sábado, 5 de março de 2011

Literatura Brasileira - Realismo

Em 1857, no mesmo ano em que no Brasil surgia O guarani, de José de Alencar, na França foi publicado Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura universal.

Em 1867, Émile Zola publica Thérèse Raquin, inaugurando o romance naturalista.

Tem início, assim, uma nova vertente no campo das artes, genericamente denominada Realismo, voltada para a análise da realidade social, em nítida oposição à arte romântica, de gosto burguês.

Na literatura, mais especificamente na prosa, percebem-se duas tendências: o romance realista e o romance naturalista.

Limites entre Realismo e Naturalismo

É muito comum o emprego dos termos Realismo e Naturalismo associados. Algumas vezes, são termos sinônimos; outras vezes, aparecem como duas estéticas literárias muito próximas uma da outra. No entanto, existe uma fronteira entre uma coisa e outra: é possível perceber algumas diferenças entre a prosa realista e a naturalista, apesar do grande número de pontos em comum.

Alguns preferem ver o Naturalismo como uma espécie de prolongamento mais forte do Realismo. Sob esse ponto de vista, o Naturalismo seria um Realismo exacerbado. Seria uma forma mais aprofundada de encarar o homem.

Os naturalistas sempre estariam vendo o lado patológico do homem, o seu envolvimento com um destino que ele não consegue modificar; as situações de desequilíbrio muito fortes; o homem que se comporta como um animal, obedecendo a instintos; o homem condicionado ao meio em que vive, subjugado pelo fator da hereditariedade física e patológica, que determina o comportamento dos personagens.

O Realismo

O Realismo é um movimento literário que surgiu na Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas transformações que ali se operavam no âmbito econômico, político, social e científico.

Economicamente, vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia industrial experimentava em virtude das inúmeras invenções Possibilitadas pelas descobertas científicas e tecnológicas.

Apesar dos benefícios trazidos à burguesia, a condição social do proletariado era cada vez pior. Motivados tanto pelas idéias do socialismo utópico, principalmente as de Proudhon e Robert Owen, quanto pelas idéias do socialismo científico, defendidas por Karl Marx e Friedrich Engels, os operários procuram organizar-se politicamente. Fundam então associações trabalhistas e passam a agir melhores condições de trabalho e de vida.

No âmbito científico e cultural, ocorre uma verdadeira efervescência de idéias considerada por alguns como uma segunda etapa do Iluminismo, do século XVIII. Dentre essas idéias, surgidas como conseqüência do aparecimento de várias correntes científicas e filosóficas, têm destaque:

positivismo, de Augusto Comte. para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências;

determinismo, de Hippolyte Taine, que defende que o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico;

a lei da seleção natural, de Charles Darwin, segundo a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos.

Enquanto no domínio da Física, da Química, da Biologia e da Medicina ocorrem avanços significativos, são lançados os fundamentos de três novas disciplinas: a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia.

Os escritores, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma literatura sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo.

As descobertas científicas, as idéias de reformas políticas e de revolução social exigiam dos escritores, por um lado, uma literatura de ação, comprometida com a crítica e a reforma da sociedade, e de outro, uma abordagem mais profunda e completa do ser humano, visto agora à luz dos conhecimentos das correntes científico-filosóficas da época.

Aparece então o Realismo, que procura, na literatura, atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural. Suas atitudes mais freqüentes são o combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade; a crítica à sociedade burguesa e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, casamento, família); o embasamento no materialismo, o emprego de idéias científicas; a introspeção psicológica das personagens; as descrições objetivas e minuciosas; a lentidão na narrativa; a universalização de conceitos.

Ao lado do Realismo, surgem ainda as correntes literárias denominadas Naturalismo e Parnasianismo, de pequena penetração em Portugal. A primeira, que consiste na verdade em uma forma extremada de Realismo, procura "provar" com romances de tese as teorias científicas da época, particularmente o determinismo. O Parnasianismo por sua vez é uma corrente que combate os exageros de sentimento e de imaginação do Romantismo e tenta resgatar certos princípios clássicos de procedimento, como a busca do equilíbrio, da perfeição formal e o emprego da razão e da objetividade.

