quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Casimiro de Abreu

Casimiro de Abreu (1837-1860) foi um poeta brasileiro. Autor de "Meus Oito Anos", um dos poemas mais populares da literatura brasileira. Pertence a segunda geração do romantismo. Enviado para Lisboa, com apenas 16 anos, inicia sua vida literária. É nesse período que escreve a maior parte dos poemas de seu único livro "Primaveras". Escreve a peça "Camões e o Jau", que é aplaudida no Teatro D. Fernando, em Lisboa. Casimiro é patrono da cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras.
Casimiro de Abreu (1837-1860) Nasceu na Barra de São João, Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1837. Era filho do rico comerciante português, José Joaquim Marques de Abreu e da brasileira Luiza Joaquina das Neves. Desde cedo despertou interesse pela literatura. Aos nove anos entrou para o Colégio Frese, em Nova Friburgo. No dia 13 de novembro de 1853, com apenas 16 anos, por não se adaptar ao trabalho no comércio do pai, no Rio de janeiro, foi enviado para Lisboa. O austero pai achava que lá, ele perderia as tendências literárias.
Casimiro de Abreu viveu quatro anos em Portugal, onde iniciou sua carreira literária e escreveu a maior parte de seus poemas. No dia 18 de janeiro de 1856, sua peça "Camões e o Jau", é encenada no Teatro D. Fernando, em Lisboa, onde é aplaudido pela imprensa portuguesa.
Em 11 de julho de 1857, volta ao Rio de Janeiro. Com a saúde abalada, parte para Indaiassú, fazenda da família, às margens do rio São João. Depois de um mês, volta constrangido, ao comércio do pai, que queria torná-lo comerciante.
Casimiro de Abreu escreveu pouco, mas, seu lirismo de adolescente retratado em sua poesia, que girava em torno do amor, da tristeza da vida, da saudade da Pátria e da saudade da infância, o tornou o poeta mais popular da literatura brasileira. Seu poema "Meus oito anos", escrito em Lisboa em 1857, retrata bem a nostalgia da infância: Oh! que saudades que tenho/Da aurora de minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!/Que amor, que sonhos, que flores,/Naquelas tardes fagueiras/A sombra das bananeiras,/Debaixo dos laranjais!.
Em 1859 publica seu único livro de poemas "Primaveras", onde a maior parte das poesias foram escritas em Lisboa, entre elas, "Minha Terra", "Meus Oito Anos", "Segredo" e "Minha Alma é Triste". Em 1860, fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. Levando uma vida boêmia, contrai tuberculose e vai para Nova Friburgo tentar a cura da doença. Nesse mesmo ano morre seu pai em sua fazenda em Indaiassú. Em 4 de junho Cassimiro volta para a corte e assume seu lugar no comércio da família. Com a doença agravada decide ir para Nova Friburgo.
Casimiro José Marques de Abreu, não resiste a doença e morre com apenas 23 anos de idade, no dia 18 de outubro de 1860, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Obras de Casimiro de Abreu


Fora da Pátria, prosa, 1855
Minha Mãe, poesia, 1855
Rosa Murcha, poesia, 1855
Saudades, poesia, 1856
Suspiros, poesia, 1856
Camões e o Jau, teatro, 1856
Meus Oito Anos, poesia, 1857
Longe do Lar, prosa, 1858
Treze Cantos, poesia, 1858
Folha Negra, poesia, 1858
Primaveras, poesias, 1859
http://www.e-biografias.net/casimiro_abreu/
09/10/2013, 09:45.
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Deus

Eu me lembro! Eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia,
E, erguendo o dorso altivo, sacudia,
A branca espuma para o céu sereno.


E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver de maior do que o oceano
Ou que seja mais forte do que o vento?"


Minha mãe a sorrir, olhou pros céus
E respondeu: - Um ser que nós não vemos,
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus

http://www.jornaldepoesia.jor.br/casi1.html#deus
09/10/2013, 09:41.
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Abreu, Casimiro de (1837-1860), poeta romântico brasileiro. Dono de rimas cantantes, ao gosto do público, Casimiro de Abreu publicou apenas um livro, As Primaveras (1859). Filho de um rico comerciante, Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João (Rio de Janeiro) e cresceu no Rio, então capital do Império e centro cultural do país. Entre 1853 e 1857, estudou em Portugal. A vocação literária, porém, suplantou a vida acadêmica. Em Lisboa, iniciou-se como poeta e dramaturgo. A peça Camões e Jaú estreou no teatro D. Fernando e, nela, o autor proclama sua brasilidade, as saudades dos trópicos e refere-se a Portugal como "velho e caduco". De volta ao Brasil, dedicou-se à atividade comercial, com o apoio paterno. Mas definia este trabalho como uma "vida prosaica…que enfraquece e mata a inteligência". Morreu aos 21 anos, de tuberculose, em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Seu poema mais famoso é Meus Oito Anos. Da segunda geração romântica brasileira, Casimiro de Abreu cultivava um lirismo de expressão simples e ingênua. Seus temas dominantes foram o amor e a saudade. Embora criticado por deslizes de linguagem e falta de embasamento filosófico, Casimiro de Abreu é admirado, justamente, pela simplicidade. Alguns versos acabaram se incorporando à linguagem corrente como, por exemplo, simpatia é quase amor, hoje nome de um famoso bloco do carnaval carioca.

É pequena a obra poética de Casimiro de Abreu. Porém, deixou-nos de forma marcante, a poesia da saudade: "Canção do exílio" ("Meu lar") em que partia da aceitação premonitória, "Se eu tenho de morrer na flor dos anos", para a formulação de um desejo que se realizou plenamente: "Quero morrer cercado dos perfumes / Dum clima tropical.”. Meus Oito Anos, Minha Terra - poemas escritos em Portugal, onde adquiriu sua educação literária.

 

 
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
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Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
http://www.paralerepensar.com.br/cassimiro.htm
09/10/2013, 09:50.
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