domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pragmática linguistica

Autora: DjalmDjalmira Sá Almeidaira Sá Almeida
1. A gramática tradicional e a análise do discurso No fim do século XIX, surgiram os primeiros sinais de descontentamento com a gramática tradicional. Por meio de métodos científicos, os comparativistas passaram a estudar a história das línguas e suas derivações deslocando-se das preocupações normativas. Só no começo do século XX é que a Lingüística ganha autonomia com as idéias de Ferdinand de Saussure, um estruturalista influenciado pela sociologia de Durkheim. Saussure enfatizou a língua como objeto de análise da Lingüística e ignorou o papel individual da fala. Depois disso várias ligações se estabeleceram entre Lingüística, Psicologia, Filosofia e Semiologia, dando origem a novas concepções teóricas e práticas da linguagem. Vários teóricos, alguns até seguidores de Saussure, puseram em dúvida as dicotomias do mestre criando as bases de uma Lingüística da Fala, destacando a função das alterações individuais da linguagem. No entanto, para o estabelecimento da Lingüística da Fala os elementos afetivos de Charles Bally deram maior contribuição pela descoberta do valor estilístico da expressão. A pragmática só vem surgir quando as ciências da linguagem se multiplicam em abordagens dos fenômenos lingüísticos pela necessidade de aplicação das teorias para resolver problemas práticos. Em Maingeneau (1989:29-40) a cena enunciativa, lugar e cena, os gêneros discursivos e a pragmática são tratados como instituição discursiva ou prática discursiva. Para ele, na perspectiva pragmática, a linguagem é considerada como uma forma de ação e cada ato de fala é inseparável de uma instituição. Ele faz referência à ordem jurídica que regula naturalmente as relações entre sujeitos, atribuindo a cada um uma função que se reflete na atividade da linguagem, permitindo ou autorizando um contrato, enfatizado nas palavras de Charaudeau (1983): A noção de contrato pressupõe que os indivíduos pertencentes a um mesmo corpo de práticas sociais sejam capazes de entrar em acordo, a propósito das representações da linguagem destas práticas. Conseqüentemente, o sujeito que se comunica sempre poderá, com certa razão, atribuir ao outro (o não-EU) uma competência de linguagem análoga à sua que o habilite ao reconhecimento. O ato de fala transforma-se, então, em uma proposição que o EU dirige ao TU e para a qual aguarda uma contrapartida de conivência.(Apud Maingeaeau). Desse modo, podemos entender a pragmática na análise do discurso como um estudo baseado no teatro da enunciação e no jogo que a sociedade impõe através da linguagem, para informar, convencer ou iludir, permitindo ou autorizando um enunciador ou seu enunciado. A esse respeito diz Maingeneau (1989:39): Ora, este estatuto de sujeitos enunciadores e de seus presumíveis destinatários é inseparável dos gêneros de discursos utilizados: os textos humanistas devotos apresentam-se como conversas amenas, cultas entre pessoas de bem. Desta forma, em sua maior parte, estão ligados de forma privilegiada aos gêneros dialógicos mundanos, especialmente cartas e conversações. Mas é preciso ir além, pois essa tendência em investir em gêneros, a priori pagãos , humanistas, relaciona-se com o conteúdo do discurso: segundo o humanismo devoto, as práticas de sociabilidade mundana podem ser sublimadas através da literatura piedosa porque Deus governa a sociedade em todos os seus aspectos. Neste caso, conseqüentemente, há uma clara correspondência entre gêneros e doutrina; a separação entre forma e o conteúdo revela-se sem sentido. Nesse sentido, em Análise do Discurso, o resgate da retórica, mesmo que só aparentemente, através das várias tendências da pragmática, rejeita, de certo modo, seus pressupostos. Para ela, é estranho que a imagem de um discurso que transmite idéias, devido a certos procedimentos, devolva seu peso ao sujeito, ao destinatário, ao lugar, à cena, ao momento, ao gênero da enunciação, e mesmo assim corresponda à conjugação fundo e forma. Maingeneau afirma que, assim como a pragmática questionou a concepção de linguagem representante de um mundo preexistente, a Análise do Discurso se recusa a crer na concepção que faria da discursividade um suporte de doutrinas ou de visões de mundo. A meu ver, a tarefa da Análise do Discurso não é apenas justificar a produção de determinados enunciados em detrimento de outros, porém, explicar como eles se impuseram nas organizações sociais, como ocorre nos textos jornalísticos, empresariais e nos da publicidade e marketing. 2. Linguagem, pragmática e ideologia Carlos Vogt (1980:130-131), em seu livro Linguagem pragmática e ideologia, referindo-se a uma pragmática das representações, discute o problema das relações entre linguagem e ideologia, procurando mostrar que o objeto de estudo específico da pragmática é o domínio dessas relações. Para ele, o termo ideologia significa tanto os sistemas de idéias representações sociais como os sistemas de atitudes e comportamentos sociais e não sinônimo de má consciência ou mentira piedosa. Vogt cita a pragmática com base na semiótica peirciana, que se divide em três ramos: o da gramática especulativa ou da gramática pura, o da lógica e o da retórica pura. Segundo ele, este domínio poderia ser ainda caracterizado como o da pragmática, se fosse adotada a perspectiva da teoria lingüística de Morris ou a retórica ou argumentação de Perelman e Tyteca e as de Ducrot, que o próprio Vogt assume na análise de línguas naturais. Em seu trabalho, Vogt usa o termo representações ao tratar da pragmática com um sentido que é tomado pelo teatro, para designar os diferentes papéis distribuídos nessas pequenas cenas dramáticas que são atos de fala, de desempenho dos interlocutores que participam delas, considerando-as como essenciais ao jogo argumentativo da linguagem. Na pragmática americana, interacionista, as falas desses atores são consideradas enunciação da oralidade, um jeito moderno de analisar a oratória, com base na pluralidade de vozes que existe no discurso, considerando sua dupla face: diversidade e unidade, além de considerar o produtor do discurso, a sua intenção, as condições de produção, seu conhecimento de mundo e o grau de informatividade e aceitabilidade dos interlocutores em cada situação. Para mim tudo é Linguagem, tudo é Lingüística, tudo é análise do discurso. Enfim, tudo é Pragmática. Bibliografia: MAINGENEAU, Dominique. Novas Tendências em Análise do Discurso. Campinas: Pontes, 1989. (Tradução de Freda Insdursky). VOGT, Carlos. Linguagem, Pragmática e Ideologia. São Paulo: Editora Hucitec/Funcamp, 1980.