Os três movimentos tiveram ciclo na França, com a publicação do romance realista Madame Bovary (l857), de Gustave Flaubert; do romance naturalista Thérèse Raquin, de Émile Zola (l867), e das antologias parnasianas Parnasse contemporain (a partir de 1866).

O Realismo em Portugal

Como marco introdutório do Realismo em Portugal tem sido apontada a Questão Coimbrã, episódio ocorrido em 1865.

Nessa época haviam finalmente cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a velha monarquia deposta pela revolução de 1820.

Consolidado o liberalismo, Portugal conheceu a partir de 1850 um período de estabilidade política, de progresso material e de intercâmbio com o resto da Europa. Coimbra, importante centro cultural e universitário da época, ligava-se em 1864 diretamente à comunidade européia por meio da estrada de ferro.

Contudo, do ponto de vista literário, predominavam ainda velhas idéias, românticas e árcades.

A Questão Coimbrã

Os meios literários já há alguns anos tinham como principal expressão o consagrado Castilho, poeta árcade, idoso e cego. Representante do academismo e do tradicionalismo literários, Castilho reunia em torno de si jovens escritores a quem protegia e por quem era tido como mestre.

A Questão Coimbrã tem início quando Castilho, ao escrever um posfácio elogioso ao livro Poema da mocidade de seu protegido Pinheiro Chagas, aproveita para criticar um grupo de poetas de Coimbra, a quem acusa de exibicionismo e obscuridade. São citados no posfácio os escritores Teófilo Braga, Vieira de Castro e Antero de Quental, que acabara de publicar a obra Odes modernas.

Antero de Quental responde a Castilho com uma carta aberta, em forma de panfleto, intitulada "Bom senso e bom gosto". Nela Antero critica o apadrinhamento literário, praticado por Castilho, e a censura da livre expressão.

Para Antero, a agressão sofrida não se limitava ao plano estritamente literário ou pessoal; era, na verdade, uma reação do velho contra o novo, do conservadorismo contra o progresso, da literatura de salão contra a literatura viva e atuante exigida pelos novos tempos.

Os grandes homens, na concepção de Antero, seriam aqueles comprometidos com a nova "Idéia", ou seja, com os conhecimentos trazidos pelas correntes filosóficas e científicas da época e que seriam capazes de modernizar Portugal, colocando-o ao lado das nações européias mais desenvolvidas.

A Questão Coimbrã durou todo o segundo semestre de 1865, com publicações em defesa e ataque de ambos os lados. Participaram dela também, dentre outros, Teófilo Braga, Ramalho Ortigão e Pinheiro Chagas. Eça de Queirós, embora fizesse parte do grupo coimbrão, não interveio na polêmica.

As conferências do Cassino Lisbonense e a geração de 70

Por volta de 1870 e tendo já concluído os estudos universitários em Coimbra, o grupo de amigos se reencontra em Lisboa e passa a travar debates acerca da renovação cultural portuguesa. A volta de Antero de Quental - que estivera na França, na América e na ilha de São Miguel - dinamiza essas reuniões, que passam a contar com leituras sistematizadas (principalmente de Proudhon) e a ter um objetivo definido. Como resultado desse esforço, nasce a iniciativa ambiciosa das Conferências Democráticas, que visavam à reforma da sociedade portuguesa.

Eis algumas das propostas das conferências, impressas no programa, assinado dentre outros por Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins e Teófilo Braga:

Abrir uma tribuna onde tenham voz as idéias e os trabalhos que caracterizam este movimento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e política dos povos; ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humanidade civilizada; procurar adquirir a consciência dos fatos que nos rodeiam, na Europa; agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência Moderna; estudar as condições da transformação política, econômica e religiosa da sociedade portuguesa.

Depois de proferidas cinco conferências - das quais duas eram de Antero e uma de Eça de Queirós -, o governo proíbe a continuidade do ciclo, alegando que os oradores suscitavam "doutrinas e proposições que atacavam a religião e as instituições do Estado".

Mas, apesar da censura, o Realismo já era vitorioso em Portugal e a partir de então se colheriam seus melhores frutos.

