quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Escola Egídia Cavalcante Chagas - Projeto "Fortaleza de Luz" 2020


Escola Egídia Cavalcante Chagas

Padaria Espiritual

A Padaria Espiritual foi um movimento literário que surgiu no centro de Fortaleza em 1892. Escritores, pintores, músicos e apaixonados pela literatura, se reuniam nos cafés da época e resolveram criar um clube. Os amantes das artes queriam produzir algo que alimentasse a alma e usasse metáforas.
Os encontros que aconteciam no centro de Fortaleza e reuniam os jovens escritores criadores do clube. Entre eles, Antônio Sales, Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Temóstocles Machado e Tibúrcio de Freitas. Os jovens intelectuais protestavam contra o que fosse considerado tradicional, principalmente as influências estrangeiras sofridas, sobretudo a francesa, forte na Belle Époque de Fortaleza
O retrato da época poderia ser visto no produto final da Padaria: o Pão, jornal produzido pelos padeiros e que alcançou a marca de 36 edições.
O movimento tinha regras próprias. Para fazer parte, os interessados tinham que se encaixar nos "mandamentos" da Padaria, dentre eles estão a criação de um "nome de guerra", uso de terno com flor na lapela e a obrigação de fazer pilhéria (piada) pelo menos uma vez ao dia, sob punição de pagar café para todos os padeiros caso não fizesse ou a piada não tivesse graça.
O clube literário que foi em confronto aos padrões e modelos tradicionais durou apena seis anos em Fortaleza. Para os estudiosos do assunto, eram poucas as chances da Padaria Espiritual durar mais tempo, devido às dificuldades que os escritores tinham de fazer o jornal e publicar os livros.

http://tvdiario.verdesmares.com.br/programas/memoria-do-nordeste/padaria-espiritual-uma-fornada-de-cultura-para-a-fortaleza-do-seculo-xix-1.1034875
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Entidade cearense artístico-literária, fundado em 30 de maio de 1892 em Fortaleza, a padaria espiritual foi idealizada por Antonio Sales e outros jovens dedicados às letras e às artes. Movimentou o meio intelectual da província, com atitudes ousadas, mesmo quando escandalosas para a época. No início da década de 90 os membros reuniam-se no café Java, de Mané Coco (O café Java era um dos 4 quiosques que havia na praça do Ferreira, e que seriam demolidos em 1920) e a 10 de março de 1892, esteve sediada a princípio na rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco. Como a entidade se denominava Padaria Espiritual, os sócios tinham logicamente a denominação de “padeiros”, as sessões chamavam-se “fornadas”, já que o jornal que representava a comunicação dos sócios com o grande público denominava-se “O pão”.
A primeira fase da Padaria Espiritual foi mais de propositada boemia com o fim preconcebido de chamar a atenção para a originalidade das atitudes; já a segunda, de trabalho construtivo, mereceu então a consagração da crítica nacional. A trilha da Padaria Espiritual se constituiria em marco bastante significativo para a evolução da cultura cearense. A Padaria Espiritual se extinguiu em 1898, deixando 36 exemplares d’O PÃO.
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Escola Egídia Cavalcante Chagas

Autores cearenses

José de Alencar - Em sua obra, há livros sobre diversas épocas e lugares. Mas a parte mais importante do trabalho de José de Alencar é a que marca o indianismo. [...]. Enquanto as obras românticas europeias enalteciam grandes amores trágicos e heróis medievais, por aqui, onde não houve Idade Média, o índio virou herói literário. Iracema é um exemplo. A história da “virgem dos lábios de mel” representava o encontro entre a natureza e a civilização (representada por Martim, um homem branco). De quebra, o livro faz as vezes de mito fundador, já que conta que Moacir, filho miscigenado de Martim e Iracema, é o “primeiro cearense”.


