QUESTÕES NEGRAS
1 - Certidão de óbito –
Conceição Evaristo
Os
ossos de nossos antepassados
colhem as nossas perenes lágrimas
pelos mortos de hoje.
Os
olhos de nossos antepassados,
negras estrelas tingidas de sangue,
elevam-se das profundezas do tempo
cuidando de nossa dolorida memória.
A
terra está coberta de valas
e a qualquer descuido da vida
a morte é certa.
A bala não erra o alvo, no escuro
um corpo negro bambeia e dança.
A certidão de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros.
Disponível
em
http://notaterapia.com.br/2019/11/05/confira-os-10-melhores-poemas-de-conceicao-evaristo/
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2- Você sabia?
- O
preconceito racista se manifesta em frases naturalizadas como “sorte negra”
e “pura como a neve”.
- O escritor Machado
de Assis era mulato.
- O panteão
nórdico (estrelado por Thor), grego e romano tem maior fama que as
entidades indígenas (Tupã e cia.) e os orixás do Candomblé (Iemanjá e cia.)
- Nilo Procópio Peçanha (2 de
outubro de 1867 - 31 de março de 1924), mulato, foi presidente do
Brasil de 14 de junho de 1909 até 15
de novembro de 1910.
- Periferias,
favelas, encostas, lixões, margens e guetos são ambientes carentes de
presença governamental onde moram muitos dos negros e seus descendentes
mestiços que trabalham nas casas de luxo dos brancos.
- A política
de cotas não é assistencialismo para uma população carente de políticas
públicas compensatórias e indenizatórias que sofreu trezentos anos de
escravidão OFICIAL até a lei Áurea de 13 de maio de 1888.
- O conflito
por terra e água mata a população negra.
- Os 10
homens mais ricos do mundo segundo a Forbes são brancos.
- Todos os atuais
11 ministros do STF são brancos e brancas
- O primeiro
escalão do presidente Bolsonaro é formado por brancos e brancas
- A forma
como o negro é definido (escurinho, pretinho, moreninho, pardo, “de cor”,
petróleo) fortalece sentimentos de superioridade de uns em relação a
outros e atualiza problemas de aceitação e de
reconhecimento/desconhecimento entre a população negra, parda, mestiça…
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3- Estatísticas
- 55,8% dos brasileiros são pretos e pardos
- As vítimas da polícia brasileira são homens (99%), negros (75%),
jovens (78%)
- A taxa de analfabetismo de pretos ou pardos foi de 9,1% no Brasil,
enquanto a de brancos foi de 3,9% no período 2016-2018.
- A taxa de conclusão do ensino médio entre jovens de 20 a 22 foi de
61,8% entre a população preta ou parda e de 76,8% entre a população branca
- Em 2018, 28,8% de pretos ou pardos (de 18 a 24 anos) tinham menos
de 11 anos de estudo e não frequentavam a escola enquanto apenas17,4% de
brancos estavam nesta situação.
- 50,3% dos estudantes de ensino superior da rede pública são pretos
ou pardos (apesar de serem a maioria absoluta da população)
- Em 2016, 50,5% de pretos e pardos estavam na faculdade. Em 2018
chegaram a ser 55,6%. Porém entre os brancos, havia 78,8% de
universitários.
- Entre 2018 e 2019, a população desocupada era formada por 64,2% de
pretos ou pardos
- Entre 2018 e 2019, a população subutilizada era formada por 66,1% de
pretos ou pardos.
- Entre 2018 e 2019, o rendimento médio mensal dos brancos ocupados foi
de R$ 2.796 reais, ao passo que pretos ou pardos tinham apenas R$ 1.608
reais.
- A mulher negra recebe menos da metade do salário do homem branco
- Brancos com nível superior completo ganhavam, por hora, 45% a mais
do que os pretos ou pardos com o mesma escolaridade.
- Apenas 29,9% de cargos gerenciais foram exercidos por pretos ou
pardos no período 2018-2019.
- Dois terços dos negros ou pardos estão entre os 10% com menores
rendimentos na população total.
- Menos de um terço dos negros ou pardos está entre os 10% da
população com maiores rendimentos.
- A quantidade de pretos ou pardos abaixo das linhas de pobreza é o
dobro da proporção de brancos.
- Em 2017, uma pessoa preta ou parda tinha 2,7 vezes mais chances de
ser vítima de homicídio intencional do que uma pessoa branca.
