segunda-feira, 21 de abril de 2014

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Tradução de Flávio Paulo Meurer. Petrópolis,Rio de Janeiro. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1997. Warheit und Method..


A hermenêutica é “arte e não procedimento mecânico” (p. 297). Em sua versão mais antiga era a “doutrina da arte” do compreender (p. 14) “A disciplina clássica, que se ocupa da arte de compreender textos, é a hermenêutica” (262). No século XIX, a hermenêutica elevou-se acima desse seu objetivo pragmático original (p. 263). “A hermenêutica sempre se propôs como tarefa restabelecer o entendimento alterado ou inexistente” (p. 438).
“Assim, a primeira de todas as condições hermenêuticas é a pré-compreensão que surge do ter de se haver com a coisa em questão” (p. 441).
Uma consciência hermenêutica deve englobar a histórica (p. 447). A “condição hermenêutica suprema” é iniciar um processo de compreensão a partir do que provoca uma interpelação (p. 447).
A “aplicação é um momento do processo hermenêutico, tão essencial e integrante como a compreensão e a interpretação” (p. 460). “A hermenêutica moderna, como disciplina protestante, tem, enquanto arte a interpretação da Escritura, uma relação polêmica para com a tradição dogmática da igreja católica e sua doutrina da justificação pelas obras” (p. 493) Sob todas as formas, a hermenêutica atrela a compreensão ao sentido do texto e a uma aplicação (p. 493). “[...] a clara exigência hermenêutica: compreender o que diz um texto a partir da situação concreta na qual foi produzido” (p. 496). A questão da pergunta como um axioma para a hermenêutica (p. 545).
“A estreita relação que aparece entre perguntar e compreender é a única que dá à experiência hermenêutica sua verdadeira dimensão” (p. 551). “O problema hermenêutico não é, pois, um problema de correto domínio da língua, mas o correto acordo sobre um assunto, que ocorre no medium da linguagem” (p. 561).
“A experiência hermenêutica é o corretivo pelo qual a razão pensante se subtrai ao encanto do lingüístico, tendo ela mesma caráter lingüístico” (p. 586) e o “fundamento mais determinante [do fenômeno hermenêutico] é precisamente a finitude de nossa experiência histórica” (p. 663). “[...] ao fenômeno hermenêutico subjaz uma verdadeira primazia do ouvir, como Aristóteles já reconhece” (p. 670). “[...] o esforço hermenêutico tem como tarefa pôr a descoberto um todo de sentido na multilateralidade de suas relações” (p. 683).
A hermenêutica é “um aspecto universal de filosofia e não somente a base metodológica das ciências do espírito” (p.688).
“A constituição especulativa do ser que subjaz à hermenêutica tem a mesma amplitude universal que a razão e a linguagem” (p. 690).
 
Ciências da natureza e ciências do espírito em disputa.
 
Condições de nosso conhecimento e o modo de ser da presença.
 
“Toda re-produção é imediatamente interpretação, e quer ser correta enquanto tal. Nesse sentido, também ela é ‘compreensão’” (p. 19).
 
Questões, pressupostos e interesses que interferem em nossa leitura da vida, das pessoas e das relações.
 
Momento histórico-efeitual e consciência e experiência histórico-efeitual de todo compreender.
 
Linguisticidade “como a forma de realização do compreender” (p. 23).
 
Universalidade do aspecto lingüístico, da linguagem e a experiência do tu e da arte.
 
“O jogo não surge na consciência do jogador, e enquanto tal é mais do que um comportamento e enquanto tal é mais do que um comportamento subjetivo. A linguagem não surge na consciência daquele que fala, e enquanto tal é mais do que um comportamento subjetivo. É justamente isso que pode ser descrito como uma experiência do sujeito e não tem nada a ver com ‘mitologia’ ou ‘mistificação’”. (p. 25)
 
Dialética escpeculativa de Hegel.
 
“A universalidade ontológica da compreensão.
 
O fenômeno da compreensão, a doutrina do método e o conceito e a questão da verdade.
 
“[...] apenas um aprofundamento no fenômeno da compreensão pode trazer uma tal legitimição”.
 
Conceito de verdade das ciências.
 
[...] “legitimação do pensamento do direito natural” (p. 35).
 
Crítica da consciência estética, conscienciosidade da descrição fenomenológica e abrangência do horizonte histórico.
 
“A expressão ‘ciências do espírito’ se popularizou principalmente do tradutor da lógica de John St. Mill” (p. 39).
 
Regularidades e método indutivo.
 
“A experiência do mundo social-histórico não se eleva a uma ciência com o processo indutivo das ciências da natureza” (p. 40).
 
Indução lógica e indução instintiva-artística para o método científico.
 
“[...] o procedimento conclusivo das ciências do espírito é um concluir inconsciente” (p. 42).
 
Adaptação teorético-científica e cultura anímica (p. 44).
 
[...] procedimento empírico no lugar do empirismo preconceituoso e dogmático” (p. 43).
 
Dilthey e a “independência teorético-cognitiva das ciências do espírito” (p. 45).
 
Diferença entre natureza e liberdade está na base da teoria kantiana.
 
“O universo da liberdade humana não conhece, de fato, leis naturais desprovidas de exceções” (p. 46)
 
Mística da idade média.
 
“[...] a maneira humana de aperfeiçoar suas aptidões e faculdades” (p. 48).
 
O ato de liberdade do sujeito atuante, a questão da moral, da sensibilidade e do caráter: a imagem de Deus no homem (p. 49).
 
A questão do dever para consigo e para com o outro e a questão da capacidade auditiva (p. 49).
 
“O cultivo de uma aptidão é o desenvolvimento de algo já existente, de maneira que o exercício e a manutenção é um mero meio para um fim” (p. 50
 
A questão da perícia lingüística e da formação prática (p. 52).
 
“É da essência universal da formação humana tornar-se um ser espiritual, no sentido universal” (p. 51).
 
“A formação como elevação à universalidade é pois uma tarefa humana” (p. 51).
 
“[...] enquanto o homem está adquirindo um ‘poder’ (können), uma habilidade, ganha ele, através disso, uma consciência de senso próprio”. (p. 52).
 
Reconhecimento na diversidade e no mundo da linguagem.
 
“A formação teórica conduz, assim, além do que o homem sabe e vivencia imediatamente” (p. 53).
 
“Reconhecer no estranho o que é próprio, familiarizar-se com ele, eis o movimento fundamental do espírito, cujo ser é apenas o retorno a si mesmo a partir do ser diferente. [...] É por isso que cada indivíduo em particular já está sempre a caminho já está sempre a caminho da formação e já sempre a ponto de suspender sua naturalidade, tão logo o mundo em que esteja crescendo seja um mundo formado humanamente no que diz respeito à linguagem e ao costume” (p. 54)
Experiências da memória e formação plena.
 
“Reter, esquecer e voltar a lembrar pertencem à constituição histórica do homem [...]. A memória tem de ser formada [...] um traço essencial do ser limitado-histórico do homem” (p. 56).
Sensibilidade e capacidade sensível.
“[...] uma característica fundamental da formação, o manter-se aberto para o diferente, para outros pontos de vista mais universais” (p. 58).
 
O conceito moderno de ciência e de ciência moderna ante a ciência da escola e o conceito de formação humanística (p. 59).
 
O ideal metódico e a questão da verdade nas ciências do espírito e da natureza.
 
“[...] regras da razão aplicáveis a verdades históricas” (p. 60).
 
Pedagogia jesuítica (p. 61).
 
Tradição humanística procedente da antiguidade, ambigüidade do ideal retórico e veredicto anti-retórico da modernidade (p. 61).
 
Universalidade concreta da humanidade e de seus grupos.
 
Probabilidade e cartesianismo (p. 63).
 
Antiga tradição retórica
 
“[...] antigo antagonismo aristotélico do saber prático e do teórico [...] O saber prático, a phronesis, é uma outra forma de saber” (p. 64).
 
Conceito racional de saber e inteligência prática que afetam o motivo e as virtudes de caráter ético e o campo do conhecimento.
 
O modo, a atitude, o embasamento e a existência (do ser) moral paralelos às causas que subjazem aos eventos presentes, passados e futuros.
 
“A história, é realmente, uma fonte de verdade diferente do que a razão teorética” (p. 66).
 
Dificuldade de aplicação de um método.
 
A verdade, o método e o conceito das ciências do espírito e da ciência moderna (p. 67).
 
A doutrina do senso moral e a questão do humor (p. 69).
 
Afazeres do cotidiano e solidariedade para com o interlocutor (p. 69).
 
A influência dos sentidos e do bom senso quanto à realidade (p. 70)
 
Utopistas metafísicos e dogmáticos científicos (p. 70).
 
Maneiras de abranger a materialidade enunciativo-discursiva (p. 72).
 
A relação entre o sentido e a razão (p. 74), o individual e o total (p. 75).
 
Condições político-histórico-sociais e sentido moral-político que influencia a consciência, o gosto e o estético na formação do cidadão e a imobilidade das palavras (p. 71).
 
Caráter político, histórico e social do interesse e do julgamento moral-estético (p. 76).
 
Faculdade e exigência do espírito e do conhecimento sob uma concordância interna.
 
Juízo determinante e juízo reflexivo p. 78)
 
Solidariedade ético-civil em relação a uma individualidade e a uma subjetividade ético-moral durante o ato de consideração da tradição e da logização de conceitos (p. 79).
 
Leis da razão, da sensibilidade e dos sentimentos que permitem um caminho para tocar a índole humana (p. 80).
 
A questão da subsunção do individual ao universal e do julgamento.
 
“Por isso, o verdadeiro sentido comum, diz Kant, é o gosto” (p. 81).
 
Sentido lógico da palavra (p. 80) dentro da relação do individual com o universal.
 
Intenção transcendental, justificação apriorística, signo do absolutismo e formação ideal social.
 
A questão do gosto e do sensível.
 
“[...] a formação (cultura) procede não somente do espírito (ingenio) mas também do gosto (gusto)” (p. 83).
 
A reivindicação da validade e da legitimidade do gosto – em meio à realidade ética do homem (p.88) – e da consciência histórica (p. 91).
 
A universalização do aspecto social e constitutivo da realidade.
 
O gosto como ato de diferenciação no continuum do individual ao social, uma forma de conhecimento, um juízo e um aspecto da ordenação da vida ante o direito e o costume (p 87).
 
“O gosto, assim como o juízo, são julgamentos do individual com vistas a um todo [...]” (p. 87) e por isso, “todas as decisões éticas exigem gosto” (p. 89).
 
Realidade ética e “força da produtividade de cada caso particular” (p. 88) e de uma razão prática
 
A questão da subjetividade na relação entre o geral e o particular na elaboração de uma verdade (p. 89) que acontece em momentos estéticos e sentimentais (p. 90).
 
O império do “método das ciências da natureza” (p. 92).
 
Argumentação e demonstração lógico-racionais não são parâmetros de julgamento do gosto (p. 93).
 
Universalidade empírica, cognoscência, prazer, condições privadas e subjetividade que interferem no julgamento ético e na tradição moral-política e na percepção sensorial-empírica (p. 95).
“[...] nosso mundo dominado pelos fins” (p. 97)
 
Abstração consciente, produtividade e espaço de jogo (p. 98).
 
Condição justificável do ideal humano-ético (p. 101).
 
Corporeidade figura humana (p. 101).
 
Representação sistemática.
 
“[...] a expressão do ético como o aparecer da espiritualidade” (p. 102).
 
Prazer estético e ideal de beleza (p. 103) em sua relação com a liberdade (p. 109).
 
