domingo, 14 de junho de 2020

Questões negras para diálogo - live Gleide e Benedito 16-06-2020 (@alfransbe)

QUESTÕES NEGRAS

1 - Certidão de óbito – Conceição Evaristo


Os ossos de nossos antepassados

colhem as nossas perenes lágrimas
pelos mortos de hoje.


Os olhos de nossos antepassados,

negras estrelas tingidas de sangue,
elevam-se das profundezas do tempo
cuidando de nossa dolorida memória.


A terra está coberta de valas

e a qualquer descuido da vida
a morte é certa.
A bala não erra o alvo, no escuro
um corpo negro bambeia e dança.
A certidão de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros.


Disponível em http://notaterapia.com.br/2019/11/05/confira-os-10-melhores-poemas-de-conceicao-evaristo/

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2- Você sabia?

  • O preconceito racista se manifesta em frases naturalizadas como “sorte negra” e “pura como a neve”.
  • O escritor Machado de Assis era mulato.
  • O panteão nórdico (estrelado por Thor), grego e romano tem maior fama que as entidades indígenas (Tupã e cia.) e os orixás do Candomblé (Iemanjá e cia.)
  • Nilo Procópio Peçanha (2 de outubro de 1867 - 31 de março de 1924), mulato, foi presidente do Brasil de 14 de junho de 1909 até 15 de novembro de 1910.
  • Periferias, favelas, encostas, lixões, margens e guetos são ambientes carentes de presença governamental onde moram muitos dos negros e seus descendentes mestiços que trabalham nas casas de luxo dos brancos.
  • A política de cotas não é assistencialismo para uma população carente de políticas públicas compensatórias e indenizatórias que sofreu trezentos anos de escravidão OFICIAL até a lei Áurea de 13 de maio de 1888.
  • O conflito por terra e água mata a população negra.
  • Os 10 homens mais ricos do mundo segundo a Forbes são brancos.
  • Todos os atuais 11 ministros do STF são brancos e brancas
  • O primeiro escalão do presidente Bolsonaro é formado por brancos e brancas
  • A forma como o negro é definido (escurinho, pretinho, moreninho, pardo, “de cor”, petróleo) fortalece sentimentos de superioridade de uns em relação a outros e atualiza problemas de aceitação e de reconhecimento/desconhecimento entre a população negra, parda, mestiça…