Adolfo Caminha - Seu romance mais conhecido é Bom-Crioulo (1895), que chocou a sociedade da época ao retratar uma relação homossexual e inter-racial. Mas Caminha também escreveu A normalista (1893), um dos melhores exemplos do naturalismo brasileiro. No romance, uma estudante da ultraconservadora Escola Normal de Fortaleza (que existiu de verdade) é seduzida pelo tio, engravida dele e realiza um aborto. Se hoje o tema ainda causa polêmica, imagine que estamos falando de século 19. Com uma tendência a falar sobre criminosos e pervertidos, o autor não era muito apreciado na época. Ele morreu aos 29 anos e só foi ter reconhecimento um tempo depois.


Domingos Olímpio - A virada do século 19 para o século 20 foi marcada por grandes secas no Nordeste, em que muita gente sofreu e morreu de calor e de fome no Brasil. A mais devastadora dessas secas foi entre 1877 e 1878, quando morreram mais de 400 mil pessoas e 70 mil deixaram o Nordeste rumo a outras regiões do Brasil. O alagoano Graciliano Ramos ambientou seu Vidas Secas (1938) nesse período. Mas, três décadas antes, Domingos Olímpio tinha lançado Luzia-Homem (1903), protagonizado por uma retirante cearense que faz serviço pesado na construção de uma prisão e se envolve em intrigas e amores trágicos.


Rachel de Queiroz - O quinze (1930) retrata a luta do povo nordestino contra a miséria. Mas a obra é revolucionária por outros motivos. Uma de suas personagens centrais é a professora Conceição, que desafia a família com pensamentos socialistas e feministas. Ela era sexualmente livre e não queria se casar. É mais incrível ainda pensar que Rachel de Queiroz tinha só 19 anos quando publicou O quinze. Não por acaso, ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, depois de lançar outros romances e crônicas ambientadas no Ceará.


Patativa do Assaré - Bem longe do circuito acadêmico e literário frequentado pelos intelectuais, Patativa do Assaré começou cedo a fazer repentes, poesias cantadas e escritas, no início do século 20. Sua obra era oral e informal, ilustrada em cordéis e recitadas na rua e nas rádios. Foi só em 1967 que os versos de Patativa, que contam histórias de personagens populares e fantásticos e trazem elementos da natureza, se transformaram em livro. Hoje em dia, a poesia popular também é valorizada pelo meio acadêmico – Patativa do Assaré até caiu no meu vestibular, lá em 2005.
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Personagens famosos

