quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Encontro de Casais com Cristo da paróquia do Divino Espírito Santo de Morada Nova, Ceará: Louvor ao natalício de Dona Ody, esposa de Sr. Aderson


Diocese de São Miguel Arcanjo – Limoeiro do Norte
Paróquia do Divino Espírito Santo – Morada Nova
LOUVOR AO NATALÍCIO DE DONA ODY – 20-08-14.
 
1. Saudação inicial Soneto de aniversário - Vinícius de Morais.
a. Passem-se dias, horas, meses, anos / Amadureçam as ilusões da vida / Prossiga ela sempre dividida / Entre compensações e desenganos.
b. Faça-se a carne mais envilecida / Diminuam os bens, cresçam os danos / Vença o ideal de andar caminhos planos / Melhor que levar tudo de vencida.
c. Queira-se antes ventura que aventura / À medida que a têmpora embranquece / E fica tenra a fibra que era dura.
d. E eu te direi: amiga minha, esquece... / Que grande é este amor meu de criatura / Que vê envelhecer e não envelhece.
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2. Saudação ao Deus Trino.
Em nome do Pai / Em nome do Filho / Em nome do Espírito Santo / Estamos aqui.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui, / Senhor, a teu dispor. / Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, te aclamar, Deus trino de amor.
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3. Invocação ao Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e
acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
Oremos:
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos rectamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por nosso senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amen.
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4. Maria da Paz, da paz, da paz
Ela anda pra frente, ela anda pra trás.
Ela pula pra um lado. Ela pula pro outro.
Ela cutuca pra um lado. Ela cutuca pro outro.
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5. O nome de Jesus é doce / Traz gozo, paz e alegria / Cantando esta melodia / Jesus, Jesus, Jesus / Subindo, subindo, subindo para o céu eu vou / Tristeza não vai comigo porque Jesus já me libertou / Joguei a tristeza fora e em paz agora contente estou.
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6. Quem É Que Vai? (Eu Vou, Eu Vou) (bis) Quem É Que Vai Nessa Barca De Jesus, Quem É Que Vai?
1. Jesus Está Esperando Por Você / Com Um Sorriso, Esperando Por Você / A Caminhar, Esperando Por Você
Na Multidão, Esperando Por Você / A Sua Mão, Esperando Por Você / A Acenar, Esperando Por Você / Chamando O Bem, Esperando Por Você / De Coração, Esperando Por Você.
2. Tem Muita Gente Esperando Por Você, / A Caminhar, Esperando Por Você, / Todos Cantando, Esperando Por Você,
Juntos Com Jesus, Esperando Por Você. / E Tem Lugar, / Esperando Por Você, / Para Sentar, Esperando Por Você,
A Barca Está, Esperando Por Você, / Para Partir, Esperando Por Você.
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7. Ato penitencial
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Pelos pecados, erros passados. / Por divisões na Tua igreja ó Jesus.
Senhor, piedade, (bis). / Senhor, piedade, piedade de nós.
Quem não Te aceita. Quem Te rejeita. / Pode não crer por ver cristãos que vivem mal
Cristo, piedade! (bis)! / Cristo piedade, piedade de nós!
Hoje se a vida, é tão ferida, / deve-se à culpa, indiferença dos Cristãos.
Senhor, piedade, (bis)! / Senhor, piedade, piedade de nós!
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8. Glória, glória, glória, glória ao Senhor, por sua graça e por seu infinito amor! (bis)
1. Pela beleza que vemos, glória ao Senhor. Pela vida que nos dais, glória ao Senhor. Pelo céu e pela terra, glória ao Senhor.
Pelos que sabem amar, glória e louvor a Ti, Senhor.
2. Pelas aves e peixe, glória ao Senhor. Pelas plantas e flores, glória ao Senhor. Pelas matas e rios, glória ao Senhor. Pelo teu imenso amor, glória e louvor a Ti, Senhor.
3. Pela imensidão do espaço, glória ao Senhor. Pelo sol e pela lua, glória ao Senhor. Pelo pão de cada dia, glória ao Senhor. Pela imensa glória sua, glória e louvor a Ti, Senhor.
