quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Linguistica: conceitos básicos


Funcionalismo e Formalismo

Os funcionalistas criticam os formalistas por estudarem a língua de maneira descontextualizada, sem levar em conta o tripé falante x ouvinte x contexto social, pois os adeptos do funcionalismo não acreditam no estudo da língua desvinculado de suas relações com a interação social.

Em contrapartida, os formalistas não aceitam a inclusão de fenômenos psicológicos e sociológicos por parte dos funcionalistas, por acreditarem que tal atitude fere o princípio de autonomia da linguística em relação a outras ciência.

Porém, os adeptos de cada uma das correntes se justificam diante dessas divergências conceituais.

Noah Chomsky, por exemplo, vê a língua como fenômeno mental, derivado de uma linguística genética, responsável pela capacidade inata de aprender essa língua, o que confere a ela o status de autonomia. Enquanto isso, William Labov vê a língua como fenômeno social, derivada da universalidade dos usos que as sociedades humanas fazem dela, ou seja, é através da língua que são desenvolvidas necessidades e habilidades comunicativas da criança e da sociedade, justificando, então, que língua só poderia ser estudada em sua função social.

 


04/09/2013, 12:18.

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Segundo Dik (apud NEVES, 1997), no paradigma formal (PFO) a língua é vista como um objeto abstrato, isto é: um conjunto de orações, enquanto a gramática é vista como uma tentativa de definir a língua, através de regras sintáticas. Neste paradigma a criança constrói a gramática da língua usando suas propriedades inatas: herança genética (gerativismo). Quanto à função da língua, esta serve para expressar os pensamentos. Outro aspecto que o teórico aborda no PFO é que a sintaxe e a semântica são autônomas em relação à pragmática.

Já no paradigma funcional (PFU) a língua é, segundo Dik, um instrumento de interação social. Não é abstrata, pois existe em função de seu uso. A função da língua é estabelecer comunicação entre os usuários. Por isso a aquisição da linguagem se desenvolve na interação comunicativa e a sintaxe e a semântica devem ser estudadas dentro de uma proposta pragmática. Esse paradigma deixa claro a viabilidade da integração funcionalismo formalismo.


04/09/2013, 12:23

 

 FUNCIONALISMO X FORMALISMO: UMA BRIGA COVARDE

Elizabeth Antônia de OLIVEIRA

 

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Estruturalismo (linguística)

Corrente teórica da linguística baseada nos princípios do Cours de Linguistique Générale (1916) de Ferdinand de Saussure, que se desenvolveu na Europa e nos Estados Unidos da América a partir dos anos 30 do século XX. Saussure é considerado o fundador do estruturalismo, embora tivesse preferido a designação de sistema em vez da de estrutura para definir a língua como um todo cujas partes se relacionam entre si e concorrem para a sua organização global. As relações entre as partes do sistema ou estrutura foram descritas por Saussure em termos de relações sintagmáticas (no plano do sintagma, num eixo horizontal) e paradigmáticas (no plano da semântica, num eixo vertical).
É com as teorias defendidas pelo Círculo Linguístico de Praga (1929) e ventiladas no Congresso Internacional de Haia (1930) que surge o termo estrutura, inicialmente aplicado à fonologia por Troubetzkoy, mas rapidamente alargado aos outros domínios da linguística e até mesmo à antropologia dita estrutural com Claude Levi-Strauss (1958).

Apesar do princípio subjacente ao estruturalismo ser o mesmo na Europa e nos Estados Unidos - a conceção da língua como uma estrutura definida pela relação entre os seus elementos, a verdade é que surgiram orientações diversas em ambos os continentes, o que nos permite falar de um estruturalismo europeu e de um estruturalismo americano.