Silva Jatahy - Nascido no município de Aracati (CE), João Carlos da Silva Jatahy (1842-1930) foi um dos nomes de destaque na campanha pró-abolicionista no Ceará e também no Amazonas. Comerciante, membro da Associação Comercial e da Sociedade Cearense Libertadora, entidade que lutava pela causa abolicionista. Uma das lideranças no episódio do fechamento do Porto de Fortaleza ao embarque e desembarque de escravos, em janeiro de 1881, que teve à frente o jangadeiro Francisco José do Nascimento, também conhecido como Chico da Matilde, o Dragão do Mar. O Ceará tornava-se então o primeiro estado a abolir a escravidão no Brasil. Silva Jatahy figura na galeria dos libertadores históricos como um dos mais destemidos legionários abolicionistas. Rua do bairro Meireles.
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Bárbara de Alencar - A líder revolucionária Bárbara Pereira de Alencar participou de movimentos em prol da independência do Brasil contra a política absolutista de Dom Pedro I, como a Revolução Pernambucana (1817). Casou-se aos 22 anos e teve 4 filhos; entre os quais os também revolucionários Tristão Gonçalves e José Martiniano de Alencar, pai do escritor José de Alencar. Durante a Revolução Pernambucana foi mantida presa em uma das celas da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, sendo considerada a primeira prisioneira política do País. A rua que leva seu nome atravessa os bairros Centro e Aldeota.
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Rua Ana Bilhar - A professora cratense Ana Lopes de Alcântara Bilhar, fundou com sua irmã o tradicional Colégio Nossa Sra. de Lourdes, com internato e externato feminino. Instalado inicialmente em Baturité, em 1889, foi reaberto mais tarde em Fortaleza, em 1896, primeiramente em um prédio na rua 24 de Maio, e depois do atual Colégio Militar, em 1898, na avenida Santos Dumont. As alunas de Ana eram apelidadas de "periquitinhos verdes", por só trajarem fardas de cor verde. A rua corta os bairros Varjota e Meireles.
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Antônio Alfredo da Justa - nasceu em Fortaleza, no dia 23 de outubro de 1881 e faleceu em Fortaleza, no dia 07 de Agosto de 1941, vítima de angina. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista, também em Fortaleza. Era filho de Alfredo Henrique da Justa e de Laura Téofilo da Justa, irmã do farmacêutico Rodolfo Teófilo. Apesar de ter nascido no Ceará, uma parte da sua infância foi vivida na Paraíba, local onde iniciou seus estudos primários. Porém, a convite de Rodolfo Téofilo, retornou ao Ceará para estudar no Liceu, onde iniciou e concluiu seu curso secundário. Também por intermédio do tio, em 1889, iniciou a faculdade de Medicina na Bahia, porém concluiu o curso no Rio de Janeiro, em 1906.
Foi o primeiro diretor clínico do Leprosário de Canafístula (atual Centro de Convivência Antônio Diogo), em Redenção (CE), graças a todo o empenho dedicado aos doentes, foi chamado de “o pai dos Lázaros do Ceará”. Escreveu dezenas de artigos em defesa dos leprosos isolados na Colônia. Após seu falecimento, deixou todos os seus bens para a Colônia de São Bento, depois Colônia Antônio Justa (hoje Hospital de Dermatologia Sanitária Antônio Justa), em Maracanaú.
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Personagens famosos

Juvenal Galeno – (1836-1931)
Neto de Albano da Costa dos Anjos e do português Manuel José Theóphilo, Juvenal Galeno da Costa e Silva nasceu em Fortaleza, a 27 de setembro de 1836, em uma residência na Rua Formosa, nº 66 (hoje Barão do Rio Branco). Filho de José Antônio da Costa e Silva e Maria do Carmo Teófilo e Silva, abastados agricultores cafeeiros na encosta da Serra de Aratanha em Pacatuba. Primo pelo lado paterno de Capistrano de Abreu e Clóvis Beviláqua e pelo lado materno de Rodolfo Teófilo. Ainda pequeno se mudou com a família para o Sítio Boa Vista, recanto aconchegante que lhe embalou os sonhos de criança. O tempo foi passando e o menino Juvenal trazia a seiva da imensurável ramificação cultural.
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PRELÚDIOS POÉTICOS” livro de estreia de Juvenal Galeno, editado em 1856, foi o primeiro livro da literatura cearense, tornando-se o marco inicial do Romantismo no Ceará, como afirmaram Mario Linhares, na sua “Historia da Literatura”, Antônio Sales e outros.
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Juvenal Galeno faleceu de uremia em 7 de março de 1931, aos noventa e cinco anos de idade, deixando uma volumosa produção literária e a Casa que se tornara referência e ponto de encontro preferido de intelectuais.
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General Sampaio - Antônio de Sampaio nasceu em 24 de maio de 1810, na cidade de Tamboril, estado do Ceará. Filho de Antônio Ferreira de Sampaio e Antônia Xavier de Araújo, foi criado e educado pelos pais no ambiente simples dos sertões.
Cedo revelou interesse pela carreira militar, galgando postos por merecimento graças a inúmeras demonstrações de bravura, tenacidade e inteligência. Foi Praça em 1830; Alferes em 1839; Tenente em 1839; Capitão em 1843; Major em 1852; Tenente-Coronel em 1855; Coronel em 1861 e Brigadeiro em 1865.
Sampaio teve atuação destacada na maioria das campanhas de manutenção da integridade territorial brasileira e das que revidaram as agressões externas na fase do Império: Icó (CE), 1832; Cabanagem (PA), 1836; Balaiada (MA), 1838; Guerra

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