4. Pela vossa Mãe Maria, glória ao Senhor. Pelo Pai que lhe enviou, glória ao Senhor. Pelos vossos discípulos, glória ao Senhor. Pelo poder que ressuscitou, glória e louvor a Ti, Senhor.
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9. Alô meu Deus – Padre Léo
Alô meu Deus, / fazia tanto tempo / que eu não mais te procurava. / Alô meu Deus, / senti saudades tuas / e acabei voltando aqui. / Andei por mil caminhos / e, como as andorinhas, / eu vim fazer meu ninho / em tua casa e repousar. / Embora eu me afastasse / e andasse desligado, meu coração cansado, / resolveu voltar.
Eu não me acostumei, / nas terras onde andei. / Eu não me acostumei, / nas terras onde andei.
Alô meu Deus, / fazia tanto tempo / que eu não mais te procurava. / Alô meu Deus, / senti saudades tuas / e acabei voltando aqui. / Gastei a minha herança, / comprando só matéria, / restou-me a esperança / de outra vez te encontrar.
Voltei arrependido, / de coração ferido / mas volto convencido, / que este é o meu lugar.
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10. Primeira Leitura - Profecia de Eze­quiel. (34,1-11)
1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel! Profetiza, dizendo-lhes: Assim fala o Senhor Deus aos pastores: Ai dos pastores de Israel, que se apascentam a si mesmos! Não são os pastores que devem apascentar as ovelhas? 3Vós vos alimentais com o seu leite, vestis a sua lã e matais os animais gordos, mas não apas­centais as ovelhas. 4Não fortale­cestes a ovelha fraca, não curas­tes a ovelha doente, nem enfai­xastes a ovelha ferida. Não trou­xestes de volta a ovelha extraviada, não pro­cu­rastes a ovelha perdida; ao contrário, do­minastes sobre elas com dureza e brutalidade. 5As ovelhas dispersaram-se por falta de pastor, tornando-se presa de todos os animais selvagens. 6Minhas ovelhas vaguearam sem rumo por todos os montes e colinas elevadas. Dispersaram-se minhas ovelhas por toda a extensão do país, e ninguém perguntou por elas, nem as procurou. 7Por isso, ó pastores, escutai a palavra do Senhor: 8Eu juro por minha vida – oráculo do Senhor Deus – já que minhas ovelhas foram entregues à pilhagem e se tornaram presa de todos os animais selvagens, por falta de pastor; e porque os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas, mas apascentaram-se a si mesmos e não as ovelhas, 9por isso, ó pastores, escutai a palavra do Senhor! 10Assim diz o Senhor Deus: Aqui estou para enfrentar os pastores e reclamar deles as minhas ovelhas.
Vou tirar-lhes o ofício de pastor, e eles não mais poderão apascentar-se a si mesmos. Vou libertar da boca deles as minhas ovelhas, para não mais lhes servirem de alimento. 11Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. 
Palavra do Senhor. - Graças a Deus.
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11. Salmo 22 - O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
— O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejan­tes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha e restaura as minhas forças.
— Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!
— Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.
— Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.
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12. Evangelho (Mt 20,1-16a)
O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós.
Proclamação/Aclamação do Evang. de J.C. +segundo Mateus.
Glória a vós, Senhor.
1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.
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13. PRECES DOS FIÉIS
 
Mateus 19:5-6 “Deus ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.”
DIGAMOS: Cremos senhor, mas aumentai nossa fé.
Efésios 5:25-28 “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” DIGAMOS: Cremos senhor, mas aumentai nossa fé.
 
Provérbios 5:18-19 “Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.” DIGAMOS: Cremos senhor, mas aumentai nossa fé.
 