- No período 2012-2017, entre a população preta ou parda a taxa de
homicídios subiu de 37,2 para 43,4 homicídios por 100 mil habitantes.
- A taxa de homicídios chega a 98,5 por 100 mil habitantes entre pretos
ou pardos de 15 a 29 anos.
- Entre jovens brancos de 15 a 29 anos, a taxa de homicídios é de 34
por 100 mil habitantes.
- Os estudantes pretos ou pardos do 9° ano do ensino fundamental
vivenciam mais experiências violentas do que os brancos.
- 75% dos assassinatos atingem negros ou pardos.
- Entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios que atingiu a população
negra cresceu 33,1% e a taxa dos não negros aumentou 3,3%.
- A cada 100.000 habitantes a taxa de homicídios corresponde a 43,1
para negros e 1 para não negros.
- 34% dos policiais brasilieiros são negros ou pardos.
- 51,7% dos policiais brasileiros assassinados são negros ou pardos
- 68% das vítimas de homícidios em 2017 eram mulheres negras.
- Entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu 29,9%
e taxa referente às mulheres não negras foi de 4,5%
- Entre 2017 e 2018, as negras compunham 61% dos casos de feminicídio
e 51% dos registro de estupro.
- Entre 2017 e 2018, 75,4% das vítimas fatais de intervenção policial
eram negras.
- 28,4% de pretas, 27,5% de pardas e 24,7% de brancas sofreram algum
tipo de violência.
- 32% de pretas e 23% de brancas são agredidas nas ruas.
- 40,5% de pretas, 36,7% de pardas e 34,9% de brancas sofreram
assédio
- 21% de negras e 25% de brancas procuram órgãos oficiais para
denunciar a violência sofrida.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574195977_206027.html
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4-
Colonialidade (Quijano)
A
colonialidade é um dos elementos constitutivos e específicos do padrão mundial
do poder capitalista. Sustenta-se na imposição de uma classificação
racial/étnica da população do mundo como pedra angular do referido padrão de
poder e opera em cada um dos planos, meios e dimensões, materiais e
subjectivos, da existência social quotidiana e da escala societal. Origina-se e
mundializa-se a partir da América (QUIJANO, 2009, p. 73)
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5- Algumas questões para
pensar com os negros e as negras
Culpabilização
do negro
Genocídio
da população negra
Políticas
de atualização da senzala, da tortura e da escravização contemporâneas
O
papel dos veículos de comunicação, de informação e de cultura em relação ao
negro
Discursos,
metáforas e práticas racistas.
A
questão negra em nível local
Lugar
de fala
Cruzamento
de vozes, identidades e papeis
Luta
politica
Ancestralidade
Politicas
publicas em prol não apenas da igualdade, mas da equidade
Feminlizacao
da pobreza
Lugar
de fala é diferente de experiencias individuais
Trpla
opressao ; capitalismo, mavhismo e racismo
Localizacao
social em lugares especificos
Lugar
de fala (des)naturaliza pensamentois
Lugares
de fala (ao qual cada um pertence) são distintos e interagem com o conceito de representatividade
e o combate às formas de impedir o outro de falar
O
branco como lugar de fala universal e privilegiado vs lugar de fala específico
Privilégio
é fruto do empobrecimento e da carência alheia.
Teresa
de benguela luiz gama luiza maim, Zumbi dos palmares.
Nem
todos são culpados pelo preconceito, mas todos são responsáveis.
Ser
antiracista é uma questão de ressignificação (das formas de interação) da
sociedade.
Luta antirracista (Djamila Ribeiro e Sílvio de
Almeida)
Relações sociais descolonizadoras de corpos e
significados
Lugar de fala do negro e o da branquitude
Luta do negro em se fazer sujeito de
epistemologias negras
Igualdade vs equidade
Black Lives Matter (Vidas Negras Importam)
Racialização da subalternidade.
Modernidade e progresso: iluminismo,
colonialismo, escravidão
“Raça é uma tecnologia de poder” – Sílvio
Almeida
“Todo estado é racista” – Sílvio Almeida
“Racismo – disciminação sistemática – é uma
questão política e econômica” – Sílvio Almeida
Racismo é um sistema de reprodução e
naturalização da desigualdade
Crise
da imigração em 2018/2019
A
presença de grupos racializados em posições institucionais de poder não é
suficiente para combater o racismo.