“[...] determinação inteligível da humanidade” (p. 104)
 
Intencionalidade da realidade (p. 105) e jogo das forças do ânimo (p. 107) e do conhecimento (p. 108).
 
“[...] espaço de jogo da liberdade lúdica de nossa capacidade de conhecimento” (p. 105).
 
“O juízo lança a ponte entre entendimento e razão” (p. 109).
 
“[...] sentimento da liberdade no jogo de nossa capacidade de conhecimento” em sua subjetividade (p. 107).
 
Reflexão transcendental-filosófica (p. 111).
 
Temperamento moral-pedagógico.
 
Sensibilidade de escolha (p. 112), relativismo do gosto, variações de ânimo e de simpatia (p. 113).
 
Condição restritiva do belo e a questão da estética como filosofia da arte (p. 114).
 
“Na arte o homem se encontra a si mesmo, o espírito ao espírito” (p. 116).
 
Conceito de gênio e de gosto (p. 116).
 
A crença em um idealismo especulativo, uma construção apriorística (p. 116), uma essência comum e em uma subjetividade transcendental (p. 117).
 
A transitoriedade do estar vivo e do vivenciar ante o fenômeno da imediaticidade que ronda a conexão produtiva e o rendimento mediado das interações carregadas de uma função conceitual (p. 119).
 
O objeto de uma vivência íntima no mundo da cultura e dos escritos nesta moderna sociedade industrial (p. 121).
 
Teoria do conhecimento envolvida na formação de conceitos e no processo lingüístico (p. 123).
 
Unidades de significado (p. 124) na filosofia da vida (p. 122) e na cosciência.
 
Conceitos e unidades de vivências (não) intensionais como unidades de sentido (p. 125).
 
“[...] o conceito da vivência forma o fundamento epistemológico para todo o conhecimento do que seja objetivo” (p. 125).
 
A unidade das vivências, do conteúdo e da significação (p. 126) em processos generalizantes e na totalidade da vida (p. 127) revelam a maneira de ser do ser vivo em suas vivências (p. 129).
 
A (forma de ser da) vivência está na vida e a vida, na vivência.
 
“Uma vivência estética contém sempre a experiência de um todo infinito” (p. 131)
 
“[...] a harmonia das duas capacidades do conhecimento, a sensibilidade e o entendimento” [na perspectiva de um] “padrão da vivencialidade” (p. 133).
 
Desvalorização da retórica no século XIX (p. 133) e o âmbito do religioso-sacramental no ocidente.
 
“A alegoria pertence originariamente à esfera do discurso, do logos, sendo pois uma figura retórica ou hermenêutica [...] O símbolo, ao contrário, não se encontra limitado à esfera do logos. Pois o símbolo não possui a relação com um outro significado, através de seu significado, já que o seu ser próprio e manifesto, tem “significado [...] o significado do symbolon repousa na sua presença e obtém, apenas através da presença do seu ser-exibido ou ser-manifesto, sua função representativa” (p. 134-135).
 
“A alegoria surge da necessidade teológica de eliminar o escândalo na tradição religiosa” (p. 135)
 
Conveniência enunciativa (p. 135)
 
“[...] transformação cristã do neoplatonismo (p. 135).
 
O suporte sensorial como fundamento do conhecimento e da interpretação (p. 136).
 
O símbolo “pressupõe uma correlação metafísica do visível com o invisível” (p. 136).
 
“Símbolo é a coincidência do sensível e do não-sensível; alegoria é uma referência significativa do sensível ao não-sensível” (p. 137).
 
A inesgotabilidade interpretativa do símbolo deriva de seu caráter de indeterminação. (p. 138)
 
Metáfora como uma maneira simbólica de trabalhar a linguagem ao longo da subordinação e da hierarquização de termos (p. 138).
 
Schlegel afirma: “Todo saber é simbólico” (p. 140).
 
Experiência estética, uso lingüístico e esquema hermenêutico (p. 140) que fazem existir idéias (p. 141).
 
No símbolo coexistem dualmente uma tensão entre o mundo das idéias e o do sentido que, por uma questão de inadequabilidade, “acena para além da evidência dos sentidos” (p. 142) e toca o binômio imagem e sentido (p. 143).
 
Vivencialidade e valor-guia (p. 145)
 
“É a completa concordância do fenômeno com a idéia que – de acorco com Schelling – é pensada no conceito de símbolo, enquanto a não-concordância é reservada à alegoria ou à consciência mítica” (p. 145).
 
“[...] também na consciência estética há um momento dogmático que firma sua validade” (p. 147).
 
Consciência estética, sentido específico e histórico e exigência moral (p. 147).
 
“Deve ser algo comum entre o instinto formal e o instinto material, ou seja, deve ser um instinto lúdico” (p. 147).
 
O instinto lúdico é a “meta da educação estética” (p. 148).
 
Considerar as fronteiras da realidade para além da “tutela moral do estado e da sociedade” (p. 149).
 
Liberdade ética e política.
 
“A liberdade da índole humana [...] só é liberdade num estado estético e não na realidade” (p. 149).
 
“Se a estética fosse aparência [...] sua validade poderia então – tal qual os horrores do sonho – somente exercer seu domínio enquanto não se duvidasse da realidade do fenômeno, já que iria perder sua verdade ao despertarmos” (p. 150).
 
As ciências da natureza levam ao descrédito as ciências que não seguem seu método (p. 151).
 
“Poder comportar-se esteticamente é um momento da consciência formada” (p. 151).
 
A relação entre o gosto e a “comunhão da vida social” (p. 151).
 
Unidade de um estilo de vida e consciência formada (p. 152).
 
A abstração e a diferenciação da consciência estética (p. 152).
 
Momentos suficientemente significantes (p. 153) em termos de história e de estética (p. 154).
 
Ponto de vista estético e conhecimento histórico (p. 153).
 
O tempo presente a dentro em sua auto-afirmação, relatividade e produtividade (p. 154-155).
 
Configuração da formação estética (p. 157), diferenciação, padrão (p. 157) e arte vivencial (p. 158).
 
“A vivência estética é indiferente se o seu objetivo é ou não real, se a cena é o palco ou a vida. A consciência estética possui uma soberania ilimitada sobre tudo” (p. 158)
 
Virtuosidade (p. 158) de uma situação significativa em uma relação específica (p. 161).
 
“Visto linguisticamente a ‘significância’ é uma formação secundária com relação ao significado, que desloca a relação a um determinado significado significativamente para algo incerto. O que é ‘significativo’ tem um significado (não manifestado ou) não reconhecido. A ‘significância própria’vai ainda além disso. O que é significativamente próprio, em vez de significativamente estranho, quer extirpar a relação àquilo, a partir donde deixaria determinar seu significado” (p. 158-159).
 
“Na verdade, vemos o que, sensorialmente, nos é dado perceber individualizadamente, sempre em relação a um universal” (p. 159).
 
“Nossa reflexão não é nunca um simples reflexo daquilo que foi proporcionado aos sentidos” (p. 159).
 
“Só quando entendemos um texto – portanto, quando, pelo menos, dominamos a linguagem de que se trata –, é que poderá ser uma obra de arte lingüística para nós” (p. 161).
 
O problema de abstrações dogmáticas, sacralizações, purismos e do primado do cognitivismo. (p. 161-162). 
 
“[...] crítica à doutrina da produtividade inconsciente do gênio” (p. 164).
 
“O que foi produzido alcança o seu fim, o que foi feito fica pronto, quando satisfazem à finalidade que lhe foi determinada” (p. 165).
 
“A genialidade da compreensão não oferece, na verdade, nenhuma informação melhor que a da genialidade da criação]’ (p. 166).
 
Relação sujeito-objeto (p. 166).
 
“[...] os limites da auto-evidência histórica da existência” [...] como pré-formação da vida consciente (p. 167).
 
Descontinuidade do ser, da experiência (p. 168) e das vivências (p. 173).
 
Reivindicação, transformação e transmissão da verdade em relação à eticidade da razão (p. 169).
 
Conceito de realidade gestado pelo conhecimento da ciência e pela experiência estético-artística (p. 170).
 
A consciência do presente e da subjetividade em relação a uma definição de verdade (p. 170).
 
“[...] todo encontro com a linguagem da arte é um encontro com um acontecimento não acabado, e, ela mesma, uma parte desse acontecimento” (p. 171). (itálico do original)
 
“[...] crítica de Heidegger ao subjetivismo da modernidade” (p. 172).
 
O ser do compreender e a verdade erigida no experimentado (p. 172).
 
“A compreensão pertence, antes, ao próprio encontro com a obra de arte, de maneira que apenas do ponto de vista do modo de ser da obra de arte é que pode aclarar essa pertença” (p. 173).
 
“[...] jogo não significa aqui o comportamento ou muito menos o estado de ânimo daquele que cria ou daquele que usufrui e, sobretudo, não significa a liberdade de uma subjetividade que atua no jogo, mas o próprio modo de ser da obra de arte” (p. 174).
 
“O jogar possui uma relação de ser própria para com o que é sério. Não apenas porque nisso se encontra sua ‘finalidade’. Joga-se ‘por uma questão de recreação’, como diz Aristóteles [...] o jogar preenche a finalidade que tem, quando aquele que joga entra no jogo” (p. 174-175).
 
A subjetividade e o conhecimento de quem experiência um jogo é alterada pela vivência pela vivência do ato (p. 175).
 
“[...] o jogo tem uma natureza própria, independente da consciência daqueles que jogam. O jogo encontra-se também lá, sim, propriamente lá onde nenhum ser-para-si da subjetividade limita o horizonte temático e onde não existem sujeitos que se comportam ludicamente” (p. 176).
 
Relação entre linguagem, abstração e pensamento (p. 176).
 
“[...] o vaivém de um movimento, o qual não está fixado em nenhum alvo, no qual termine. [movimento] tão central para a determinação da natureza do jogo que chega a ser indiferente quem ou o que executa esse movimento” (p. 177).
 
“O modo de ser do jogo não é pois da espécie que tenha de ter um sujeito que se porte nos moldes do jogo, de maneira que o jogo seja jogado” (p. 177).
 
Gênero da atividade e utilização do tempo disponível (p. 177)
 
“Para a linguagem, é óbvio que o sujeito genuíno do jogo não é a subjetividade daquilo que joga também sob outras atividades, mas o próprio jogo” (p. 178).
 
“[...] diferenciação na consciência lúdica [...]” (p. 178)
 
Crença e simulação no movimento do jogo (p. 178) e em sua esforçabilidade existencial (p. 179).
 
Representação, mediação e metaforização no jogo (179).
 
“Para que seja um jogo pode até não ser necessário que haja um outro jogando, mas é preciso que sempre haja ali um outro com o qual o jogador jogue e que, de si mesmo, responda com um contra-lance ao lance do jogador” (p. 180).
 
Usos inapropriados da palavra diante da arriscada liberdade dos sujeitos como uma possibilidade (p. 180).
 
“Só se pode jogar com sérias possibilidades. [...] O atrativo que o jogo reside exatamente nesse risco [...] (p. 181)
 
Todo jogar é um ser jogado. [...] É o jogo que mantém o jogador a caminho, que o enreda no jogo, e que o mantém em jogo” (p. 181).
 
A “diversidade do estado de ânimo ao se jogar diferentes jogos ou de sentir prazer em tais jogos é conseqüência e não causa da diversidade dos próprios jogos” (p. 181).
 
Regulamentação e espaço de atuação em transição e intermediação (p. 182).
 
