Estudar História
– Das origens do homem à era digital à expansão da América Portuguesa -
Patrícia Ramos Braick
Editora Moderna
- 2011
Capítulo 3 – as
revoluções inglesas do século XVII.
As
duas vidas de Ouro Preto
Um nova Inglaterra
Século XV – dinastia Tudor numa Inglaterra medieval e feudal
em que o rei governava, convocava e dissolvia o parlamento.
Século XVII –
dinastia Stuart numa Inglaterra comandada pelo Parlamento dividido em uma Câmara de Lordes e uma Câmara de comuns.
A dinastia Tudor
Henrique VIII
(1509-1547) rompeu os laços da Igreja inglesa com o catolicismo romano e fundou
a igreja Anglicana.
O reinado de Elisabeth I (período de ouro ou era Elisabetana).
Elisabeth I foi
muito popular durante a primeira metade de seu reinado.
Continuou as
opções de governo de seu pai, Henrique VIII, mas não propôs soluções para
problemas que afetavam a coroa.
Manteve a
política de concessão de monopólios aos burgueses
Favoreceu o
crescimento do comércio marítimo.
Conseguiu uma
vitória naval importante contra a invencível Armada, esquadra espanhola organizada pelo rei espanhol Filipe II.
Durante o
governo elisabetano, o Parlamento detinha controle sobre impostos, o que
deixava a Coroa sob sua dependência. A igreja anglicana ainda não tinha
identidade própria e o calvinismo crescia.
No filme
“Elisabeth: a era de ouro”, é abordado o último período do reinado elisabetano,
as tentativas de assassinato à sua pessoa e seu envolvimento com o corsário sir
Walter Raleigh.
A economia durante a dinastia Tudor
Nas cidades:
crescimento do comércio interno pela expansão dos empréstimos a juros e
melhoria das estradas.
No campo:
processo de cercamento das
propriedades com o surgimento de uma classe de arrendatários ridos e médios.
Aumento da
presença calvinista no Parlamento a exigir o fim dos monopólios e dos altos
impostos.
Os cercamentos
consistiam na apropriação de terras comunais (usadas por todos,ainda que
pertencentes ao rei, a um nobre ou a um proprietário). Os Gentry (proprietários das terras comunais que produziam e lucravam
com o comércio de lã), requisitaram o cercamento e expulsaram ou obrigaram os
camponeses a se desfazerem de suas terras a preços baixíssimos.
A questão religiosa continua
Execução de Lady Jane em 1554, por ser protestante
e ter sido escolhida pelo rei Eduardo VI
para sucedê-lo no trono inglês. Foi deposta e condenada à morte pela rainha católica Maria I.
Na Inglaterra
anglicana de Henrique VIII, havia o
grupo formado pela alta nobreza e alguns católicos ao seu lado. Havia também o
grupo dos Presbiterianos
(calvinistas que predominavam na Escócia) e um grupo mais radical, os Puritanos (que se localizava
predominantemente na Inglaterra) que continham os pequenos (comerciantes,
proprietários, nobreza rural, donos de manufaturas).
Os calvinistas
eram seguidores de um dos líderes da Reforma Protestante, João Calvino.
A dinastia Stuart
Ao morrer, em
1603, Elisabeth I não possuía descendentes e o trono foi ocupado por seu primo,
Jaime VI da Escócia, então
denominado como Jamie I, um rei não
tão hábil quanto sua antecessora e que governava pela teoria do direito divino (o que gerava conflitos entre a Câmara dos
Comuns e a monarquia) e que se aproximava dos católicos, apesar de ser
protestante.
O parlamento e a nova sociedade
O enriquecimento
dos Gentry com a criação de ovelhas
para o fornecimento de lã, de alguns comerciantes e donos de manufaturas
alterou a configuração do poder inglês. Muitos assentos na Câmara dos comuns foram comprados por quem tinha posses
suficientes. Isso impedia que a Coroa aumentasse impostos para prejudicar esses
novos lordes.
O desgaste da monarquia Stuart e a figura de Cromwel
Carlos I,
sucessor de Jaime I, adotou uma política hostil em relação ao parlamento.
1628
– o parlamento inglês obriga Carlos I a jurar a Petição de Direitos, lei que
protegia cidadãos contra prisões arbitrárias e cobrança de tributos.
1629
– Carlos I dissolve o parlamento e reina onze anos sem ele, período em que a
população aumenta seu descontentamento com o luxo da monarquia e que os
comerciantes reclamam dos monopólios que atravancam seus negócios.
