“Não
saber tais regularidades [do funcionamento interativo da língua] concorre
também para deixar os mais pobres ainda mais excluídos, os quais,
‘coincidentemente’, são os menos escolarizados e os menos preparados para
enfrentar as exigências de um mercado de trabalho cada vez mais especializado”
(p. 16).
“Se
o que predomina nas aulas de português continua sendo o estudo inócuo das
nomenclaturas e classificações gramaticais, ir à escola e estudar português
pode não ter muita importância, principalmente para quem precisa, de imediato,
adquirir competências em leitura e em escrita de textos” (p. 16).
“A
escola, como qualquer outra instituição social, reflete as condições gerais de
vida da comunidade em que está inserida. No entanto, é evidente também que fatores
internos à própria escola condicionam a qualidade e a relevância dos resultados
alcançados” (p. 20).
“Talvez
seja preferível que os alunos escrevam menos, mas que possam revisar seus
textos, até mais de uma vez, tornando-se
essa revisão, assim, um hábito já previsto nas atividades escolares com a
escrita” (p. 65).
“Quando
alguém é capaz de falar uma língua é então capaz de usar, apropriadamente, as
regras (fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas) dessa língua (além,
é claro, de outras de natureza pragmática) na produção de textos interpretáveis
e relevantes” (p. 85).
“[…]
a mudança no ensino do português não está nas metodologias ou nas ‘técnicas’
usadas. Está na escolha do objeto de ensino […]” (p. 108) [os] “usos sociais da língua, na forma em que
ela acontece no dia a dia da vida das pessoas […] a língua que somente acontece entre duas ou mais pessoas, com
alguma finalidade, num contexto específico e sob a forma de um texto – mais ou
menos longo, mais ou menos formal, desse ou daquele gênero” (p. 109) –
itálicos do original
ANTUNES,
Irandé. Aula de português: encontro
& interação. São Paulo. Parábola editorial. 2003. Série Aula – 1.
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