SUCESSO.
Lembre: evite o plágio. Valorize o trabalho alheio.
Condições
e as formas de educabilidade
Manipulação
do saber e possibilidade de cognoscibilidade.
Engajamento
político é condição de liberdade.
Espaço-tempo
de os sujeitos se posicionarem.
Ética,
dignidade e autonomia
Situações
e práticas que cristalizam uma forma de encarar a vida e o outro.
Inconclusão
do ser humano e movimento de procura (p. 14).
O
neoliberalismo se baseia em cinismo, fatalismo e recusa ao sonho e à utopia (p.
14).
“O
erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e
desconhecer que, mesmo do acero de seu ponto de vista é possível que a razão
ética nem sempre esteja com ele” (p. 14).
“Em
nível internacional começa a aparecer uma tendência em acertar os reflexos
cruciais da ‘nova ordem mundial’, como naturais e inevitáveis” (p. 15).
“[...]
perversão hipócrita da pureza em puritanismo” (p. 16).
Importância
de expor as razões de um posicionamento (p. 16).
“[...]
ética enquanto marca da natureza humana” (p. 18).
“[...]
mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou uma Presença no mundo, com
o mundo e com os outros. Presença que, reconhecendo a outra presença como um
“não-eu” se reconhece como ‘si própria’” (p. 18).
“[...]
somos seres condicionados mas não determinados” (p. 19).
“[...]
ideologia que nos nega e amesquinha como gente” (p. 20).
Opção
política por uma prática educativa e crítica (p. 21).
Na
prática se modificam saberes (p. 22).
A
reflexão crítica é necessária para que a teoria não seja esvaziada e para que a
prática não se torne ativismo (p. 22).
“[...]
ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (p. 22).
“A
leitura verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se dá e a
que me dou e de cuja compreensão fundamental me vou tornando também sujeito. Ao
ler não me acho no puro encalço da inteligência do texto como se fosse ela
produção apenas de seu autor ou de sua autora” (p. 27). A PRESENÇA DAS MUITAS
VOZES.
“[...]
pensar certo é não estarmos demasiadamente certos de nossas certezas” (p. 28).
“[...]
em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque
professor, como pesquisador” (p. 29).
“[...]
saberes socialmente construídos” (p. 30).
Atitude
crítica diante das características de um tempo altamente tecnologizado (p. 32).
“Mulheres
e homens, seres histórico-culturais, nos tornamos capazes de comparar, de
valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso nos
fizemos seres éticos” (p. 33).
“[...]
se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda [...] que assuma a
mudança operada. [...] todo pensa4 certo é radicalmente coerente” (p. 34).
“Pensar
certo é fazer certo” (p. 34).
“[...]
fatalismo neoliberal, com o puro treinamento do operário” (p. 34).
“Não
há pensar certo fora de uma prática testemunhal [...]” (p. 34).
Raiva
difere de raivosidade (p. 34).
“O
velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma
presença no tempo continua novo” (p. 35). O DAO E O NOVO QUE RENOVA.
O
pensar certo é humilde, se baseia numa prática testemunhal e rejeita a
discriminação (p. 36, 37).
“Não
há inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação e que não se
funde na dialogicidade. O pensar certo por isso é dialógico e não polêmico” (p.
38). BAKHTIN.
“É
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a
próxima prática” (p. 39).
“[...]
superação da ingenuidade pela rigorosidade” (p. 39).
Degeneração
de uma raiva justa em raivosidade e, por fim, em odiosidade (p. 40, 41).
Avaliação
que permite a assunção de novas opções através “de ruptura, decisão e novos
compromissos” (p. 40. 41).
“A
assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a ‘outredade’ do
‘não eu’, ou do tu, que me assumir a
radicalidade de meu eu” (p. 41).
BAKHTIN.
“[...]
seria tão errado confiar além dos limites quanto errado estava sendo não
confiar” (p. 43).
“[...]
importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas
salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios [...]. Há uma natureza
testemunhal nos espaços lamentavelmente relegados das escolas. [...] Há uma
pedagocidade indiscutível na materialidade do espaço” (p. 44, 45).
“[...]
promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica” (p. 45).
“[...]
ensinar não é transferi conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”
(p. 47).
“A
razão é ideológica e não gramatical” (p. 49).
“Sem
rigorosidade metódica não há pensamento certo” (p. 49). O MÉTODO NÃO É UM FIM
EM SI MESMO.