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3- Estatísticas

  • 55,8% dos brasileiros são pretos e pardos
  • As vítimas da polícia brasileira são homens (99%), negros (75%), jovens (78%)
  • A taxa de analfabetismo de pretos ou pardos foi de 9,1% no Brasil, enquanto a de brancos foi de 3,9% no período 2016-2018.
  • A taxa de conclusão do ensino médio entre jovens de 20 a 22 foi de 61,8% entre a população preta ou parda e de 76,8% entre a população branca
  • Em 2018, 28,8% de pretos ou pardos (de 18 a 24 anos) tinham menos de 11 anos de estudo e não frequentavam a escola enquanto apenas17,4% de brancos estavam nesta situação.
  • 50,3% dos estudantes de ensino superior da rede pública são pretos ou pardos (apesar de serem a maioria absoluta da população)
  • Em 2016, 50,5% de pretos e pardos estavam na faculdade. Em 2018 chegaram a ser 55,6%. Porém entre os brancos, havia 78,8% de universitários.
  • Entre 2018 e 2019, a população desocupada era formada por 64,2% de pretos ou pardos
  • Entre 2018 e 2019, a população subutilizada era formada por 66,1% de pretos ou pardos.
  • Entre 2018 e 2019, o rendimento médio mensal dos brancos ocupados foi de R$ 2.796 reais, ao passo que pretos ou pardos tinham apenas R$ 1.608 reais.
  • A mulher negra recebe menos da metade do salário do homem branco
  • Brancos com nível superior completo ganhavam, por hora, 45% a mais do que os pretos ou pardos com o mesma escolaridade.
  • Apenas 29,9% de cargos gerenciais foram exercidos por pretos ou pardos no período 2018-2019.
  • Dois terços dos negros ou pardos estão entre os 10% com menores rendimentos na população total.
  • Menos de um terço dos negros ou pardos está entre os 10% da população com maiores rendimentos.
  • A quantidade de pretos ou pardos abaixo das linhas de pobreza é o dobro da proporção de brancos.
  • Em 2017, uma pessoa preta ou parda tinha 2,7 vezes mais chances de ser vítima de homicídio intencional do que uma pessoa branca.
  • No período 2012-2017, entre a população preta ou parda a taxa de homicídios subiu de 37,2 para 43,4 homicídios por 100 mil habitantes.
  • A taxa de homicídios chega a 98,5 por 100 mil habitantes entre pretos ou pardos de 15 a 29 anos.
  • Entre jovens brancos de 15 a 29 anos, a taxa de homicídios é de 34 por 100 mil habitantes.
  • Os estudantes pretos ou pardos do 9° ano do ensino fundamental vivenciam mais experiências violentas do que os brancos.
  • 75% dos assassinatos atingem negros ou pardos.
  • Entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios que atingiu a população negra cresceu 33,1% e a taxa dos não negros aumentou 3,3%.
  • A cada 100.000 habitantes a taxa de homicídios corresponde a 43,1 para negros e 1 para não negros.
  • 34% dos policiais brasilieiros são negros ou pardos.
  • 51,7% dos policiais brasileiros assassinados são negros ou pardos
  • 68% das vítimas de homícidios em 2017 eram mulheres negras.
  • Entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu 29,9% e taxa referente às mulheres não negras foi de 4,5%
  • Entre 2017 e 2018, as negras compunham 61% dos casos de feminicídio e 51% dos registro de estupro.
  • Entre 2017 e 2018, 75,4% das vítimas fatais de intervenção policial eram negras.
  • 28,4% de pretas, 27,5% de pardas e 24,7% de brancas sofreram algum tipo de violência.
  • 32% de pretas e 23% de brancas são agredidas nas ruas.
  • 40,5% de pretas, 36,7% de pardas e 34,9% de brancas sofreram assédio
  • 21% de negras e 25% de brancas procuram órgãos oficiais para denunciar a violência sofrida.

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574195977_206027.html
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4- Colonialidade (Quijano)

A colonialidade é um dos elementos constitutivos e específicos do padrão mundial do poder capitalista. Sustenta-se na imposição de uma classificação racial/étnica da população do mundo como pedra angular do referido padrão de poder e opera em cada um dos planos, meios e dimensões, materiais e subjectivos, da existência social quotidiana e da escala societal. Origina-se e mundializa-se a partir da América (QUIJANO, 2009, p. 73)
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5- Algumas questões para pensar com os negros e as negras

Culpabilização do negro
Genocídio da população negra
Políticas de atualização da senzala, da tortura e da escravização contemporâneas
O papel dos veículos de comunicação, de informação e de cultura em relação ao negro
Discursos, metáforas e práticas racistas.
A questão negra em nível local
Lugar de fala
Cruzamento de vozes, identidades e papeis
Luta politica
Ancestralidade
Politicas publicas em prol não apenas da igualdade, mas da equidade
Feminlizacao da pobreza
Lugar de fala é diferente de experiencias individuais
Trpla opressao ; capitalismo, mavhismo e racismo
Localizacao social em lugares especificos
Lugar de fala (des)naturaliza pensamentois
Lugares de fala (ao qual cada um pertence) são distintos e interagem com o conceito de representatividade e o combate às formas de impedir o outro de falar
O branco como lugar de fala universal e privilegiado vs lugar de fala específico
Privilégio é fruto do empobrecimento e da carência alheia.
Teresa de benguela luiz gama luiza maim, Zumbi dos palmares.
Nem todos são culpados pelo preconceito, mas todos são responsáveis.
Ser antiracista é uma questão de ressignificação (das formas de interação) da sociedade.
Luta antirracista (Djamila Ribeiro e Sílvio de Almeida)
Relações sociais descolonizadoras de corpos e significados
Lugar de fala do negro e o da branquitude
Luta do negro em se fazer sujeito de epistemologias negras
Igualdade vs equidade
Black Lives Matter (Vidas Negras Importam)
Racialização da subalternidade.
Modernidade e progresso: iluminismo, colonialismo, escravidão
“Raça é uma tecnologia de poder” – Sílvio Almeida
“Todo estado é racista” – Sílvio Almeida
“Racismo – disciminação sistemática – é uma questão política e econômica” – Sílvio Almeida
Racismo é um sistema de reprodução e naturalização da desigualdade
Crise da imigração em 2018/2019
A presença de grupos racializados em posições institucionais de poder não é suficiente para combater o racismo.
Escolas que promovem espaços de reflexão como a semana da cultura negra da escola Egídia Cavalcante Chagas
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Racismo é “um sistema de poder/dominação, de hierarquização de corpos, um sistema colonial, colonializante e genocida” (Professor Marco Antônio Lima do Bonfim – 12-06-2020 – facebook).

