segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos ídolos, ou, como se filosofa com o martelo.


Mais possibilidade de alterar as condições concretas e contingenciais de vida e alcançar mais chance de alcançar sucesso e se fazer ouvido tem quem considera a opinião alheia como uma referencia, mas não como uma prisão.

Na “medida em que o preconceito da razão nos obriga a estabelecer unidade, identidade, duração, substância, causa, concretude e ser, nos vemos, em certo sentido, enredados no erro, necessitados do erro (...)” (p. 37).

A distinção entre a idéia de um mundo verdadeiro e um real, aparência e realidade reside numa ilusão “ótico-moral” (p. 39).

Os limites ente a noção de mundo verdadeiro e aparente como uma ideia em em estado de vir a ser conhecido e alcançado (p. 40 e 41)

A luta entre as paixões e a fraqueza de vontade como possibilidade de vida (p. 42-43).

A paz como imobilismo espiritualizado e desvinculado das condições da vida concreta (p. 44-45).

A moral disciplinadora que ignora os instintos da vida e fixa e ensina valores (p. 46-47) se assemelha ao ato de impedir a decisão no terreno do indecidível derridiano.

A moral é idiossincrática e as causas são confundidas com as conseqüências (p. 48-49).

Caráter disciplinador e transvalorativo operado pela religiões e pela moral e o sujeito encarado como causa primaz de sua própria vontade (p. 50-51).

O agir como conseqüência de uma vontade o eu como fundamento da causa, a vivência que desenvolve sentidos (p. 52-53).

A memória, a interpretação, habituação versus investigação, privilegiamento de determinadas dentro de um sistema (p. 54-55).

Explicações como produtos, efeitos do que se toma por verdadeiro. Responsabilização perseguida pelo desejo de punição. A liberdade como princípio para a punição (p. 56-57).

O ser diante do que foi e do será, o sujeito como parte do todo. A liberdade do mundo não está em Deus. (p. 58-59).

O juízo (moral ou religiosos) é uma interpretação semoitizante de aspectos da realidade. Dependendo de seus usos, o juízo pode ser utilizado para domesticar ou enfraquecer os indivíduos e reinterpretar o mundo natural em mundo da cultura a fim de criar barreiras e limites morais (p. 60-63).

A transvaloração de juízos arraigados e responsáveis por certos estados hegemonizados sobre outros no ambiente da história e da cultura da humanidade (p. 64-65)

Reciprocidade de deveres, vivacidade do espírito, laboriosidade, vida consagrada, o fazer científico, humanidades fragmentárias e (p. 66-68), “estiolamento dos instintos do espírito” (p. 69).

Deslocamento do centro de gravidade” (p. 70). Adestramento e aprovação (p. 71)

As tarefas para as quais são necessários educadores, parceiros mais experientes, são aprender a ver, a pensar e falar e escrever. Trabalhar o sujeito para ser desconfiado e aceitar a proximidade do novo, relacionar, poder executar movimentos como em uma dança e questionar a razão corrompida pela cristalização de pecado original (p. 72-77)

Critério e consistência da crítica. A máscara da objetividade. O cristianismo é um sistema abrangente de visão da vida e a moral cristã é transcendente. Instinto e consciência (p.78-81)

“O essencial na embriaguez é o sentimento de plenitude e de intensificação da força” (p. 82-83).

Idealização “é um colossal transbordar dos traços principais, de modo que os demais desapareçam” (p. 83).

Descarga de recursos expressivos, sentimento e expressão do poder, o limite entre o ato de fé e o ato cético, a relação entre fracos (mais numerosos) e fortes, a busca por uma sensação de superioridade e de uma posição de observação mais elevada e cômoda e idéias enganosas. (p. 84-89).

Tolerância confundida com comodismo. O homem como modelo de beleza e como fator de humanização da natureza.  A vontade de poder, a negação da vontade, o foco da vontade, a elaboração de teias conceituais. A importância de um sentimento livre e valente diante das vicissitudes e do desgaste da palavra enunciada. O valor de uma paixão diante do adormecimento dos impulsos (p. 90-99).

O sujeito que deseja e que é desejado (p. 100).

O indivíduo “é a linha humana inteira que chega até ele e inclusive o ultrapassa” (p. 101).

A “pessoa censura aqueles que são diferentes” (p. 102)

O indivíduo no jogo entre altruísmo e egoísmo, viver e morrer de maneira voluntária e orgulhosa, tomar o controle de nossa vida e morte, o juízo moral de uma época, a questão da vitalidade, questões de decadência e de vontade nas formações da sociedade. (p. 103-109).

O contrário como base para manter o que a sociedade acredita, a falência das instituições sociais, partidos políticos e a instituição casamento, o ato de fazer questões, liberdade e poda do indivíduo, o crime de forçar a adequação imposto pela moral, tensão nas massas, o caráter involuntário de sacrifícios tidos como moral superior, domesticação e fatalismo da sociedade, aprovação pública, o valor do indigno, disciplina de sentimentos e pensamentos, a égide de certas verdades. Não desligar-se da vida, mas integrar-se, pois “tudo se redime e se afirma no todo” (p. 110-125).

A eternidade e o desgaste pelo tempo, o dito e o não dito. Culturas inteiras e sentidos. Extensão, número e energia dos signos. A razão presente na realidade. Impulso e vontade de poder. A dialética entre paz e tensão. Engenhosidade na significação de símbolos e ritos. A função da dor na sutura entre passado e presente. Negação, vontade e inesgotabilidade de vida, volúpia do devir e da destruição. A dureza flexível como qualidade (p. 126-137).

 
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos ídolos, ou, como se filosofa com o martelo. Tradução de Renato Zwick – Porto Alegre, RS. L&PM. 2012. 144p. Coleção L&PM POCKET, volume 799).

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