Escolas
que promovem espaços de reflexão como a semana da cultura negra da escola
Egídia Cavalcante Chagas
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Racismo é “um sistema de poder/dominação, de
hierarquização de corpos, um sistema colonial, colonializante e genocida”
(Professor Marco Antônio Lima do Bonfim – 12-06-2020 – facebook).
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6- A escravidão e o Ceará
Fideralina
Augusto Lima,
(Lavras da Mangabeira, 1832-1919), trisavó de Heitor
Férrer, (deputado estadual – 2018-2022), e tataravó de Roberto Cláudio (prefeito
de Fortaleza – 2012-2020), latifundiária e proprietária de escravos.
Francisco José do Nascimento (Canoa Quebrada,
Aracati 15 de Abril de 1839 — Fortaleza, 5 de Março de 1914), o Dragão
do Mar ou Chico da Matilde.
01 de janeiro de 1883 – Libertação dos escravos
na cidade cearense de Redenção, então Acarape, integrante de Baturité.
25 de março de 1884, o presidente da província
cearense, Satiro de Oliveira Dias, torna o Ceará o primeiro estado a
libertar os escravos no Brasil
13 de maio de 1888 – Lei Áurea
assinada pela princesa Isabel
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7 – O
negro em Morada Nova, Ceará – a Banda De Música
Expedito Raulino
Resgate histórico dos cem anos – 1910 A 2010
Organizador: Gilnei Neves Nepomuceno
Colaboradores: José Olavo Balbino, Maria Auxiliadora Coutinho, Raimunda
Salvina dos Santos e Sivaldo Carneiro de Andrade.
Revisão gramatical: Maria das Graças Alves de Freitas e Dias
Capa: Tarcísio Viana Moreira
A Escola Municipal de Música de
Morada Nova, hoje denominada Banda de Música Expedito Raulino, afigura-se como
o mais importante equipamento cultural do município, levando-se em conta a
resistência e riqueza de sua história.
Em julho de 1910, no dia 05, criou-se
em Morada Nova um pequeno grupo de músicos, com a finalidade de alegrar os
festejos da Festa do Padroeiro de Morada Nova – o Divino Espírito Santo.
Idealizado pelo senhor Raimundo José
Rabelo, o grupo era composto por Raimundo Rabelo, João Rabelo, Pedro Rabelo e
Raimundo Hermínio (Dico Hermínio), entre outros, tendo à frente um maestro, o
Senhor José Moura.
Em 1923, a convite do Padre Manoel
Lucena, chegou a Morada Nova o maestro Arlindo Gonçalves Cruz, natural de
Santana do Cariri, com o objetivo de aprofundar os estudos e capacitar os
integrantes da referida banda.
Desde então, já organizada e com mais
membros, a mesma animava as novenas do Divino Espírito Santo. Eram componentes
na época: Manoel Rodrigues Freitas, José de Sousa Barros (o Sr. Deca), Manoel
Leandro da Silva, Adelino Nogueira, Urias Raulino, Manoel Matias, Luiz
Apolinário, Francisco Coutinho da Silva, Cícero Preto e Abdias Modesto.
Após três anos de trabalho e já
formada a Banda, o Sr. Arlindo Cruz teve que retornar a sua terra natal,
deixando assim a Banda aos cuidados do músico Adelino Nogueira, cuja capacidade
era incontestável.
Em 1927, o diretor e regente colocou
mais alunos, sendo estes: Luiz Coutinho da Silva, Raimundo Tibúrcio Cavalcante,
Pedro Coutinho e José Coutinho. Entre estes, mereceu destaque o aluno Luiz
Coutinho (Mestre Coutinho), que pelo interesse e vontade para com a música, fez
sua primeira composição, uma obra musical para a Igreja. Nesse mesmo ano, a
Banda tocava na quermesse, a fim de arrecadar fundos, juntamente com a
comunidade, para a conclusão das torres da Igreja.
Em 1930, o Senhor Adelino Nogueira
teve que sair para trabalhar, como professor, no distrito de Livramento, hoje
Uiraponga, passando a regência da Banda ao aluno mais competente, ou seja, o
Sr. Luiz Coutinho da Silva, o mestre Coutinho.