“[...]
a maneira radical como me experimento enquanto ser cultural, histórico,
inacabado e consciente do inacabamento” (p. 50).
“Quanto
mais cultural é o ser maior a sua infância, sua dependência de cuidados
especiais [...]” (p. 50).
“A
invenção da existência envolve,
repita-se, necessariamente, a linguagem, a cultura, a comunicação em níveis
mais profundos e complexos do que ocorria e ocorre no domínio da vida, a ‘espiritualização’ do mundo, a
possibilidade de embelezar como de enfear o mundo e tudo isso inscreveria
mulheres e homens como seres éticos” (p. 51).
“[...]
minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu
‘destino’ não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja
responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em
que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de
possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua
inexorabilidade” (p. 53).
“[...]
minha presença no mundo não é a de quem a ele se adpata mas a de quem nele se
insere” (p. 54).
“[...]
obstáculos não se eternizam” (p. 54).
“[...]
conscientização é exigência humana” (p. 54).
“[...]
a curiosidade é já conhecimento. Como a linguagem que anima a curiosidade e com
ela se anima, é também conhecimento e não só expressão dele” (p. 55).
“O
mundo da cultura que se alonga em mundo da história é um mundo de liberdade, de
opção, de decisão, mundo de possibilidade em que a decência pode ser negada, a
liberdade ofendida e recusada. Por isso mesmo a capacitação de mulheres e de
homens em torno de saberes instrumentais jamais pode prescindir de sua formação
ética” (p. 56).
“A
consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente
inscrevem o ser consciente de sua inconclusáo num permanente movimento de
busca” (p. 57).
“[...]
exercitaremos tanto mais e melhor a nossa capacidade de aprender e de ensinar
quanto mais sujeitos e não objetos do processo nos façamos” (p. 59).
“O
respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um
favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (p. 59).
“Qualquer
discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça
a força dos condicionamentos a enfrentar” (p. 60).
“Não
resolvemos bem, ainda, entre nós, a tensão que a contradição
autoridade-liberdade nos coloca e confundimos quase sempre autoridade com
autoritarismo, licença com licenciosidade” (p. 61).
“[...]
devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando [...]” (p.
62).
“Tenho
pena e, às vezes, medo, do cientista demasiado seguro da segurança, senhor da
verdade e que não suspeita sequer da historicidade do próprio saber” (p. 63).
“[...]
não é possível à escola, se, na verdade, engajada na formação de educandos
educadores, alhear-se das condições sociais, culturais, econômicas de seus
alunos, de suas famílias, de seus vizinhos” (p. 63).
ÉTICA
E BOM SENSO
Dignidade,
autonomia e identidade do educando (p. 62, 64, 65)
“[...]
diminuir a distância entre o discurso e a prática, é já uma dessas virtudes
indispensáveis – a da coerência” (p. 65).
“A
prática docente especificamente humana, é profundamente formadora, por isso,
ética. Se não se pode esperar de seus agentes que sejam santos ou anjos, pode-se e deve-se deles
exigir seriedade e retidão” (p. 65).
“O
professor tem o dever de dar suas aulas, de realizar sua tarefa docente. Para
isso, precisa de condições favoráveis, higiênicas, espaciais, estéticas, sem as
quais se move menos eficazmente no espaço pedagógico. Às vezes, as condições
são de tal maneira perversas que nem se move. O desrespeito a este espaço é uma
ofensa aos educandos, aos educadores e à prática pedagógica” (p. 66).
“A
minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, crítica e
organizada contra os ofensores. Aceito até abandoná-la, cansado, à procura de
melhores dias. O que não é possível é, ficando nela, aviltá-la com o desdém de
mim mesmo e dos educandos” (p. 67).
“A
questão que se coloca, obviamente, não é parar de lutar mas, reconhecendo-se
que a luta é uma categoria histórica, reinventar a forma também histórica de
lutar” (p. 68).
Inconclusão
e movimento de busca (p. 68).
“Aprender
para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz
sem abertura ao risco e à aventura do espírito” (p. 69)
“[...]
prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende,
outro que, aprendendo, ensina [...]” (p. 69).
“Se
trabalho com crianças, devo estar atento à difícil passagem ou caminhada da heteronomia para a autonomia, atento à responsabilidade de minha presença [...].
Ptrimordialmente, minha posição tem de ser a de respeito à pessoa que queira
mudar ou que recuse mudar” (p. 70).
