Segundo Durhan (s/d, p. 03):
Foi apenas no início do século
seguinte, em 1808, quando a Coroa portuguesa, ameaçada pela invasão napoleônica
da Metrópole, se transladou para o Brasil com toda a corte, que teve início a
história do ensino superior no país. Foram fundadas no mesmo ano da chegada do
rei português (então regente do trono), três escolas, a de Cirurgia e Anatomia
da Bahia (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia) e de
Anatomia e Cirurgia do Rio de Janeiro (hoje Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Academia de Guarda da Marinha,
também no Rio. Dois anos mais tarde, em 1810, foi fundada a Academia Real
Militar, que se transform ou em Escola Central, depois Escola Politécnica (hoje
Escola Nacional de Engenharia da UFRJ) (Schwartzman, 1991). Em 1927, foram
criadas duas Faculdades de Direito, uma em São Paulo e outra em Olinda.
Segundo o dicionário Priberan Didática é:
1. Arte de ensinar com método os princípios de uma ciência ou as regras e preceitos de uma arte.
2. Ciência que estuda os métodos e técnicas para ensinar.
De acordo com Pacievitch (s/d, s/p):
O termo didática
foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática
Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”.
Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino,
sendo a parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais
de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em
sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor,
aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.
Conforme Silva & Borba (s/d,
p. 06):
Até o final do século XIX, a
Didática encontrou seus fundamentos quase que exclusivamente na Filosfia. Isso
pode ser constatado não apenas nos trabalhos de Comenius, mas também nos de
Jean Jacques Roussseau (l712-l778), Johann Heinrich Pestalozzi (l746-l827),
Johann Friedrich Herbart (l777-1841) e de outros pedagogos desse período.
Os mesmos autores acrescentam que
(opus cit, p. 07):
Com efeito, a partir da segunda
década do século XX, a Didática passou a seguir os postulados da Escola Nova.
Como essa perspectiva afirmava a necessidade de partir dos interesses
espontâneos e naturais da criança, passou-se a valorizar os princípios de atividades,
liberdade e individualização. Abandonou-se a visão da criança como um adulto em
miniatura para centrar-se nela como um ser capaz de adaptar-se a cada uma das
fases de sua evolução.
A educação formal apresenta
características reprodutivistas favorecidas pela transição do sistema feudal e
conservador (de reduzida produtividade e conhecimentos técnicos) para o sistema
burguês (donde derivou o capitalismo atual baseado no desenvolvimento do
comércio e dos núcleos urbanos trabalho livre e assalariado).
Nessa transição, o sentimento de
individualidade foi acirrado no curso do desenvolvimento técnico e científico e
dos debates em torno da igualdade e da liberdade do sujeito rodeado por
discursos que organizaram novas necessidades e outros valores.
Para Almeida (s/d, p. 01), a “história
da didática surge das ações de Comênio (1592-1670), que tinha como objetivo
reformar a escola e o ensino” e atualmente já está bastante discutido que “o
fazer didático que deve ser aplicado, é o que possibilitará a reflexão em
relação a cada situação de aprendizagem, partindo da realidade em que professor
e aluno estão inseridos [...]” (opus cit,
p. 02).
Almeida (s/d) cobra dos
professores a consciência de seu papel para qualificar o processo de
ensino-aprendizagem através de um planejamento metodológico e de um diálogo
constante entre professor e aluno e recorda que “há um enorme abismo em relação
à didática aplicada no ensino básico para o ensino superior, dificultando o
desempenho de alunos que não tiveram ensino de qualidade [...]” (opus cit. p. 04).
Já Ferreira (2010, p. 87)
concorda que “formar o profissional torna-se uma especificidade da docência do
ensino superior” e que “sobretudo o acadêmico, é um sujeito inserido na vida
social, com acesso a diferentes linguagens e com apropriação de signos e modos
de pensar, próprios da vida escolar” (opus
cit. p. 89).
Para o professor que trabalha com
sujeitos adultos no ensino superior, Ferreira (opus cit. p. 91) informa ser necessário “um conhecimento pedagógico
geral, como, por exemplo, planejamento do conteúdo, organização do tempo, material,
espaço de aprendizagem e do grupo [...]”.
O excesso de burocracia e o
primado da técnica são desafios a serem questionados pelo professor no
exercício docente na educação superior, um sujeito que precisa estar disponível
embora haja uma disparidade a ser vencida, pois a taxa percentual do “docente
de tempo integral nas universidades públicas é de 35,14% e nas particulares
apenas 5,31%”, conforme Ferreira (2010, p. 95) que destaca como sendo um
problema a questão da banalização do docente de ensino superior na figura do
professor horista.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Hélio
M de. A didática no ensino superior:
práticas e desafios. Estação Científica - Juiz de Fora, nº 14, julho – dezembro
/ 2015. 08 páginas.