Em 1933, com a ajuda da comunidade e
o apoio do prefeito Eduardo Girão Sobrinho, a banda contava com 20 (vinte)
instrumentos, um(01) para cada aluno. Entre os alunos dessa época citamos:
Laurindo Ferreira, João Messias (Buiú), Francisco Rodrigues (Cacá), Fransquinho
do Lé, João Muniz, José de Lima (Zé Belinha) e Francisco de Oliveira (Chico
Belinha).
Para o maestro Coutinho ainda faltava
muito a ser feito, pois a procura por suas aulas era grande - tanto crianças
como jovens e adultos – e sua preocupação era dotar a banda de mais
instrumentos, e, conseqüentemente, atrair cada vez mais pessoas com vocação
para a música.
No ano de 1945, foi feita uma
recomposição; a turma era entusiasta e interessada. Entre os componentes da
banda na época, com seus respectivos instrumentos, podemos citar: José
Coutinho, no baixo; Chico Belinha, no trombone; João Muniz, no clarinete; Raimundo
Balbino, no piston; Francisco Vitalino, no tarol; José Willame, no piston;
Manoel de Lima (Melé), no bumbo; Jamil, no baixo; Aluisio Coutinho, nos pratos.
Ainda em 1945, há 8(oito) de maio, a Banda encabeçou, acompanhada pelo povo,
uma passeata em comemoração à vitória da 2ª Guerra Mundial, tocando dobrados,
Hino do Soldado, emocionando a todos que observavam aquele ato de patriotismo e
cidadania.
Em 1954, houve nova recomposição,
entrando desta vez, os seguintes músicos: Alberto Viana (Alberto do Banjo),
Nere do Rufino, Raimundo do Pedro Chichico e Expedito Raulino; em 1957,
entraram Fransquinho Nogueira, Valdecir Coutinho, Aluísio Nogueira e
Arquimedes.
Para o maestro Coutinho muita coisa
podia ainda ser feita, e entre os anos de 1959 e 1960 conseguiu organizar uma
orquestra, a fim de realizar festas dançantes, tanto em Morada Nova como em
toda região Jaguaribana.
No período junino, e por ocasião das
festas do padroeiro de Morada Nova, a Banda fazia a alegria e o orgulho de
muitos, tanto moradanovenses como visitantes e filhos que moram em outras
cidades. As festas eram inicialmente realizadas no Salão das Audiências - Casa
da Câmara, antiga Câmara Municipal, local onde funciona hoje a Casa Lotérica. A
Banda de Morada Nova era convidada para tocar em todo o Vale e em outros
Estados.Tocava ritmos como bolero, samba, marcha, mambo e valsa; alguns a
chamavam a “Batuta do Mestre Coutinho”.
Nessa época, faziam parte da
orquestra duas cantoras: Terezinha Silveira (filha da dona Nazaré parteira) e
Raimunda Ray Coutinho (filha do Mestre Coutinho). Compunham a Banda nessa
época: Francisco de Lima (conhecido como Chico Belinha), José de Lima (o Zé
Belinha), Raimundo Balbino (o Nanico), Francisco Guimarães (conhecido como
Chico do Pedro Velho), José Willame, Alberto Viana e Manoel Barbosa (Melé).
Sempre que se deslocavam para outras cidades, costumavam viajar em uma rural ou
jipe de propriedade do Dr. Epifânio, tendo como motorista José Augusto Nóbrega
Brilhante (seu Pi).
Muito admirada em todas as cidades
que andava, chegou a participar de um concurso de bandas, em 1960, tirando o 1º
lugar; ganhou outros concursos por ocasião das festas do município. Ainda no
mesmo ano, entraram os músicos: José Iran Nogueira Modesto, José Olavo Balbino
e Luiz Válder Coutinho.
A Banda de Música de Morada Nova
recebeu novo impulso, em 1973, na gestão do Prefeito Joaquim Terceiro Chagas,
quando foi encampada pelo Poder Municipal; recebeu um kit de instrumentos e o
fardamento devido, e foi denominada Banda de Música Expedito Raulino, através
do Decreto nº 230/1973, numa justa homenagem ao grande músico que foi
tragicamente arrebatado do nosso meio cultural.
Dado o empenho e capacidade dos
nossos músicos, alguns de Morada Nova foram requisitados pela Banda da Polícia
Militar de Manaus. Foram eles: José Iran N. Modesto, Luiz Válder Coutinho,
Manoel Cleto Moura, Válter Amâncio, Ernandes Firmino, Antônio Soares, Antônio
Bandeira, José Dílson Pereira e Luis Muniz (Luis do Vanjo) e Gutemberg Modesto
de Freitas. Alguns se agarraram à oportunidade, outros preferiram ficar em
Morada Nova.
