Escola
Egídia Cavalcante Chagas
Padaria
Espiritual
A
Padaria
Espiritual
foi um movimento
literário
que surgiu no centro de Fortaleza em 1892. Escritores, pintores,
músicos e apaixonados pela literatura, se reuniam nos cafés da
época e resolveram criar um clube. Os amantes das artes queriam
produzir algo que alimentasse a alma e usasse metáforas.
Os
encontros que aconteciam no centro de Fortaleza e reuniam os jovens
escritores criadores do clube. Entre eles, Antônio Sales, Lopes
Filho, Ulisses Bezerra, Temóstocles Machado e Tibúrcio de Freitas.
Os jovens intelectuais protestavam contra o que fosse considerado
tradicional, principalmente as influências estrangeiras sofridas,
sobretudo a francesa, forte na Belle
Époque de Fortaleza.
O
retrato da época poderia ser visto no produto final da Padaria: o
Pão,
jornal produzido pelos padeiros e que alcançou a marca de 36
edições.
O
movimento tinha regras próprias. Para fazer parte, os interessados
tinham que se encaixar nos "mandamentos" da Padaria, dentre
eles estão a criação de um "nome de guerra", uso de
terno com flor na lapela e a obrigação de fazer pilhéria (piada)
pelo menos uma vez ao dia, sob punição de pagar café para todos os
padeiros caso não fizesse ou a piada não tivesse graça.
O
clube
literário
que foi em confronto aos padrões e modelos tradicionais durou apena
seis anos em Fortaleza. Para os estudiosos do assunto, eram poucas as
chances da Padaria Espiritual durar mais tempo, devido às
dificuldades que os escritores tinham de fazer o jornal e publicar os
livros.
http://tvdiario.verdesmares.com.br/programas/memoria-do-nordeste/padaria-espiritual-uma-fornada-de-cultura-para-a-fortaleza-do-seculo-xix-1.1034875
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Entidade
cearense artístico-literária, fundado em 30 de maio de 1892 em
Fortaleza, a padaria espiritual foi idealizada por Antonio Sales e
outros jovens dedicados às letras e às artes. Movimentou o meio
intelectual da província, com atitudes ousadas, mesmo quando
escandalosas para a época. No início da década de 90 os membros
reuniam-se no café Java, de Mané Coco (O café Java era um dos 4
quiosques que havia na praça do Ferreira, e que seriam demolidos em
1920) e a 10 de março de 1892, esteve sediada a princípio na rua
Formosa, hoje Barão do Rio Branco. Como a entidade se denominava
Padaria Espiritual, os sócios tinham logicamente a denominação de
“padeiros”, as sessões chamavam-se “fornadas”, já que o
jornal que representava a comunicação dos sócios com o grande
público denominava-se “O pão”.
A
primeira fase da Padaria Espiritual foi mais de propositada boemia
com o fim preconcebido de chamar a atenção para a originalidade das
atitudes; já a segunda, de trabalho construtivo, mereceu então a
consagração da crítica nacional. A trilha da Padaria Espiritual se
constituiria em marco bastante significativo para a evolução da
cultura cearense. A Padaria Espiritual se extinguiu em 1898, deixando
36 exemplares d’O PÃO.
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Escola
Egídia Cavalcante Chagas
Autores
cearenses
José de Alencar - Em sua obra, há livros sobre diversas épocas e lugares. Mas a parte mais importante do trabalho de José de Alencar é a que marca o indianismo. [...]. Enquanto as obras românticas europeias enalteciam grandes amores trágicos e heróis medievais, por aqui, onde não houve Idade Média, o índio virou herói literário. Iracema é um exemplo. A história da “virgem dos lábios de mel” representava o encontro entre a natureza e a civilização (representada por Martim, um homem branco). De quebra, o livro faz as vezes de mito fundador, já que conta que Moacir, filho miscigenado de Martim e Iracema, é o “primeiro cearense”.