FERREIRA,
Valéria S. As especificidades da
docência no ensino superior. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 10, n.
29, p. 85-99, jan./abr. 2010. P. 85- 99. SSN 1518-3483
PACIEVITCH Thais. Didática. Disponível em http://www.infoescola.com/pedagogia/didatica/. Acesso em 24-06-2016, 14:40 hs.
DIDÁTICA,
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
https://www.priberam.pt/DLPO/didática [consultado em 24-06-2016].
DURHAN,
E. R. O ENSINO
SUPERIOR NO BRASIL: PÚBLICO E PRIVADO. Núcleo de Pesquisas sobre Ensino
Superior da Universidade de São Paulo.
SILVA,
Regina N. da & BORBA, Ernesto O. A
importância da didática no ensino superior. 29 páginas.
Ibicuitinga
Didática do Ensino Superior
Professor Benedito F. Alves (alfransbe@yahoo.com.br)
01. A didática envolve a avaliação.
Sobre avaliação, marque aquilo que se assemelha a uma avaliação tradicional:
( )
hierarquia
( ) aprendizagem significativa (
) Memorização
( ) formação
integral ( )
classificação ( ) interdisciplinar
( ) apto/não
apto ( ) interiorização de conceitos (
) pedagogia da certificação
( )
padronização
( ) motivação intrínseca ( ) domínio cognitivo
( ) produto
final ( ) motivação extrínseca ( ) questões fechadas
( )
quantificação ( )
nota ( ) processo de aprendizagem
( )
avaliação qualitativa ( ) inclusão social
02. Muitos pesquisadores
contribuíram para a organização didática da sala de aula. Com base em seus
conhecimentos, identifique os autores:
03. Leia o texto a
seguir e comente como a sua prática docente ocorre e/ou poderia ocorrer diante
das informações contidas no texto de Girardelli. Em seguida, troque seu texto
com um colega
GIRARDELLI,
Maria de Fátima Qual é a diferença entre
multidisciplinaridade, nterdisciplinaridade e transdisciplinaridade?
Manaus, AM
O mundo é uma totalidade. Mas, sendo tão grande e complexo, seu conhecimento é feito pelas partes. Foi essa
idéia de que a fragmentação facilita a compreensão do conhecimento científico
que orientou a elaboração dos currículos básicos em um certo número de
disciplinas consideradas indispensáveis à construção do saber escolar. Tal
simplificação, por outro lado, complicou a compreensão de fenômenos mais
complexos.
A solução
para o problema foi relacionar as várias disciplinas do currículo.
Segundo Piaget, as relações entre as disciplinas podem se dar em três níveis: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdiciplinaridade. Na multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Assim, ao analisar uma pintura renascentista, podemos usar dados vindos da História, da Química e da Educação Artística. A História conta, por exemplo, quando foi o período chamado Renascimento.
Segundo Piaget, as relações entre as disciplinas podem se dar em três níveis: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdiciplinaridade. Na multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Assim, ao analisar uma pintura renascentista, podemos usar dados vindos da História, da Química e da Educação Artística. A História conta, por exemplo, quando foi o período chamado Renascimento.
A Química
descreve a composição do material usado na pintura. A Educação Artística lida
com seus aspectos estéticos — as cores usadas, a disposição dos elementos na
tela e daí por diante. Neste caso, cada matéria contribuiu com informações
pertinentes ao seu campo de conhecimento, sem que houvesse uma real integração
entre elas. Essa forma de relacionamento entre as disciplinas é a menos eficaz
para a transferência de conhecimentos para os alunos.
Na
interdisciplinaridade, estabelecemos uma interação entre duas ou mais
disciplinas. No exemplo anterior, haveria interdisciplinaridade se, ao estudar
a pintura, relacionássemos o contexto histórico do Renascimento com os temas
usados pelos artistas de então e sobre as técnicas empregadas por eles. A
análise do material da pintura poderia ser ampliada para o desenvolvimento
tecnológico ao longo do tempo.
O ensino
baseado na interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem muito mais
estruturada e rica, pois os conceitos estão organizados em torno de unidades
mais globais, de estruturas conceituais e metodológicas compartilhadas por
várias disciplinas. Na transdisciplinaridade, a cooperação entre as várias
matérias é tanta, que não dá mais para separá-las: acaba surgindo uma nova
"macrodisciplina".
Um exemplo de
transdisciplinaridade são as grandes teorias explicativas do funcionamento das
sociedades. Esse é o estágio de cooperação entre as disciplinas mais difícil de
ser aplicado na escola, pois há sempre a possibilidade de uma disciplina
"imperialista" sobrepor-se às outras.
Disponível
em http://cafecomletrinhas.blogspot.com.br/2007/07/qual-diferena-entre-multidisciplinarida.html. Acesso em
24-06-2016, às 16:54 hs.
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Sua
resposta:
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O comentário de
seu colega:
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