açucena:
|
Morreste e não soubeste, ó grande veterano,
Que, quando por Natal, a rosa todo ano
Floresce alegremente, entre as demais roseiras,
O prado embalsamando, ao lado das primeiras,
esta alma não rebenta em rosas de ilusão
Como quando cantaste ao som do violão.
|
|
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Itajub%C3%A1.
Acesso em 03/01/2014, às 08:31
Agosto. O
claro mês dos meus anos. Que anseio
De ser
asa migrante e fugir pelos ares,
Pelos
longes do céu, através desses mares,
Em busca
do calor do sol de um clima alheio!
Mistério
e inconstância. Duas palavras que podem definir os quase 35 anos de vida do
poeta Ferreira Itajubá. O mistério começa pelo seu nascimento que, não se sabe
ao certo, pode ter acontecido em 1875, 76 ou 77. O último ano é o mais
provável. A 21 de agosto para ser mais preciso. Pelo menos foi o que assinalou
o próprio poeta no termo de nomeação para servente na Associação de Praticagem.
Onde nasceu? No Rio Grande do Norte, provavelmente na Praia de Touros. O
sobrenome com o qual passou para a História também não era seu. Nascido Manuel
Virgílio Ferreira, incorporou o Itajubá em seus primeiros versos e depois
definitivamente à sua vida. A inconstância aparece no que em circunstâncias
normais se chamaria de vida profissional. Foi auxiliar do comércio, orador
popular, jornalista, professor, funcionário público e dono de circo, cujos
espetáculos tinham lugar no quintal de sua casa. Mas acima de qualquer coisa,
Ferreira Itajubá exerceu duas principais “funções” em sua passagem por este
mundo: a de poeta e de boêmio.
Que
saudade sem fim de outras terras me veio!
Que ânsia
de me esquecer por estranhos lugares!
Pois se
não tenho aqui lenitivo aos pesares,
Quanto
mais quem me aqueça ao mormaço de um seio!
Ferreira
Itajubá tinha alma de poeta. Talvez daí sua brevidade neste mundo. Com a alma
cheia de poesia, não precisou de grandes estudos. Tinha apenas a instrução
primária. Segundo Câmara Cascudo, “morreu sem suspeitar a existência da
gramática”. O que em nada diminui o valor de seus versos, “de um lirismo
espontâneo, sonoros e ricos de seiva poética”, como disse Veríssimo de Melo. Na
introdução de Poesias Completas - obra que reúne os dois livros de
Ferreira Itajubá, Terra Natal e Harmonias do Norte -, Esmeraldo
Siqueira observa: “No poema de Itajubá, o largo sopro lírico assume facetas
sugestivas e variadas. É romântico, amoroso, saudosista, filial, regionalista,
patriótico. Não lhe falta mesmo a nuança filosófica, o sentimento da fuga
vertiginosa do tempo e da precariedade da vida”.
Minha
mãe? Minha irmã? Duas mulheres santas
Mas inda
falta alguém nesse longo caminho
Que tem
na mocidade o perfume das plantas...
Alma
de poeta e de criança. Já adulto, empinava enormes papagaios (pipas, pandorgas)
de papel de seda e, na época de São João, virava fogueteiro. Seu humor também
era mostrado no jornal O Echo, que ele mesmo criou. Colaborou em todos
os jornais da época. Ainda que raramente, também nos jornais A República
e Rio Grande do Norte, políticos e sisudos, bem diferentes de seu estilo
boêmio. Como homem simples e com a loucura dos poetas, também buscou auxílio na
Bíblia, encarnando um pastor.
E como
não posso ir, e como vais e eu fico,
À noiva
que me espera à beira de algum ninho,
Ave de
arribação, leva esta flor no bico!