Pro.3:1,2 O teu coração guarde os Meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos.
DIGAMOS: Cremos senhor, mas aumentai nossa fé.
PRECES ESPONTÂNEAS
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14. Flor Mamãe – José Roberto
Andei por todos os jardins / Procurando uma flor pra te ofertar / Em lugar algum eu encontrei q A flor perfeita pra te dar. / Ninguém sabia onde estava / Essa flor mimosa perfeição
Ela se chama flor mamãe / E só nasce no jardim do coração.
Enfeita, nossos sonhos / Perfuma, nossa ilusão / Flor divina, que eu suponho / Faz milagres em oração. / Nesse dia, de carinho / Quero sentir lá no peito / Inebriando minha alma / Flor mamãe, amor perfeito
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15. ORAÇÃO PELA FAMÍLIA – Padre Zezinho
Que nenhuma família comece em qualquer de repente
Que nenhuma família termine por falta de amor
Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente
E que nada no mundo separe um casal sonhador!
Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte
Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois
Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte
Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois
Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!
Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também
Que marido e mulher tenham força de amar sem medida
Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão
Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida
Que a família celebre a partilha do abraço e do pão!
Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos
Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois
Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho
Seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois
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MENSAGEM
Quando se alcança a velhice, o ser humano após tantas etapas da vida chega calejado e preparado para lidar com a sabedoria, pois já está evoluído sustentavelmente, a ponto de ver o mundo com outros olhos. Possui o discernimento do que é bom do que é mal, tem o tempo como companheiro para refletir sobre seu passado e seu presente, o futuro já não o preocupa tanto, pois sabe que na vida tudo tem seu fim.               (Gunther dos Santos)
http://amanhasereimelhor.blogspot.com.br/2008/10/envelhecer-uma-ddiva.html

domingo, 17 de agosto de 2014

BRANDÃO, Carlos R. Educação Popular. Editora Brasiliense. São Paulo. 1986. 3ª edição. Coleção Primeiros Vôos. 90 páginas.


“Afinal, que outra é a matéria do educador senão a palavra? Afinal, que outro é o desafio da educação popular senão o de reverter, no mistério do saber coletivo, o sentido da palavra e o seu poder” (p. 07)?

 

“Porque a palavra é um ato de poder, o que equivale a afirmar que ela não é apenas um entre os seus outros símbolos, mas o seu exercício” (p. 07).

 

“Palavras que ordenam a vontade de poucos sobre o trabalho de muitos, são as que criam os nomes de todas as coisas nas sociedades onde o poder existe separado do trabalho produtivo, tanto quanto da vida simbólica coletiva” (p. 08).

 

“Na sociedade tribal o poder reina sobre o consenso solidário [...] o poder é reinado pelo consenso. Nela, sociedade sem o Estado, o exercício da palavra é um dever do poder, enquanto na nossa ele se transformou no direito do poder” (p. 10).

 

“Vivemos em uma sociedade onde um Estado de democracia restrita não é o lugar coletivo do poder consensual de criar direitos, de criar por consenso as normas da vida coletiva, mas apenas é o lugar de obedecê-las” (p. 11).

 

“Um pequeno mundo humano onde, em meio a outros símbolos de uma nova ordem, a palavra, o saber e a educação existam entre ofícios e trocas que tornem livres todos os homens” (p. 11)

 

 

“Se é com palavras que são escritas as regras que oprimem e consagram a opressão, com elas também os homens entre si podem falar e escrever frases e modos de saber que pronunciados e exercidos, poderão um dia libertar o homem e os seus mundos” (p. 13).

 

“As primeiras situações em que a convivência estável e a comunicação simbólica transferem intencionalmente tipos e modos de saber necessários à reprodução da vida individual e coletiva” (p. 17).