A finalidade do jogo é a “regulamentação e a configuração do próprio movimento do jogo” e sua tarefa é o “colocar-se em jogo” (p. 183).
 
Corpo biológico e função vital (183).
 
“Todo representar, de acordo com a sua possibilidade, é um representar para alguém. [...] como tal é que produz a peculiaridade do caráter lúdico da arte” (p. 184).
 
A quarta dimensão é o olhar do observador (p. 184) e sua ação de mediação (p. 186).
 
“O jogador experimenta o jogo como uma realidade que o sobrepuja” (p. 185).
 
O culto e o profano (p. 185).
 
“[...] institucionalização social da vida” (p. 186).
 
Idealidade, autonomia e determinidade dos sentidos (p. 186)
 
“[...] o jogo humano forma sua real consumação em ser arte, de transformação em configuração” (p. 187), isto é, “aquilo que era antes, não é mais. Mas também que o que agora é, que se representa no jogo (espetáculo) da arte, é a verdade duradoura” (p. 188).
 
O sentido, a subjetividade e a aparência do jogo e dos jogadores aos olhos dos sujeitos (p. 189).
 
A realidade é um jogo em configuração (p. 190).
 
“O ser de todo jogo é sempre resgate, pura realização, energeia, que traz seu telos em si mesmo. O mundo da obra de arte, no qual um jogo vem à fala pleno, dessa maneira, na unidade de seu decurso, é, de fato, um mundo totalmente transformado” (p. 190).
 
A realidade de uma verdade e a verdade de uma realidade (p. 191).
 
“É imitando que a criança começa a brincar, fazendo o que se conhece e confirmando assim a si mesma” (p. 191).
 
“O sentido do conhecimento da mimesis é reconhecimento” (p. 191).
 
“A alegria do reconhecimento reside, antes, no fato de identificarmos mais do que somente o que é conhecido” (p. 191).
 
“Platão concebeu a idéia mítica da reminiscência com o caminho de sua dialética, que procura no logoi, isto é, na idealidade da linguagem a verdade do ser” (p. 192).
 
“A imitação e a representação não são apenas uma repetição figurativa, mas conhecimento da natureza” (p. 193).
 
“Tendo em vista o conhecimento do verdadeiro, o ser da representação é mais do que o ser da matéria representada [...]” (p. 193).
 
“A imitação e a representação não são apenas uma repetição figurativa, mas conhecimento da natureza” (p. 193).
 
“Aristóteles pôde denominar a poesia como mais filosófica do que a história” (p. 194).
 
“[...] o espectador passa a ser parte integrante do objeto, apesar de todo o distanciamento da contraposição” (p. 194)
 
A realidade das formas de vivências lúdicas e estéticas das vivências lúdicas do jogo (p. 195).
 
“[...] contingência das condições de acesso” (p. 195) do ato de entrar no todo significante da existência, no ser-aí (Da-sein) (p. 196) a partir da concretude subjetiva e diversa de um ponto de vista (p. 197).
 
“[...] modificação produtiva da tradição” (p. 198).
 
“O objeto estético não é constituído pela vivência da recepção estética, mas, em virtude de sua concretização e constituição, é a própria obra de arte que se experimenta em sua qualidade estética” (p. 198).
 
Identidade, vinculabilidade, continuidade, temporalidade e constituição dos sentidos (p. 199).
 
“A interpretação, num certo sentido, é um fazer segundo um anterior [...]” (p. 200).
 
“A a-temporalidade é, de início, nada mais do que uma determinação dialética, que se eleva sobre o fundamento da temporalidade e sobre o antagonismo com relação à temporalidade” (p. 201).
 
O “‘presente’ não é o momento efêmero, mas a plenitude do tempo [...]” (p. 202).
 
Desfiguração da representação (p. 203)
 
“Antes, toda repetição é tão originária quanto a própria obra” (p. 203).
 
“Um ente que somente é, enquanto que é sempre diferente, é um ente temporal, num sentido radical” (p. 205).
 
O ato de tomar parte (Dabeisein) (p. 206 e 217) e afetar o comportamento  a partir de uma perspectiva (p. 207).
 
Imagem arbitrária e inventada da realidade. (p. 207) influenciada pela posição de estar-fora-de-si e estar-em-si (p. 208) adotada pelos sujeitos.
 
“O espectador é um momento da essência do próprio espetáculo, que denominamos de estético” (p. 211).
 
A figura de sentido e a questão de tornar-se visível (p. 212).
 
“A desolação e o tremor são formas de êxtase, do estar-fora-de-si, que atestam o desterro daquilo que se desenrola diante de alguém” (p. 214).
 
O sentido de pertença (p. 213) e o estado de ser e de sentir (p. 214).
Consciência matizada diante das alterações do destino (p. 215).
 
“[...] a tragédia não ocorre onde a culpa e o pecado correspondam uma a outra como que numa mediação, onde surge uma conta ética de débito, sem nenhum resto” (p. 216).
 
O alcance da linguagem (p. 218).
 
Estados de ânimo de uma consciência alheada (p. 218, 219).
 
Diferenciação estética e abstração da consciência estética (p. 221).
 
Relação entre o quadro e a realidade (p. 223).
 
“A representação não pode, aqui, significar ato de copiar. [...] a representação ideal seria a imagem do espelho, pois ela tem realmente, um ser que desaparece; existe somente para quem olha para o espelho [...] somente torna visível a alguém o que ele espelha [...] A cópia anula-se a si mesma, no sentido de que funciona como um meio e que, como todos os meios, perde sua função quando alcançado seu fim. [...] Essa auto-anulação da cópia é um momento intencional no ser da própria cópia (p. 224, 225).
 
Experiência e diferenciação na imagem e na representação (p. 227).
 
“[...] quando o uno original não se torna menor por causa da profusão da multiplicidade que sai dele, isso, diz certamente que o ser se torna mais” (p. 228).
 
Representação como acontecimento na inteireza vivencial de uma ocasionalidade (p. 234).
 
“A palavra e a imagem não são meras ilustrações subseqüentes, mas, permitem que o que representam seja assim inteiramente o que é” (p. 232).
 
Ontologia do fenômeno sensorial e “relação indissolúvel com o seu mundo” (p. 233).
 
O “modelo é um esquema que tende a desaparecer” (p. 235).
 
Nível de fluidez e discutibilidade de uma fronteira.
 
Univocidade, ocasionalidade, diferenciação, oportunidade e subjetividade (p. 237, 238).
 
O palco das relações humanas como uma instituição política (p. 238) e um acontecimento (p. 240) pleno de individualidades na busca da valência universal do ser (p. 240).
 
Um conceito pressupõe seu reverso (p. 242)
 
Há uma luta entre o sagrado e o profano nas interações humanas (p. 243) e ressignificações de termos ao longo das ações humano-históricas (p. 243).
 
“[...] jogo com quadro, comunhão como representação [...]” (p. 244).
 
Sentido, significado, consciência e expressão (p. 244) em face do (não-)presente (p. 245).
 
“[...] função de referência através da abstração [...]” (p. 245).
“As lembranças perdem o seu valor, quando o passado, de que nos lembram, não tem mais nenhum significado” diante de um outro quadro e de uma nova valência (p. 246).
 
“[...] o símbolo deixa sobressair como presente, algo que, no fundo, está sempre presente. [...] O que vem a ser simbolizado estará, portanto, necessitando certamente da representação, na medida em que ele próprio é não-sensorial, infinito e não-representável, mas é capaz de sê-lo (p. 247). Os símbolos “assumem a suplência daquilo que é honrado, de tal modo, que ele se faz presente neles” (p. 248).
 
“O quadro, ao contrário, também re-presenta, mas através de si mesmo, através do mais em significado que está trazendo” (p. 248).
 
Convencionalidade institucional e funcional da linguagem (p. 249).
 
“[...] tarefa arquitetônica, proposta pelo contexto de finalidade e de vida a que a obra pertence [...]” (p. 251).
 
Contexto vital que se relaciona um círculo de sentido em sua atualidade e na vivacidade de seu efeito (p. 252, 253, 254).
 
“[...] objeto de uma vivência estética na presença do vivenciar” (p. 254)
 
A presença como um vir-a-ser/representar (p. 256).
 
“A leitura é um processo de pura interioridade. Nela parece consumada a liberação com respeito a toda ocasião e contingência, como se encontram na conferência pública ou na encenação” (p. 256).
 
A relação entre escrita e poesia (p. 257).
 
“O significativo e sua compreensão estão tão estreitamente vinculados ao lingüístico-corporal, que a compreensão sempre contém um falar interior” (p. 257).
 
Estratificação e realização lingüística (p. 257).
 
A presentificação e o inacabamento como características do processo linguageiro (p. 258) atrelados ao processo de constituição da verdade, validez, durabilidade e normatividade dos sentidos (p. 259).
 
O ser da linguagem (p. 260) e a reivindicação da verdade (p. 261).
 
“[...] a linguagem dos gestos e do tom de voz contém em si um momento de compreesibilidade imediata (p. 261).
 
“Quem sabe ler o que foi transmitido por escrito atesta e realiza a pura atualidade do passado” (p. 262).
 
A “compreensão deve ser entendida como parte da ocorrência de sentido (p. 263)
 
Compreensibilidade ético-estética, história e atemporalidade da realidade e da linguagem (p. 264-267).
Ocasionalidade e imaginação da relação pensamento-linguagem  como mediadora da realidade e de suas manifestações (p. 268-269).
 
Pressupostos dogmáticos
 
Conjuntura da realidade histórica (p. 278).
 
“[...] a experiência da alteridade e da possibilidade do mal-entendido são universais [...] a estranheza está ligada indissoluvelmente com a individualidade do tu” (p. 281).
 
“Compreensão é, de princípio, entendimento. [...] Acordo é sempre, portanto, acordo sobre algo. Já a linguagem mostra que o ‘sobre quê’ e o ‘em quê’ não são apenas um objeto qualquer do discurso [...] A compreensão só se converte numa tarefa especial no momento em que esta vida natural experimenta alguma distorção no co-visar do visado, que é um visar da coisa em causa comum. [...] O verdadeiro problema da compreensão aparece quando, no esforço de compreender um conteúdo, coloca-se a pergunta reflexiva de como o outro chegou à sua opinião. Pois é evidente que um questionamento como este anuncia uma forma de alteridade bem diferente, e significa, em último caso, a renúncia a um sentido comum” (p. 282).
 
Dificuldades de compreensão e compreensão imediata (p. 284).
 
Posicionamento frente à tradição bíblico-cristã (p. 285).
 
Para Chladenius interpretar significa acrescentar (p. 286) uma vez que a compreensão total a respeito do autor e de seu texto/discurso não é possível ao homem.
 
Linguisticidade do pensamento (p. 289) e da compreensibilidade (p. 291).
 
A compreensão deve vislumbrar a literalidade da palavra e a individualidade autoral (p. 290).
 
Ponto de vista e configuração das idéias (p. 292, 293).
 
“Todo discurso e todo texto estão referidos fundamentalmente à arte de compreender, à hermenêutica [...]” (p. 294).
 
Modo de comportamento da individualidade do sujeito.
 
A compreensão é um processo relativo (p. 297) que se relaciona com o esforço de individualidades em ação entendendo-se que a “individualidade é uma manifestação do viver total” (p. 295) cuja materialidade reside no fato de que o “sentido do peculiar é sempre somente resultante do contexto e, em última análise, do todo” (p. 296) que se realiza em movimentos circulares de ir e vir (p. 297).
 
“A reprodução sempre é essencialmente diferente da produção” (p. 299).
 