Superar
limitações (p. 71).
A
“prática educativa [é] política, moral, gnosiológica [...]” (p. 72).
“a
esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela, não
haveria História, mas puro determinismo. Só há História onde há tempo
problematizado e não pré-dado. A inexorabilidade do futuro é a negação da
história” (p. 72).
“A
desproblematização do futuro, não importa em nome de quê, é uma violenta
ruptura com a natureza humana social e historicamente constituindo-se” (p. 73).
Sujeitos
cuja “humanidade vem sendo negada” (p. 74).
A
realidade “[e]stá sendo esta como poderia ser outra. E é para que seja outra
que precisamos, os progressistas, lutar. [...] opções de decisão, de liberdade
de ética.” (p. 75). LÓGICA DE MATRIX.
“[...]
na experiência histórica da qual participo, o amanhã não é algo pré-dado, mas
um desafio, um problema” (p. 75). O AMANHÃ VEIO DE ONTEM E RECOMEÇA HOJE.
“A
adaptação a situações negadoras da humanização só pode ser aceita como
consequência da experiência dominadora, ou como exercício de resistência, como
tática na luta política. Dou a impressão de que aceito hoje a condição de
silenciado para bem lutar, quando puder, contra a negação de mim mesmo” (p.
76).
“[...]
futuro como problema e não como inexorabilidade. É o saber da História como
possibilidade e não como determinação.
O mundo não é. O mundo está sendo” (p. 76).
MAIS
QUE SOBREVIVER, FAZER PREVALECER UMA VISÃO DIALÓGICA DE SUJEITO E DE REALIDADE
(p. 77).
“Não
posso estar no mundo de luvas nas mãos constatando
apenas. A acomodação em mim é apenas caminho para a inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na
realidade” (p. 77).
“É
preciso, porém, que tenhamos na resistência que nos preserva vivos, na compreensão do futuro como problema e na vocação para o ser mais como expressão da natureza humana
em processo de estar sendo, fundamentos para a nossa rebeldia e não para a nossa resignação
em face das ofensas que nos destroem o ser. Não é na resignação mas na rebeldia em face das injustiças que nos
afirmamos” (p. 78).
“A
mudança do mundo implica a dialetização entre a denúncia da situação
desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo, o nosso sonho” (p. 79).
“[...]
preservar situações concretas de miséria é uma imoralidade” (p. 79).
“[...]
a experiência da miséria é uma violência e não a expressão da preguiça popular
ou fruto da mestiçagem ou da vontade punitiva de Deus [...]” (p. 80).
“O
diálogo em que se vai desafiando o grupo popular a pensar sua história social
como a experiência igualmente social de seus membros, vai revelando a necessidade
de superar certos saberes que, desnudados, vão mostrando sua ‘incompetência’
para explicar os fatos” (p. 81).
Propor
difere de impor (p. 82).
“[...]
militante messianicamernte autoritário” (p. 82).
“[...]
faz parte do poder ideológico dominante a inculcação nos dominados da
responsabilidade por sua situação” (p. 83).
“Enquanto
[homens e mulheres se perceberem incompetentes] se sentirem assim, pensarem
assim e agirem assim, reforçam o poder do sistema. Se tornam coniventes da
ordem desumanizante” (p. 83).
A
alfabetização, por exemplo, numa área de miséria só ganha sentido na dimensão
humana se, com ela, se realiza uma espécie de psicanálise da
histórico-político-social de que se vá resultando a extrojeção da culpa
indevida” (p. 83).
“[...]
não obstante a relevância ética e política do esforço conscientizador que acabo
de sublinhar, não se pode parar nele, deixando-se relegado para um plano
secundário o ensino da escrita e da leitura da palavra” (p. 84).
“Minha
curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade do outro e expô-la aos
demais” (p. 85).
“A
dialogicidade não nega a validade de momentos explicativos, narrativos em que o
professor expõe ou fala do objeto” (p. 86).
“Quanto
mais a curiosidade espontânea se intensifica, mas, sobretudo, se ‘rigoriza’,
tanto mais epistemológica ela vai se tornando” (p. 87).
A
disciplina se origina do “equilíbrio entre autoridade e liberdade” (p. 88).
“Entre
nós, em função mesma do nosso passado autoritário, contestado, nem sempre com
segurança por uma modernidade ambígua, oscilamos entre formas autoritárias e
formas licenciosas” (p. 89).