http://www.webartigos.com/artigos/da-linguistica-a-pragmatica/7127/
19/02/2012, 16:28
................................................

Por Roseliane Saleme

A pragmática foi analisada em 1977 como o lado concreto da linguagem, ou seja, vendo-se como os usuários e usuárias de uma língua a usam em sua prática linguística por um lado e por outro o estudo das condições que governam essa prática. Estuda-se primeiramente o uso da linguagem, partindo-se dos estudos de Saussure que defende que a língua é objeto de estudo da Linguística e a Pragmática leva em conta a fala, a língua em uso.

Estuda-se então a sociedade e sua comunicação, como a linguagem funciona nas trocas de linguagem entre seus usuários. Pode-se afirmar que esse estudo é ainda relativo aos problemas relativos ao uso da linguagem. Os estudos de Peirce, que fez um trabalho prolongado para explicar a teoria do signo, definiu e subdividiu suas explicações em dez classes principais. Seus principais seguidores foram William James e Charles W. Morris,e este fundamenta a doutrina da ciência unitária, ao passo que James inaugura o que ficou conhecido como o Pragmatismo americano, ficando mais tarde seus estudos vinculados às aplicações práticas voltadas para a ação. Relativiza a noção de verdade ao atingir o discurso sobre a possibilidade de conhecimento de fato.

Uma das discussões entre diversos estudiosos dos assuntos linguísticos tem a ver com a formulação gramatical das frases, quer dizer, a maior preocupação seria os falantes de uma língua expressarem-se de acordo com as normas gramaticais vigentes e que não poderiam incorrer em construções gramaticais que fosse mal formuladas, o que converteria a Pragmática em um “depósito de todo tipo de considerações extragramaticais e dos efeitos desses fatores na forma gramatical e léxica”.

Segundo a Pragmática o contexto dentro do qual a comunicação foi efetivada influi na compreensão do enunciado emitido, assim se uma pessoa diz à outra: Como está frio aqui se pode entender pelo contexto um pedido para que a janela seja fechada. Isso vai depender das condições que de domínio da linguagem do interlocutor dessa pessoa. Quem estuda os atos de fala é Searle, que segundo ele são unidades da comunicação linguística e se realizam de acordo com regras. No exemplo acima a frase conota o ato linguístico de pedir e o ouvinte pode ser capaz de fazer o que é pedido, como regra constitutiva.

A Pragmática, a Sociolinguística e a Análise da Conversação estudam a comunicação linguística na complexidade de seus contextos, sendo que a Pragmática trabalha com enunciados construídos e se concentra no estudo dos processos de inferência pelos quais compreendemos o que está implícito.

Fonte:
PINTO, J.P. Pragmática. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (orgs.) Introdução à Linguística. São Paulo: Cortez, 2004.
http://www.infoescola.com/linguistica/pragmatica/
19/02/2012, 16:35
.........................................

Pragmática é o ramo da linguística que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. As palavras, em sua significação comum, assumem muitas vezes outros significados distintos no uso da língua e, mais recentemente, o campo de estudo da pragmática passou a englobar o estudo da linguagem comum e o uso concreto da linguagem, enquanto a semântica e a sintaxe constituem a construção teórica.[1] A pragmática, portanto, estuda os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um contexto extra-linguístico: discursivo, situacional, etc.

A capacidade de compreender a intenção do locutor é chamada de competência pragmática. A pragmática está além da construção da frase, estudado na sintaxe, ou do seu significado, estudado pela semântica. A pragmática estuda essencialmente os objetivos da comunicação. Como exemplo, suponha uma pessoa queira fazer uma segunda pessoa não fumar numa sala. Pode simplesmente dizer, de uma forma muito direta: "Pode deixar de fumar, por favor?". Ou, em alternativa, pode dizer: "Huumm, esta sala precisa de um purificador de ar". Repare que a palavra 'fumo' ou 'fumar' não é utilizada, mas indiretamente revela a intenção do locutor.

[editar] Conceituação teóricaO uso do termo pragmática como ramo da linguística teve início com Charles Morris, em 1938, significando o estudo da linguagem em uso. Rudolf Carnap, que trabalhara com Morris em Chicago, definiu-a como sendo a relação entre a linguagem e seus falantes.[1]

A pragmática evoluiu, depois, para uma compreensão mais filosófica, como prática social concreta, que analisa a significação linguística de acordo com a interação existente entre quem fala e quem ouve, do contexto da fala, os elementos sócio-culturais em uso e, também, dos objetivos, efeitos e consequências desse uso contínuo.[1]

[editar] Coerência pragmáticaÉ quando o texto tem que seguir uma linha de sentido, ou seja, uma seqüência de atos. Não é possível o locutor dar uma ordem e fazer um pedido no mesmo ato de fala. Quando estas condições são ignoradas, constituem incoerência pragmática.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pragm%C3%A1tica
19/02/2012, 16:39

Nenhum comentário:

Postar um comentário