Na década de 80, destaca-se a
presença de mulheres na Banda, sendo elas: Maria Auxiliadora Coutinho, Maria
das Graças, Francisca Terielda, Ruth Virgílio, Maria de Fátima dos Santos,
Maria Zelina e Luzia Maria Brandão.
No dia 05 de dezembro de 1993, pelos
desígnios de Deus, uma nota triste foi entoada pela Banda de Música de Morada
Nova; o maestro Coutinho morre aos 81 anos de vida, dos quais 65 foram
dedicados ao trabalho profícuo à frente da Banda, tocando, ensaiando, fazendo
dos seus discípulos músicos que até hoje a sustentam. Apesar dos contratempos,
a sua batuta continua animando festas, o que a certifica como um ícone do
patrimônio cultural de Morada Nova.
É relevante observar também que uma
opção de lazer muito comum em Morada Nova, nos anos de1950 a 1970, era a
presença das pessoas nas praças públicas para prestigiar as famosas retretas da
Banda de Música Expedito Raulino.
Além das apresentações de retretas, a
banda de música Expedito Raulino foi responsável também, no mesmo período
citado acima, pela animação de bailes na Associação Recreativa e Cultural de
Morada Nova, Festa do Vaqueiro, Festa do Padroeiro Divino Espírito Santo,
tradições locais que perduram até hoje.
A Banda de Música Expedito Raulino teve
como maestros depois da morte do Maestro Coutinho os seguintes músicos: José
Olavo Balbino, José Iran Nogueira Modesto, Flávio Rodrigues Girão, Luiz Válder
Coutinho e Jacinto Cruz Neto.
Atualmente, este equipamento cultural
conta com 30 (trinta) músicos concursados, vinculados à Secretaria da Cultura e
Turismo (SECULT) da Prefeitura Municipal de Morada Nova.
Comemorando seu centenário, em 05 de
julho de 2010, a comunidade de Morada Nova se mobiliza, reafirmando o
reconhecimento do valor histórico-cultural da Banda de Música Expedito Raulino
para as gerações passadas e as vindouras.
Morada Nova-CE, 05 de julho de 2010.
Gilnei Neves Nepomuceno
………………………….
8 – A questão negra na escola
Egídia Egídia Cavalcante Chagas
Na sala de aula, a semente da transform(AÇÃO)
Semana
da cultura Negra da escola Egídia Cavalcante Chagas, a Pioneira das escolas
estaduais de Morada Nova, Ceará.
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9 - LUTAS NEGRAS
Lutas negras estadunidenses
Em
31 de maio de 1921 na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, foi destruído o
distrito de Greenwood, que na época era uma das comunidades negras mais
prósperas do país, apelidada de "Wall Street Negra".
O
massacre que destruiu a 'Wall Street Negra' há quase cem anos e voltou à tona
na série 'Watchmen' https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50188869
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Lutas negras na Argentina
María Remedios del Valle (Buenos Aires, entre 1766–68 — Buenos
Aires, entre 28 de outubro e 8 de novembro de 1847) - Dia Nacional dos Afro-Argentinos e da Cultura
Africana
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10- NEGROCÍDIO
Evento
|
Lugar
|
Participantes
|
Período
|
Revolta
dos Malês
|
Salvador-Bahia
|
Negros muçulmanos - Malês
|
24 - 25 de janeiro de 1835
|
Guerra
do Paraguai
|
Brasil-Paraguai
|
Negros
e mestiços
|
1864-1870
|
Guerra
de Canudos
|
Belo
Monte – Bahia – ao lado do rio Vaza-Barris
|
Negros e mestiços do sertão nordestino
|
1893-1897
|
Revolta
da Chibata.
|
Rio
de Janeiro
|
João
Cândido Felisberto, o "Almirante negro" e negros libertos que
integravam a marinha.
|
22
a 27 de novembro de 1910
|
Guerra do
Contestado
|
Estados de Santa Catarina e Paraná.