 

“Ao mesmo tempo que socialmente a educação, um domínio da cultura entre outros, é condição da permanente recriação da própria cultura, individualmente a educação, uma relação de saber entre trocas de pessoas, é condição da criação da própria pessoa. Aprender significa  tornar-se, sobre o organismo, uma pessoa, ou seja, realizar em cada experiência humana individual a passagem da natureza à cultura” (p. 18).

 

“Durante quase toda a história social da humanidade a prática pedagógica existiu sempre, mas imersa em outras práticas sociais anteriores. Imersa no trabalho [...]. Imersa no ritual [...]. Ritos são aulas de codificação da vida social e de recriação, através dos símbolos que se dança, canta e representa, da memória e da identidade dos grupos humanos. [...] estrutura simbólica da sociedade no universo pessoal de idéias, ações e sentimentos de cada pessoa” (p. 19). “Esta foi uma primeira educação popular” (p. 20).

 

“[...] podiam – porque sabiam [...]” (p. 19).

 

“[...] modos e domínios sociais de trabalho e saber [...]” (p. 20).

 

O desenvolvimento de técnicas agropastoris propiciou a transformação dos produtos que o homem passou a manipular ao longo dos séculos: “variavam de um efêmero bem de uso (a comida) para um poderoso bem de troca ( a mercadoria), logo, um meio de acumulação, de riqueza e de poder” (p. 21).

 

“A tecnologia desenvolvida em um surpreendente pouco tempo – comparado com a demorada história de tudo o que o homem inventara antes – pelos agricultores do neolítico equipou grupos humanos mais amplos a atuarem criativamente na transformação de seus meios ambientes e de suas próprias ordens sociais. Pela primeira vez o homem domina de fato a natureza e pode viver coletivamente do que faz sobre ela e, não, do que obtém dela” (p. 22).

 

“[...] o homem do neolítico construiu aldeias que se tornaram cidades e cidades que começaram a ser o embrião de impérios. [...] Para proteger a riqueza e conservar o poder, os senhores da cidade aos poucos criaram o Estado, as milícias, a ciência, a religião e a arte, que já não representavam mais a vida solitária da comunidade antecedente, mas a sua divisão” (p. 22).

 

“No interior disto a que damos o nome de civilização – um produto do trigo, do arroz e do milho – a cidade criou a escola [para] puro exercício do ensino [...] uma prática social em si mesma [para] um novo tipo de poder [...]” (p.23).

 

“[...] educação popular, como saber da comunidade, torna-se a fração do saber daqueles que, presos ao trabalho, existem à margem do poder. Existem no interior de mundos sociais regidos agora pela desigualdade [...]” (p. 23).

 

“Opostos a modos de saber de confraria, um saber de consenso, aquele que entre nós temos chamado de ‘saber popular’, um saber de consenso, aquele que entre nós temos chamado de ‘saber popular’, tornou-se, ao mesmo tempo, o domínio comunitário e o limite de todo o conhecimento daqueles que, presos ao trabalho, foram pouco a pouco submetidos a um poder separado e ao seu saber: o saber erudito, dominante, oficial”.

[...]

Com graus muito variáveis de separação da vida comunitária do cotidiano das ‘gentes comuns’, aquilo a que damos o nome de educação foi aos poucos sendo constituído como um sistema de trocas agenciadas de frações restritas do saber, através do ofício profissional de especialistas em saber e ensinar a saber. [...]. Assim, a educação como prática em si mesma e a escola como o lugar físico do seu exercício representam um desdobramento do processo de expropriação do poder comunitário sobre a totalidade do saber necessário (p. 24, 25).

 

Não existiu primeiro um saber científico, tecnológico, artístico ou religiosos ‘sábio e erudito’ [...]. Houve primeiro um saber de todos que, separado e interdito, tornou-se ‘sábio e erudito’” (p. 25).

 

“Há todo momento há relações sociais entre sujeitos e agências” (p. 25).

 

“Um saber da comunidade torna-se o saber das frações (classes, grupos, povos, tribos) subalternas da sociedade desigual” (p. 26).