Adolfo Caminha - Seu romance mais conhecido é Bom-Crioulo (1895), que chocou a sociedade da época ao retratar uma relação homossexual e inter-racial. Mas Caminha também escreveu A normalista (1893), um dos melhores exemplos do naturalismo brasileiro. No romance, uma estudante da ultraconservadora Escola Normal de Fortaleza (que existiu de verdade) é seduzida pelo tio, engravida dele e realiza um aborto. Se hoje o tema ainda causa polêmica, imagine que estamos falando de século 19. Com uma tendência a falar sobre criminosos e pervertidos, o autor não era muito apreciado na época. Ele morreu aos 29 anos e só foi ter reconhecimento um tempo depois.
Domingos Olímpio - A virada do século 19 para o século 20 foi marcada por grandes secas no Nordeste, em que muita gente sofreu e morreu de calor e de fome no Brasil. A mais devastadora dessas secas foi entre 1877 e 1878, quando morreram mais de 400 mil pessoas e 70 mil deixaram o Nordeste rumo a outras regiões do Brasil. O alagoano Graciliano Ramos ambientou seu Vidas Secas (1938) nesse período. Mas, três décadas antes, Domingos Olímpio tinha lançado Luzia-Homem (1903), protagonizado por uma retirante cearense que faz serviço pesado na construção de uma prisão e se envolve em intrigas e amores trágicos.
Rachel de Queiroz - O quinze (1930) retrata a luta do povo nordestino contra a miséria. Mas a obra é revolucionária por outros motivos. Uma de suas personagens centrais é a professora Conceição, que desafia a família com pensamentos socialistas e feministas. Ela era sexualmente livre e não queria se casar. É mais incrível ainda pensar que Rachel de Queiroz tinha só 19 anos quando publicou O quinze. Não por acaso, ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, depois de lançar outros romances e crônicas ambientadas no Ceará.
Patativa
do Assaré - Bem
longe do circuito acadêmico e literário frequentado pelos
intelectuais, Patativa do Assaré começou cedo a fazer repentes,
poesias cantadas e escritas, no início do século 20. Sua obra era
oral e informal, ilustrada em cordéis e recitadas na rua e nas
rádios. Foi só em 1967 que os versos de Patativa, que contam
histórias de personagens populares e fantásticos e trazem elementos
da natureza, se transformaram em livro. Hoje em dia, a poesia popular
também é valorizada pelo meio acadêmico – Patativa do Assaré
até caiu no meu vestibular, lá em 2005.
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Egídia
Cavalcante Chagas
Personagens
famosos
Silva
Jatahy - Nascido no município de Aracati (CE), João Carlos da
Silva Jatahy (1842-1930) foi um dos nomes de destaque na campanha
pró-abolicionista no Ceará e também no Amazonas. Comerciante,
membro da Associação Comercial e da Sociedade Cearense Libertadora,
entidade que lutava pela causa abolicionista. Uma das lideranças no
episódio do fechamento do Porto de Fortaleza ao embarque e
desembarque de escravos, em janeiro de 1881, que teve à frente o
jangadeiro Francisco José do Nascimento, também conhecido como
Chico da Matilde, o Dragão do Mar. O Ceará tornava-se então o
primeiro estado a abolir a escravidão no Brasil. Silva Jatahy figura
na galeria dos libertadores históricos como um dos mais destemidos
legionários abolicionistas. Rua do bairro Meireles.
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Bárbara
de Alencar - A
líder revolucionária Bárbara Pereira de Alencar participou de
movimentos em prol da independência do Brasil contra a política
absolutista de Dom Pedro I, como a Revolução Pernambucana (1817).
Casou-se aos 22 anos e teve 4 filhos; entre os quais os também
revolucionários Tristão Gonçalves e José Martiniano de Alencar,
pai do escritor José de Alencar. Durante a Revolução Pernambucana
foi mantida presa em uma das celas da Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção, sendo considerada a primeira prisioneira política do
País. A rua que leva seu nome atravessa os bairros Centro e Aldeota.
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Rua
Ana Bilhar - A
professora cratense Ana Lopes de Alcântara Bilhar, fundou com sua
irmã o tradicional Colégio Nossa Sra. de Lourdes, com internato e
externato feminino. Instalado inicialmente em Baturité, em 1889, foi
reaberto mais tarde em Fortaleza, em 1896, primeiramente em um prédio
na rua 24 de Maio, e depois do atual Colégio Militar, em 1898, na
avenida Santos Dumont. As alunas de Ana eram apelidadas de
"periquitinhos verdes", por só trajarem fardas de cor
verde. A rua corta os bairros Varjota e Meireles.
