sábado, 25 de agosto de 2018

Psicopedagogia: caminhos para estudo e reflexão

Artigo
PSICOPEDAGOGIA: APARANDO ARESTAS PELA HISTÓRIA
VIDYA, v. 27, n. 1, p. 9-20, jan./jun., 2007 - Santa Maria, 2009. ISSN 0104-270X
http://sites.unifra.br/Portals/35/Artigos/2007/Vol_1/V-PSICOPEDAGOGIA%5BBAIXA%5D.pdf
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Vídeo
Prof. Dr. Luiz Antonio Correa - Neuropsicopedagogia - Conferência Senado Federal part 1  
https://www.youtube.com/watch?v=3Jod7QasRQg
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Site
http://www.abpp.com.br/index.html
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“[…] o ato cognitivo encontra uma realidade já elaborada nos conceitos do pensamento pré-científico, mas, o que é primordial, o pensamento já vem apreciado e regulamentado pelo procedimento ético, prático e cotidiano, social e político; encontra-a religiosamente afirmada; e, finalmente, o ato cognitivo provém da representação esteticamente ordenada do objeto, da visão do objeto” (p. 30).


“Não há território interior no domínio cultural: ele está inteiramente situado sobre fronteiras, fronteiras que passam por todo lugar, através de cada momento seu, e a unidade sistemática da cultura se estende aos átomos da vida cultural, como o sol se reflete em cada gota. Todo ato cultural vive por essência sobre fronteiras: nisso está sua seriedade e importância; abstraído da fronteira, ele perde terreno, torna-se vazio, pretencioso, degenera e morre” (p. 29).

 

“É somente nessa sua sistematização concreta, ou seja, no relacionamento e na orientação direta para unidade da cultura que o fenômeno deixa de ser um mero fato, simplesmente existente, adquire significação, sentido, transforma-se como que numa mônada que reflete tudo em si e que está refletida em tudo” (p. 29).

 

“[…] o ato cognitivo encontra uma realidade já elaborada nos conceitos do pensamento pré-científico, mas, o que é primordial, o pensamento já vem apreciado e regulamentado pelo procedimento ético, prático e cotidiano, social e político; encontra-a religiosamente afirmada; e, finalmente, o ato cognitivo provém da representação esteticamente ordenada do objeto, da visão do objeto” (p. 30).

 

“A realidade oposta à arte só pode ser a realidade do conhecimento e do comportamento ético em todas as suas variantes: a realidade da vida cotidiana, realidade econômica, social, política e sobretudo moral” (p. 30).

 

“Cumpre assinalar que, noplanodo pensamento habitual, a realidade oposta à arte (em tais casos, aliás, gosta-se de empregar a palavra ‘vida’) já é essencialmente estetizada” (p. 30).

 

“Naturalmente, o mundo do ato ético e o mundo da beleza transformam-se eles mesmos em objetos do conhecimento, mas com isso não introduzem nele de maneira alguma seus valores e suas leis próprias; para tornarem-se significantes do ponto de vista cognoscível, eles devem submeter-se inteiramente à sua unidade e à sua lei” (p. 32).

 

“A atividade estética não cria uma realidade inteiramente nova. Diferentemente do conhecimento e do ato, que criam a natureza e a humanidade social, a arte celebra, orna, evoca essa realidade preexistente do conhecimento e do ato – a natureza e a humanidade social – enriquece-as e completa-as, e sobretudo ela cria a unidade concreta e intuitiva desses dois mundo, coloca o homem na natureza, compreendida como seu ambiente estético, humaniza a natureza e naturaliza o homem” (p. 33).

 

“Quase todas as categorias do pensamento humano acerca do mundo ou do homem, categorias boas, receptivas e enriquecedoras, otimistas (não religiosas, é claro, mas puramente leigas) tem um caráter estético; estética também é a eterna tendência desse pensamento em imaginar o que é dever e obrigação como já dado e presente em algum lugar, tendência que criou o pensamento mitológico e, em grau significativo, também metafísico” (p. 34).

 

“[…] chamamos de conteúdo da obra de arte (mais precisamente, do objeto estético) à realidade do conhecimento e do ato estético, que entra com sua identificação e avaliação no objeto estético e é submetida a uma unificação concreta, intuitiva, a uma individualização, a uma concretização, a um isolamento e a um acabamento, ou seja, a uma formalização multiforme com a ajuda de um material determinado” (p. 35).

 

“O conteúdo representa o momento constitutivo indispensável do objeto estético, ao qual é correlativa a forma estética que, fora dessa relação, em geral, não tem nenhum significado” (p. 35).

 

“Fora da relação com o conteúdo, ou seja, com o mundo e os seus momentos, mundo como objeto do conhecimento e do ato ético, a forma não pode ser esteticamente significante, não pode realizar suas funções fundamentais” (p. 35).

 

“[…] a composição axiológica da realidade vivida multilateralmente, é o evento da realidade” (p. 35).

 

“[…] sem ter uma participação axiológica em certo grau, não se pode congemplar o acontecimento enquanto acontecimento” (p. 36).

 

“[…] para que a forma tenha um significado puramente estético, o conteúdo que a envolve deve ter um sentido ético e cogitivo possível, a forma precisa do peso extra-estético do conteúdo, sem o qual ela não pode realizar-se enquanto forma” (p. 37).

 

“O elemento ético-cognitivo do conteúdo […]” (p. 37).


BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini et al. 7 ed. São Paulo. Hucitec. 2014. 439 p. {Linguagem e cultura, 18}.

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