 

“[...] a educação popular tende a aparecer, primeiro, como alguma modalidade agenciada e profissional de extensão dos serviços da escola a diferentes categorias de sujeitos dos setores populares da sociedade, ou a grupos sociais de etnias, existentes nela ou à sua margem. Ou então educação popular denomina, depois, os tempos e tipos de luta de políticos e intelectuais para que uma tal educação escolar seja de algum modo estendida ao povo” (p. 27).

 

“Na verdade, fora casos de exceção, o trabalho pedagógico escolar dirigido a índios, negros e brancos pobres foi restrito e provisório durante todo o período colonial” (p. 28).

 

Camadas desconsideradas pelas altas instâncias da jovem sociedade brasileira aprendiam em meio a seus ofícios. Atraso das ações de D. Pedro II em termos de educação.

 

“[...] é uma longa luta de educadores, políticos, intelectuais e grupos organizados de nosso primeiro operariado, o que vai forçar o Estado a tomar a seu cargo uma educação laica, pública e, pelo menos em tese, ‘universal’, ou seja, estendida a todos” (p. 29, 30).

 

“É associado aos movimentos civis e lutas pela democratização do ensino brasileiro que o nome educação popular aparece com aspas em Celso de Rui Beisiegel [...] e sem elas em Vanilda Pereira Paiva [...] quando eles discutem as relações entre o Estado, a sociedade civil e a educação das classes populares no país. A escola pública, estendida por governos de estados e municípios a populações rurais e urbanas do país, durante muitos anos afastadas do ensino escolar, é um dos resultados dessa primeira mobilização nacional pela educação universal” (p. 30).

 

“Apenas após a Primeira Guerra Mundial, a partir de 1920, é que acontece entre nós o que se poderia chamar de uma ampla luta em favor de uma primeira educação popular. O deslocamento do capital da agricultura para a indústria [...]; o surgimento de um empresariado progressista [...]; a organização de grupos e partidos políticos de tendências liberais colocaram a questão da democratização da educação e da construção, através também de seus efeitos, de uma sociedade democrática, entre o (sic) principais temas do período” (p. 31).

 

“A partir da ‘luta pela escola pública’ e das primeiras iniciativas de ‘combate ao analfabetismo’, muitas conquistas foram obtidas. Mas o ideal de uma educação popular liberal foi um projeto nunca plenamente realizado no Brasil” (p. 32).

 

“[...] mesmo em uma cidade como São Paulo, nos bairros de periferia, os índices de retenção na série (repetência) e de exclusão da escola (evasão escolar) são sempre muito mais altos do que os dos bairros centrais, mesmo quando a comparação é apenas entre ‘escolar públicas’” (p. 33). RELATO DA DÉCADA DE 1980.

 

“Mas, por outro lado, é necessário também que, na prática, a educação escolar não seja oferecida a todos da mesma maneira e, assim, dos bancos e das salas de aula dos seus vários ‘níveis’ ou ‘graus’, saiam desigualmente repartidos para a vida e o trabalho [...]” (p. 34).

 

“[...] mesmo na França e nos Estados Unidos – os dois países que mais influenciaram a educação brasileira – para filhos de camponeses e operários, a trajetória escolar é mais curta e mais pobre do que para filhos de professores e industriais” (p. 35).

 

“[...] à medida que desce de classe, a criança e o adolescente pobres são trabalhadores precoces que estudam” (p. 37).

 

“O ‘fracasso’ é o instrumento da recriação da desigualdade e, também por isso, é difícil resolvê-lo” (p. 39).

 

“[...] a oferta de bens de educação às populações marginalizadas é regida por uma lógica – e uma ética – igualmente marginais” (p. 42).