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6- A escravidão e o Ceará

Fideralina Augusto Lima, (Lavras da Mangabeira, 1832-1919), trisavó de Heitor Férrer, (deputado estadual – 2018-2022), e tataravó de Roberto Cláudio (prefeito de Fortaleza – 2012-2020), latifundiária e proprietária de escravos.

Francisco José do Nascimento (Canoa Quebrada, Aracati 15 de Abril de 1839 — Fortaleza, 5 de Março de 1914), o Dragão do Mar ou Chico da Matilde.

01 de janeiro de 1883 – Libertação dos escravos na cidade cearense de Redenção, então Acarape, integrante de Baturité.
25 de março de 1884, o presidente da província cearense, Satiro de Oliveira Dias, torna o Ceará o primeiro estado a libertar os escravos no Brasil
13 de maio de 1888 – Lei Áurea assinada pela princesa Isabel

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7 – O negro em Morada Nova, Ceará – a Banda De Música Expedito Raulino

Resgate histórico dos cem anos – 1910 A 2010

Organizador: Gilnei Neves Nepomuceno
Colaboradores: José Olavo Balbino, Maria Auxiliadora Coutinho, Raimunda Salvina dos Santos e Sivaldo Carneiro de Andrade.
Revisão gramatical: Maria das Graças Alves de Freitas e Dias
Capa: Tarcísio Viana Moreira