Para Schleiermarcher, “o ato da compreensão é a realização re-construtiva de uma produção. Tem que nos deixar conscientes de algumas coisas que ao produtor original podem ter ficado inconscientes” (p. 299).
 
A opinião como produto de uma reflexão interpretativa capaz de equipar autor e leitor (p. 300).
 
Regra filológica de trabalho e pretensões da crítica objetiva (p. 303).
 
A importância de considerar o sentido e a confusão para que haja compreensão (p. 304).
 
Padrão estandártico e tradição histórica dos fenômenos de linguagem (p. 305, 307).
 
A influência da Bílbia e dos clássicos ao longo da história (p. 306) para a intenção e a composição textual (p. 307).
 
O “eu e o tu são ‘momentos’ da mesma vida” (p. 309), são seres finitos em meio a uma história que não chegou ao fim (p. 310) que vai revelando o seu ser-assim (p. 310).
 
O homem e sua posição histórica como elementos da busca pela verdade (p. 312).
 
A riqueza produtiva das diversas manifestações individuais para o valor e o sentido da história (p. 313).
 
“[...] o que permanece, na mudança dos sentidos humanos, é [...] ser devir no passar” (p. 314).
 
Manifestação de efeitos em significados historicamente situados (p. 316).
 
“A força é evidentemente a categoria central da concepção histórica do mundo” (p. 317).
 
O fazer/não-fazer humano relacionado à questão da liberdade (p. 318).
 
A individualidade como força viva (p. 320) nas manifestações do humano que se chocam no jogo da unidade da história (p. 321) e do mundo da cultura ocidental (p. 322).
 
“[...] diferentemente da natureza, a história inclui o momento do tempo” (p. 323).
 
“[...] todos os fenômenos históricos são manifestações do todo da vida, participar deles é participar da vida” (p. 325).
 
A linguagem, como expressão do eu, não é solitária (p. 328).
 
A relação entre esferas de liberdade, necessidade, força e moral (p. 329) para a mediação da realidade histórica (p. 330).
 
O ato de torna-se visível e a questão do ser visto (p. 332) a partir de elementos de “compreensibilidade e familiaridade do mundo moral” (p. 333).
 
“Na medida em que Hegel mostrava a razão em tudo, inclusive na história, foi ele o último e mais universal representante da filosofia do logos” (p. 338).
 
O problema do conhecimento (p. 338), da filosofia dos valores e da “construção do mundo histórico nas ciências do espírito (p. 339).
 
A questão da experiência de vida na relação sujeito/objeto (p. 340) e das vivências para o conhecimento e a consciência (p. 341).
 
Unidades compreensíveis da vida para a compreensão de um todo significativo e de suas partes (p. 342) a partir de uma “experiência e conhecimentos históricos” (p 343) materializada como uma expressão intencional passível de ser compreendida em seus nexos (p. 344).
 
O caráter de um indivíduo, a imediatez de átomos de uma vivência reiterados na existência de estruturas e significados legitimados (p. 345).
 
“[...] a demonstração husserliana da idealidade do significado era o resultado de investigações puramente lógicas (p. 345).
 
A forma como a compreensão se apropria da realidade histórica (p. 347).
 
Conceitos adequados à realidade da vida (p. 349).
 
“A consciência histórica se estende ao universal, na medida em que entende todos os dados da história como manifestação da vida, da qual procedem [...] A própria filosofia só vale como expressão da vida. E, na medida em que ela é consciente disso, renuncia à sua antiga pretensão de ser conhecimento por conceitos” (p. 350, 351).
 
“[...] totalidades significativas que se destacam do devir” (p. 351).
 
“[...] velho princípio da hermenêutica e da exigência do pensamento histórico, segundo o qual tem-se de compreender cada época a partir de si própria e de não medi-la com o padrão de um presente estranho a ela” (p. 353).
 
“[...] as barreiras que são impostas à universalidade da compreensão, através da finitude histórica do nosso ser são, para Dilthey, de natureza puramente subjetiva” (p. 355).
 
Simpatia como condição de conhecimento (p. 355).
 
A relatividade e a conquista da liberdade (p. 356, 357).
 
A identidade e a compreensão enredadas nos nexos da história e na realidade da vida (p. 358).
 
 Toda expressão vivencial da vida opera um saber e um retorno a si mesma através da casualidade (p. 359).
 
Matiz próprio e estabilidade (p. 360).
 
“[...] casualidade subjetiva da observação [...] objetividade do conhecimento histórico (p. 360)
 
Idealidade, condicionalidade, imanência, verdade, objetividade (p. 361).
 
Filosofia e realidade da vida, saber válido e preconceitos filosóficos (p. 362)
 
“[...] imanência geral do saber do saber na vida” (p. 362).
 
A vida faz surgir reflexões.
 
Desempenho do pensamento, objetivações da vida e da sociedade, intelectualismo (p. 363).
 
A certeza científica sempre tem uma feição cartesiana. É o resultado de uma metodologia crítica, que procura somente deixar valer o que for indubitável. Portanto, essa certeza não procede da dúvida e de sua superação, mas já subtrai-se de antemão à possibilidade de sucumbir à dúvida” (p. 363).
 
“[...] tornar-se consciente e tornar consciente [...] transição continuada de um ao outro” (p. 363)
 
Concreção e pujança das realidades e experiências da vida moderna no processo do mundo histórico (p. 364).
 
A natureza como um aspecto da compreensibilidade num mundo histórico descritível (p. 365).
 
Encontro com um texto como um encontro com uma realidade significante historicamente situada (p. 366).
 
“[...] compreender a expressão e, na expressão, a vida” (p. 367).
 
As ciências do espírito como fruto da reflexão e do choque entre compreender e interagir na história.
 
“[...] indução metódica das ciências” (p. 369)
 
“[...] raiz metafísica da própria lógica (p. 369).
 
“ [...] o significado das palavras não pode continuar sendo confundido com o conteúdo psíquico real da consciência [...] Intenção de significado e cumprimento de significado fazem parte essencialmente da unidade do significado” generalizável (p. 371).
 
“Toda vivência implica os horizontes do anterior e do posterior e se funde, em última análise, com o continuum das vivências presentes no anterior e posterior na unidade da corrente vivencial” (p. 372).
 
As vivências são únicas e derivam em um horizonte multifacetado temporalmente marcado (p. 372).
 
“Um horizonte não é uma fronteira rígida, mas algo que se desloca com a pessoa e que convida a que se continue penetrando. Dessa maneira, a intencionalidade-horozonte, que constitui a unidade da corrente vivencial, corresponde uma intencionalidade-horizonte igualmente abrangente por parte dos objetos” (p. 373).
 
Sujeito conhecedor e “possibilidade de co-intenção” (p. 374)
 
Universo de mundos da vida como mundos da experiência, da relativização e do todo histórico em que vivemos (p. 375), um local da co-presença do outro, comum a muitos indivíduos (p. 376).
 
“O eu que reflete sabe que vive sob determinações de objetivos, para os quais o mundo da vida representa o fundamento” (p. 376).
 
Ingenuidade objetivista na relação objetividade e subjetividade (p. 377).
 
Indicações lingüísticas e conceito especulativo (p. 378).
 
Vida da consciência (p. 379).
 
“Husserl tem toda a razão quando destaca que o tu não possui essa espécie de transcedência imanente que é princípio dos objetos do mundo da experiência externa. Pois todo tu é um alter ego, isto é, compreendido a partir do ego e não obstante, é compreendido também como separado dele, e no modo do próprio ego, como autônomo” (p. 379-380).
 
A questão da empatia e da interioridade (Innesein) (p. 380).
 
Vitalidade e espontaneidade (p. 382)
 
Esforço reflexivo e comportamento vital (p. 382).
 
“A vida se determina pelo fato de que o ser vivo se diferencia a si mesmo do mundo em que vive e ao qual permanece unido, e se mantém nessa auto-diferenciação. A auto-conservação do ser vivo se nutre do que lhe é estranho. O fato fundamental de estar vivo é a assimilação. Por conseqüência, a diferenciação é ao mesmo tempo uma não diferenciação. O estranho é apropriado” (p. 383).
 
A questão do diferenciar-se e do dar-se conta (Innewerden).
 
O desejo, a satisfação do desejo, a projeção e a abstração (p. 384).
 
Facticidade, intencionalidade e generalidade (p. 386).
 
Fenomenologia e subjetividade do projeto de Ser e Tempo de Heidegger (p. 387).
 
“[...] polêmica grega em torno do ‘ser’” (p. 388).
 
“Heidegger empreende a interpretação do ser, verdade e história a partir da temporalidade absoluta. A estrutura da temporalidade aparece assim como a determinação ontológica da subjetividade” (p. 389)
 
“Compreender é o caráter ôntico original da própria vida humana” (p. 393).
 
A indagação do ser (p. 390), a questão da compreensão em relação a um saber prático (p. 393).
 
“[...] todo compreender acaba sendo um compreender-se” é um tomar posição (p. 394).
 
Pertença, simpatia, modo de ser e historicidade (p. 396).
 
Totalidade das estruturas de existência (p. 397).
 
A compreensão como relacionada à facticidade e à presença (p. 398, 399).
 
A estrutura e o processo da compreensão (p. 400).
 
“Em todo caso, cabe indagar pelas conseqüências que tem para a hermenêutica das ciências do espírito o fato de Heidegger derivar fundamentalmente a estrutura da compreensão a partir da temporalidade da pré-sença” (p. 400).
 
A relação entre o sentido e as expectativas do sujeito que o sujeito projeta (p. 402) na verificação da origem e da validez da opinião alheia (p. 403).
 
O ser e o fazer diversos na compreensão dos usos da linguagem e nos hábitos lingüísticos (p. 403)
 
A opinião compartilhada nos usos da linguagem e no ato de tomar conhecimento (p. 404).
 
Sobre a alteridade na linguagem, a “receptividade não pressupõe nem ‘neutralidade’ com relação à coisa nem tampouco auto-anulamento, mas inclui a apropriação das próprias opiniões prévias e preconceitos, apropriação que se destaca destes” (p. 405).
 
O problema e a situação hermenêuticos na questão do ser (p. 405).
 
A não-arbitrariedade no ato de tomar conhecimento (p. 404) e a problemática de não “ouvir” o outro e para incorporar o ponto de vista alheio (p. 405) por causa de preconceitos que ensurdecem e abafam a voz e a opinião alheia no ato da compreensão (p. 406).
 
“Em si mesmo, ‘o preconceito’ (Vorurteil) quer dizer um juízo (Urteil) que se forma antes da prova definitiva de todos os momentos segundo a coisa”. [...] Por isso, préjudice, em francês, tal como praejudicium, significa também simplesmente prejuízo, desvantagem, dano. Não obstante, essa negatividade é apenas secundária” (p. 407).
 
A utopia de um exame imparcial (p. 407).
 
Modos de certeza e precipitação (p. 408) em relação ao peso da autoridade de uma determinação e de uma interpretação dogmática (p. 409)
 
Credibilidade, aparência, razão, preconceito e verdade (p. 410).
 
A sociedade estatamental e cristã em sua relação com a natureza, a consciência e a compreensão (p. 411).
 
“[...] o esquema da superação do mythos pelo logos (p. 411).
 
Padrão de valor para a individualidade e sua coletividade (p. 412).
 
Inversão da reflexão, atitude mítica e atitude da ciência sobre as concepções de mundo (p. 413).
 
Investgação, conhecimento objetivo, continuidade de sentido e o caminho para a compreensão (p. 414).
 