A poesia da época, a que genericamente se chama realista, alcançou grande prestígio e se desdobrou em quatro direções:

a poesia realista propriamente dita, representada por Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Teófilo Braga e outros, que se caracteriza pela crítica social e pelo engajamento político;

a poesia do cotidiano, representada por Cesário Verde, que, parcialmente ligada à poesia realista, procura incorporar à poesia certos aspectos da realidade até então considerados pouco poéticos;

a poesia metafísica, representada por Antero de Quental, que se volta para as indagações em torno da vida, da morte e de Deus;

a poesia parnasiana, representada por João da Penha e outros, cuja preocupação central é resgatar a tradição clássica, deixada de lado pelo Romantismo.

A prosa de ficção, na qual sobressaem Eça de Queiróz, Fialho de Almeida e Abel Botelho, segue a mesma orientação da poesia realista, porém dividindo-se entre o ataque à burguesia, à monarquia, ao clero, às instituições sociais, aos falsos valores e o compromisso com a doutrinação moral, social e filosófica.

Merecem destaque ainda a historiografia de Oliveira Martins e a crítica literária de Teófilo Braga.

O Realismo no Brasil

O Realismo no Brasil tem como marco a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em 1881.

A passagem do Romantismo para o Realismo acompanha um período de muitas mudanças na história econômica, política e social brasileira.

O Brasil da década de 80, quando se instala o novo movimento literário, não é mais o mesmo de 1850, época em que a segunda geração romântica dividia seus versos entre o amor e a morte, e as "moreninhas" circulavam pelos salões.

O Realismo vai encontrar terreno adubado para florescer, depois de o país ter passado, ao longo de quarenta anos, por fatos importantes que foram alterando aos poucos sua feição atrasada e tacanha. Como exemplo, a Guerra do Paraguai (1864-1870), o crescimento da campanha abolicionista, o enfraquecimento do governo de D. Pedro II, a intensificação das idéias republicanas, a força da economia agrária, que concentrava a renda nas mãos de fazendeiros de açúcar, primeiro, e de café, depois.

A década de 80 será muito agitada: as campanhas abolicionistas e republicanas andam juntas, em comícios, movimentos e passeatas, na maioria de estudantes e intelectuais. A escravidão e o Império caem quase ao mesmo tempo: em 1888 veio a Abolição; em 1889 Deodoro da Fonseca proclamou a República. Esses dois fatos criaram uma nova realidade, ao eliminar o trabalho servil e introduzir o princípio do voto na eleição dos governos, constituindo um índice de que se iniciava o processo de modernização da economia e política nacionais.

Paralelamente, dinamiza-se a vida social e cultural (principalmente no Rio de Janeiro), como sempre soprada por ventos europeus: liberalismo, socialismo, positivismo, cientificismo, etc. Idéias já consolidadas lá fora e importadas por nós, no mais das vezes sem a necessária adaptação. Numa sociedade agrária, escravocrata e preconceituosa, sem indústrias, sem classe operaria, elas surgiam deslocadas, fora de lugar.

A literatura realista e naturalista brasileira passa a refletir essas idéias, no interior da realidade específica do nosso país, através da pena de Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, Adolfo Caminha; Olavo Bilac brilha com a poesia parnasiana; Raul Pompéia ensaia sua prosa intimista.

Mudava a literatura porque mudava o país. Aumenta o número de estradas de ferro, incrementa-se o transporte urbano, surge a iluminação elétrica e o cinema. Nas cidades, aumentam a classe comercial, o funcionalismo, os militares e os trabalhadores livres, já em grande parte imigrantes. Nas ruas ainda estreitas e sujas proliferam os salões elegantes, as confeitarias e as lojas que copiavam a moda de Paris.

O Naturalismo

Já sabemos que Realismo e Naturalismo têm, entre si, semelhanças e diferenças. Se o primeiro procura retratar o homem interagindo no seu meio social, o segundo vai mais longe: pretende mostrar o homem como produto de um conjunto de forças "naturais", instintivas, que, em determinado meio, raça e momento, pode gerar comportamentos e situações específicas.

Nas obras de alguns escritores realistas podemos distinguir certas características que definem uma tendência chamada Naturalismo.