|
Invernada
dos Negros”, no Distrito de Ibicuí, no Município de Campos Novos, na Região
do Contestado e “Invernada de São João dos Pobres no Município de Matos Costa
|
1912-1916
|
Massacre
do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto – beato José Lourenço
|
Sítio Santa Cruz do Caldeirão – Crato, Ceará
|
Negros
da região do Cariri
|
11-05-1937
|
Assassinato
de Martin Luther King
|
Memphis, Tennessee, EUA
|
Martin
Luther King Jr.
|
04-04-1968
|
Massacre
de 17 sem-terras
|
Eldorado do Carajás, Sul do Pará
|
MST
|
17-04-1996
|
Assassinato
de Zé Maria do Tomé por João Teixeira Júnior
(dono da Frutacor) conforme Ministério público
|
Chapada do Apodi – Limoeiro do Norte/Quixeré
|
Moradores
da Comunidade Zé Maria do Tomé
|
21-04-2010
|
Desaparecimento
de Amarildo
|
Rio de Janeiro
|
Amarildo
Dias de Souza
|
14-07-2013
|
Assassinato
de Mariele Franco e Anderson Gomes
|
Rio de Janeiro
|
Vereadora
carioca do PSOL
|
14-03-2018
|
Assassinato
no menino João Pedro por uma bala de fuzil M16 calibre 556 usado por um policial civil
|
Complexo do Salgueiro em São Gonçalo, Rio de Janeiro
|
João
Pedro
|
18-05-2020
|
Assassinato
de George Floyd pelo joelho de um policial que ficou 8 minutos sobre seu
pesçoço
|
Minneapolis, EUA
|
George
Floyd
|
25-05-2020
|
Abandono
e morte de Miguel
|
9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de
Nassau - Cais Santa Rita, 595 - São
José, Recife - PE, 50020-360
|
Miguel Otávio Santana da Silva
|
02-0-2020
|
……………….
11 - Referências
André
Amaral De Toral. A participação dos
negros escravos na guerra do Paraguai.
https://www.scielo.br/pdf/ea/v9n24/v9n24a15.pdf
ACHILLE MBEMBE. Crítica da razão negra.
https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2018/03/mbembe-critica-da-razacc83o-negra.pdf
Nilson Thomé. Negros no
Contestado, sim! Quilombos e quilombolas, não!
Aníbal
Quijano. Colonialidade do Poder e
Classificação Social. http://www.mel.unir.br/uploads/56565656/noticias/quijano-anibal%20colonialidade%20do%20poder%20e%20classificacao%20social.pdf
Marco Antonio Lima do Bonfi; Fernando Santos de Jesus; Cristiane
de Oliveira Félix
Representação
do negro em livros didático e paradidático: uma análise de
discurso crítica de estereótipos raciais
"Sem
espaço do sonho, a vida vira pura miséria", diz jurista Silvio Almeida
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/06/11/mortes-por-racismo-representam-fracasso-do-homem-branco-diz-jurista.htm
Lei
nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Inclusão oficial no currículo da
Rede de Ensino da obrigatoriedade da temática "História e Cultura
Afro-Brasileira".
Lei
nº 11.645,
de 10 março de 2008. Inclusão oficial no currículo da Rede de
Ensino da obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira
e indígena".
“É
preciso mudar a história da filosofia”, diz filósofo senegalês - Souleymane
Bachir Diagne ainda explicou que ser negro vai além da cor da pele.
https://quatrocincoum.folha.uol.com.br/br/noticias/f/e-preciso-mudar-a-historia-da-filosofia-diz-filosofo-senegales
Cláudio
Silva. Assassinato de Zé Maria do Tomé:
9 anos de impunidade. Brasil de Fato
| Fortaleza (CE). 29 de Abril de 2019 às 12:46. Disponível
emhttps://www.brasildefatoce.com.br/2019/04/29/opiniao-or-assassinato-de-ze-maria-do-tome-9-anos-de-impunidade
.
Programação
celebra 100 anos da morte de Fideralina Augusto Lima. 17 de Janeiro de
2019. Atualizado às 10:53 / 18 de Janeiro de 2019. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/programacao-celebra-100-anos-da-morte-de-fideralina-augusto-lima-1.2051095
HELOÍSA MENDONÇA. Abismo social separa negros e brancos no Brasil
desde o parto. São Paulo. 21-11-2019. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574195977_206027.html.
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12- Vídeos
Milton
Santos - 31/03/1997. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xPfkiR34law
História
da discriminação racial na educação brasileira - Silvio Almeida - Escola da
Vila 2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=gwMRRVPl_Yw
…………………………..