O estruturalismo europeu encontrou os primeiros desenvolvimentos nas obras do discípulo de Saussure, C. Bally (1932) e dos linguistas saídos do Círculo Linguístico de Praga, N. S. Troubetskoy (1939) e R. Jakobson (1963). Mas o estruturalismo europeu é sobretudo identificado com as escolas da Glossemática de L. Hjelmslev (1943) e do Funcionalismo de A. Martinet. Em traços muito gerais, a glossemática desenvolveu-se no Círculo Linguístico de Copenhaga e consistia na conceção da língua como forma e não substância, distinguindo assim dois planos na língua: o da expressão, constituído pela parte fónica da língua, e o do conteúdo, representado pelo conceito. Já o funcionalismo ou estruturalismo funcional, desenvolvido por Martinet, considera a língua como uma dupla articulação (entre a fonologia e a morfologia) e estuda-a do ponto de vista sincrónico e diacrónico, sempre com um objetivo descritivista.

O estruturalismo americano, por seu turno, nasceu dos estudos das línguas ameríndias de F. Boas (1940) e de E. Sapir (1921, 1949), tendo conhecido desenvolvimentos mais profundos no Distribucionalismo de L. Bloomfield, C. F. Hockett (1958) e Z. S. Harris (1951, 1962) e vindo a encontrar a sua mais ampla expressão no Generativismo de N. Chomsky (1957, 1965) e seus seguidores, embora esta escola tenha nascido da constestação de muitos trabalhos anteriores. Também muito sumariamente, o distribucionalismo consistiu num método de análise, fundamentalmente aplicado à fonologia e morfologia, em que se localizavam unidades em função dos contextos em que elas ocorriam e em função das suas capacidades combinatórias. O generativismo apresenta um modelo formal, de base lógico-matemática, para a descrição da língua como estrutura e para a descrição da competência e da performance do conhecimento linguístico humano.


04/09/2013, 10:49.

