Linguística saussureana a partir do Curso de
Linguística Geral
Dicotomias: Língua/fala, sincronia/diacronia,
significante/significado e sintagma/paradigma.
Semiologia (termo de Saussure) ou Semiótica (termo de Pierce) = teoria geral dos sinais
Para
Saussure, o signo linguístico é uma entidade
psíquica formada pela união de dois planos: significante (expressão sensível, imagem acústica) e significado (ideias).
Jakobson e a Escola de Praga separam Fonema (imagem acústica estudada pela Fonologia) e Fone (som material).
A relação
entre significante e significado é arbitrária (não é natural), por isso imotivada, e social (não
depende da vontade individual de um falante).
O conceito de arbitrariedade afeta a
coerência morfossemântica dos verbos depoentes latinos (passivos no
significante e ativos no significado).
Segundo
Saussure, há uma arbitrariedade absoluta
(exemplo: os números 10 e 9 em relação ao significado que apresentam) e uma arbitrariedade relativa (exemplo: o
número 19 da união entre 10 e 9) que indica a relação entre as partes para
constituir um todo de significado.
O conceito de linearidade lastreia as relações sintagmáticas e se baseia na
sucessão entre as unidades do plano da
expressão (fonemas, sílabas, palavras).
Na teoria
saussureana, a língua é composta por um 1º
plano (o do conteúdo morfossintático) e por um 2º plano (o da expressão fonológica).
Para
Saussure, linguagem é faculdade natural
e língua é habilidade social adquirida,
Langue (língua/virtualidade) é
social e Parole (fala/realidade) é
individual.
Para a
teoria linguística marcada pelas ideias saussureanas, a língua é um acervo
linguístico socialmente
institucionalizado que materializa uma realidade
sígnica a partir de seu caráter sistemático
e funcional de valor.
O linguista
romeno Eugenio Coseriu, acrescentou
à dicotomia saussuriana a noção de Norma.
A Norma é um primeiro estágio de abstração
coletiva, situado entre a língua e a fala, que consagra elementos utilizados
por uma coletividade e não por outra dentro de um mesmo sistema. Pode evoluir
para o estágio da Língua.
Norma diatópicas (variantes ou normas regionais).
Norma diastrática (variantes culturais ou
registros): marcam estratos de prestígio socioeconômico.
Norma diafásica (tipos de modalidade expressiva:
familiar, estilística, de faixa etária, etc.).
Sincronia (simultaneidade) e diacronia (sucessividade).
Diacronia interna (estrutural) ou externa dos elementos da língua.
A arbitrariedade da relação
significante/significado justifica a prioridade
(e não exclusividade) atribuída pela opção metodológica da teoria saussureana aos
estudos da sincronia da língua utilizada pelos falantes.
Diferente
da diacronia (evolução), a sincronia (funcionamento) é base para os estudos
estruturalistas da linguagem.
Sintagma é a relação de coordenação entre
elementos sígnicos que se sucedem
linearmente na cadeia da língua em seus planos
fônicos, mórficos e sintáticos.
A língua
é regida pela interação entre uma relação sintagmática (in praesentia) e uma relação paradigmática (in absentia).
No discurso, as relações paradigmáticas são opositivas e as relações sintagmáticas são contrastivas.
As relações paradigmáticas envolvem escolhas
virtuais, isto é, oposições
distintivas entre unidades
distintivas da língua (ou isso ou aquilo) com as quais os indivíduos
organizam a lógica de ordenação combinatória
das relações sintagmáticas de dependência entre antecessores e sucessores
de um elemento do discurso.
Para
Carvalho (s/d, s/p) “a metonímia, mais comum na prosa, por basear-se numa
relação de contigüidade de sentido, atua no eixo sintagmático.”
CARVALHO,
Castelar de. Para compreender Saussure. 12ª ed. Petrópolis: Vozes,
2003.
SAUSSURE,
Ferdinand de. Curso de lingüística geral. Trad de A. Chelini , José
P. Paes e I. Blikstein. São Paulo: Cultrix; USP, 1969.
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