1640
– Convocado para votar o aumento de impostos, o Parlamento inglês rejeita a
proposta e é dissolvido mais uma vez. No mesmo ano, Carlos I é forçado a
aceitar para a lei para reduzir seu poder.
1642
– Guerra civil inglesa entre a Monarquia (apoiada pelo norte, sudoeste e pelo
País de Gales, pelos anglicanos e pelos católicos) e o Parlamento (apoiado
pelas regiões centro, Sul e sudeste e pelos puritanos).
!646 – derrota de Arlos I após a adesão
dos escoceses ao grupo do Parlamento.
1648
– os escoceses que apoiavam Carlos I e invadiram a Inglaterra são derrotados.
1649
– Carlos I é executado e a república é proclamada.
1653
– Cromwel dissolve o parlamento e assume o título de Lorde Protetor, na
prática, um ditador, exclui do Parlamento os presbiterianos favoráveis a uma
monarquia parlamentarista, acaba com os impostos cobrados pela realeza e,
assim, destrói, os resquícios do feudalismo na Inglaterra.
1651
– Cromwel institui como medida econômica principal de seu governo a publicação
dos Atos de Navegação que determinava que os produtos para a Inglaterra
deveriam ser transportados em navios ingleses. Nessa época, a república inglesa
era comanda pelo grupo puritano da
Câmara dos Lordes. Prejudicada, a Holanda entrou em conflito com a
Inglaterra que acabou conquistando novas rotas marítimas.
Uma batalha
dessa guerra do século XVII entre
Inglaterra e Holanda foi a batalha de Portland.
O puritano
Oliver Cromwel chegou ao poder porque o Parlamento lhe pediu ajuda. Cromwel
reorganizou o exército com uma política de valorização dos méritos e não dos
títulos e recebeu o apoio de pequenos burgueses, proprietários rurais e
camponeses que perderam terras com as leis dos cercamentos.
Cromwel
organizou um exército de novo tipo onde havia os niveladores (que ansiavam a igualdade perante a lei e um governo
exercido pela câmara dos Comuns) e os escavadores
(mais radicais, defendiam o fim da propriedade privada, a construção de uma
sociedade igualitária).
Nesse exército,
os soldados eram educados politicamente para entender as razões da guerra. Isso
deu novo ânimo, profissionalismo e disciplina ao exército do parlamento.
Na Inglaterra, o
Parlamento foi formado com a Câmara dos
Comuns – com um representante da Câmara dos Lordes (o speaker), os gentry e os
representantes urbanos – e a Câmara dos
Lordes – com o rei, os lordes espirituais (bispos anglicanos) e os lordes
temporais (a nobreza titulada, duques, marqueses, condes e viscondes).
1658
– com a morte de Cromwel, seu filho, Richard
Cromwel, assume o poder, mas renuncia em seguida. A maioria anglicana do
Parlamento inglês, agora reunido novamente em duas câmaras, restaura a dinastia
Stuart e faz com que Carlos II,
filho de Carlos I, seja coroado rei em 1660.
1685
- o católico Jamie II, irmão de Carlos II, assume o trono.
1688
– Jamie II é deposto por causa da luta entre os partidos Whig e Tory quando o
primeiro tentou levar ao trono a filha protestante de Jamie II, Maria Stuart, esposa do príncipe holandês Guilherme de Orange.
Apesar da esquadra de Guilherme ter sido preparada, o desfecho tranquilo dessa
luta, que levou Jamie II a fugir para a França, levou o nome de Revolução Gloriosa.
1689
– Coroação de um novo rei após jurar obedecer à Declaração de Direitos pela qual o rei reina mas não governa, já que o Parlamento assume o controle
dos rumos da nação.
Cronologia do Parlamento Inglês
Século IX
– Conselho de reis chamado Witan
(época de uma Inglaterra dividida em muitos reinos)
Século XI
– o rei Guilherme, o Conquistador transforma o Witan no Grande Conselho em que apenas nobres participavam.
Século XIII
– o Grande Conselho impõe ao rei João a Magna Carta, que limitava os poderes
reais. Durante o reinado de Henrique III, o Grande Conselho passou a ser
chamado de Parlamento e a ser composto por bispos, barões e representantes de
cada localidade.
Século XV
– O parlamento é dividido em Câmara dos Lordes e Câmara dos Lordes.
