quarta-feira, 8 de julho de 2015

Referenciação


Referenciação (Luana Castro)

A referenciação diz respeito ao modo como o texto está organizado para comunicar de maneira ordenado uma informação.

Existe a referenciação catafórica (progressiva) e a anafórica (regressiva)

Anáforas:

As crianças brincavam depois da aula, era sexta-feira e todas estavam reunidas no parquinho. Corriam, desciam escorregadores, subiam no trepa-trepa, giravam no roda-roda e, a despeito da chuva que se anunciava, elas continuavam se divertindo.

As palavras todas e elas retomam algo que já foi citado anteriormente, nesse caso, a palavra crianças. Isso também acontecerá no trecho abaixo:

Tudo que elas queriam fazer era isto: brincar até que a luz do dia, mesmo que nublado, permitisse. Os pequenos estavam muito ocupados em se divertir e não perceberam o que estava por vir: uma chuva torrencial. Pegos de surpresa, (eles) abandonaram o lugar de tanta diversão e (eles) foram correndo para suas casas, a fim de se protegerem.

As palavras elas, pequenos e eles (aqui elipsados, mas partes constituintes da análise) também fazem uma referência anafórica ao objeto crianças.

Catáforas:

Tudo que elas queriam fazer era isto: brincar até que a luz do dia, mesmo que nublado, permitisse.

Os pequenos estavam muito ocupados em se divertir e não perceberam o que estava por vir: uma chuva torrencial.

Observe que os termos isto e o que são elementos que fazem referência a um termo subsequente, respectivamente brincar até que a luz do dia, mesmo que nublado, permitisse e uma chuva torrencial.

Disponível em http://www.brasilescola.com/redacao/referenciacao.htm. Acesso em 08-07-2015, 15:08 h.

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A referenciação textual numa abordagem cognitiva

Claudia de Souza Teixeira   IFRJ – Campus Nilópolis

 

“Através da referência, o discurso constrói os ‘objetos’ a que faz remissão, ou seja, os referentes não são ‘coisas’ do mundo real, mas representações cognitivas partilhadas pelos interlocutores.” (p. 129).

 

Modelos que materializam experiências no plano discursivo.

 

“As pistas linguísticas do texto desencadeariam processos de inferência conceptual, pragmática e figurativa, que gerariam as representações evocáveis.” (p. 130). 

 

O discurso e seus significados dependem da colaboração entre os interlocutores e da troca partilhada de experiências particulares.

 

“A produção e a compreensão textuais envolvem a construção de domínios cognitivos hierarquicamente organizados e interligados.” (p. 132).

 

A referência ocorre entre elementos em nível textual e nível contextual.

 

O trabalho de referenciação discursiva obedece a influências de ordem social, discursiva, cultural e econômica.

 

A referenciação pode ocorrer de forma:

a) anáfora direta.  Ex: Romário combateu a CBF.  O presidente da entidade não concordou com as palavras do ex-artilheiro.

b) catáfora.  Ex: Após a enfermidade, o felino permaneceu menos dócil.

c) anáfora indireta. Ex: A residência alugada é bastante avantajada.  O quintal  possui 10 metros quadrado.

 

“Grosso modo, a progressão referencial diz respeito à introdução, identificação, preservação, continuidade e retomada de referentes textuais” (p. 134).

 

Com base em Koch:

a) estratégia da descrição definida (uso de expressões nominais definidas):

Rotulação: “Ex: Ignácio propôs à Vanessa que ela comprasse a fazenda e que os dois fossem sócios.  A fazendeira aceitou a proposta do ex-empregado.“

Avaliação: “Ex: Durante o julgamento, o advogado pediu ao júri que considerasse o fato de Carlos não ter agido premeditadamente.  Mas o apelo (emocional) não livrou o rapaz da cadeia.”

 

b) Estratégia de Nominalização

c) Estratégia de Associação

d) Estratégia de uso de expressões nominais indefinidas (

e) Estratégia de “denominação reportada”

 

A anáfora indireta é a mais recorrente forma de referência, especialmente nas modalidades orais.

 

“As formas referenciais desempenham funções cognitivas de extrema relevância para o processamento textual, pois, como formas de remissão a elementos anteriormente apresentados no texto, sugeridos pelo contexto ou inferidos, elas possibilitam a sua (re)ativação na memória do interlocutor, ou seja, a alocação ou focalização na memória ativa (ou operacional) deste.  Em outros termos, elas são capazes de gerar espaços mentais que conduzem a atividades cognitivas, exigindo mais do que apenas uma busca de correspondência entre elementos do discurso.” (p. 137).

 

“A construção da significação é, pois, um complexo processo que interliga os níveis cognitivo, discursivo e gramatical.” (p. 138).

 

“O conhecimento linguístico é parte da cognição geral; portanto, não é possível estudar a linguagem sem considerar os aspectos cognitivos envolvidos na interação linguística.  Para dar conta dos diferentes processos que envolvem a produção e compreensão de textos, é necessária a ativação, através das entidades linguísticas, de vários conhecimentos internalizados, construídos socialmente, associando-se os níveis cognitivo, pragmático, discursivo e gramatical.” (p. 139).

 

 

 

e-scrita  Revista do Curso de Letras da UNIABEU   Nilópolis, v. I,  Número2, Mai. -Ago. 2010.

 

Disponível em http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0CDEQFjAD&url=http%3A%2F%2Fwww.uniabeu.edu.br%2Fpublica%2Findex.php%2FRE%2Farticle%2Fdownload%2F28%2Fpdf_18&ei=-06dVdCjKJC0yQS3u4bYBg&usg=AFQjCNEqPWSidq1PRBvFJ-XKA9GXC3kS7Q. Acesso em 08-07-2015, às 15:25h

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