Condicionamentos da existência humana e da consciência histórica que afetam a compreensão e são afetados por compreensões apriorísticas (p. 415).
 
Por isso os preconceitos de um indivíduo são, muito mais que seus juízos, a realidade histórica de seu ser” (p. 416).
 
“[...] um uso metódico e disciplinado da razão é suficiente para nos proteger de qualquer erro. Esta é a idéia cartesiana do método” (p. 416).
 
“A reforma proporciona, assim o florescimento da hermenêutica que deve ensinar a usar corretamente a razão na compreensão da tradição” (p. 417).
 
Razão, tradição, autoridade bíblica (p. 417).
 
Hermenêutica liberta de dogmatismos e de preconceitos não justificados (p. 418).
 
“Descartes excluiu as coisas da moral da pretensão de uma reconstrução completa de todas as verdades a partir da razão” (p. 419).
 
Autoridade é adquirida a partir do reconhecimento (p. 419) e não da obediência ou do autoritarismo (p. 420).
 
“[...] a tradição conserva algum direito e determina amplamente as nossas instituições e comportamentos (p. 421).
 
Ética antiga e filosofia moral (p. 423).
 
Conceito de tradição e de autoridade (p. 422).
 
“A tradição é essencialmente conservação e como tal sempre está atuante nas mudanças históricas (p. 422).
 
Crítica e transformação da tradição no / e do ser histórico (p. 423).
 
“[...] metodologismo epistemológico dominante” [...] (p. 423).
 
Efeitos que resultam em novos questionamentos (p. 424).
 
História e progresso da investigação e das circunstâncias do método natural-científico (p. 425).
 
“É verdade que o nosso interesse histórico se orienta para coisa, mas esta só pode adquirir vida através do aspecto sob o qual é mostrada. Admitimos que em tempos diversos ou a partri de pontos de vista diferentes a coisa se representa historicamente sob aspectos também diversos. [...] O que satisfaz nossa consciência histórica é sempre uma pluralidade de vozes nas quais ressoa o passado.” (p. 426).
 
O conhecimento da história não é completo (p. 427).
 
Estilização das ciências naturais (p. 427)
 
No metodologismo (p. 428), o acento e o vocabulário histórico, estilístico e filosófico (p. 429).
 
“O conceito do clássico designa hoje uma fase temporal, uma fase de um desenvolvimento histórico, não um valor supra-histórico” (p. 430), como “aquilo que se diferenciou destacando-se dos tempos mutáveis e dos gostos efêmeros [...]” (p. 431).
 
Simultaneidade: um presente intemporal (p. 432), um modo de ser histórico (p. 434).
 
“A história da cultura e da educação ocidental” (p. 432) em seu contato com o uso lingüístico do estilo e das formas genéricas (p. 433).
 
“Clássico, porém, como diz Hegel, é ‘o que significa a si mesmo e, por conseqüência, se interpreta a si mesmo’” (p. 434).
 
O compreender como “um retroceder que penetra em um acontecer” (p. 435)
 
A regra hermenêutica assegura que compreensão parte da relação entre o todo e a parte (p. 436)
 
O problema de considerar “que cada texto deve ser compreendido a partir de si mesmo” (p. 437).
 
A subjetividade dos interactantes na conversação (p. 437)
 
“ [...] o objetivo de todo acordo e de toda compreensão é o entendimento sobre a própria coisa” (p. 438).
 
Concreção histórica e circularidade da compreensão (p. 439).
 
“A antecipação do sentido, que guia a nossa compreensão de um texto, não é um ato da subjetividade, já que se determina a partir da comunhão que nos une com a tradição” (p. 439).
 
“[...] somente é compreensível o que apresenta uma unidade perfeita de sentido” (p. 440) e se choca com expectativas de sentido dos sujeitos (p. 440).
 
Compreensão significante: o que um texto transmite em relação com as expectativas prévias daqueles com os quais entra em contato (p. 441).
 
“[...] quem quer compreender está vinculado com a coisa em questão” e é afetado pelas condições em que ocorre a compreensão (p. 442).
 
O esforço do intérprete em compreender algo a mais que o produtor enunciou depende da distância, do tempo, dos preconceitos (p. 443).
 
A compreensão é um processo produtivo, pois “quando se logra compreender, compreende-se de um modo diferente” (p. 444) que vincula generalidade e estabelece conteúdos e significados (p. 445).
 
“Pois a distância de tempo em sua produtividade hermenêutica só pode ser pensada a partir da mudança de rump ontológico que Heidegger deu à compreensão como um ‘existencial’ e a partir da interpretação temporal que aplicou ao modo de ser da presença” (p. 445).
 
 
A efemeridade da atualidade dentro da consciência histórica e do “velho problema moral de se saber” (p. 446).
 
“A distância é a única que permite uma expressão completa do verdadeiro sentido que há numa coisa. Entretanto, o verdadeiro sentido contido num texto ou numa obra de arte não se esgota ao chegar a um determinado ponto final, pois é um processo infinito” (p. 446).
“A essência da pergunta é a de abrir e manter aberta possibilidades” (p. 448).
 
O objeto histórico é a relação (p. 448) posta a descoberto na investigação metateorética da própria investigação, na reflexão sobre a verdade situada entre o imediato e o histórico (p. 449).
 
Padrão de compreensibilidade, entrelaçamento efeitual-histórico, verdade acessível a uma compreensão finita (p. 450).
 
[...] pretensão hegeliana de um saber absoluto, em que a história chegaria à completa autotransparência e se elevaria até o patamar do conceito (p. 451).
 
Substancialidade da subjetividade (p. 451) e determinidade finita do pensamento (p. 452).
 
“[...] o fato de termos de nos colocar no lugar do outro para poder entendê-lo. [...] E tal como no diálogo, o outro se torna compreensível em suas opiniões, a partir do momento em que tornou reconhecida sua posição e seu horizonte [...] (p. 453).
 
A alteridade alheia como objeto de conhecimento (p. 454).
 
“Tal como cada indivíduo não é nunca indivíduo solitário, pois está sempre entendendo-se com os outros, da mesma maneira o horizonte fechado que cercaria uma cultura é uma abstração [...] O horizonte é, antes, algo no qual trilhamos nosso caminho e que conosco faz o caminho. Os horizontes se deslocam ao passo de quem se move” (p. 454-455).
 
O horizonte determina uma origem, uma tradição e uma possibilidade de deslocamento (p. 455).
 
“Se nos deslocamos, por exemplo, à situação de um outro homem, então vamos compreendê-lo, isto é, tornar-nos-emos conscientes de sua alteridade, e até de sua individualidade irredutível, precisamente por nos deslocarmos à sua situação” (p. 455,456)
 
“Ganhar um horizonte quer dizer sempre aprender a ver mais além [...] em seu sentido próprio e diferente” (p. 456).
 
“Destacar é sempre uma relação recíproca. [...] Todo destacar algo torna simultaneamente visível aquilo que se destaca” (p. 457).
 
“O horizonte do presente não se forma pois à margem do passado” (p. 457).
 
Compreender envolve aplicar (p. 458) e interpretar (p. 459), a situação do intérprete (p. 460).
 
“[...] o problema da linguagem passa de uma posição ocasional e marginal, para o centro da filosofia” (p. 459).
 
A compreensão deve acontece a “cada instante, isto é, em cada situação concreta de uma maneira nova e distinta” (p. 461).
 
Interpretação, cognição e normatização (p. 462), reprodução (p. 463), não exigência de congenialidade (p. 464). alienação de sentido (p. 465).
 
Aristóteles: razão e ética (p. 465).
A ação comportamental do homem o define (p. 466) diante da “mutabilidade e regularidade limitada das posturas humanas” em situações concretas (p. 466).
 
“Aristóteles enfatiza o fato de que, no terreno do problema ético não se pode falar de uma exatidão, de nível máximo, como a que fornece o matemático. [...] o problema de como deve ser possível [uma] ajuda já é um problema moral. Pois faz parte dos traços essenciais do fenômeno ético, que aquele que atua deve saber e decidir por si mesmo e não permitir que lhe arrebatem essa autonomia por nada” (p. 467).
 
“Aristóteles se mantém socrático na medida em que retém o conhecimento como momento essencial do ser ético [...]” (p. 467).
 
“Aquele que atua lida, antes, com coisas que nem sempre são como são, pois que podem também ser diferentes” (p. 468).
 
Uma decisão depende de consciência moral, ética e experiência (p. 470).
 
“É completamente evidente que o homem não dispõe de si mesmo como o artesão dispõe da matéria com a qual trabalha” (p. 470).
 
O saber técnico (p. 471).
 
“A tarefa da decisão ética é encontrar o que é adequado na situação concreta, isto é, ver concretamente o que nela é correto e lançar-se a ela” (p. 471).
 
“Uma tekne se aprende, e pode-se esquecer. Por outro lado, o saber ético não pode ser aprendido e nem esquecido. [...] Porém não possuímos o saber ético para nós mesmos de forma que a gente já o tenha e a seguir a gente o aplique à situação concreta” (p. 472).
 
A força determinante do uso (p. 472).
 
Diante da multiplicidade das esferas circunstanciais e concretas da vida, o saber e o poder influenciam o exercício da justiça (p. 473).
 
A lei e a realidade humana são deficientes (p. 474) pois são afetadas pelo jogo entre a conveniência e o espaço de mobilidade das ações humanas (p. 475).
 
Imagem a partir da vinculação entre moral e política (p. 476).
 
“O saber ético não poderá nunca revestir o caráter prévio, próprio dos saberes suscetíveis de aprendizagem. [...] Não existe uma determinação daquilo em que a vida no seu todo está orientada” (p. 477).
 
Idoneidade das coisas em suas relações (p. 477) com fins éticos (p. 478).
 
A resposta aos “estímulos da situação de cada momento” (p. 478).
 
“O contrário da visão do correto não é o erro nem o engano, mas a cegueira. Quem está dominado por suas paixões se depara de repente com o fato de que não é capaz de ver numa situação dada o que seria correto” (p. 479).
“[...] somente um conselho com intenção de amizade pode ter sentido para o aconselhado” (p. 480).
 
Julgamento reto e equitativo (p. 480).
 
Compreensão e interpretação do significado sistemático de um texto (p. 482).
 
Valor posicional (p. 484) e conteúdo normativo, ato legislador e circunstâncias (p. 485).
 
Expectativa de sentido, conteúdo fático (p. 486) e “perspectiva que se dá num quadro” (p. 488).
 
“[...] compreender e interpretar significam conhecer e reconhecer um sentindo vigente” (p. 487).
 
“A tarefa de compreender e interpretar só ocorre onde se põe algo de tal modo que, como tal, é vinculante e não abolível (p. 489).
 
Vontade do monarca (p. 489) e autoridade dogmática (p. 490).
 
“O anúncio não pode ser separado de sua realização” (p. 491), o que interfere nas condições de compreensão para além do aspecto formal (p. 491).
 
A questão da interpretação hermenêutica do Antigo Testamento através da vertente judaica ou da cristã reflete um “jogo de interesse das relações de domínio social” (p. 492).
 
A cientificidade preza a tradição e a desconsideração pela subjetividade (p. 494)
 
Literalidade difere de sentido (p. 495) real (p. 498).
 
Relação linguagem e pensamento (p. 497) para investigar o sentido que não se mostra imediatamente (p. 499).
 
“O velho pathos do humanismo consistia em que, na literatura clássica tudo estaria dito de maneira exemplar” (p. 500).
 
Compreensão como um encontro renovado (p. 501)
 
“[...] ideal metodológico das ciências da natureza” (p. 501).
 