A Escola Municipal de Música de Morada Nova, hoje denominada Banda de Música Expedito Raulino, afigura-se como o mais importante equipamento cultural do município, levando-se em conta a resistência e riqueza de sua história.
Em julho de 1910, no dia 05, criou-se em Morada Nova um pequeno grupo de músicos, com a finalidade de alegrar os festejos da Festa do Padroeiro de Morada Nova – o Divino Espírito Santo.
Idealizado pelo senhor Raimundo José Rabelo, o grupo era composto por Raimundo Rabelo, João Rabelo, Pedro Rabelo e Raimundo Hermínio (Dico Hermínio), entre outros, tendo à frente um maestro, o Senhor José Moura.
Em 1923, a convite do Padre Manoel Lucena, chegou a Morada Nova o maestro Arlindo Gonçalves Cruz, natural de Santana do Cariri, com o objetivo de aprofundar os estudos e capacitar os integrantes da referida banda.
Desde então, já organizada e com mais membros, a mesma animava as novenas do Divino Espírito Santo. Eram componentes na época: Manoel Rodrigues Freitas, José de Sousa Barros (o Sr. Deca), Manoel Leandro da Silva, Adelino Nogueira, Urias Raulino, Manoel Matias, Luiz Apolinário, Francisco Coutinho da Silva, Cícero Preto e Abdias Modesto.
Após três anos de trabalho e já formada a Banda, o Sr. Arlindo Cruz teve que retornar a sua terra natal, deixando assim a Banda aos cuidados do músico Adelino Nogueira, cuja capacidade era incontestável.
Em 1927, o diretor e regente colocou mais alunos, sendo estes: Luiz Coutinho da Silva, Raimundo Tibúrcio Cavalcante, Pedro Coutinho e José Coutinho. Entre estes, mereceu destaque o aluno Luiz Coutinho (Mestre Coutinho), que pelo interesse e vontade para com a música, fez sua primeira composição, uma obra musical para a Igreja. Nesse mesmo ano, a Banda tocava na quermesse, a fim de arrecadar fundos, juntamente com a comunidade, para a conclusão das torres da Igreja.
Em 1930, o Senhor Adelino Nogueira teve que sair para trabalhar, como professor, no distrito de Livramento, hoje Uiraponga, passando a regência da Banda ao aluno mais competente, ou seja, o Sr. Luiz Coutinho da Silva, o mestre Coutinho.
Em 1933, com a ajuda da comunidade e o apoio do prefeito Eduardo Girão Sobrinho, a banda contava com 20 (vinte) instrumentos, um(01) para cada aluno. Entre os alunos dessa época citamos: Laurindo Ferreira, João Messias (Buiú), Francisco Rodrigues (Cacá), Fransquinho do Lé, João Muniz, José de Lima (Zé Belinha) e Francisco de Oliveira (Chico Belinha).
Para o maestro Coutinho ainda faltava muito a ser feito, pois a procura por suas aulas era grande - tanto crianças como jovens e adultos – e sua preocupação era dotar a banda de mais instrumentos, e, conseqüentemente, atrair cada vez mais pessoas com vocação para a música.
No ano de 1945, foi feita uma recomposição; a turma era entusiasta e interessada. Entre os componentes da banda na época, com seus respectivos instrumentos, podemos citar: José Coutinho, no baixo; Chico Belinha, no trombone; João Muniz, no clarinete; Raimundo Balbino, no piston; Francisco Vitalino, no tarol; José Willame, no piston; Manoel de Lima (Melé), no bumbo; Jamil, no baixo; Aluisio Coutinho, nos pratos. Ainda em 1945, há 8(oito) de maio, a Banda encabeçou, acompanhada pelo povo, uma passeata em comemoração à vitória da 2ª Guerra Mundial, tocando dobrados, Hino do Soldado, emocionando a todos que observavam aquele ato de patriotismo e cidadania.
Em 1954, houve nova recomposição, entrando desta vez, os seguintes músicos: Alberto Viana (Alberto do Banjo), Nere do Rufino, Raimundo do Pedro Chichico e Expedito Raulino; em 1957, entraram Fransquinho Nogueira, Valdecir Coutinho, Aluísio Nogueira e Arquimedes.
Para o maestro Coutinho muita coisa podia ainda ser feita, e entre os anos de 1959 e 1960 conseguiu organizar uma orquestra, a fim de realizar festas dançantes, tanto em Morada Nova como em toda região Jaguaribana.