 

“Bem ou mal, o poder do Estado é responsável pela distribuição do saber escolar e esta foi, não esqueçamos, uma conquista democrática. Outra, mais avançada, mais no horizonte à frente de uma nova luta pela educação democrática, é a progressiva conquista do poder de participação popular na decisão dos modos e destinos de realização de uma educação que o poder público dirige ao povo.

Ao mesmo tempo que é necessária e legítima a ampliação de experiências autônomas e alternativas de uma educação popular realizada entre movimentos populares, movimentos sociais e agências civis de educadores participantes, é também importante a redefinição da educação pública de modo a que, à custa de lutas e conquistas, ela venha a se transformar em uma educação oferecida, pelo poder de Estado, a serviço de interesses e projetos das classes populares” (p. 43).

 

“[...] dois sentidos antecedentes e pouco usuais para a educação popular: primeiro enquanto o processo geral de reprodução do saber necessário anterior à divisão social do saber, como educação da comunidade; segundo, como o trabalho político de luta pela democratização do ensino escolar através da escola laica e pública. [...] na sociedade desigual, o sistema formal de educação produz instruídos e excluídos, e se nutre de repetir como retórica da educação aquilo que nega como prática na escola. Assim, ao lado dos sistemas formais e regulares de ensino escolar, coexistem domínios profissionalizantes de saber de confraria [...]. Coexistem formas livres, familiares, vicinais, comunitárias de trocas de conhecimentos imersas em outras práticas sociais, como as que vão do trabalho na lavoura aos ofícios de fé do catolicismo popular. Artifícios múltiplos de educação do povo” (p. 45).

 

“Por volta dos mesmos anos em que se travam os combates nacionais pela escola pública, surgem em alguns pontos do país as primeiras iniciativas em favor da ‘erradicação do analfabetismo’. Algumas são francamente civis, outras, assumidas por governos estaduais. Houve propósitos até mesmo de programas nacionais de alfabetização das populações não suficientemente escolarizadas. [...]. Campanhas e movimentos cuja simbologia não raro oscilava entre o espírito da missão religiosa e a ordem rotineira do quartel. [...]. Os resultados nunca foram animadores” (p. 46, 47).

 

“Tanto a questão da escola pública quanto a da erradicação do analfabetismo foram iniciativas de pessoas eruditas, educadores, políticos e intelectuais de gravata. Pode-se dizer que, depois do trabalho religioso das missões coloniais e após a disseminação de escolas católicas – mais tarde, algumas protestantes – pelo país, aquelas foram as duas ocasiões em que, pela primeira vez, o poder de Estado e segmentos da sociedade civil estiveram empenhados no que hoje costumamos chamar: educação dos setores populares” (p. 48).

 

“A luta pela escola pública, as sucessivas campanhas pela erradicação do analfabetismo e as experiências de educação de classe entre operários são repertórios de idéias, de propostas e de práticas originadas e conduzidas por movimentos de educação, ou então por setores de movimentos sociais e/ou políticos dedicados à educação, durante as três ou quatro primeiras décadas deste século” (p. 50).

 

“Do ponto de vista individual, as formas sucessivas de uma educação de adultos tinham por objetivo a participação de sujeitos marginalizados em um processo de ‘desmarginalização’. As teorias da marginalidade social estavam então em plena voga. Sujeitos pedagogicamente defasados (sem escola, ou com insuficiência de ensino escolar) e socialmente marginalizados (pobres, subempregados, desnutridos e, mais do que tudo, postos consequentemente ‘à margem’ dos processos sociais de ‘desenvolvimento’ e ‘modernização’) seriam reintegrados a uma vida social, ao mesmo tempo digna e produtiva” (p. 52).

 

“[...] tal como foi concebida e realizada, a educação de adultos teve sempre um limite: o de ser uma expressão apenas compensatória da extensão do saber escolar a populações carentes” (p. 53).

