Artigo
PSICOPEDAGOGIA: APARANDO ARESTAS PELA HISTÓRIA
VIDYA, v. 27, n. 1, p. 9-20, jan./jun., 2007 - Santa Maria, 2009. ISSN 0104-270X
http://sites.unifra.br/Portals/35/Artigos/2007/Vol_1/V-PSICOPEDAGOGIA%5BBAIXA%5D.pdf
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Vídeo
Prof. Dr. Luiz Antonio Correa - Neuropsicopedagogia - Conferência Senado Federal part 1
https://www.youtube.com/watch?v=3Jod7QasRQg
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Site
http://www.abpp.com.br/index.html
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“[…]
o ato cognitivo encontra uma realidade já elaborada nos conceitos do pensamento
pré-científico, mas, o que é primordial, o pensamento já vem apreciado e
regulamentado pelo procedimento ético, prático e cotidiano, social e político;
encontra-a religiosamente afirmada; e, finalmente, o ato cognitivo provém da
representação esteticamente ordenada do objeto, da visão do objeto” (p. 30).
“Não
há território interior no domínio cultural: ele está inteiramente situado sobre
fronteiras, fronteiras que passam por todo lugar, através de cada momento seu,
e a unidade sistemática da cultura se estende aos átomos da vida cultural, como
o sol se reflete em cada gota. Todo ato cultural vive por essência sobre
fronteiras: nisso está sua seriedade e importância; abstraído da fronteira, ele
perde terreno, torna-se vazio, pretencioso, degenera e morre” (p. 29).
“É
somente nessa sua sistematização concreta, ou seja, no relacionamento e na
orientação direta para unidade da cultura que o fenômeno deixa de ser um mero
fato, simplesmente existente, adquire significação, sentido, transforma-se como
que numa mônada que reflete tudo em si e que está refletida em tudo” (p. 29).
“[…]
o ato cognitivo encontra uma realidade já elaborada nos conceitos do pensamento
pré-científico, mas, o que é primordial, o pensamento já vem apreciado e
regulamentado pelo procedimento ético, prático e cotidiano, social e político;
encontra-a religiosamente afirmada; e, finalmente, o ato cognitivo provém da
representação esteticamente ordenada do objeto, da visão do objeto” (p. 30).
“A
realidade oposta à arte só pode ser a realidade do conhecimento e do comportamento
ético em todas as suas variantes: a realidade da vida cotidiana, realidade
econômica, social, política e sobretudo moral” (p. 30).
“Cumpre
assinalar que, noplanodo pensamento habitual, a realidade oposta à arte (em
tais casos, aliás, gosta-se de empregar a palavra ‘vida’) já é essencialmente
estetizada” (p. 30).
“Naturalmente,
o mundo do ato ético e o mundo da beleza transformam-se eles mesmos em objetos
do conhecimento, mas com isso não introduzem nele de maneira alguma seus
valores e suas leis próprias; para tornarem-se significantes do ponto de vista
cognoscível, eles devem submeter-se inteiramente à sua unidade e à sua lei” (p.
32).
“A
atividade estética não cria uma realidade inteiramente nova. Diferentemente do
conhecimento e do ato, que criam a natureza e a humanidade social, a arte
celebra, orna, evoca essa realidade preexistente do conhecimento e do ato – a
natureza e a humanidade social – enriquece-as e completa-as, e sobretudo ela cria a unidade concreta e
intuitiva desses dois mundo, coloca o homem na natureza, compreendida como seu
ambiente estético, humaniza a natureza e naturaliza o homem” (p. 33).
“Quase
todas as categorias do pensamento humano acerca do mundo ou do homem,
categorias boas, receptivas e enriquecedoras, otimistas (não religiosas, é
claro, mas puramente leigas) tem um caráter estético; estética também é a
eterna tendência desse pensamento em imaginar o que é dever e obrigação como já
dado e presente em algum lugar, tendência que criou o pensamento mitológico e,
em grau significativo, também metafísico” (p. 34).
“[…]
chamamos de conteúdo da obra de arte
(mais precisamente, do objeto estético) à realidade do conhecimento e do ato
estético, que entra com sua identificação e avaliação no objeto estético e é
submetida a uma unificação concreta, intuitiva, a uma individualização, a uma
concretização, a um isolamento e a um acabamento, ou seja, a uma formalização
multiforme com a ajuda de um material determinado” (p. 35).
“O conteúdo
representa o momento constitutivo indispensável do objeto estético, ao qual é
correlativa a forma estética que, fora dessa relação, em geral, não tem nenhum
significado”
(p. 35).
“Fora
da relação com o conteúdo, ou seja, com o mundo e os seus momentos, mundo como
objeto do conhecimento e do ato ético, a forma não pode ser esteticamente
significante, não pode realizar suas funções fundamentais” (p. 35).
“[…]
a composição axiológica da realidade vivida multilateralmente, é o evento da realidade” (p. 35).
“[…]
sem ter uma participação axiológica em certo grau, não se pode congemplar o
acontecimento enquanto acontecimento” (p. 36).
“[…]
para que a forma tenha um significado puramente estético, o conteúdo que a
envolve deve ter um sentido ético e cogitivo possível, a forma precisa do peso
extra-estético do conteúdo, sem o qual ela não pode realizar-se enquanto forma”
(p. 37).
“O
elemento ético-cognitivo do conteúdo […]” (p. 37).
BAKHTIN,
Mikhail. Questões de literatura e
estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini et al. 7 ed.
São Paulo. Hucitec. 2014. 439 p. {Linguagem e cultura, 18}.