No período junino, e por ocasião das festas do padroeiro de Morada Nova, a Banda fazia a alegria e o orgulho de muitos, tanto moradanovenses como visitantes e filhos que moram em outras cidades. As festas eram inicialmente realizadas no Salão das Audiências - Casa da Câmara, antiga Câmara Municipal, local onde funciona hoje a Casa Lotérica. A Banda de Morada Nova era convidada para tocar em todo o Vale e em outros Estados.Tocava ritmos como bolero, samba, marcha, mambo e valsa; alguns a chamavam a “Batuta do Mestre Coutinho”.
Nessa época, faziam parte da orquestra duas cantoras: Terezinha Silveira (filha da dona Nazaré parteira) e Raimunda Ray Coutinho (filha do Mestre Coutinho). Compunham a Banda nessa época: Francisco de Lima (conhecido como Chico Belinha), José de Lima (o Zé Belinha), Raimundo Balbino (o Nanico), Francisco Guimarães (conhecido como Chico do Pedro Velho), José Willame, Alberto Viana e Manoel Barbosa (Melé). Sempre que se deslocavam para outras cidades, costumavam viajar em uma rural ou jipe de propriedade do Dr. Epifânio, tendo como motorista José Augusto Nóbrega Brilhante (seu Pi).
Muito admirada em todas as cidades que andava, chegou a participar de um concurso de bandas, em 1960, tirando o 1º lugar; ganhou outros concursos por ocasião das festas do município. Ainda no mesmo ano, entraram os músicos: José Iran Nogueira Modesto, José Olavo Balbino e Luiz Válder Coutinho.
A Banda de Música de Morada Nova recebeu novo impulso, em 1973, na gestão do Prefeito Joaquim Terceiro Chagas, quando foi encampada pelo Poder Municipal; recebeu um kit de instrumentos e o fardamento devido, e foi denominada Banda de Música Expedito Raulino, através do Decreto nº 230/1973, numa justa homenagem ao grande músico que foi tragicamente arrebatado do nosso meio cultural.
Dado o empenho e capacidade dos nossos músicos, alguns de Morada Nova foram requisitados pela Banda da Polícia Militar de Manaus. Foram eles: José Iran N. Modesto, Luiz Válder Coutinho, Manoel Cleto Moura, Válter Amâncio, Ernandes Firmino, Antônio Soares, Antônio Bandeira, José Dílson Pereira e Luis Muniz (Luis do Vanjo) e Gutemberg Modesto de Freitas. Alguns se agarraram à oportunidade, outros preferiram ficar em Morada Nova.
Na década de 80, destaca-se a presença de mulheres na Banda, sendo elas: Maria Auxiliadora Coutinho, Maria das Graças, Francisca Terielda, Ruth Virgílio, Maria de Fátima dos Santos, Maria Zelina e Luzia Maria Brandão.
No dia 05 de dezembro de 1993, pelos desígnios de Deus, uma nota triste foi entoada pela Banda de Música de Morada Nova; o maestro Coutinho morre aos 81 anos de vida, dos quais 65 foram dedicados ao trabalho profícuo à frente da Banda, tocando, ensaiando, fazendo dos seus discípulos músicos que até hoje a sustentam. Apesar dos contratempos, a sua batuta continua animando festas, o que a certifica como um ícone do patrimônio cultural de Morada Nova.
É relevante observar também que uma opção de lazer muito comum em Morada Nova, nos anos de1950 a 1970, era a presença das pessoas nas praças públicas para prestigiar as famosas retretas da Banda de Música Expedito Raulino.
Além das apresentações de retretas, a banda de música Expedito Raulino foi responsável também, no mesmo período citado acima, pela animação de bailes na Associação Recreativa e Cultural de Morada Nova, Festa do Vaqueiro, Festa do Padroeiro Divino Espírito Santo, tradições locais que perduram até hoje.
A Banda de Música Expedito Raulino teve como maestros depois da morte do Maestro Coutinho os seguintes músicos: José Olavo Balbino, José Iran Nogueira Modesto, Flávio Rodrigues Girão, Luiz Válder Coutinho e Jacinto Cruz Neto.
Atualmente, este equipamento cultural conta com 30 (trinta) músicos concursados, vinculados à Secretaria da Cultura e Turismo (SECULT) da Prefeitura Municipal de Morada Nova.
Comemorando seu centenário, em 05 de julho de 2010, a comunidade de Morada Nova se mobiliza, reafirmando o reconhecimento do valor histórico-cultural da Banda de Música Expedito Raulino para as gerações passadas e as vindouras.