O Naturalismo enfatiza o aspecto materialista da existência humana. Para os escritores naturalistas, influenciados pelas teorias da ciências experimentais da época, o homem era um simples produto biológico cujo comportamento resultava da pressão do ambiente social e da hereditariedade psicofisiológica. Nesse sentido, dadas certas circunstâncias, o homem teria as mesma reações, instintivas e incontroláveis. Caberia a escritor, portanto, armar em sua obra uma certa situação experimental e agir como um cientista em seu laboratório, descrevendo as reações sem nenhuma interferência de ordem pessoal ou moral.

No romance experimental naturalista, o indivíduo é mero produto da hereditariedade. Ao lado desta, o ambiente em que vive, e sobre o qual também age, determina seu comportamento pessoal. Assim, predomina o elemento fisiológico, natural, instintivo: erotismo, agressividade e violência são os componentes básicos da personalidade humana, que, privada do seu arbítrio, vive à mercê de forças incontroláveis.

Desse modo, o Naturalismo atribui a um destino inescapável, de origem fisiológica, aquilo que, na verdade, é produto do sistema econômico-social: a retificação do homem, ou seja, a sua transformação em coisa (do latim res = coisa).

Para dar vida a toda essa teoria, os autores colocam-se como narradores oniscientes, impassíveis, podendo ver tudo por todos os ângulos. As descrições são precisas e minuciosas, frias e fidelíssimas aos aspectos exteriores. As personagens são vistas de fora para dentro, como casos a estudar: não há aprofundamento psicológico; o que interessa são as ações exteriores, e não os meandros da consciência à maneira de, por exemplo, Machado de Assis.

O Romance Naturalista

O naturalismo foi cultivado no Brasil por Aluísio Azevedo, Júlio Ribeiro, Adolfo Caminha, Domingos Olímpio, Inglês de Sousa e Manuel de Oliveira Paiva. O caso de Raul Pompéia é muito particular, pois em seu romance O Ateneu tanto apresenta características naturalistas como realistas, e mesmo impressionistas.

A narrativa naturalista é marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, valorizando-se o coletivo. Interessa notar que a preocupação com o coletivo já está explicitada no próprio título dos principais romances: O Cortiço, Casa de pensão, O Ateneu. É tradicional a tese de que, em O Cortiço, o principal personagem não é João Romão, nem Bertoleza, nem Rita Baiana, mas sim o próprio cortiço.

Por outro lado, o naturalismo apresenta romances experimentais preocupados em formular regras, em conseqüência de seu caráter cientifista. A influência de Darwin se faz sentir na máxima naturalista, que enfatiza a natureza animal do homem (portanto, no embate instinto versus razão, o homem, como todo animal, é dominado num primeiro momento pelas reações instintivas particularmente no comportamento sexual, que a falsa moral burguesa não é capaz de reprimir). Os textos naturalistas acabam por tocar em tema até então proibidos, como o homossexualismo, tanto masculino, como em O Ateneu, quanto feminino, em O Cortiço.

No Brasil, a prosa naturalista foi muito influenciada por Eça de Queirós, basicamente com as obras O crime do Padre Amaro e O primo Basílio. Em 1881 surge o romance considerado o marco inicial do Naturalismo brasileiro: O mulato, de Aluísio de Azevedo.

Pertencem também ao Naturalismo brasileiro, entre outros, O missionário, de Inglês de Souza, e A carne, de Júlio Ribeiro, ambos publicados em 1888. Adolfo Caminha publicou A normalista (1893) e O bom crioulo (1896), considerados boas realizações naturalistas.

Características do Realismo-Naturalismo

Compromisso com a realidade

O Realismo-Naturalismo é contra o tradicionalismo romântico. Trata-se de uma arte engajada: ela tem compromisso com o seu momento presente e com a observação do mundo objetivo e exato.

Presença do cotidiano

Os escritores realistas-naturalistas consideram possível representar artisticamente os problemas concretos de seu tempo, sem preconceito ou convenção. E renovaram a arte ao focalizarem o cotidiano, desprezado pelas correntes estéticas anteriores.