Século XVII
– A Câmara dos lordes é abolida e a Câmara dos Comuns é reduzida. Após a morte
de Cromwuel, a monarquia e a Câmara dos Lordes foram restauradas.
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Capítulo
4 – O Iluminismo
17 de dezembro
de 2010
– o ambulante Mohamed Bouazizi, 26 anos, se incendeia para protestar na Tunísia
contra o regime que governava o país na pessoa de Zine Ebidin, há 24 anos no
poder. Foi uma revolução democrática divulgada nas redes sociais que fortaleceu
a insatisfação que derrubou o governo de Hosni Mubarak no Egito e de Muammar
Kadafi na Líbia. Tais eventos foram denominados como Primavera Árabe.
A filosofia
iluminista
Para
os iluministas, a razão é o motor da humanidade. Por isso, a idade média é
chamada século das trevas e o período de ascensão da filosofia iluminista foi
batizada como século das luzes.
A
alquimia foi substituída pelo método racional iluminista. O estilo barroco e o
rococó foram substituídos pelo neoclassicismo (século XVIII e XIX) com sua arte
técnica, equilibrada e formal.
Origens do
Iluminismo
A
Inglaterra do século XVII já possuía o gérmen iluminista. Mas foi na França que
o Iluminismo atingiu seu apogeu.
René Descartes (1596-1650) foi
um matemático que afirmava ser a verdade derivada da habilidade para duvidar e
refletir, ou seja, de uma habilidade racional.
Isaac Newton (1643-1727) foi
um físico que conseguiu expressar matematicamente vários aspectos da
organização do mundo.
Baruch de
Espinosa
(1632-1677) foi um holandês cuja família era de origem portuguesa que fugiu da
inquisição portuguesa. Suas reflexões o obrigaram a abandonar a comunidade
judaica por criticar o dogmatismo, o irracionalismo e a superstição na
filosofia, na religião ou na política. Foi punido com o Herem (equivalente
judaico à excomunhão católica) e sua obra intitulada o Tratado
Teológico-político, foi proibida por judeus, católicos e protestantes em
diversos países da Europa.
As
cafeterias europeias surgiram como um ambiente para a degustação de um simples
café e para a discussão de pensamentos iluministas. O café francês Le Procope
(o mais antigo ainda em atividade, ainda que seja como restaurante) ainda
guarda as mesas preferidas por Voltaire e Rosseau.
Os principais
pensadores iluministas
Os
iluministas foram beneficiados pelo crescimento de poder e influência da
burguesia. Eles combatiam os privilégios feudais, o absolutismo dos governantes
e uma sociedade guiada pela razão.
John Locke (1632-1704) – o
filósofo inglês defendia a propriedade
privada como um direito natural que os governos deveriam garantir. Tal
idéia agradou os burgueses da época, entretanto levou Locke a se indispor com o
governo da Inglaterra.
Adam Smith (1723-1790) – o
pensador escocês é considerado o pai do
liberalismo econômico pois suas ideias criticavam o o mercantilismo, a
política econômica dos governos absolutistas e o colonialismo. Smith defendia a
libertação das colônias, a liberdade comercial entre os países e a noção de que
o trabalho humano era responsável pelas riquezas de uma nação em vez de ser
seus recursos naturais como advogava o grupo dos fisiocratas franceses.
Os
iluministas franceses que estiveram na Inglaterra após a Revolução Gloriosa ganharam renovado ânimo para expandir o ideal
iluminista pela França e Europa.
Voltaire (nascido
François-Marie Arouet,, 1694-1778) – o mais conhecido iluminista combateu o
absolutismo monárquico e a igreja católica que, em seu entender, mantinha o
povo na ignorância. Se aproximou de déspotas esclarecidos como Fredericco II,
da Prússia.
Montesquieu, Barão
(Charles-Louis de Secondat, 1689-1755) – o jurista propôs a criação dos poderes
executivo, legislativo e judiciário para superar o poder o absoluto dos reis ao
escrever sua obra intitulada O espírito das leis.
Rousseau,
Jean-Jaqcuues (1712-1778) – o mais radical dos iluministas nasceu em Genebra,
Suiça, mas mudou ainda na adolescência para a França. Defendia a noção de que o
homem é naturalmente bom, mas a sociedade o corrompe. Defendia também a ideia
de que a legitimidade de um Estado dependia da vontade e da presença do povo no
poder e que a democracia dependia de um povo criado sob preceitos de liberdade.