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Gerativismo

Chomsky reagia contra as hipóteses teóricas do distribucionalismo (fora discípulo de Zellig S. Harris) e expunha o que deveria ser, em sua opinião, o objetivo da lingüística: a formulação de uma gramática que, por meio de um número finito de regras, fosse capaz de gerar todas as frases de um idioma, do mesmo modo que um falante pode formar um número infinito de frases em sua língua, mesmo quando nunca as tenha ouvido ou pronunciado. Tais regras, afirmou Chomsky, não são leis da natureza. Foram "construídas pela mente durante a aquisição do conhecimento" e podem ser consideradas "princípios universais da linguagem". A tese representou uma negação frontal do behaviorismo. Cabia ao lingüista a tarefa de construir essa gramática, a partir do que Chomsky denominou "competência" (o conhecimento que o falante possui de sua língua e que lhe permite gerar e compreender mensagens) e não do "desempenho" (o emprego concreto que o falante faz de sua língua). A regras gramaticais que permitissem gerar orações inteligíveis num idioma seria denominada gramática gerativa. Em suas formulações sobre essa gramática, Chomsky distinguiu três componentes: o sintático, com função geradora; o fonológico, a imagem acústica da estrutura elaborada pelo componente sintático; e o semântico, que interpreta essa imagem. Em oposição à gramática estruturalista dos distribucionalistas, que se baseava na análise dos constituintes imediatos, Chomsky analisou as estruturas das orações em dois níveis, o profundo e o superficial, para indicar as transformações produzidas ao se passar de um nível para outro e as regras que regem as transformações. Esses conceitos explicam a razão do termo gramática gerativo-transformacional e fundamentaram grande parte dos estudos lingüísticos realizados depois de Chomsky. Segundo a teoria gerativo-transformacional, todas as línguas possuem uma estrutura superficial ou aparente, que representa a forma em que aparece a oração, e outra estrutura profunda ou latente, que encerra o conteúdo semântico da oração e forma o corpus gramatical básico que o falante de uma língua possui. Por meio de uma quantidade limitada de regras de transformação, o falante pode criar um número infinito de orações superficiais. O componente fonológico, ou seja, a imagem acústica das estruturas elaboradas pelo componente sintático, é dado por uma série de segmentos -- denominados morfofonemas por alguns lingüistas -- com traços distintivos que indicam como devem ser representadas, na estrutura superficial, as orações geradas pela sintaxe. De maneira semelhante, o componente semântico fornece o significado às orações da estrutura superficial pela substituição ou inserção léxica de palavras e morfemas (unidades significativas) durante o processo de transformação da estrutura profunda na superficial. Essa consideração do componente semântico, que respondia à diferenciação entre sintaxe e semântica das primeiras formulações da gramática gerativa, foi um dos pontos mais conflituosos para teorias gerativas posteriores, que consideravam inexistente essa diferenciação. Psicolingüística e sociolingüística. A teoria gerativa de Chomsky abriu caminho para uma renovação radical da lingüística e para sua aplicação a diversas disciplinas do saber humano, como a psicologia ou a sociologia. Um dos principais campos de aplicação da gramática gerativo-transformacional, sobretudo no que diz respeito à dicotomia competência-desempenho, foi à psicolingüística, termo surgido na década de 1940 e definido como o estudo de fatos da linguagem considerados sob seus aspectos psicológicos, fundamentalmente no que se refere à aquisição da linguagem, à percepção da fala e aos distúrbios patológicos, como por exemplo a afasia (perda da fala). O caráter e função social da linguagem, suas repercussões no comportamento do indivíduo e os condicionamentos sociais (diferenças de classe, sexo, educação, idade e ocupação) que determinam as variações lingüísticas dentro de uma língua representam os objetivos principais da sociolingüística. Em oposição às teorias sociolingüísticas, segundo as quais a língua é ao mesmo tempo causa e efeito das concepções sobre a realidade e o mundo de uma comunidade de falantes (hipótese do americano Benjamin Lee Whorf) ou resultado de estruturas sociais determinadas (teoria do georgiano Nikolai Y. Marr), as pesquisas do americano William Labov tentaram explicar as variações lingüísticas de uma determinada língua por meio de uma redefinição do conceito chomskiano de competência. Labov entendia a competência como o conjunto de regras de conteúdo sociológico -- diferentes níveis e registros de língua -- que, uma vez conhecidas pelo falante, podem ser empregadas de acordo com o contexto social ou a situação. Outras teorias. Embora a influência do trabalho de Chomsky tenha levado praticamente todas as escolas lingüísticas a definirem suas posições com relação às teorias do lingüista americano, continuaram a surgir enfoques radicalmente opostos. A gramática estratificacional, desenvolvida pelo americano Sidney Lamb, reelaborou elementos do estruturalismo de Bloomfield ao definir a estrutura lingüística como uma teia de relações, mais do que como um sistema de regras; as unidades lingüísticas seriam apenas pontos, ou posições, nessa teia. O distribucionalismo e a escola de Praga inspiraram também tendências como à análise tagmêmica (que considera que a posição dos elementos define a gramática de uma língua) ou a chamada gramática de casos. A lingüística representa hoje um campo aberto e em contínua renovação, cujos estudos, a partir de perspectivas diferentes, contribuem para a construção de modelos cada vez mais amplos que considerem os elementos constituintes do fenômeno lingüístico.


04/09/2013, 11:34.

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Distribucionalismo

Bloomfield desenvolveu o conceito de fonema como feixe de traços distintivos, dando or igem à fonémica, o equivalente americano da fonologia européia. Portanto,enquanto a obra de F. S aussure começava a ser conhecida na Europa e a determinar o curso da Linguística ocidental,Bloomfield desenvolvia, do outro lado do Atlântico, uma Teoria da Linguagem de natureza descritiva, conhecida como Distribucionalismo, que apresentava muitos princípios básicos semelhantes ao formal ismo de Saussure, mas que introduzia um método de análise linguística com base na posição contextual dos fonemas e combinação com outros fonemas (ou distribuição). Este método foi aplicado a outros níveis de análise linguística, tendo gerado mu itas sub-escolas linguísticas nos Estados Unidos da América.


04/09/2013, 12:48

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