A
interação entre a “autoridade docente democrática” e a “liberdade dos alunos”
(p. 90).
“A
segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se
funda na sua competência profissional. [...] a incompetência profissional
desqualifica a autoridade do professor” (p. 91, 92).
“O
clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas, em
que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente,
autentica o caráter formador do espaço pedagógico” (p. 92).
“A
autoridade coerentemente democrática está convicta de que a disciplina
verdadeira não existe na estagnação, no silêncio dos silenciados, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que instiga, na esperança que desperta” (p.
93).
“No
fundo, o essencial nas relações entre educador e educando, entre autoridade e
liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no
aprendizado de sua autonomia” (p. 94).
O
ato de posicionar-se indica “o direito do aluno de indagar, de duvidar, de
criticar [...]” (p. 95).
“O
respeito que devemos como professores aos educandos dificilmente se cumpre, se
não somos tratados com dignidade e decência pela administração privada ou
pública da educação” (p. 96).
“A
percepção que o aluno tem de mim não resulta exclusivamente de como atuo mas
também de como o aluno entende como atuo” (p. 97). BAKHTIN E COMPLEMENTARIDADE.
“[...]
o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente ‘lido’, interpretado,
‘escrito’ e ‘reescrito’. Neste sentido, quanto mais solidariedade exista entre
o educador e educandos no ‘trato’ deste espaço, tanto mais possibilidades de
aprendizagem democrática se abrem na escola” (p. 97).
“[...]
o espaço pedagógico, neutro por excelência, é aquele em que se treinam os alunos para práticas
apolíticas, como se a maneira humana de estar no mundo fosse ou pudesse ser uma
maneira neutra” (p. 98).
“Enquanto
presença não posso ser uma omissão
mas um sujeito de opções” (p. 98).
“[...]
a educação é uma forma de intervenção no mundo” (p. 99).
“Nem
somos, mulheres e homens, seres simplesmente determinados nem tampouco livres
de condicionamentos genéticos, culturais, sociais, históricos, de classe, de
gênero, que nos marcam e a que nos achamos referidos” (p. 99).
[...]
defesa dos interesses humanos. Interesses superiores aos de puros grupos ou de
classes de gente” (p. 100).
“[...]
a probabilidade de transgredir a ética, jamais poderia
aceitar a transgressão como um direito mas como uma possibilidade” (p. 100).
“[...]
nada justifica a minimização dos seres humanos [...]” (p. 101).
“A
ideologia fatalista do discurso e da política neoliberais” [que reduzem os]
interesses humanos em relação aos do mercado” (p. 101).
“O
operário precisa inventar, a partir do próprio trabalho, a sua cidadania que
não se constrói apenas com sua eficácia técnica mas também com sua luta
política em favor da recriação da sociedade injusta, a ceder seu lugar a outra
menos injusta e mais humana” (p. 102).
“Não
posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser
neutra, minha prática exige de mim uma definição” (p. 102).
“Tão
importante quanto o ensino de conteúdos é a minha coerência na classe. A
coerência entre o que digo, o que escrevo e o que faço” (p. 103).
Decisão,
espaço pedagógico, clima, atividade específica, direito dos estudantes, prática
docente (p. 104).
“A
liberdade sem limite é tão negada quanto a liberdade asfixiada ou castrada” (p.
105)
“O
grande problema que se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é
como trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja
assumida eticamente pela liberdade” (p. 105).
“É
decidindo que se aprende a decidir. [...] assunção das consequências do ato de
decidir. [...] decisão é um processo responsável” (p. 106).
“Ninguém
é sujeito da autonomia de ninguém. [...] ninguém amadurece de repente [...]. A
autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não
ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de
estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade,
vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade” (p. 107).
O
convívio entre o eu e tu, a autoridade e a liberdade (p. 108).
“[...]
a educação, especificidade humana, como um ato de intervenção no mundo” (p.
109).
“É
impossível, na verdade, a neutralidade da educação” (p. 110).
“A
raiz mais profunda da politicidade da educação se acha na educabilidade mesma
do ser humano, que se funda na sua natureza inacabada e da qual se tornou
consciente” (p. 110).
“Para
que a educação fosse neutra era preciso que não houvesse discordância nenhuma entre
as pessoas com relação aos modos de vida individual e social, com relação ao
estilo político a ser posto em prática, aos valores a serem encarnados” (p.
