sexta-feira, 10 de julho de 2020

DE CERTEAU - A operação histórica


DE CERTEAU, Michel. A operação histórica. In LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre.  História: Novos problemas.  Trad. Theo Santiago. Francisco Alves Editora. 1995. P. 17-48.

“[…] enigmática relação que estabeleço com a sociedade presente e com a morte, pela mediação de atividades técnicas” (p. 17).
“[…] somente é válida a teoria que articula uma prática, ou seja, a teoria que, por um lado, abre as práticas sobres os espaços de uma sociedade e que, por outro, organiza os procedimentos prórprios de uma disciplina” (p. 18).
I – Um lugar social
“Toda pesquisa historiográfica é articulada a partir de um lugar de produção sócio-econômico, político e cultural. Implica um meio de elaboração circunscrito por determinações próprias […]” (p. 18).
1-  O não-dito
“[…] distinção weberiana entre o cientista e o político […]” (p. 20).
“[…] Michel Foucault […] ainda supõe, em seus primeiros livros, a autonomia do lugar teórico […]” (p. 20).
2- A instituição histórica
“A instituição não apenas fornece uma base social a uma “doutrina”, mas, sub-repticiamente, torna-a possível e a determina” (p. 21).
“Uma mudança social é, desse modo, comparável a uma modificação biológica do corpo humano […]” (p. 21).
É impossível, portanto, analisar o discurso histórico independentemente da instituição em função da qual ele é organizado em silência […]” (p. 22).
“[…] a ideologia atomista de uma profissão “liberal”, mantém a ficção do sujeito autor e perimte acreditar que a pesquisa individual constrói a história” (p. 23).
3- Os historiadores na sociedade
“A ‘neutralidade’ remete à metamorfose das convicções em ideologias, numa sociedade tecnocrática e produtivista anônima que não sabe mais indicar suas escolhas nem confessar seus poderes (para confessá-los ou denunciá-los)” (p. 26).
4- O que permite e o que interdita: o lugar
“[…] a história se define inteiramente por uma relação de linguagem com o corpo (social) e, então, também por  sua relação com os limites colocados pelo corpo, seja sob a forma do lugar particular de onde se fala, seja sob a forma do objeto distinto (passado, morte) do qual se fala” (p. 27).
“[…] a história permanece configurada pelo sistema onde é elaborada a pesquisa” (p. 27).

II – Uma prática
1- A articulação natureza-cultura
“O historiador modifica o espaço […]” (p. 30).

2- o estabelecimento das fontes ou a redistribuição do espaço
“Em história, tudo começa com o gesto de selecionar, de reunir, de, dessa forma, transformar em ‘documentos’ determinados objetos distribuídos de outra forma” (p. 30).

“Hoje em dia, o estabelecimento de fontes requer igualmente, um gesto fundador, significado, como no passado, pela combinação de um lugar, um ‘aparelho’ e técnicas” (p. 32).

“[…] a história tende a colocar em evidência os “limites da significabilidade’ […]” (p. 33).

“O estabelecimento de fontes […] é o princípio de uma redistribuição epistemológica dos momentos da pesquisa científica” (p. 33).

3- Fazer aparecer as diferenças: do modelo ao desvio
“[…] tornar pertinentes diferenças […]” (p. 34).

“A pesquisa dá a si objetos que tem a forma de sua prática […]” (p. 36).

4- O trabalho sobre os limites
1 – “[…] o fato é a diferença” (p. 37).
2 – “A compreensão da história encontra-se ligada à capacidade de organizar as diferenças ou as ausências pertinentes e hierarquizáveis porque relativas a formalizações científicas atuais” (p. 38).
“Daí seu paradoxo [do historiador]: emprega as formalizações científicas por ele adotadas a fim de prová-las, com os objetos não-científicos sobre os quais pratica essa prova” (p. 38).

5- Crítica e história
1- O trabalho consisite em produzir a partir do negativo, e que seja significativo” (p. 39)
2- Na realidade, a particularidade tem por competência movimentar-se sobre o fundo de uma formação explícita […]” (p. 40).
3- A operação histórica consiste em retalhar o dado segundo uma lei presente que se distingue de seu ‘outro’ (passado), em tomar distância com relação a uma situação conhecida e, dessa forma, em marcar por um discurso a mudança efetiva permitida por esse distanciamento” (p. 40).
“[…] a história é sempre ambivalente […]” (p. 41).








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