A mãe, a irmã e a misteriosa
Branca eram suas fontes de inspiração. E quem era Branca? Seu amor , às vezes
perto, às vezes distante, junto ao marido e que, segundo o escitor Nilson
Patriota, em seu livro Itajubá Esquecido, poderia ser Emília Ribeiro,
nativa da Praia de Touros. O poeta que vivia de saudades e amores oníricos
morreu no Rio de Janeiro, para onde tinha ido em busca de recursos médicos
inexistentes em Natal, a 30 de junho de 1912. Lá foi enterrado e, anos depois,
por iniciativa de Henrique Castriciano, seus restos mortais foram levados para
Natal e temporariamente depositado no ossuário da Igreja de Bom Jesus das
Dores. Numa das remodelações da igreja, um frade juntou “as velharias
existentes, inclusive os ossos que encontrou aqui e ali e lançou tudo numa vala
comum, ao lado da igreja”. Os ossos de Itajubá estavam no meio. Termina assim a
breve história do poeta, bem diferente do que ele imaginara.
Hei de
morrer cantando
num
domingo formoso
Quando
alveja no espaço o luar saudoso
O fulgor
das estrelas empanando
http://www.memoriaviva.com.br/itajuba/.
Acesso em 03/01/2014. 08:18.
Recordação
Vi-te. Era noite, a lua descorada
Brilhava nas paragens luminosas
E a noite estava toda embalsamada,
Por que exalavam no canteiro as rosas.
Das esferas azuis, de etéreas pagas.
A luz descia cristalina, em jorros:
Ao longe as águas sem rumos das vagas
E a solidão tristíssima dos morros!
Quando te vi, quando me viste, amamos...
Branca, não sei se recordas... quando
Era a terra um rosal e, pelos ramos,
O mês do incenso ia desabrochando...
Amamo-nos e vivemos docemente
Sobre aterra cheirosa, erma de escolhos,
E eu me banhava apaixonadamente
No santíssimo orvalho de teus olhos
Que febre imensa a do primeiro beijo!
Mornos, teus seios virgens palpitavam...
Ah, quantas vezes, cheios de desejo
Os meus lábios nos teus castanholavam!
Então, se eu te falava em noivado,
Tu me dizias:”meu amor espera,
Deixa que alveje a lua se pecado,
Até que volte o sol da primavera”
Desse tempo risonho do passado
Cheio de tantos sonhos, de ilusões,
Eu tenho o peito agora incendiado
No fogo vivo das recordações...
De ti me lembro. e quando, nestas plagas,
A luz desaba cristalina, em jorros,
Eu vejo ao longe, sem rumos, as vagas
E a solidão tristíssima dos morros.
Não te recordas, querida,
Da noite em que nos amamos,
Sob a frescura dos ramos
Da laranjeira florida?
Gemia a viola na aldeia,
A brisa um hino entoava
E a luz da lua inundava
A terra, de rosas cheia!
Lá na planície da serra,
junho alourava as espigas,
vinham de longe as. cantigas
das moças de minha terra,
quando te vi, linda flor,
e da nolte à doce calma,
derramaste na minha alma
o efluvio do teu calor!
Saudade! quanta saudade
da noite em que, ao céu sereno,
tu me abriste o seio, pleno
de aroma e de mocidade!
A' sombra da laranjeira,
por ti, visão da alegria,
do meu beijo a cotovia
cantou, pela vez primeira!
Tu esqueceste os ditosos
domingos embalsamados,
e os cantos apaixonados
dos jangadeiros saudosos
que, ao céu transparente e azul,
do estio nas tardes belas,
passavam, molhando as velas
abertas ao vento sul!
Tudo esqueceste, e mais nada
resta em tua alma enganosa,
dessa paixão desditosa,
dessa ilusão desfolhada,
que lembro todos os dias,
pensativo, a cada instante,
Ó lavandisca inconstante
das areias alvadias!
Talvez que esta alma não possa
acreditar, nunca mais,
nos teus beijos aromais,
nos teus sorrisos de moça!
Ai, meu doce malmequer,
que me deixaste em janeiro,
- como tudo é passageiro
no coração da mulher!
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