111).
“O
que devo pretender não é a neutralidade da educação mas o respeito, a toda
prova, aos educandos, aos educadores e às educadoras” (p. 111).
“‘Lavar
as mãos’ em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele”
(p. 112).
O
educador e a educadora críticos [...] podem demonstrar que é possível mudar”
(p. 112).
“Somente
quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele”
(p. 113).
Há
uma “‘burocratização da mente’ [...] de quem entende e vive a História como determinismo e não como possibilidade” (p. 114).
“A
globalização que reforça o mando das minorias poderosas e esmigalha e pulveriza
a presença impotente dos dependentes [...]” (p. 115).
“[...]
a chamada morte da História decreta o imobilismo que nega o ser humano” (p.
115).
“Os
sistemas de avaliação pedagógica de alunos e de professores vêm se assumindo
cada vez mais como discursos verticais, de cima para baixo, mas insistindo em
passar por democráticos” (p. 116).
“No
processo da fala e da escuta a disciplina do silêncio a ser assumido com rigor
e a seu tempo pelos sujeitos que falam e escutam é um ‘sine Qua” da comunicação
dialógica” (p. 116). BAKHTIN
Capacidade
de dizer exaurida pelo escutar insuficiente. Daí que silêncio difere de
silenciar (p. 117)
“Não
há inteligência da realidade sem a possibilidade de ser comunicada” (p. 118).
“[...]
busca permanente que o processo de conhecer implica” (p. 119).
Sujeito
cognoscente que comunica o inteligido (p. 119).
“É
preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade,
respeito aos outros [...] abertura à justiça, não é possível a prática
pedagógico-progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica” (p. 120).
“O
que a humildade não pode exigir de mim é a minha submissão à arrogância e ao
destempero de quem me desrespeita. O que a humildade exige de mim, quando não
posso reagir à altura da afronta, é enfrentá-la com dignidade” (p. 121).
“[...]
arquiteto de sua própria prática
cognoscitiva” (p. 124).
“É
que a ideologia tem que ver diretamente com a ocultação da verdade dos fatos,
com o uso da linguagem para penumbrar ou opacizar a realidade ao mesmo tempo em
que nos torna ‘míopes’” (p. 125). VISÃO EQUIVOCADA DE IDEOLOGIA.
Crítica
a uma postura reduzida a um treino técnico-científico” (p. 126).
A
globalização não é algo natural, mas um fato histórico (p. 127).
“[...]
negação de nós mesmos como seres humanos submetidos à ‘fereza’ da ética do
mercado” (p. 128).
“A
liberdade do comércio não pode estar acima da liberdade do ser humano” (p.
129).
“O
desemprego no mundo não é, como disse e tenho repetido, uma fatalidade. É antes
o resultado de uma globalização da economia e de avanços tecnológicos a que vem
faltando o dever ser de uma ética
realmente a serviço do ser humano e não do lucro e da gulodice irrefreada das
minorias que comandam o mundo” (p. 130).
“Se,
de um lado, não pode haver desenvolvimento sem lucro este não pode ser, por
outro, o objetivo do desenvolvimento, de que o fim último seria o gozo imoral
do investidor” (p. 131).
“Na
verdade, só ideologicamente posso matar as ideologias, mas é possível que não
perceba a natureza ideológica do discurso que fala de sua morte. No fundo, a
ideologia tem um poder de persuasão indiscutível. O discurso ideológico nos
ameaça de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepção dos fatos, das
coisas, dos acontecimentos” (p. 132). EQUÍVOCO
“E
quanto mais me dou à experiência de lidar sem medo, sem preconceito, com as
diferenças, tanto melhor me conheço e construo meu perfil” (p. 134).
“É
impossível viver a disponibilidade à realidade sem segurança mas é impossível
também criar a segurança fora do risco da disponibilidade” (p. 135).
“O
fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da
incompletude” (p. 136).
“[...]
as condições materiais em que e sob que vivem os sujeitos lhes condicionam a
compreensão do próprio mundo, sua capacidade de aprender, de responder aos desafios”
(p. 137).
“Debater
o que se diz e o que se mostra e como se mostra na televisão me parece algo
cada vez mais importante” (p. 139).
“A
postura crítica e desperta nos momentos necessários não pode faltar” (p. 140).
A
afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso
obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético de
meu dever ético de professor no exercício de minha autoridade. Não posso
condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem
querer que tenha por ele” (p. 141).
