segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

RAJAGOPALAN, Kanavil. Nova Pragmática: fases e feições de um fazer.


Rajagopalan chama a atenção para a questão da tríade direito, ética e política no pensamento austiniano ao considerar a percepção dos dados sensoriais sobre o fato e assevera que para a metafísica platônica, “o que existe de maneira alguma pode ser afetado por aquilo que porventura viermos a saber [isto é] a ontologia está imune às revelações da epistemologia” (2010. p. 11) e assevera que a crença na estabilidade de sentidos é o que fundamenta o ideal de constatividade dos atos linguageiros diante da recursividade performativa da linguagem.

 

Para Rajagopalan (2010), a Filosofia da Linguagem Ordinária coloca os estudos da linguagem como centro das discussões acerca da realidade e da cognição a partir de uma abordagem pragmática de caráter político e social a fim de encarar os aspectos da linguagem por meio de uma perspectiva transformadora e emancipatória que consiga perceber os usos contextuais e contingentes que os sujeitos realizam em/por seus atos de fala ordinários. A virada lingüística percebeu que o contato entre as palavras e o mundo se dá pelo sentido e não pela referência e que uma investigação desse porte está baseada na plenitude do ato de fala total.

 

O modo de fazer ciência é um ato social e político, por isso “a verdade é epistemicamente afetada” (p. 95). Por exemplo, para Austin, o ato é (i/per)locucionário. Para Searle , o ato é proposicional .

 

“Enquanto a contradição é uma oposição entre dois paradigmas completamente formados ou completos [...] o antagonismo emerge não de totalidades completas, mas da impossibilidade de construí-las” (p. 187).

 

“A linguagem chamada ‘ordinária’, longe de ser um veículo para uma linguagem pré-filosófica inarticulada, já traz a marca indelével do pensamento filosófico e científico do passado” (p.206).

 

“A filosofia analítica, fortemente influenciada pelo positivismo lógico, destaca-se pela ênfase na análise ‘conceitual’, método eleito como o único procedimento para solucionar todos os problemas filosóficos. Os conceitos são entes de pura cognição (ou ‘intelecção’, para lembrar o termo em voga em outros tempos, desvinculados de qualquer própria às palavras que se encarregam de veiculá-los), donde a tendência de fincar o conceito de conceito nos assim chamados ‘universais’ (p. 249).

 

RAJAGOPALAN, Kanavil. Nova Pragmática: fases e feições de um fazer. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.296 p. Coleção Lingua[gem]: 44.

Nenhum comentário:

Postar um comentário