Geografia –
espaço e vivência 8º ano
Atual editora
Autores: Levon
Boligan, Rogério Martinez, Wanessa Garcia e Andressa Alves
Capítulo 5 – Um mundo
fragmentado, porém globalizado
O
declínio do Socialismo permitiu a adoção da economia de mercado em escala
global. A mundialização do Capitalismo foi favorecida pela crescente integração
da economia, do comércio, das tecnologias e da informação entre os países de
uma forma sincrónica como jamais havia ocorrido.
Por
força das empresas multinacionais ou
transnacionais a partir dos anos 1970, o capitalismo se expandiu
globalmente. Empresas dos Estados Unidos, Japão e Europa lideraram o movimento
transnacional.
As
multinacionais valorizam países menos
desenvolvidos para aumentarem seus lucros porque nestes lugares:
- Mão de obra barata
- Matéria-prima e recursos
naturais em abundância e a custo reduzido
- Menor carga tributária, isto é,
menos impostos a serem pagos.
- Incentivos fiscais para
instalação dos negócios em uma área.
- Legislações ambientais pouco
rigorosas.
Os
países menos desenvolvidos ganham com as multinacionais a introdução de novas
tecnologias e geração de emprego, mas perdem a maior fatia dos lucros porque
estes são remetidos às matrizes das multinacionais.
A
informatização e a robotização
das linhas de produção, assim como o fortalecimento e expansão em escala global
dos meios de transporte de mercadoras
permitiram a fragmentação do processo
produtivo das multinacionais, isto é, os componentes de um produto podem
ter origem em diversos países e ser montados em outro país.
Para
garantir melhores preços para seus
produtos e um mercado consumidor maior,
a globalização forçou o aperfeiçoamento da qualidade e da produtividade dos
produtos de uma empresa.
A
globalização forçou o surgimento de
conglomerados econômicos e empresariais para armar determinados grupos econômicos
com as condições necessárias para a violenta concorrência em escala global.
Isso ajudou a concentrar poder econômico nas mãos de empresas que se empenham em
participar de megafusões ou obter o controle acionário majoritário de imensas
corporações.
Megafusões
melhoram e ampliam o potencial de competitividade das empresas e acarretam um
monopólio sobre certos produtos e setores.
Apesar
das mudanças na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) pela fragmentação do processo produtivo, basicamente, os
países ricos e altamente industrializados funcionam como consumidores de matéria-prima e exportadores de produtos industrializados. Já os países mais agrários
ou menos industrializados continuam a exercer, basicamente, o papel de fornecedores de matéria-prima e de importadores de produtos industrializados. Isso acontece porque os países mais
pobres continuam a depender da transferência de conhecimentos e de tecnologia
por parte dos países mais ricos e desenvolvidos.
A
globalização afeta a DIT e a paisagem e os papéis os países ao redor do mundo.
Isso gera, por exemplo, a expansão da monocultura da soja no cerrado brasileiro
para atender à crescente demanda do mercado internacional. Ou, por exemplo, a
transformação de antigas áreas industriais em centros de comércio ou de
expansão de atividades tecnológicas.
A
globalização gerou a formação de grandes blocos econômicos entre os países.
Tais blocos delimitam metas, instituem acordos comerciais, aprovam barreiras
alfandegárias para dificultar a importação de produtos estrangeiros, garantem a
livre circulação de pessoas, bens e serviços nos limites de sua abrangência
entre outros exemplos.
Os
principais blocos econômicos da atualidade são: União Europeia, Mercosul (América
do Sul), Nafta (América do Norte) e Apec (Ásia).
A
globalização ainda não resolveu o problema do crescente desemprego da população
economicamente ativa ao redor do planeta frente aos avanços tecnológicos da
informática, da robotização, da microeletrônica que reduziram postos de
trabalho.
Novos
mercados, novas tecnologias, novos hábitos demandam novos postos de emprego e novas
oportunidades de trabalho.
No
atual mercado de trabalho global, o profissional precisa conhecer mais de um
idioma, ser flexível, estar em constante processo de aprendizagem e estudar os
fatores que interferem no negócio (concorrência, produtos, consumidores, fornecedores
etc).
A
globalização precisa ser pensada em termos de quem produz a riqueza, quem se
beneficia dessa produção, qual a importância da produção e do consumo para a geração
e a manutenção de emprego, que tipo de qualidade de vida advém das relações econômicas
estabelecidas para determinados grupos.
Uma
primeira fase da globalização ocorreu
no tempo em que os europeus começaram a buscar riquezas e oportunidades de
negócio em novos mundos. O maior exemplo disso foram as Grandes Navegações marítimas. Uma segunda fase ocorreu durante a Revolução
Industrial inglesa. Nesta atual terceira
fase da a globalização, o ser humano globalizado e consciente de seu
potencial é a questão.
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