A
vocação é importante para o exercício do magistério (p. 142).
O
professor formador difere de “treinador,
de transferidor de saberes, de exercitador de destrezas” (p. 143).
Por
uma questão de ética profissional, professor não é terapeuta (p. 144).
“Não
nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a
ausência de simplicidade que não diminuindo em nada seu saber, os faria gente
melhor. Gente mais gente” (p. 146).
.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção
Leitura).
A educação é uma ferramenta primordial para intervir, mediar e mudar. Pois tem como função principal transformar pessoas e assim o mundo. Somos mediadores desse processo e devemos ter consciência desse papel nas nossas ações, tanto na sala de aula, dentro e fora da escola, em todos os âmbitos, incentivando uma intervenção democrática e participativa.
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ResponderExcluirConcordo com o autor que ensinar não é transmitir conhecimentos é criar condições para que o educando tenha uma participação com liberdade de expressão. Os desafios devem ser encarados com objetividade e bom senso, tendo como foco a socialização, a ética, de forma a envolver e oportunizar ao aluno ser protagonista de suas ações no processo ensino aprendizagem. O professor que ensina por vocação proporciona condições para que o educando se faça sujeito do seu aprendizado
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ResponderExcluirO modo como o professor se relaciona com os alunos em sala de aula ou o modo de como repassa o conteúdo influenciará em como os educandos se comportará na instituição escolar. Dessa forma se cria uma disciplina onde o aluno participa ativamente das atividades escolares, envolvendo-se nas tomadas de decisões e estabelecimentos de regras. Não devemos confundir autoridade com autoritarismo, ou seja, uma autoridade sem limite.
ResponderExcluirO ambiente escolar deve ser adequado para desenvolvimento das praticas pedagógicas do professor e aprimoramento do aluno, considerando que a maneira como ele conduz suas praticas influenciará o aluno, pois como é colocado pelo autor no exercício da pratica educativa existe um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, ou seja, estamos sempre no processo e aprendizagem
ResponderExcluirEnsinar é um dom,exige segurança,competência profissional,generosidade qualidade indispensável ao professor.O ambiente escolar deve estar propicio para essa interação do professor com o aluno.Paulo Freire nos leva a refletir sobre a arte de ensinar que é indispensável à prática educativa,contribuindo para a formação dos profissionais da educação
ResponderExcluirA educação pode o mundo e uma escola de qualidade se faz levando em consideração todo o contexto a qual ela está inserida, seja social, cultural e econômico. Uma escola se faz com o apoio e colaboração de todos que compõem a comunidade escolar:pais, alunos, professores e núcleo gestor. Uma escola se faz com profissionais conscientes da sua missão que é a de educar para a vida.
ResponderExcluirO conhecimento é fruto da curiosidade, haja vista que somos seres inacabados é necessário que exercitemos sempre nossa capacidade intelectual a fim de construir o conhecimento e compreensão de mundo consequentimente nos tornarmos educadores autênticos e competentes tornando o espaço educativo um ambiente acolhedor que possibilite ao educando uma formação de qualidade.
ResponderExcluirAtravés da educação, podemos transformar o mundo, buscando valorizar a importância do processo de ensino aprendizagem. O ensino deve ser encarado como uma forma de preparação para a vida toda. A aprendizagem deve ter a finalidade de capacitar o aluno a mobilizar suas aquisições escolares em qualquer ambiente para que se torne um ambiente pedagógico.
ResponderExcluirUma escola é autônoma quando possui a capacidade de construir um projeto pedagógico voltado ao benefício dos alunos e com a participação de todos os componentes do processo educativo, ou seja, a autonomia na educação é a busca da qualidade com equidade enquanto meta e o fortalecimento da escola enquanto meio.
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ResponderExcluirPara fazer uma escola funcionar bem e com qualidade, deve-se sair do comodismo e ter atitude, o sempre foi assim e assim será, é para quem quer se acomodar nas diversas situações conflitantes que surgem em uma escola e não tem a postura de determinação e ação para resolver as situações.
ResponderExcluirNa verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acero de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é como trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade.
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ResponderExcluirAnalisando a citação extraída do Livro Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire
ResponderExcluirNa prática se modificam saberes (p. 22).
Entendemos que no exercício de uma prática consciente modificamos, aperfeiçoamos e construímos saberes para consolidar a nossa formação profissional e pessoal.
Catarina de Castro