Os
enciclopedistas
1745
– o editor e livreiro francês André Le Breton obtém licença para publicar a
Cyclopaedia (Dicionário universal das ciências e das artes), obra que fez sucesso
na Inglaterra.
1759
– A igreja católica inclui a Enciclopédia entre os Livros Proibidos.
1765
– A primeira parte da Enciclopédia é concluída.
1780
– Finalização dos dois últimos volumes da Enciclopédia.
A
Enciclopédia é formada por 21
volumes de texto, 12 de ilustrações e 2 volumes de índices gerais perfazendo 35
livros no total. 160 pessoas colaboraram para produzir uma obra que almejava
abarcar todo o conhecimento humano produzido até então em 25 mil páginas, 71
mil artigos e 2.885 ilustrações.
A
enciclopédia foi iniciada pelo filósofo francês Denis Diderot (1713-1784) ajudado pelo matemático Jean D’Alambert (1717-1776).
Déspotas
esclarecidos
Os
reis centralizadores do final do século
XVIII que adotavam as ideias iluministas foram alcunhados como Déspotas
Esclarecidos.
Estes
governantes valorizavam a diminuição do poder da igreja sobre seus governos e a
vida do povo e favoreceram a liberdade de culto religioso e de igualdade entre
as pessoas, direitos estendidos aos escravos.
Alguns
de seus representantes:
Catarina
II – czarina (rainha) da Rússia.
Frederico
II – monarca da Prússia.
José
II – monarca da Áustria
Marquês
de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo – primeiro ministro português
durante o reinado de D. José I.
Terremoto em
Lisboa
Em
01-11-1755, um tremor de terra destruiu Lisboa, capital portuguesa. Estudos
afirma que o primeiro tremor ocorreu por volta de 09:45 e durou cerca de seis
minutos. Houve mais dois tremores e cerca de uma hora depois do primeiro
tremor, um tsunami de cerca de 20 metros arrasou a parte da cidade próxima da
foz do rio Tejo. O fenômeno ajudou a fortalecer a influência de Pombal sobre o
governo português e contribui para que ideias iluministas abalassem a influência
da igreja católica sobre o governo de Portugal e de velhos dogmas sobre o
mundo. A reconstrução de Lisboa foi financiada pelos tesouros explorados
principalmente no Brasil.
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Capítulo 5 – A
Revolução Industrial
Uma
nova revolução na Inglaterra
No século XVII, após a
Revolução Puritana (1642-1649) e a Revolução Gloriosa (1688), o poder na
Inglaterra passa para o Parlamento.
No século XVIII, o modelo
fabril de produção e o desenvolvimento de novas tecnologias trouxeram uma
revolução que veio abalar o mundo como um todo.
Um reino
mercantil
As
revoluções inglesas do Século XVII levaram proprietários rurais, comerciantes e
donos de manufaturas a chegarem ao Parlamento Inglês
O
Banco da Inglaterra, fundado em 1694, favoreceu o desenvolvimento do comércio
marítimo, da manufatura de mercadorias e do transporte de mercadores e
matérias-primas.
O
fortalecimento da marinha inglesa desde a época de Henrique VIII (1509-1547) e as vitórias sobre Espanha (séc. XVI) e
Holanda (séc. XVII) garantiram a soberania da Inglaterra sobre ricas rotas comerciais.
A
promulgação dos Atos de Navegação
(1651) durante a República Puritana que exigia que produtos importados deveriam
ser transportados em navios ingleses, a exportação de produtos manufaturados
para as colônias inglesas além-mar, o tráfico negreiro e a pirataria no mar do
Caribe fortaleceram o perfil comercial da Inglaterra.
Recursos
naturais
A
implantação de novas técnicas agrícolas (rodízio trienal – tubérculos, cereais
e descanso) e de novos métodos para a criação de ovelhas (fonte de lã), a
importação de algodão compro a baixos preços nas 13 colônias americanas e na Índia,
a influência da Companhia Britânica das
Índias Orientais e as grandes reservas de carvão (especialmente na região
de Manchester, berço da florescente indústria têxtil inglesa) e ferro ajudaram
a Inglaterra a tornar-se uma potência mundial.
Do campo para a
cidade
A
industrialização inglesa foi beneficiada pela farta quantidade de mão de obra
oriunda dos campos. Muitos trabalhadores rurais realizaram um verdadeiro êxodo,
expulsos por causa dos efeitos da lei de cercamento que autorizava os
proprietários rurais a cercarem terras que antes eram utilizadas de maneira
comunal.
