DE
CERTEAU, Michel. A operação histórica. In
LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: Novos problemas. Trad. Theo Santiago. Francisco Alves Editora.
1995. P. 17-48.
“[…] enigmática relação que estabeleço
com a sociedade presente e com a morte, pela mediação de atividades técnicas”
(p. 17).
“[…] somente é válida a teoria que
articula uma prática, ou seja, a teoria que, por um lado, abre as práticas sobres
os espaços de uma sociedade e que, por outro, organiza os procedimentos
prórprios de uma disciplina” (p. 18).
I – Um lugar social
“Toda pesquisa historiográfica é
articulada a partir de um lugar de produção sócio-econômico, político e
cultural. Implica um meio de elaboração circunscrito por determinações próprias
[…]” (p. 18).
1- O não-dito
“[…] distinção weberiana entre o
cientista e o político […]” (p. 20).
“[…] Michel Foucault […] ainda supõe, em
seus primeiros livros, a autonomia do lugar teórico […]” (p. 20).
2-
A instituição histórica
“A instituição não apenas fornece uma
base social a uma “doutrina”, mas, sub-repticiamente, torna-a possível e a
determina” (p. 21).
“Uma mudança social é, desse modo,
comparável a uma modificação biológica do corpo humano […]” (p. 21).
É impossível, portanto, analisar o
discurso histórico independentemente da instituição em função da qual ele é
organizado em silência […]” (p. 22).
“[…] a ideologia atomista de uma
profissão “liberal”, mantém a ficção do sujeito autor e perimte acreditar que a
pesquisa individual constrói a história” (p. 23).
3-
Os historiadores na sociedade
“A ‘neutralidade’ remete à metamorfose
das convicções em ideologias, numa sociedade tecnocrática e produtivista
anônima que não sabe mais indicar suas escolhas nem confessar seus poderes
(para confessá-los ou denunciá-los)” (p. 26).
4-
O que permite e o que interdita: o lugar
“[…] a história se define inteiramente
por uma relação de linguagem com o corpo (social)
e, então, também por sua relação com os limites colocados pelo corpo, seja sob a
forma do lugar particular de onde se fala, seja sob a forma do objeto distinto
(passado, morte) do qual se fala” (p. 27).
“[…] a história permanece configurada
pelo sistema onde é elaborada a pesquisa” (p. 27).
II
– Uma prática
1-
A articulação natureza-cultura
“O historiador modifica o espaço […]”
(p. 30).
2-
o estabelecimento das fontes ou a redistribuição do espaço
“Em história, tudo começa com o gesto de
selecionar, de reunir, de, dessa
forma, transformar em ‘documentos’ determinados objetos distribuídos de outra
forma” (p. 30).
“Hoje em dia, o estabelecimento de
fontes requer igualmente, um gesto fundador, significado, como no passado, pela
combinação de um lugar, um ‘aparelho’ e técnicas” (p. 32).
“[…] a história tende a colocar em
evidência os “limites da significabilidade’ […]” (p. 33).
“O estabelecimento
de fontes […] é o princípio de uma redistribuição epistemológica dos momentos
da pesquisa científica” (p. 33).
3-
Fazer aparecer as diferenças: do modelo ao desvio
“[…] tornar pertinentes diferenças […]” (p. 34).
“A pesquisa dá a si objetos que tem a forma
de sua prática […]” (p. 36).
4-
O trabalho sobre os limites
1 – “[…] o fato é a diferença” (p. 37).
2 – “A compreensão da história
encontra-se ligada à capacidade de organizar as diferenças ou as ausências pertinentes e hierarquizáveis porque relativas a formalizações científicas
atuais” (p. 38).
“Daí seu paradoxo [do historiador]:
emprega as formalizações científicas por ele adotadas a fim de prová-las, com
os objetos não-científicos sobre os
quais pratica essa prova” (p. 38).
5-
Crítica e história
1- O trabalho consisite em produzir a partir do negativo, e que
seja significativo” (p. 39)
2- Na realidade, a particularidade tem
por competência movimentar-se sobre o fundo de uma formação explícita […]” (p.
40).
3- A operação histórica consiste em
retalhar o dado segundo uma lei presente que se distingue de seu ‘outro’
(passado), em tomar distância com relação a uma situação conhecida e, dessa
forma, em marcar por um discurso a mudança efetiva permitida por esse
distanciamento” (p. 40).
“[…] a história é sempre ambivalente […]”
(p. 41).
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