segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

PINTO, Joana P. Modernidade e diferença colonial nos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil.


Pinto (2012) explica que atos de fala reiterados constroem performativamente hegemonias (consensuais e/ou coercitivas), práticas identitárias e determinadas concepções sobre a realidade. O ato de fala é atrelado a uma ritualização que lhe garante um aspecto de iterabilidade em processo de reatualização.

 

Em seu trabalho a respeito de hegemonias sobre língua no Brasil, Pinto (2012) identifica:

HEGEMONIA
MODELOS INTERPRETATIVOS
Unidade lingüística
Romântico-alemão (um povo-uma língua)
Hierarquia escrita/oralidade
Filológico de estudo da língua
Linearidade língua/escrita/cognição
Evolucionista-civilizatório

Pinto (2012) afirma que o controle da língua no Brasil foi historicamente exercido por ações conduzidas pelas elites, pela igreja e pelo estado para alimentar um sonho de língua e literatura grafocêntrica, monolíngüe e nacional. Ações pedagógico-escolares e constitucionais foram empregadas para uniformizar o senso de língua portuguesa como língua padrão e nacional. Segundo a autora o aspecto transnacional das interações, a subjetivação do consumismo e as características da textualidade digital afetam a hierarquia de instituições modernas como o Estado e os estabelecimentos de ensino. Tudo é arranjado para, ainda hoje, escamotear a diglossia e a oralidade que existem ao nível das interações e manter estruturas de poder longe de muitas e certas parcelas da sociedade.

 

PINTO, Joana P. Modernidade e diferença colonial nos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil. Muitas vozes, Ponta Grossa, v. 1, n. 2. p. 171-180. 2012. Disponível em http://www.revistas2.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/viewFile/4866/pdf_58. Acesso em 06/09/2013, às 10:06.

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