“[...] testemunho é um meio para estabelecer fatos” (p. 502).
 
Compreensão histórica e o problema da aplicação (p. 502).
 
Unidade da tradição (p. 503).
 
“[...] aquele que lê um texto se encontra, também ele, dentro do sentido que percebe. [...] O leitor pode e até tem de reconhecer que as gerações vindouras compreenderão o que ele leu neste texto de uma forma diferente” (p. 503, 504).
“[...] o sentido da aplicação que já está de antemão em toda forma de compreensão. [...] A compreensão é uma forma de efeito, e se sabe a si mesma como tal efeito” (p. 505).
 
Imanência e reflexividade (p. 505)
 
“[...] a compreensão só alcança, em definitivo, sua perfeição, e a idéia da individualidade só encontra sua fundamentação, numa consciência infinita” (p. 506).
 
“A delimitação crítica da razão, por Kant, tinha restringido a aplicação das categorias aos objetos da experiência possível, declarando incognoscível, por princípio, a coisa em si, que subjaz aos fenômenos. A dialética do limite se caracteriza por ser somente enquanto se supera” (p. 507).
 
Refutabilidade não exclui verdade (p. 510).
 
A questão do perguntar no ato da reflexão (p. 511).
 
“[...] a experiência do outro e da alteridade da história” (p. 512) A experiência é uma base para um saber científico (p. 518). “[...] a experiência tem lugar como um acontecer de quem ninguém é dono” (p. 520) e a questão da reprodutibilidade (p. 513). “[...] idealização da linguagem que é sempre inerente a toda aquisição de experiência, e na qual opera a pertença do eu individual a uma comunidade lingüística” (p. 514).
 
Está patente “uma parcialidade inerente à idealização da experiência que subjaz às ciências” (p. 513), uma lógica que participa na formação de conceitos (p. 521) e se relacionam com as expectativas (p. 521) das alteridades. “[...] o em-si do objeto é em-si” para o experienciador que lhe inverte a compreensão (p. 523), que pode se reconhecer no outro e no saber (p. 524) experiencial e generalizável jamais concludente e sempre fonte para novas experiências (p. 525). “[...] a experiência que fazemos transforma todo o nosso saber. Em sentido estrito, não é possível ‘fazer’ duas vezes a mesma experiência. É verdade que faz parte da experiência o fato de que ela se confirme continuamente. [...] Somente um novo fato inesperado pode proporcionar a quem possui experiência uma nova experiência. [...] Aquele que experimenta se torna consciente de sua experência [...] ganhou um novo horizonte [...]” (p. 522).
 
Objetivação da experiência e busca da verdade (p. 513) na finitude do ser humano e de suas expectativas (p. 527). A questão do experimento para o processo de exclusão e de formação axiomática generalizável (p. 515) e a “[...] tendência do espírito humano a reter na memória unicamente o positivo [...]” (p. 516).
 
Convenções e experiências da linguagem que formatam a experiência da vida cotidiana (p. 517).
 
 “O domínio unitário do conjunto é aqui uma imagem do sentido da ciência” (p. 520).
 
A escolha de um objeto em um processo de generalização (p. 522).
 
Compreensão do eu, do tu, da experiência e da tradição (p. 528) da relação dialética eu-tu (p. 531).
 
“É uma pura ilusão ver no outro um instrumento completamente dominável e manejável” (p. 530).
 
“A consciência histórica tem notícia da alteridade do outro e do passado em sua alteridade, tal como a compreensão do tu tem notícia do mesmo como pessoal” (p. 531).
 
Juízos, preconceitos e liberdade do conhecer nos vínculos humanos, no ato de ouvir o outro (p. 532).
 
Suspeitabilidade, verossimilidade e habitualidade (p. 533) que podem ser identificáveis no ato de perguntar, em sua quesionabilidade (p. 535).
 
“Não se fazem experiências sem a atividade do perguntar” e o “sentido da pergunta é simultaneamente a única direção que a resposta pode adotar se quiser ser adequada, com sentido” (p. 534) “[...] para todo conhecimento e discurso, em que se queira conhecer o conteúdo das coisas, a pergunta toma a dianteira” (p. 535).
 
Na pergunta retórica não quem pergunte e não o que perguntar e isso torna tortuosa a pergunta (p. 536).
 
“Sentido do que é correto tem que corresponder à orientação traçada por uma pergunta” (p. 537).
 
“A decisão da pergunta é o caminho para o saber” (p. 537).
 
“[...] conexão interna de ciência e dialética, isto é, de resposta e pergunta” (p. 537)
 
“Opinião é o que reprime o perguntar” (p. 539).
 
“O saber é fundamentalmente dialético. Somente pode possuir algum saber aquele que tem perguntas [...]” (p. 538). “[...] das perguntas dizemos que nos ocorrem, que surgem ou que se colocam, mais do que, que nós as provocamos e as colocamos” (p. 539).
 
Pensar é perguntar. Sua conversação subseqüente é dialética (p. 540).
 
As possibilidades, a produtividade e a atualidade do ato de perguntar (p. 541).
 
“ [...] a língua realiza aquela comunicação de sentido cuja  elaboração artística face à tradição literária, é a tarefa da hermenêutica” (p. 542).
 
Compressão do espaço-tempo pelo desenvolvimento dos meios de comunicação (p. 543).
 
A compreensão está atrelada ao ato de perguntar (p. 544). “[...] na realidade somente se pode compreender um texto quando se compreendeu a pergunta para a qual ele é a resposta” (p. 545).
Subjetividade dos que estão e atuam na história (p. 547).
 
Compreensão de um processo a partir de sua reprodução e daquilo que está além do que o sujeito projeta (p. 548).
 
“Na finitude histórica de nossa experiência está o fato de que sejamos conscientes de que, depois de nós, outros compreenderão cada vez de maneira diferente” (p. 549).
 
Questionabilidade de uma opinião (p. 550) sempre em suspenso (p. 551).
 
O texto como uma resposta (p. 551).
 
“Quando alguém diz ‘aqui caberia uma pergunta’, isto já é uma verdadeira pergunta, disfarçada pela prudência ou cortesia.” (p. 551)
 
“[...] todo compreender é sempre algo mais que um simples reproduzir uma opinião alheia” (p. 552), pois é o momento em que o intérprete participa da constituição textual de sentidos (p. 565).
 
Ilusão de um ponto de vista superior, de um sentido unívoco (p. 553) e de uma lógica do problema já-dado como as estrelas no céu (p. 554).
 
Um infinito de respostas subjaz a uma pergunta (p. 555) por causa dos pontos de vista dos sujeitos envolvidos numa conversação em que um se coloca no lugar do outro (p. 563).
 
A obscuridade ou a compreensão tornam-se possíveis no desempenho da linguagem (p. 555)
 
O diálogo conversacional entre interlocutores pressupõe um acordo transformacional rumo ao comum (p. 556) que não pode ser conhecido por antecipação dentro do processo lingüístico (p. 559).
 
“[...] a verdadeira problemática da compreensão e a tentativa de dominá-la pela arte – o tema da hermenêutica – pertence tradicionalmente ao âmbito da gramática e da retórica” (p.559).
 
Linguagem é local de acordo e de entendimento (p. 560). A fala depende do acordo (p. 561).
 
Uma tradução é uma interpretação (p. 560) pela qual o tradutor deve se responsabilizar (p. 562) e que se acaba sendo carregada por um esforça a mais que lhe enriquece em relação ao original (p. 563).
 
“[...] o significado sistemático que possui a linguisticidade da conversação para todo compreender” (p. 566).
 
“[...] a linguagem é o médium universal em que se realiza a própria compreensão. A forma de realização da compreensão é a interpretação” (p. 566) do objeto pelo intérprete (p. 567).
 
A compreensão e a interpretação como um fenômeno de linguagem (p. 567).
 
“Na escrita se engendra a liberdade da linguagem com relação à sua realização. Sob a forma da escrita, todo o transmitido está simultaneamente aí para qualquer presente. Nela se dá uma coexistência de passado e presente única em seu gênero, pois a consciência presente tem a possibilidade de um acesso livre a tudo quanto se haja transmitido por escrito” (p. 568).
 
O escrito resgata o passado e favorece a interpretação (deutung) em vez da decifração já que o linguístico consegue mediar a compreensão (p. 569).
 
A existência (dasein), a vontade de sobrevivência e a participação naquilo que o texto comunica (p. 570).
 
Versão psicológica de Schleiermacher na hermenêutica (p. 571).
 
“O que se fixa por escrito se eleva de um certo modo, à vista de todos, a uma esfera de sentido na qual pode participar todo aquele que esteja em condições de ler” (p. 571).
 
Texto como participação e como local de entendimento (p. 571).
 
Mal-entendidos deliberados ou involutários, aparência (p. 572) e pensamentos confusos (p. 573).
 
O escrito é “uma espécie de fala alheada, que necessita da reconversão de seus signos à fala e ao sentido” (p. 572).
 
O tom, a cadência e as circunstâncias em que a fala é materializada (p. 573)
 
Falar e escrever não são um fim em si mesmas (p. 573).
 
Perceber a falsidade de um texto depende de costume de leitura (p. 574)
 
“A compreensão não é uma transposição psíquica” restrita ao horizonte do autor ou ao do destinatário ou presa a uma limitação a uma pretensão de verdade (p. 575), mas um ato que “implica sempre interpretar” autenticamente (p. 581) e correta e convincentemente para evitar mal-entendidos (p. 582).
 
“O conceito de leitor originário encontra-se envolto em uma idealização completa e opaca” de legitimação (p. 576).
 
A compreensão como um fenômeno lingüístico que ocorre de ocasião a ocasião (p. 576), que está vinculado à história e à alteridade (p. 577) e é afetado pelos conceitos de quem compreende (p. 578).
 
“A interpretação não é [...] um comportamento pedagógico, mas a realização da própria compreensão” (p. 579). “Compreender um texto significa sempre aplicá-lo a nós próprios [...] o mesmo texto que a cada vez, se nos apresenta de modo diferente” em sua linguisticidade (p. 579).
 
“A possibilidade de compreender depende da possibilidade dessa interpretação mediadora” em seu aspecto de apropriação (p. 580) e de acidentalidade (p. 582) enquanto um acontecer sobre-iluminado que não pertence exclusivamente a um e a outro (p. 583).
 
“Nossas possibilidades de conhecimento parecem muito mais individuais que as possibilidades de expressão que a linguagem põe à nossa disposição” (p. 584).
 
“A linguagem é a linguagem da própria razão” (p. 585).
 
“Quem vive numa linguagem está penetrado com a insuperável adequação das palavras que ele usa para as coisas a que se refere” (p. 585).
 
Compreensão como resultante de interpretação, sensibilidade e historicidade e não de tradução (p. 585).
 
Indissolubilidade entre linguagem e pensamento ao lado da opinião do intérprete (p. 587).
 
Aplicação, formação e generalização de conceitos (p. 587).
 
Formulação lingüística, linguisticidade e filosofia da linguagem (p. 587). “[...] tanto a ciência como a filosofia da linguagem trabalham com base na premissa de que seu único tema é a forma da linguagem” (p. 588). Daí os “problemas sistemáticos da filosofia da linguagem” no Crátilo de Platão (p. 592).
 
“[...] o conceito de linguagem, de que partem a moderna ciência e filosofia da linguagem [...]” (p. 587).
 
“O caminho iria desde a completa inconsciência lingüística, própria do classicismo grego, até a desvalorização instrumentalista da linguagem na idade moderna” (p. 588).
 
O compreensível dentro da linguisticidade (p. 589).
 