Morada Nova-CE, 05 de julho de 2010.
Gilnei Neves Nepomuceno
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8 – A questão negra na escola Egídia Egídia Cavalcante Chagas

Na sala de aula, a semente da transform(AÇÃO)

Semana da cultura Negra da escola Egídia Cavalcante Chagas, a Pioneira das escolas estaduais de Morada Nova, Ceará.


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9 - LUTAS NEGRAS

Lutas negras estadunidenses
Em 31 de maio de 1921 na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, foi destruído o distrito de Greenwood, que na época era uma das comunidades negras mais prósperas do país, apelidada de "Wall Street Negra".
O massacre que destruiu a 'Wall Street Negra' há quase cem anos e voltou à tona na série 'Watchmen' https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50188869
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Lutas negras na Argentina
María Remedios del Valle (Buenos Aires, entre 1766–68 — Buenos Aires, entre 28 de outubro e 8 de novembro de 1847) - Dia Nacional dos Afro-Argentinos e da Cultura Africana
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10- NEGROCÍDIO

Evento
Lugar
Participantes
Período
Revolta dos Malês
Salvador-Bahia
Negros muçulmanos - Malês
24 - 25 de janeiro de 1835
Guerra do Paraguai
Brasil-Paraguai
Negros e mestiços
1864-1870
Guerra de Canudos
Belo Monte – Bahia – ao lado do rio Vaza-Barris
Negros e mestiços do sertão nordestino
1893-1897
Revolta da Chibata.
Rio de Janeiro
João Cândido Felisberto, o "Almirante negro" e negros libertos que integravam a marinha.
22 a 27 de novembro de 1910
Guerra do Contestado 
Estados de Santa Catarina e Paraná.
Invernada dos Negros”, no Distrito de Ibicuí, no Município de Campos Novos, na Região do Contestado e “Invernada de São João dos Pobres no Município de Matos Costa
1912-1916
Massacre do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto – beato José Lourenço
Sítio Santa Cruz do Caldeirão – Crato, Ceará
Negros da região do Cariri
11-05-1937
Assassinato de Martin Luther King
Memphis, Tennessee, EUA
Martin Luther King Jr.
04-04-1968
Massacre de 17 sem-terras
Eldorado do Carajás, Sul do Pará
MST
17-04-1996
Assassinato de Zé Maria do Tomé por João Teixeira Júnior (dono da Frutacor) conforme Ministério público
Chapada do Apodi – Limoeiro do Norte/Quixeré
Moradores da Comunidade Zé Maria do Tomé
21-04-2010
Desaparecimento de Amarildo
Rio de Janeiro
Amarildo Dias de Souza
14-07-2013
Assassinato de Mariele Franco e Anderson Gomes
Rio de Janeiro
Vereadora carioca do PSOL
14-03-2018
Assassinato no menino João Pedro por uma bala de fuzil M16 calibre 556 usado por um policial civil 
Complexo do Salgueiro em São Gonçalo, Rio de Janeiro
João Pedro
18-05-2020
Assassinato de George Floyd pelo joelho de um policial que ficou 8 minutos sobre seu pesçoço
Minneapolis, EUA
George Floyd
25-05-2020
Abandono e morte de Miguel
9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau -  Cais Santa Rita, 595 - São José, Recife - PE, 50020-360
Miguel Otávio Santana da Silva
02-0-2020

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11 - Referências

André Amaral De Toral. A participação dos negros escravos na guerra do Paraguai. https://www.scielo.br/pdf/ea/v9n24/v9n24a15.pdf

ACHILLE MBEMBE. Crítica da razão negra. https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2018/03/mbembe-critica-da-razacc83o-negra.pdf
Nilson Thomé. Negros no Contestado, sim! Quilombos e quilombolas, não!

Aníbal Quijano. Colonialidade do Poder e Classificação Social. http://www.mel.unir.br/uploads/56565656/noticias/quijano-anibal%20colonialidade%20do%20poder%20e%20classificacao%20social.pdf

Marco Antonio Lima do Bonfi; Fernando Santos de Jesus;  Cristiane de Oliveira Félix
Representação do negro em livros didático e paradidático: uma análise de discurso crítica de estereótipos raciais

"Sem espaço do sonho, a vida vira pura miséria", diz jurista Silvio Almeida https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/06/11/mortes-por-racismo-representam-fracasso-do-homem-branco-diz-jurista.htm

Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.  Inclusão oficial no currículo da Rede de Ensino da obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".

Lei nº 11.645, de 10 março de 2008. Inclusão oficial no currículo da Rede de Ensino da obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e indígena".

“É preciso mudar a história da filosofia”, diz filósofo senegalês - Souleymane Bachir Diagne ainda explicou que ser negro vai além da cor da pele. https://quatrocincoum.folha.uol.com.br/br/noticias/f/e-preciso-mudar-a-historia-da-filosofia-diz-filosofo-senegales

Cláudio Silva. Assassinato de Zé Maria do Tomé: 9 anos de impunidade.  Brasil de Fato | Fortaleza (CE). 29 de Abril de 2019 às 12:46. Disponível emhttps://www.brasildefatoce.com.br/2019/04/29/opiniao-or-assassinato-de-ze-maria-do-tome-9-anos-de-impunidade .

Programação celebra 100 anos da morte de Fideralina Augusto Lima.  17 de Janeiro de 2019. Atualizado às 10:53 / 18 de Janeiro de 2019. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/programacao-celebra-100-anos-da-morte-de-fideralina-augusto-lima-1.2051095

HELOÍSA MENDONÇA. Abismo social separa negros e brancos no Brasil desde o parto. São Paulo. 21-11-2019. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574195977_206027.html.

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12- Vídeos

Milton Santos - 31/03/1997. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xPfkiR34law

História da discriminação racial na educação brasileira - Silvio Almeida - Escola da Vila 2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=gwMRRVPl_Yw
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