É de 2 de setembro de 1683 a carta que outorgou a primeira sesmaria de terras do Banabuiú. Delas resultaram glebas conhecidas como Danças, Congo, Santa Cruz, Onça, Bento Pereira, patos, Tapera, Juazeiro de Baixo, Juazeiro de Cima e outros. Tais referências – do livro Palestina, uma agulha e a saudade, do historiador Raimundo Girão – mostram quão antigas as formações que deram origem aos distritos e povoados de Morada Nova, alguns deles conhecidos até hoje por seus primitivos nomes. A região foi povoada pelas famílias Correia de Brito, Brito Pereira, Saraiva Leão, Chagas, Evangelista, Bezerra, Borges, Cavalcante, Monteiro Maia, Gomes de Castro, Rabelo, Nogueira, Guerreiro, Correia, Girão, Carneiro de Sousa, Freitas, Castelo Branco Lacerda e Moreira.
A cidade de Morada Nova ergueu-se entre a várzea do Banabuiú e a Lagoa da Salina. Sobre o serrote de pedra, próximo à Salina, morava o alferes José de Fontes Pereira de Almeida, dono da Fazenda Morada Nova e, mais abaixo, morava seu irmão, o capitão Dionísio de Matos Fontes. Ambos pediram ao bispado permissão para construir uma capela consagrada ao Divino Espírito Santo. D. João da Purificação Marques Perdigão, Bispo de Pernambuco – ao qual subordinava-se o Ceará – concedeu a permissão em 2 de agosto de 1831.
Os irmãos divergiam sobre o local para a construção e juntaram os moradores das proximidades para escolher, no voto: ganhou a proposta do Alferes e, em 1833, levantou-se a igrejinha no local onde se situa, hoje, a Matriz do Divino Espírito Santo. A Paróquia foi criada pela Lei nº 1561, de 9 de setembro de 1873, com o Pe. Francisco Álvares Teixeira Lima como primeiro vigário e tendo como primeiro administrador do patrimônio paroquial o major Eduardo Henrique Girão. Era uma região composta de " fazendas de criar ", apoiadas no gado e na cultura de subsistência. A Terra do Vaqueiro se fez assim, sob as bençãos do padroeiro, o Divino Espírito Santo.
Em termos legais, a Villa do Espírito Santo foi emancipada em 1876, pela Assembléia Provincial, que a desmembrou de Russas. Só em 1893, uma emenda legal restituiu-lhe o nome de Morada Nova. A cidade cresceu mantendo tradições que jamais a deixaram: a devoção ao Divino Espírito Santo e o respeito à figura do vaqueiro. A fé religiosa e a tradição cultural fazem da Festa do Divino – no Domingo de Pentecoste – e da Festa do Vaqueiro, em 11 de junho, os principais eventos de seu calendário festivo.
Se os tempos mudaram a caatinga, e a roupa do vaqueiro tornou-se rara nos campos, sua têmpera permaneceu no povo da Terra do Vaqueiro. Sua coragem, forjada na precisão de penetrar a caatinga seca, zelar pelo gado e tirar leite de pedras , permaneceu até hoje, quando a cidade prepara sua infra-estrutura para adentrar no terceiro milênio.
Fonte: Revista - Municípios do Ceará Ano III nº 19 Ago/99
http://www.moradanovaceara.com/historia.html
31/10/2010, 17:28
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