Antes do sistema
industrial de produção
O
artesanato (de baixa produtividade
reduzida rentabilidade), o sistema
doméstico (no qual um empresário era dono da matéria-prima e a entregava
sob encomenda a um artesão, único conhecedor do ofício e dos mecanismos de
produção) e as manufaturas (com
trabalhadores reunidos em espécies de galpões por meio de salário pago por um
empresário que possuía os meios de produção, as ferramentas e a matéria-prima)
antecederam o modelo industrial.
O moderno
sistema industrial
No
século XVIII, a Inglaterra viu nascer um sistema de produção baseado no primado
da tecnologia sobre o aspecto humano e ancorado na divisão do trabalho em
etapas dispostas numa linha de produção que favorecia o aumento dos lucros, a
quantidade de produtos disponível para comercialização, a redução dos custos de
produção e um maior controle sobre os empregados.
O
modelo industrial se ampara na mecanização do processo de fabricação por causa
da utilização do motor, por causa do aprimoramento técnico da máquina sobre o
fator humano.
As
primeiras máquinas para mecanizarem eficientemente a produção inglesa foram
elaboradas por John Kay (1735), James Hargreaves (1764) Richard Arkwright (1769) com sua dispendiosa
e gigantesca water-frame, movida pelo
movimento das águas e, especialmente, por James Watt (1760) que conseguiu
aperfeiçoar a máquina a vapor, elemento essencial para o aperfeiçoamento da
siderurgia, para a ampliação das máquinas do setor têxtil, para desinundar as
minas de carvão e mover barcos e locomotivas.
Andrew Ure, um dos
principais defensores do sistema fabril, publicou em um livro de1835 a
importância da disciplina no trabalho fabril.
A
crescente utilização de carvão vegetal (situação que devastou largas áreas de
floresta) e depois mineral exigiu um aumento na extração do ferro (material
para suportar o calor do vapor necessário para o modelo industrial).
Quanto
à questão ambiental, a poluição do
ar, da água e da terra foram os substratos da Revolução Industrial.
As
mudanças atingiram a questão dos transportes terrestre, aquático e ferroviário.
O encurtamento das viagens alterou a noção humana de tempo-espaço.
A sociedade industrial
Havia
a classe burguesa e a classe proletária.
As
condições de trabalho eram desumanas: longas jornadas de trabalho, salários
baixíssimos, periculosidade e presença de crianças em funções de adultos.
A
organização dos trabalhadores
As
primeiras associações surgiram no início do séc. XVIII.
A
sindicalização dos trabalhadores ocorreu após a ação dos “quebradores de
máquinas” e da formação de associações operárias (Trade Unions), muitas vezes reprimidos violentamente pela polícia.
1799
– o governo inglês, pressionado pela burguesia industrial, proíbe os sindicatos.
1802
– jornada infantil limitada a 12 horas de trabalho diários.
1811-1812
– o movimento ludista liderado por Ned Ludd procurava quebrar as máquinas e
paralisar a produção.
1819
– Massacre de Peterloo em Manchester
em agosto de 1819, quando 13 operários foram mortos e proibição de trabalho
infantil para menores de 09 anos.
1824
– admissão dos sindicatos.
1833
– proibição de trabalho infantil para menores de 10 anos e exigência de duas
horas dessa jornada para as crianças frequentarem a escola.
1838
– Movimento Cartista organizou greves e manifestações incentivados pela Carta do Povo, um documento que
circulou até o Parlamento inglês por melhores condições de trabalho e salários
decentes para a classe operária inglesa.
1842
– crianças e mulheres são proibidas de trabalharem em minas.
1871
– legalização dos sindicatos.
A
revolução industrial superpovoou os centros urbanos em menos de 100 anos de
Revolução Industrial. Surgiu o transporte público e a divisão de áreas de
moradia para a burguesia e para a classe operária.
A
falta de saneamento público, a inexistência de condições mínimas de higiene e a
alimentação pobre contribuíram para a disseminação de cólera e de tuberculose
na área ocupada por bairros operários.
Enquanto
isso, a América Portuguesa se viu privada de incentivos por parte da Metrópole
ou por parte de comerciantes com visão emancipatória. Isso serviu para atrasar
o surgimento da indústria nos territórios coloniais de Portugal, inclusive o
Brasil.
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