“É significativo que, em grego, a expressão que significa ‘palavra’, onoma, signifique ao mesmo tempo nome, e em particular nome próprio, isto é, apelativo” (p. 590).
 
Linguagem como pressuposto de um mundo, a questão da linguagem privada e o problema da convenção, exercício e coincidência da palavra para com as coisas. (p. 591).
 
O poder das palavras em seus usos e abusos e o acesso à verdade (p. 592).
 
A linguagem, o conhecer e a provisoriedade dialética (p. 593)
 
Dianóia: “o puro pensar as idéias” (p. 593).
 
Corretura que conduz a uma embriaguês (p. 595)
 
O reconhecimento de uma palavra por convenção ou hábito ou similitude (p. 595).
 
A questão da essência e do significado cognitivo das palavras (p. 596).
 
“[...] possibilidade de insertar a reflexão sobre a distância ontológica entre a imitação e seu modelo” (p. 597).
 
Sentido e significado diferem a palavra de um som como o de um sino (p. 597).
 
Confusão e desconhecimento nos usos de uma palavra (p. 597)
 
O concreto, o verdadeiro e a intenção nos usos de uma palavra (p. 598) realizadas na fala (p. 599).
 
“Portanto, o signo é algo que imponha um conteúdo próprio. [...] Um sinal, um distintivo, um aviso, uma indicação etc. somente têm espiritualidade na medida em que são tomados como signos, isto é, na medida em que se abstrai sua função de referencialidade. [...] o significado do signo só convém ao signo em sua relação com um sujeito receptor do signo [...]” (p. 600, 601).
 
 
O conceito de imagem substituído pelo de signo na reflexão sobre linguagem (p. 602).
 
“[...] lastro da variação contingente inscrito nas línguas históricas concretas [...]” (p. 603).
 
Interatividade e inesgotabilidade do processo linguageiro (p. 603)
 
“[...] o uso terminológico de uma palavra é um ato de violência contra a linguagem” (p. 603, 604).
 
Significado das palavras no espaço de jogo das falas (p. 603) e dos usos correntes na vida de uma palavra (p. 604).
A imperfeição humana solicita uma experiência que ative o “todo dos entes” (p. 605).
 
A linguagem não se restringe a um sistema de signos da mesma forma que as verdades não pré-existem idealmente ou artificialmente (p. 606) à subjetividade do agir humano na relação eu-outro.
 
“Antes, a idealidade do significado está na própria palavra; ela já é sempre significado” (p. 606, 607).
 
O ser da linguagem é um “ser-signo” (p. 608).
 
A idéia cristã da encarnação e a “alteridade da alma em relação ao corpo. [...] Ali, Deus não se torna homem, mas se mostra aos homens em forma humana, mantendo ao mesmo tempo, por inteiro e absolutamente, toda sua divindade supra-humana. [...] cuja interpretação teológica tem lugar na doutrina da trindade.” (p. 608, 609).
 
“Pois, diferentemente do logos grego, a palavra é um puro acontecer [...]” (p. 609)
 
“[...] o problema teológico da palavra, o verbum dei, que é unidade de Deus-Pai e Deus-Filho” (p. 609).
 
Valor paradigmático da palavra na voz (p. 610).
 
A manifestação da linguagem é a palavra materializada.
 
Hermenêutica bíblica e vivência de sua leitura (p. 613).
 
“[...] o caráter ontológico da palavra é também um acontecer” (p. 614).
 
“[...] finitude de nossa compreensão discursiva” (p. 614).
 
“[...] todo pensar é um dizer-se” (p. 614).
 
“[...] a infinitude do esforço dialético que ele exige do filósofo é a expressão da discursividade da nossa compreensão finita” (p. 614).
 
Discursividade do pensamento humano e a questão do novo no que já existe (p. 615).
 
“O processo e surgimento do pensar não é, pois, um processo de transformação (motus), não é uma transição da potência ao ato, mas um surgir ut actus ex actu [...] a palavra é simultânea com essa formação (formatio) do intelecto”. (p. 616).
 
Pensamento humano e momento processual (p. 616).
 
“[...] a palavra humana é processual antes de atualizar-se” (p. 617).
 
Investigação (inquisitio) e reflexão (cogitatio) (p. 617).
 
Imperfeição, multiplicidade, atualidade e infinitude da palavra humana. (p. 618)
 
“A palavra não expressa o espírito, mas a coisa a que se refere” (p. 619).
 
Unidade interna, conjuntura, liberdade a estrutura e o “voltar-se-para-si-mesmo” (p. 619).
 
“[...] a palavra é como a luz, na qual somente se faz visível a cor” (p. 620).
 
“O caráter do acontecer faz parte, antes, do próprio sentido” em sua relação com a noção de “um sentido lógico do enunciado, passível de ser abstraído” (p. 620).
 
“A moderna teologia protestante desenvolveu com particular intensidade o caráter escatológico da fé que repousa nessa relação dialética” (p. 621).
 
Acidentes, relações, conceituações, ordenações (p. 621) e intecionalidade (p. 622).
 
Em meio da penetração da teologia cristã pela idéia grega da lógica, germina de fato algo novo:” o caráter mediador do acontecer da linguagem (p. 622).
 
“[...] particularidade das circunstâncias” e a vida dos significados da linguagem (p. 623).
 
Generalidade, conceituação, metaforização e manifestação da linguagem (p. 623).
 
Pensamento, logos e nomeação (p. 624).
 
“[...] estrutura relacional das idéias [...]” (p. 625).
 
“A conhecida figura estilística da metáfora não é mais do que  a aplicação retórica desse princípio geral de formação, que é ao mesmo tempo lingüístico e lógico” (p. 625).
 
Conceito e linguagem (p. 626).
 
“[...] teoria instrumental dos signos” (p. 627).
 
A convenção como modo de ser da linguagem e não sua gênese (p. 627).
 
Desempenho lógico da linguagem e legitimação científica (p. 628).
 
Significados como espaços de ordenação (p. 629).
 
“[...] íntima unidade de falar e pensar” (p. 629).
 
A palavra é um processo no discurso (p. 630) e na temporalidade (p. 631).
 
“O desenvolvimento na multiplicidade discursiva não é somente dos conceitos, mas se estende até o lingüístico” (p. 632).
 
A língua conceitualiza\uma primeira relação entre as palavras e as coisas (p. 632).
 
Sistema classificatório de gênero (p. 633).
 
“[...] em nenhuma língua viva jamais se alcança um equilíbrio definitivo entre a tendência à generalidade conceitual e a tendência ao significado pragmático” (p. 633). [...] Essa contingência se produz na realidade em  virtude da margem de variação necessária e legítima, dentro da qual o espírito humano pode articular a ordenação essencial das coisas” (p. 633, 634).
 
Línguas são um desenvolvimento (p. 634)
 
Idéia de uma “linguagem de Adão, no sentido de uma doutrina do estado originário [...]” (p. 635).
 
Congruência difere de precisão (p. 635).
 
Imprecisão pode ser superada pela elevação ao infinito (p. 636).
 
Coincidência e prisma (p. 636).
 
Nexo entre individualidade e natureza comum (p. 637) contribui para a compreensão do “todo da constituição lingüística humana” e da riqueza das manifestações da linguagem (p. 638).
 
Individuação, determinidade, verdade, perfeição e a força geradora de idéias e palavras (p. 639).
 
Uma língua é uma acepção de mundo e é carregada de uma tradição (p. 640).
 
Relações e história da língua (p. 641).
 
“[...] a tradição lingüística é um material para a história da língua ou para a comparação lingüística” (p. 641).
 
“[...] aprender uma língua é ampliar o que podemos aprender” (p. 642).
 
“Humboldt reconheceu a essência da linguagem, como a realização viva do falar, a energeia lingüística, rompendo assim com o dogmatismo dos gramáticos. [...] a linguagem é humana desde o seu começo. Essa constatação não somente modifica o sentido da questão da origem da linguagem. Ela é a base de uma perspectiva antropológica de amplo alcance (p. 642).”
 
Constituição e representação linguageira do mundo e do “estar-no-mundo do homem”
 
“O mundo significante é o ‘milieu’ em que vivemos, e a influência deste sobre o nosso caráter e o nosso modo de vida é o que lhe dá a significação” (p. 644).
 
O comportamento humano não fica constrangido a um esquema ou as suas coerções (p. 644).
 
O mito da torre de Babel reflete a questão da pluralidade de línguas (p. 645).
 
Realização lingüística dos comportamentos (p. 645).
 
Conjuntura enunciável e linguagem a partir do enunciado na conversação e no entendimento (p. 647)
 
“As linguagens artificiais, p. ex., as linguagens secretas ou os simbolismos matemáticos, não têm em sua base uma comunidade, nem de linguagem nem de vida, já que são introduzidos e aplicados meramente como meios e instrumentos do entendimento. [...] É sabido que o consenso, pelo qual se introduz uma linguagem artificial, pertence necessariamente a uma outra linguagem” (p. 648).
 
“Fenomenologicamente falando, a ‘coisa em si’ não consiste mais que na continuidade, com a qual os matizes perspectivistas da percepção das coisas vão se alternado uns aos outros, como já mostrou Husserl” (p. 649).
 
Imaginação, barreiras, posicionamentos e “matização das acepções lingüísticas do mundo” (p. 650).
 
Linguisticidade de nossa experiência do mundo e de nossas relações (p. 651) “não inclui a objetivação do mundo” (p. 653).
 
Proposições, relatividade e contraditoriedade (p. 651).
 
A verdade da ciência não é o todo. Legitimação e visão de todo em relação ao mundo em que vivemos só são possíveis na linguagem (p. 652).
 
O ser do ente e a cambiância do ente (p. 653).
 
“[...] o que é em si é relativo a um determinado modo de querer e saber” (p. 654).
 
“[...] geração subjetiva do objeto [...] (p. 654)
 
O universo da vida, o da física (p. 654) e o da biologia (p. 655).
 
Capacidade de orientação em nexo com o espaço-tempo (p. 655).
 
Não um fora da experiência lingüística e isso rodeia a vinculação entre sujeitos e seus ambientes e a noção de distância e de objetividade (p. 657).
 
Juízo e preconceito (p. 658).
 
Condicionalidade provisória e vinculatividade da validez e possibilidade de alteração ante mudanças (p. 659).
 
Sedução da linguagem: “o ideal de uma linguagem de puros signos, capaz de superar por inteiro o poder da linguagem” (p. 660).
 
O dado como ente e como significante (p. 661).
 
As coisas e as tradições carregadas na linguagem, na compreensão e na interpretação (p. 662).
 
“A metafísica grega, que pensa o ser do ente, pensa esse ser como um ente que se cumpre ou realiza a si mesmo no pensar” (p. 662).
 
A linguagem, por seu acesso à totalidade dos entes, é a mediadora do homem consigo mesmo e com o espaço-tempo (p. 663).
 
“Cada palavra irrompe de um centro e tem relação com um todo, e só é palavra em virtude disso. Cada palavra faz ressoar o conjunto da língua a que pertence, e deixa aparecer o conjunto da acepção do mundo que lhe subjaz. Por isso, cada palavra, como acontecer de seu momento, faz que aí esteja também o não dito, ao qual se refere, respondendo e indicando. A ocasionalidade do falar humano não é uma imperfeição eventual de sua capacidade expressiva, mas, antes, expressão lógica da virtualidade viva do falar que, sem poder dizê-lo inteiramente, põe em jogo todo um conjunto de sentido. Todo falar humano é finito no sentido de que, nele, jaz uma infinitude de sentido a ser desenvolvida e interpretada. Por isso também o fenômeno hermenêutico deve ser esclarecido a partir dessa constituição fundamentalmente finita do ser, que desde o seu fundamento está construída linguisticamente” (p. 664).
 