 

“Um momento do que se passou com o ‘trabalho pastoral’ da Igreja Católica ajudaria a compreender diferenças. Poderia ilustrar como no interior de uma mesma instituição cujo poder de controle se ramificar secular e admiravelmente ‘no meio do povo’, há orientações no mínimo divergentes e, no máximo, francamente antagônicas. Nos mesmos anos 70, em que alguns setores mais avançados daquilo que mais tarde veio a ser chamado de ‘igreja popular’, procuravam fortalecer, com os seus, os movimentos populares, outros setores resistentemente conservadores, multiplicaram, tanto na periferia de grandes cidades quanto pelo interior do país, uma experiência a que se deu o nome de: criatividade comunitária” (p. 56).

 

“Esta experiência fracassada [da “criatividade comunitária”] dominou um sem-número de dioceses católicas durante alguns anos. Ela concorreu francamente com as primeiras experiências das comunidades eclesiais de base, que, pelo menos em suas formas mais avançadas – mais libertadoras, dirão os seus participantes –, pretendem realizar-se como um movimento popular e, no limite, pretendem ser um instrumento de fortalecimento dos movimentos de classe” (p. 57).  

 

“[...] em muitos países e em vários momentos, a educação de adultos realizou-se como um meio de controle da possibilidade de uma educação adulta, isto é: autônoma, crítica e criativa” (p. 59).

 

“Ao contrário do que tipologias costumam apontar aqui e ali, a educação popular não é uma variante ou um desdobramento da educação de adultos. Frente a um modelo de origem europeia, internacionalizado como paradigma legítimo de trabalho com as classes populares através da educação e, finalmente, rotinizado como instituição de trabalho pedagógico consagrado, a educação popular emerge como um movimento de trabalho político com as classes populares através da educação. Diante de um modelo oficial de educação compensatória, a educação popular não se propõe originalmente como uma forma ‘mais avançada’ de realizar a mesma coisa. Ela pretende ser uma retotalização de todo o projeto educativo, desde um ponto de vista popular” (p. 60, 61).

  

“A educação de adultos tem sido uma das práticas sociais onde com mais insistência o exercício do trabalho ‘junto ao povo’ menos realiza objetivos teoricamente propostos. Compensatória e ineficaz, ela não forma, não prepara e, muito menos, não transforma aqueles que, excluídos antes da escola, são excluídos, através da educação de adultos, de serem um dia educados. Ela não é precária e compensatória porque lhe faltam recursos; mas, porque precisa ser apenas precária e compensatória, vive de não ter recursos. Não nos iludamos, a sua falta é a sua suficiência” (p. 63).

 

“A diferença está, em primeiro lugar, na origem de poder e no projeto político que submete a agência, o programa e a prática de um tipo específico de educação dirigida às classes populares. Está, em segundo lugar, no modo como um modelo de trabalho do educador se pensa a si mesmo como um projeto de educação, no sentido mais pleno que estas palavras podem receber” (p. 63).

 

“No caso anterior da educação popular, aos poucos tal projeto tende a definir-se como um trabalho pedagógico retotalizador de todo o sistema da educação desde o ponto de vista das classes populares e a serviço de seu trabalho simbólico e político de transformação da ordem social dominante. No caso da educação permanente que, à diferença da educação popular, é ainda um projeto europeu, a proposta de retotalização da educação parte de premissas de universalização dos direitos ao saber e de realização plena de todos os homens, através também da educação” (p. 64).

 

“Portanto, ao contrário das variantes tradicionais da educação de adultos institucionalizada, o movimento de educação permanente pretende abarcar todos os níveis da educação, todas as suas dimensões e, consequentemente, todos os seus modos e espaços de trocas de saber” (p. 65).

 

“[...] projetos de educação permanente não somente utopizavam a possibilidade de toda a vida social reorientar-se enquanto um trabalho educativo plenamente humanizador, como também imaginavam a possibilidade de universalização de um novo homem, de uma nova cultura e de um mundo novo através do poder humanizador de uma educação que envolvesse a todos, todo o tempo. Estamos de volta aos tempos de ouro do ‘otimismo pedagógico’ (p. 65)”.

