No
tocante à problemática da constante e oportuna revitalização dos
espaços da escola Egídia, a proposta se vê atrelada ao desejo e à
compreensão de que um ambiente organizado e limpo começa em nosso
local de trabalho e nos espaços em que homens e mulheres exercem
suas atividades sociais e culturais com o propósito de aproveitar o
mundo natural transformado e mediado pela ação ideológica (social
e cultural) de sujeitos conscientes de seu ser no processo histórico.
Na
medida em que, segundo Alves (1999), o espaço “é produto das
relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo
é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O
espaço é, então, a materialização das relações existentes
entre os homens na sociedade”.
Outrossim,
a escola Egídia é uma amostra de como a comunidade pode transformar
ao longo dos anos, a reflexão em ação. Quando os alunos começam a
ouvir e presenciar ações de combate às arboviroses (Dengue, Zika e
Chicungunha) que assolam endemicamente vastas áreas do Nordeste
brasileiro, ocorre uma “faísca” que acaba sendo respondida em
níveis e momentos diversos pela ação e pelos discursos de alunos e
comunidade em geral tanto quanto forem as oportunidades de discussão
para tanto.
Mais
do que reformar o aspecto estrutral e material, a escola Egídia C.
Cavalcante tem investido na ressiginificação dos discursos e das
práticas envolvidas no espaço de trânsito e de interação acerca
das questões ambientais e ecológicas, ornamentais e arquitetônicas.
Tal estratégia confirma a opção da comunidade escolar em
experienciar uma práxis de reordenamento das condições e dos
espaços em que os alunos e as alunas vivem.
Como
uma semente que precisa ser cuidada, o tratamento dos espaços e das
relações sociais, a valorização de uma cultura da reciclagem,
reutilização e da reinvenção do que já foi utilizado é uma
experiência cujos efeitos estão sendo projetados para o futuro e
para a sociedade em torno da escola. Especificamente, no caso de
Morada Nova, isso vai ajudar a combater o problema da desertificação
e empobrecimento da zona rural, da destruição dos recursos
aquíferos do município originado ao redor do rio Banabuiú e da
Lagoa da Salina e das questões que envolvem o descarte e destinação
adequados de todos os resíduos decorrentes da ação humana.
Referências
ALVES,
Glória da Anunciação. Cidade, Cotidiano e TV. In: CARLOS, A.
F.(org.) A geografia na sala de aula. In: DUARTE, M. de B. (et all)
Reflexões sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia.
Revista eletrônica: Caminhos de Geografia 17 (16) 190-196. UFU,
2005.
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