“Na metafísica, pertença quer dizer a relação transcendental entre o ser e a verdade, que pensa o conhecimento como um momento do próprio ser, não primariamente como um comportamento do sujeito” (p. 665).
 
Primariedade da relação (p. 665).
 
Idoneidade e racionalidade da ação humana (p. 665).
 
O problema da inadaptação como algo natural (p. 666).
 
“Na ciência moderna, essa idéia metafísica da pertença do sujeito conhecedor ao objeto de conhecimento não encontra legitimação” (p. 666).
 
Origem grega da ciência moderna (p. 666).
 
“A partir da linguagem, o conceito da pertença já não se determina como a referenciação teleológica do espírito em relação à estrutura essencial do ente, tal como é pensada na metafísica” (p. 668).
 
Possibilidades de sentido no ato de perguntar (p. 669).
 
A linguagem como modo de ser da tradição (p. 671), como aquilo que se realiza no ato da fala (p. 672).
 
“Pensar, porém, quer dizer principalmente desenvolver uma coisa em sua própria conseqüência” (p. 672).
 
“[...] toda negatividade dialética contém uma e espécie de desenho objetivo prévio do que é verdade” (p. 673).
 
“[...] conceito hegeliano do método como autodesnvolvimento do pensamento puro na direção do todo sistemático da verdade” (p. 674).
 
“O movimento da interpretação não é dialético porque a parcialidade de cada enunciado pode ser complementada de outro ponto de vista” (p. 674).
 
“o especulativo é o contrário do dogmatismo da experiência cotidiana” (p. 675).
 
Conceito de sujeito, de medida e de acento (p. 676) perceptíveis no vir à fala (p. 682).
 
Especulativo e dialético (p. 678).
 
O finito das palavras rumo ao infinito num horizonte de sentidos focados (p. 679).
 
Ocasionalidade do saber e realidade da palavra (680).
 
“[...] o acontecer lingüístico da poesia expressa uma relação própria com o ser” (p. 681).
 
“[...] crítica hegeliana à positividade” (p. 681).
 
“[...] toda interpretação tem que começar em algum ponto e procurar superar a parcialidade que ela introduz com seu começo” (p. 682).
 
O entendimento transita entre o que o texto “diz” e o que é próprio ao sujeito (p. 683).
 
A compreensão está atrelada ao jogo entre pergunta e respota (p. 684)
 
“Todo começo é final e todo final é começo” (p. 684).
 
“[...] toda interpretação é especulativa em sua própria realização efetiva e acima de sua autoconsciência metodológica [...]”(p. 685).
 
Concreção da compreensão (p. 685) e sua realização (p. 686).
 
“[...] a linguagem é um centro em que se reúnem o eu e o mundo [...] o ser que pode ser compreendido é linguagem” (p. 686).
 
Estrutura especulativa da linguagem (p. 687).
 
“[...] a palavra ó é palavra em virtude do que vem nela à fala” (p. 688).
 
“[...] a relação humana com o mundo é lingüística e portanto compreensível em geral e por princípio [...]” (p. 688).
 
O modo de viver (p. 691).
 
Medida, simetria e beleza (p. 693).
 
Harmonia de tons (p. 687).
 
A beleza tem o modo de ser da luz (p. 697).
 
Pretensão de verdade e evidência do compreensível (p. 700)
 
“[...] o evidente não está demonstrando nem é absolutamente certo, mas se faz valer a si mesmo como algo preferencial, dentro do âmbito possível e do provável” (p. 701).
 
Orientações e valoramentos.
 
O acontecer e a compreensão, experiência, beleza e finitude (p. 702).
 
“Segundo a metafísica tradicional, o caráter de verdade do ente pertence à determinação transcendental e está estreitamente vinculado ao ser bom (de onde também aparece o ser belo) [...] o belo deve ser determinado  por referência ao conhecimento, e o bom por referência ao desejo” (p. 703, 704).
 
O problema do homem e de sua finitude para o conhecimento (p. 705).
 
Jogos de linguagem, individualidade, situação e contexto estão envolvidos na compreensão (p. 707), nos interpelam, interagem na constituição de sentidos (p. 708) e na legitimação de significados (p. 709).
 
“O que a ferramenta do ‘método’ não alcança tem de ser conseguido e pode realmente sê-lo através de uma disciplina do perguntar e do investigar, que garante a verdade” (p. 709).
 
 
 
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O que é:
Dialética fenomenológica
Propedêutica
A crítica de Platão à Sofística.
Jansenistas / jansenismo
Ideal prático da phronesis e ideal teórico da sophia.
Doutrina romano-estóica do sensus communis (p. 64).
Koinai ennoiai da Stoa (citada por Vico) e koine dynamis de que fala Aristóte461)les. (p. 65)
Retórica humanística (p. 67)
Estóicos / tonalidade histórica (p. 68)
Koynonoemosyne (palavra de Marco Aurélio) (p. 68)
Tradição conceitual aristotélico-escolástica do sensus communis (p. 69).
Ética kantiana (p. 69).
Cogito cartesiano do mundo da consciência (p. 69).
Conceito peripatético (p. 73).
Teoria hermenêutica dos wolffianos (p. 75).
“A ética da mesotes, que Aristóteles criou [...]” (p. 90).
Pragmática ética (p. 90).
O classicismo alemão (p. 121).
Panteísmo (p. 122).
Implicações conceituais do cartesianismo (p. 123).
Significação teleológica (p. 126).
Imagem e representação (p. 130)
Função gnóstica (p. 136)
Patrística (p. 144)
Simbolismo estético e simbolismo mítico (p. 145).
Antinomia entre aparência e realidade (p. 148).
Epígonos.
Agnóstico e mimesis (p. 194)
Estética da formatividade de L. Pareyson (p. 198).
Desconstrução de Derridá (p. 200).
Exposição ontológica do horizonte do tempo de Heidegger (p. 202).
Legitimação teológica (p. 203).
Pathos (p. 207) da experiência (p. 506).
Verdade ôntica (p. 207).
Teologia dialética (p. 209).
Parúsia (p. 211).
Miniatura otônica e signo pictorial (p. 222).
Metafísica de Leibniz e Mônada (p. 229).
Status ontológico da imagem (p. 230).
Parabase da comédia antiga (p. 239).
Representação e referência (p. 247).
Quadro cúltico (p. 249).
“[...] a representação, porém, é um acontecimento ôntico [...]” (p. 255).
Hermenêutica filológica, hermenêutica bíblica (p. 274) e hermenêutica protestante (p. 277).
Aufklärung (279, 310, 311).
Hermenêutica teológica da patrística (p. 280).
Literatura vétero-cristã (p. 280).
“[...] práxis mais laxista da hermenêutica [...]” (p. 289).
Grau de autoconsciência (p. 303).
Metafísica panteísta da individualidade (p. 308)
Teleologia histórica gnóstica (p. 311).
Avaliação gnóstico-neoplatônica e valor ôntico metafísico da história (p. 313).
Telos (314)
Conceito leibniziano de força ao mundo ao mundo histórico (p. 317).
Subjetividade monádica do indivíduo (p. 319).
Fundamentação hegeliana da unidade da história universal (p. 324).
Hegel pensou na auto-transparência do ser e Ranke, na autoconsciência (p. 326).
Identidade estético-panteísta de Schleiermacher e metafísica hegeliana (p. 335).
Idealismo especulativo, metafísica racional, conceitos apriorísticos e crítica da razão pura (p. 337).
Reflexão e problema epistemológico (p. 341).
Individualidade romântico-panteísta de origem leibniziana (p. 346).
Escritos teológicos da juventude de Hegel (p. 349).
Compreensão holifacetária e infinita (p. 354).
Hermenêutica de Schleiermacher (p. 367) e sua teoria da compreensão que culmina num ato adivinhatório (p. 439).
Investgação da intencionalidade da fenomenologia de Husserl (p. 369)
“[...] a subjetividade humana possui validez ôntica” (p. 372).
Verdades eidéticas das ciências (p. 374).
Subjetividade transcendental (p. 374).
Sentido transcendental da redução fenomenológica (p. 377).
Pensamento e tradição metafísicos (p. 380).
Topos teóricos (p. 381).
Abstração do neokantismo (p. 384).
Metafisização dialética da vida (p. 385).
Eidos e esfera eidética (p. 386).
“[...] diferença genérica entre o ôntico e o histórico” (p. 396).
“[...] validez apriórico-neutral (p. 397).
Telos imanente (p. 433).
Idéia platônica do bem (p. 465)
Teoria socrático-paltônica das virtudes (p. 466).
Fundamentação aristotélica da areté, no exercício e no ethos (p. 466).
“[...] saber ético da phronesi e o saber teórico da episteme [...] (p. 468).
Eidos do homem (p. 469).
Héxis ética e lógica deôntica (p. 478).
Deinós (p. 481)
Ato de subsunção (p. 490).
“[...] texto bíblico vetero-testamentário [...]” (p. 492).
Filosofia da razão absoluta e processo dialético da fenomenologia do espírito (p. 508).
Formas epigônicas do idealismo e esquerda hegeliana (p. 509).
Objeção sofística formulada por Platão (p. 510), sofisma e formalismo argumentativo (p. 511).
Escolástica humanística (p. 515).
“‘[...] teoria baconiana dos ‘preconceitos’” (p. 516).
Emperia, mneme, Sophia e tekne (p. 519).
“[...] interpretação teológica do conceito da indução [...]” (p. 529).
“[...] gênese da silogística aristotélica” (p. 538).
Excurso epistemológico (p. 540).
“[...] maiêutica do diálogo socrático” (p. 542).
Dialética hegeliana (p. 544).
“[...] hipostasiar o nexo no qual [um intérprete] reconhece um sentido [...]” (p. 546).
Demiurgo divino, mimesis e methexis (p. 594)
Teoria do physei (p. 596)
Exege e dogmática (p. 610).
Onoma e logos (p. 614).
Patrística e Timeu (p. 617).
Pensamento escolástico (p. 620).
“[...] diairesis conceituais de Platão” (p. 621).
“[...] teoria aristotélica da formação dos conceitos, a teoria da epagogé (p. 626).
Nomoi e epagogé (p. 627).
“[...] doutrina comum de Speusipo como a a dialética diairética de Platão” (p. 628).
Filosofia ática e lógica estóica (p. 628)
“[...] bilingüismo da oikumene helenística” e desiderato (p. 629).
“[...] metafísica da individualidade, desenvolvida pela primeira vez por Leibniz” (p. 638).
“[...] princípio eleático da correspondência de ser e noein [...]” e “logos do eidos” (p. 646)
Menón e Dialética eleática (p. 673).
Começo thético da interpretação (p. (admirável) 684)
“[...] espiritualismo idealista de uma metafísica da infinitude, ao modo de Hegel [...]” (p. 689).
Kalon, aischron (feio), bom (agathon), ansehnlich (p. 691).
O bom em si (epekeina), diotima (p. 692)
Metafísica do belo (p. 695) e da luz (p. 698).
Parúsia do eidos (p. 696).
Abertura (Aletheia) (p. 697).
Ressonância místico-pietista (p. 701).
Kant e o prazer estético (p. 705).
Consciência filológica (p. 706)
 
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GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Tradução de Flávio Paulo Meurer. Petrópolis,Rio de Janeiro. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1997. Warheit und Method..

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