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Antônio
Alfredo da Justa -
nasceu em Fortaleza, no dia 23 de outubro de 1881 e faleceu em
Fortaleza, no dia 07 de Agosto de 1941, vítima de angina. Foi
sepultado no Cemitério de São João Batista, também em Fortaleza.
Era filho de Alfredo Henrique da Justa e de Laura Téofilo da Justa,
irmã do farmacêutico Rodolfo Teófilo. Apesar de ter nascido no
Ceará, uma parte da sua infância foi vivida na Paraíba, local onde
iniciou seus estudos primários. Porém, a convite de Rodolfo
Téofilo, retornou ao Ceará para estudar no Liceu, onde iniciou e
concluiu seu curso secundário. Também por intermédio do tio, em
1889, iniciou a faculdade de Medicina na Bahia, porém concluiu o
curso no Rio de Janeiro, em 1906.
Foi
o primeiro diretor clínico do Leprosário de Canafístula (atual
Centro de Convivência Antônio Diogo), em Redenção (CE), graças a
todo o empenho dedicado aos doentes, foi chamado de “o pai dos
Lázaros do Ceará”. Escreveu dezenas de artigos em defesa dos
leprosos isolados na Colônia. Após seu falecimento, deixou todos os
seus bens para a Colônia de São Bento, depois Colônia Antônio
Justa (hoje Hospital de Dermatologia Sanitária Antônio Justa), em
Maracanaú.
Egídia
Cavalcante Chagas
Personagens
famosos
Juvenal
Galeno – (1836-1931)
Neto
de Albano da Costa dos Anjos e do português Manuel José Theóphilo,
Juvenal Galeno da Costa e Silva nasceu em Fortaleza, a 27 de setembro
de 1836, em uma residência na Rua Formosa, nº 66 (hoje Barão do
Rio Branco). Filho de José Antônio da Costa e Silva e Maria do
Carmo Teófilo e Silva, abastados agricultores cafeeiros na encosta
da Serra de Aratanha em Pacatuba. Primo pelo lado paterno de
Capistrano de Abreu e Clóvis Beviláqua e pelo lado materno de
Rodolfo Teófilo. Ainda pequeno se mudou com a família para o Sítio
Boa Vista, recanto aconchegante que lhe embalou os sonhos de criança.
O tempo foi passando e o menino Juvenal trazia a seiva da imensurável
ramificação cultural.
[...]
“PRELÚDIOS
POÉTICOS”
livro de estreia de Juvenal Galeno, editado em 1856, foi o primeiro
livro da literatura
cearense, tornando-se o marco inicial do Romantismo
no Ceará,
como afirmaram Mario Linhares, na sua “Historia da Literatura”,
Antônio Sales e outros.
[...]
Juvenal
Galeno faleceu de uremia em 7 de março de 1931, aos noventa e cinco
anos de idade, deixando uma volumosa produção literária e a Casa
que se tornara referência e ponto de encontro preferido de
intelectuais.
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General
Sampaio - Antônio de Sampaio nasceu em 24 de maio de 1810, na
cidade de Tamboril, estado do Ceará. Filho de Antônio Ferreira de
Sampaio e Antônia Xavier de Araújo, foi criado e educado pelos pais
no ambiente simples dos sertões.
Cedo
revelou interesse pela carreira militar, galgando postos por
merecimento graças a inúmeras demonstrações de bravura,
tenacidade e inteligência. Foi Praça em 1830; Alferes em 1839;
Tenente em 1839; Capitão em 1843; Major em 1852; Tenente-Coronel em
1855; Coronel em 1861 e Brigadeiro em 1865.
Sampaio
teve atuação destacada na maioria das campanhas de manutenção da
integridade territorial brasileira e das que revidaram as agressões
externas na fase do Império: Icó (CE), 1832; Cabanagem (PA), 1836;
Balaiada (MA), 1838; Guerra
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