sexta-feira, 16 de junho de 2017

Para a sociedade se colocar em Marcha.

Parte da sociedade pratica uma miopia seletiva quanto ao que lhe comove os sentidos. Nossas igrejas estão preocupadas de uma maneira excepcional com a "melhor maneira de louvar o Senhor e dignificar sua casa de pedra à revelia do fortalecimento da casa espiritual de cada fiel e, especialmente, dos infiéis - gente empobrecida pela dinâmica excludente de um sistema de vida insensível.
De que adianta a polícia fazer investimentos para renov...ar armas e veículos se não há uma cultura de paz, fraternidade e caridade para curar as feridas de cada um dos que vivem o fantasma do medo? Igualmente, de que adianta uma Câmara de Vereadores fazer a aquisição de veículos novos se seus vereadores já possuem meios e recursos para se deslocarem e se existem outras urgências a serem tratadas primeiramente para que o exercício do legislador seja mais produtivo e próximo das necessidades do povo?
Não é pela força, mas pela união entre reflexão e prática coerentes que cada um pode realizar uma longa e contínua Marcha para o bem comum. Se um dia, não existirem as motorromarias, as marchas para Jesus ou qualquer outra atividade de multidões, mas os membros da sociedade assumirem a condição de sujeitos ativos e responsaveis por combater as mazelas que machucam e matam seus pares, haverá uma Marcha para a vida sem escalas nem discursos esvaziados.
Em tempo: Jesus não fez marchas. O Cristo de Deus era seguido por multidões que buscavam alimento para o corpo e para a alma. Portanto, toda reunião de multidões deve procurar ser uma marcha para a politização dialógica, responsável e responsiva para a efetivação de ações concretas, democráticas, objetivas e fraternas em prol do desenvolvimento de cada ator social que vive sua história na mundanidade ordinária desta realidade. FIAT LUX.

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