Pinto
(2012) explica que atos de fala reiterados constroem performativamente
hegemonias (consensuais e/ou coercitivas), práticas identitárias e determinadas
concepções sobre a realidade. O ato de fala é atrelado a uma ritualização que
lhe garante um aspecto de iterabilidade em processo de reatualização.
Em
seu trabalho a respeito de hegemonias sobre língua no Brasil, Pinto (2012)
identifica:
HEGEMONIA
|
MODELOS
INTERPRETATIVOS
|
Unidade
lingüística
|
Romântico-alemão
(um povo-uma língua)
|
Hierarquia
escrita/oralidade
|
Filológico
de estudo da língua
|
Linearidade
língua/escrita/cognição
|
Evolucionista-civilizatório
|
Pinto
(2012) afirma que o controle da língua no Brasil foi historicamente exercido
por ações conduzidas pelas elites, pela igreja e pelo estado para alimentar um
sonho de língua e literatura grafocêntrica, monolíngüe e nacional. Ações
pedagógico-escolares e constitucionais foram empregadas para uniformizar o
senso de língua portuguesa como língua padrão e nacional. Segundo a autora o
aspecto transnacional das interações, a subjetivação do consumismo e as
características da textualidade digital afetam a hierarquia de instituições
modernas como o Estado e os estabelecimentos de ensino. Tudo é arranjado para, ainda
hoje, escamotear a diglossia e a oralidade que existem ao nível das interações
e manter estruturas de poder longe de muitas e certas parcelas da sociedade.
PINTO,
Joana P. Modernidade e diferença
colonial nos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil. Muitas vozes,
Ponta Grossa, v. 1, n. 2. p. 171-180. 2012. Disponível em
http://www.revistas2.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/viewFile/4866/pdf_58.
Acesso em 06/09/2013, às 10:06.
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