segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Fichamentos sobre letramento e Bakthin


Numa perspectiva bakhtiniana, “[...] observar a dialogicidade no processo de interação [...] possibilita a revisão de orientações de práticas adotadas [...]” (p. 115).
 
“Diante da importância do letramento para a vida dos sujeitos contemporâneos, esse conceito foi sendo repensado, uma vez que apenas a tecnologia da decodificação não lhes assegurava se tornarem efetivamente atuantes, ou seja, a agirem com criticidade e reflexão nas práticas sociais das quais poderiam participar” (p. 116).
 
“[...] o uso da língua se concretiza na interação verbal, que é mediada pela produção de efeitos de sentido entre os sujeitos envolvidos em determinado contexto [...] (p. 118, 119).
 
“A ideia de letramento plural, já mencionada neste artigo, refere-se às mais diversas especificações do letramento, considerando tanto o contexto sócio-histórico e as demandas sociais que emanam dessas relações, como a dialogicidade e a compreensão que nelas estão imbricadas” (p. 119).
 
Ethos é “a imagem revelada pelos sujeitos durante o processo interativo” (p. 122).
 
“Observamos que, no letramento para a formação reflexiva e responsiva, ou no letramento da dialogicidade, há uma tendência a sensibilizar o sujeito em relação ao seu contexto, num movimento da consideração das vozes da sociedade que se exteriorizam e são apreendidas como material ideológico e, consequentemente, revelam a característica bivocal das situações” (p. 124).
 
LIMA, Antônio C. S. de; SANTOS, Lúcia de F. & MAIOR, Rita de C. S. Refletindo sobre letramento e responsividade na formação docente. Bakhtiniana, São Paulo, 9 (2): 111-130, Ago./Dez. 2014.
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Sobre a multiplicidade de empregos em que o termo letramento vem sendo aplicado, Geraldi (2014, p. 27) assevera que “a prática social de emprego de uma expressão recobre-a como uma aura de significação, e esta pode ser extremamente difusa e nem por isso a linguagem deixa de funcionar face às indeterminações relativas das significações. O reconhecimento destas (na forma de um leque amplo) ajuda na compreensão dos temas dos enunciados concretos [...]”.
 
“Quanto mais complexa a sociedade, mais se diversifica sua multiforme atividade e mais complexo é o conjunto de tipos relativamente estáveis de enunciados, ou gêneros de discurso, em circulação” (p. 28)
 
“Se a cada início num campo denominarmos o processo de “letramento”, haverá tantos letramentos quantas forem as infinitas possibilidades de especialização das atividades humanas. E teríamos diferentes letramentos, como o emprego atual das adjetivações vai implicando: letramentos digital, jurídico, filosófico...” (p. 29).
 
“[...] os gêneros discursivos mantêm relações, chamadas intergenéricas: nenhum campo de atividade humana existe sem relações com seu exterior e por isso mesmo há trocas comunicativas, há diálogos em maior ou menor profundidade” (p. 29).
 
“Não cabem à escola de ensino básico todos os diferentes letramentos, no sentido que estamos atribuindo a “diferente” neste item. Cabe reconhecer a multiplicidade e escolher alguns gêneros – e, portanto, algumas esferas de comunicação – como fundamentais.” (p. 31).
 
“Uma escola jamais poderá pôr como seus objetivos “respostas adequadas”, mas sim respostas críticas e, para chegar ao nível da crítica, é preciso definir-se como lugar de ensino-aprendizagem não da totalidade dos campos das atividades humanas [...]” (p. 33-34).
 
GERALDI, João W.  A produção dos diferentes letramentos. Bakhtiniana, São Paulo, 9 (2): 25-34, Ago./Dez. 2014

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