Daí que os personagens de romances realistas-naturalistas estejam muito próximos das pessoas comuns, com seus problemas do dia-a-dia, com suas vidas medianas, cujas atitudes devem ter sempre explicações lógicas ou científicas. A linguagem é outra preocupação importante: ela deve se aproximar do texto informativo, ser simples, utilizar-se de imagens denotativas, e as construções sintáticas devem obedecer à ordem direta.

Personagens tipificados

Os personagens de romances realistas-naturalistas são retirados da vida diária e são sempre representativos de uma categoria - seja a um empregado, seja um patrão; seja um proprietário, seja um subalterno; seja um senhor, seja um escravo, e daí por diante. Os personagens típicos permitem estabelecer relações críticas entre o texto e a realidade histórica em que ele se insere: isto é, embora os personagens sejam seres ficcionais, individuais, passam a representar comportamentos e a ter reações típicas de uma determinada realidade.

Preferência pelo presente

Geralmente os escritores realistas-naturalistas deram preferência ao momento presente: as narrativas estavam ambientadas num tempo contemporâneo ao do escritor.

Com isso, a crítica social ficaria mais próxima e mais concreta. Nesse sentido, a literatura ganha um papel de denunciadora do que havia de mau na sociedade. Outro aspecto dessa preferência pelo momento presente é o detalhismo com que é enfocada a realidade, fato explicável pela proximidade.

Preferência pela narração

Ao contrário dos românticos, que privilegiaram a descrição, os realistas-naturalistas deram ênfase à narração do fato: o que acontece e por que acontece são as preocupações desses escritores.

Anticlericais, antimonárquicos, antiburgueses

Os realistas-naturalistas são marcadamente contra a Igreja, que apontam como defensora de ideologias ultrapassadas, como, por exemplo, a monarquia. Também criticam acirradamente a burguesia, que encarna o status romântico em geral.

Fonte: www.superzap.com

Naturalismo

Esse termo normalmente refere-se a trabalhos de arte baseados na observação dos objetos que representam e não em estilizações ou conceitos pré-forjados a respeito dos mesmos.

Em seu sentido mais amplo, seria a aproximação máxima realizada pelo artista entre a obra e a natureza daquilo que pretendia ser representado.

Entretanto, uma obra em que não pode ser observada uma rígida preocupação em descrever algo com o máximo de detalhes verossímeis, ainda assim, em alguns casos, pode ser considerada naturalística, se apresentar coerência com o aspecto geral.

Os gregos são os primeiros a receberem a denominação de naturalistas na História da Arte, principalmente devido a sua produção do Período Clássico.

Apesar da idealização de uma beleza física, conhecida como padrão de beleza clássico, suas obras são baseadas no estudo e na observação das estruturas do corpo humano. A idealização, portanto, não aparece aqui como antônimo de naturalismo.

Os renascentistas italianos também são conhecidos pelo naturalismo em suas obras, uma vez que esse era um dos padrões estéticos da arte grega que pretendiam resgatar.

Além disso, costuma-se usar a expressão arte naturalista em oposição à arte abstrata, ou como sinônimo de realismo (note-se que realismo, quando em letra maiúscula, refere-se a uma escola presente na História da Arte e nesse sentido, não é correto o uso indistinto dos dois termos).

Pode ainda referir-se a uma escola pictórica determinada. Nesse caso é designada para nomear os caravaggistas, artistas bastante influenciados pelo estilo do italiano Caravaggio, que fazia questão de ressaltar em suas obras a verossimilhança, independente de um resultado final agradável.

CARAVAGGIO (Michelangelo [Miguel Ângelo] AMERIGHI, ou MERISI, dito), pintor italiano (Caravaggio, 1573 - Porto Ercole, 1610). Dramatizou o realismo de sua visão, recorrendo a poderosos contrastes de sombra e de luz. Sua influência foi considerável.

O crítico de arte e colecionador italiano Giovanni Pietro Bellori (1615 - 1696), conhecido por seus estudos do período barroco, foi o primeiro a utilizar-se desse termo pretendendo designar essa escola.

Fonte: www.pitoresco.com.br

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/naturalismo/naturalismo.php
05/03/2011, 16:43

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