quinta-feira, 4 de abril de 2013

A escola brasileira na contemporaneidade

Nesta atual contemporaneidade, a escola ainda é acossada por questões de ordem macroeconômica para desparazer de quem vive sua rotina. Enquanto a dinâmica da universalização do acesso e da permanência do educando nos bancos escolares acaba sendo impigida por uma deletéria noção de massificação das estratégias de ordenação da prática de ensinar e aprender em um meio institucionalizado. Ao longo do último século, a escola viu o mundo girar em torno da ampliação do capital ideológico do modelo capitalista e ocidental de constituir as relações interpessoais e interestitucionais. Com isso, a humanidade acabou refém de um discurso marcado pelo "American way of life" ou de "make yourself". A individualidade começou a se fazer mais ouvida que a coletividade no trabalho ideológico e discursivo de interpretação dos sentidos de cada elemento da realidade enunciável. O jogo de fracionamento da compreensão da realidade a que os sujeitos têm acesso refletiu nos últimos anos em um maior incremento da noção rachada da imagem de ser humano enquanto sujeito histórico-cultural marcado por uma luta em busca de posições hegemônicas de poder e de verdade. A escola passa a ser um local marcado por discursos que valorizam a pluralidade separada da interação. Essa maneira de encarar a materialidade da escola engendra um processo de desconstrução dos "sonhos" de igualdade, fraternidade e liberdade" a partir de um trabalho ressignificatório desenvolvido a partir da forma como as pessoas imaginam a si e ao outro. Entretanto nem sempre, a forma imaginada possui contato com a forma materializada. Daí que o "modelo de laboratório de cientista maluco" acabar se instaurando como uma espécie de norma a direcionar a realidade técnico-adminitrativa e didático-pedagógica da escola como bem atestam as já registradas mudanças na forma de ensinar, avaliar e gerir o universo escolar ao bel prazer de escolhas governamentais de caráter transitório e desconectado daquilo que já foi experimentado. Uma possível solução para isso, encontra-se na abertura ao diálogo descontrutor de tudo quanto já foi pensado a respeito da escola e de seus sujeitos histórico-ideológicos. O ato de começar a dialogar é o que torna o sujeito mais consciente de si e do outro ao longo de cada singularidade envolvida. A escola passa a se beneficiar da energia responsiva e reflexiva do diálogo na medida em que o incorpora às práticas rotineiras nas quais materializa seu discurso-ação.

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