 

“O lugar estratégico que funda a educação popular é o dos movimentos e centros de cultura popular [...]” (p. 66).

 

“[...] o que tornou historicamente possível a emergência da educação popular foi a conjunção entre períodos de governo s populistas, a produção acelerada de uma intelectualidade estudantil, universitária, religiosa e partidariamente militante, e a conquista de espaços de novas formas de organização das classes populares” (p. 67).

 

MEB (p. 69).

 

“[...] o sentido político do lugar da educação” (p. 69).

 

A educação popular se volta para “a possibilidade de criação de um saber popular, através da conquista de uma educação de classe, instrumento de uma nova hegemonia” (p. 70).

 

“Ora, a possibilidade concreta de produção de uma nova hegemonia popular no interior da sociedade classista é o horizonte da educação popular [que] venha a realizar-se uma transformação da ordem social dominante, em um mundo solidário de igualdade e justiça [...]” (p. 70).

 

A educação popular “é um trabalho sobre a cultura que faz da consciência de classe um indicador de direções” (p. 71).

 

A educação popular é “um trabalho coletivo e organizado do próprio povo, a que o educador é chamado a participar para contribuir, com o aporte de seu conhecimento ‘a serviço’ de um trabalho político que atua especificamente no domínio do conhecimento popular” (p. 73).

 

“Portanto, mais importante do que pretender defini-la, fixar a verdade de seu ser, é descobrir onde ele se realiza e apontar as tendências através das quais ela transforma a educação na vivência da educação popular” (p. 73).

 

“[...] modelos educativos são produtos de grupos sociais e, assim, são campos simbólicos e políticos de poder do saber” (p. 78).

 

TRABALHO IDEOLÓGICO E LEGITIMATÓRIO (p. 80).

 

“O poder de cooptar pessoas e grupos e reorganizá-los segundo os padrões da agência de educação é um dos principais indicadores da diferença entre uma ação pedagógica hegemônica e um trabalho de educação popular. Enquanto a intenção de uma é criar as suas próprias unidades locais de ‘organização’, segundo os moldes do seu ‘programa de educação’, o que serve basicamente a assegurar a sua legitimidade ‘nas bases populares’, o objetivo da educação popular deve ser o de fortalecer as próprias organizações locais e populares de poder de classe na comunidade” (p. 81).

 

“O movimento popular tende a ser a razão e a dinâmica da educação popular, enquanto tende a ser a tensão e o dilema da educação de adultos” (p. 82).

 

COMPROMISSO E HUMANIZAÇÃO COMO MARCAS DA EDUCAÇÃO POPULAR (p. 82).

 

“Modelos institucionais e hegemônicos de educação para o povo são sempre e irrevogavelmente uma pedagogia do outro. Esta alteridade consagra a dimensão dominante de um trabalho mediador, cujo fraseado disfarça a dominância, e também cria aí o seu própria sentido. Instrumento sutil de reprodução compensatória da desigualdade, ela funda na distância da diferença entre o lado do educador e o lado do educando; entre a fonte de poder a que serve e o sujeito popular que controla, parecendo servir. Ela é o lugar do técnico, não o do militante (palavra que a burocracia teme e, por isso, procura tornar vazia) e sonha fazer do sujeito popular um outro educado, produto da imagem antecipada que dele fazem a retórica e o interesse da agência: um sujeito instruído e participante, desde que ordeiro e subalterno” (p. 83).

 

“O melhor sobre educação popular não existe em livros. Existe em uma infinidade dispersa de documentos mimeografados, escritos ‘da base’, relatórios de experiências e sínteses de pequenos encontros que se multiplicam por toda parte” (p. 85)

 

 

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BRANDÃO, Carlos R. Educação Popular. Editora Brasiliense. São Paulo. 1986. 3ª edição. Coleção Primeiros Vôos. 90 páginas.