terça-feira, 20 de junho de 2017

Escola Egídia Cavalcante Chagas - Morada Nova, Ce na defesa do meio ambiente


Velhos problemas do rio Banabuiú no trecho de Morada Nova

Na visita desta manhã de terça-feira (20-06-2017), os alunos da escola Egídia Cavalcante Chagas da CREDE 10 (Russas - Ce) puderam perceber os efeitos danosos do problema ambiental chamado assoreamento.  
O cenário atual é de desolação. Urbanização irregular, marcas de um antigo abetedouro municipal de animais, lama, arames e áreas privatizadas com paus e arames, pocilgas, poços profundos irregulares.
O leito do rio Banabuiú no trecho visitado não possuía uma quantidade desmesurada de acúmulo de lixo domiciliar ou de outros materiais. Mas havia muitas cercas. Praticamente não há um pedaço de chão livre da posse irregular da terra praticada por moradores (do mais pobre ao mais rico) que se aproveitaram da falta de planejamento público para a população empobrecida da periferia da cidade de Morada Nova.
Professor Batista, professor Adalberto e professor Benedito explicaram como a ação antrópica alterou muito rapidamente a topografia do leito do rio cujas águas preenchem apenas pequenos e poluídos buracos disputados por animais domésticos e por moradores que despejam seus esgotos, consomem a água e aproveitam um recurso público sem uma plena consciência de suas ações.
Atualmente, o volume do rio Banabuiú secou porque a barragem Arrojado Lisboa secou após seis anos de seca prolongada e ininterrupta.
A vegetação nativa e toda a cadeia alimentar às margens do rio Banabuiú estão em condição de lástima e indicam que o processo de degradação ambiental ainda pode piorar graças á extração de areia do leito do rio e criação de pocilgas que agravam o cheiro de sabão e degetos de esgoto que tornaram a caminhada mais extenuante sob um sol que ocasionou uma sensação térmica na casa dos 30 graus centígrados.
Professor Batista, Adalberto e Benedito explicaram que o rio que serviu historicamente de caminho natural durante as secas para o trânsito do colonizador e que fornecia peixe como alimento para a população em geral sofre diariamente. Uma consequência disso é que o peixe consumido em Morada Nova, basicamente, vem de criadores externos no que sobrou de água do açude Castanhão.
Os professores explicaram e os alunos concordaram que o poder público e a sociedade em geral precisam agir rápida e colaborativamente para discutir e implementar ações capazes de recuperar a flaura e a flora às margens do Banabuiú. Uma possibilidade passa pelo investimento em práticas econômicas baseadas no ecoturismo, no turismo de ecoaventura, no turismo ecofamiliar ou em outras modalidades que conciliem desenvolvimento e sustentabilidade para o homem e para os ecossistemas naturais, sociais e culturais a seu redor.
Uma questão urgente passa pelo problema sistemático dos esgotos domésticos que (in)indiretamente sujam e inviabilizam a calha doBanabuiú à medida que a ação individualista e indiscriminada de cada usuário do Banabuiú torna-se uma causa de morte.
A qualidade do meio aquático, terrestre e aéreo ao redor do Rio Banabuiú clama pelo estabelecimento de um comitế gestor e pela formação de uma sociedade politizada para que, por exemplo, a construção de poços profundos não agrave o problema do abastecimento de água potável. Se as dificuldades que afetam os cursos de água doce como o rio Banabuiú (já não mais perene) forem ampliadas para o lençol freático, aquíferos e demais fontes de água subterrânea, as consequências podem ficar excessivamente caras para serem corrigidas e pode não haver tempo suficiente para que as atuais e as pŕoximas gerações possam agir.

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