segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os Frutos do Espírito Santo

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade e Ele é o "Senhor que dá a vida e que procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas." O Espírito Santo é o dador de todos os dons e carismas extraordinários; todos os frutos espirituais provêm d'Ele.

O Espírito Santo vem às nossas almas no dia do nosso Baptismo, derramando sobre nós as três virtudes teologais: a Fé, a Esperança e a Caridade. E vem de um modo mais solene no dia em que recebemos o Sacramento do Crisma ou Confirmação, onde recebemos a efusão do Espírito que derrama sobre nós os sete dons: A Sabedoria ou Sapiência, o Entendimento, o Conselho, a Fortaleza, a Ciência, a Piedade e o Temor de Deus.

O Espírito Santo, para além de derramar as sete grandes colunas cristãs, confere ao cristão doze frutos que são: a Caridade, o Gozo, a Paz, a Paciência, a Benignidade, a Bondade, a Longanimidade, a Mansidão, a Fé, a Modéstia, a Continência e a Castidade.

Importa definir em breves palavras, não só os dons mas, fundamentalmente os frutos do Espírito Santo.

- A Caridade é um fruto do Espírito Santo. A caridade é amor e é o maior dos dons, porque ela não desaparece, existe para além da morte. O céu vive no amor: "A fé e a esperança hão-de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1 Cor. 13,8).

- O Gozo ou alegria é caracterizado por aquelas emoções interiores, aquela alegria interior e satisfação espiritual profunda que o Espírito Santo derrama no coração e na alma. A pessoa sente um gozo inexplicável. Não há palavras humanas que possam descrever o gozo que provém do Espírito Santo.

- A Paz de que falamos não tem nada a ver com os motivos ou sensações externas mas é uma paz e suavidade interior, tal como Jesus disse aos Seus apóstolos: "Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz, não como o mundo a dá mas como Eu a dou" (Jo 14, 27). Jesus é a paz e a suavidade da alma.

- A Paciência suporta as adversidades, as doenças, as contrariedades e perseguições. A paciência é o fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé. O cristão paciente dificilmente é demovido da sua fé porque ele suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra o seu Deus mas tudo suporta e aceita.

- A Benignidade é a bondade que vai para além da bondade, isto é, muitas vezes fazemos um bem mas só até certa medida. Porém, a benignidade é a execução desse bem que vai para além do que deveria ser feito.

- A bondade é fazer o bem, desinteressadamente, às pessoas. A pessoa que o faz tem um bom coração, amando verdadeiramente. A resposta de alguém que ama a sério é: "Eu amo porque amo."

- A Longanimidade é a paciência para além da paciência, é quando alguém continua a ser paciente depois de, tantas e tantas vezes, ter sido posto à prova.

- O homem Manso dificilmente se revolta. A mansidão está sempre associada à humildade e à paciência. Jesus diz, quando se refere a Si mesmo: "Vinde a Mim que Sou manso e humilde de coração que Eu vos aliviarei. Vinde a Mim que o meu jugo é suave e a minha carga é leve. Vinde a Mim todos vós que estais sobrecarregados porque Eu vos aliviarei" (Mt 11, 28-30). Este é um grande convite do Sagrado Coração de Jesus a todos nós. A mansidão é contra a ira e contra o ódio. Assim, devemos procurar ser mansos, imitando o Divino Mestre.

- A , para além de ser o fruto do Espírito Santo é uma das virtudes teologais. A fé é um dom muito importante, sem ela desesperamos e desanimamos ao longo da nossa caminhada, feita de altos e baixos, com muitas dificuldades. Sem a fé, o cristão chega a certa altura, depois de muitas dificuldades desiste e começa a levantar interrogações e deixa de praticar o bem, deixa de ir à Missa e diz: "Afinal, os que não vão à Missa, têm uma vida melhor do que a minha. Então, que me adianta ir à Missa e rezar?". A fé leva o cristão a manter-se firme na sua caminhada mas esta fé tem que ser conservada e protegida. Uma das maneiras é a oração que aumenta e protege a fé. A oração mantém-nos no caminho da fé e no caminho da salvação, por isso é indispensável.

- A Modéstia relaciona-se com o ser discreto. A modéstia é contra a ostentação e a exibição. A modéstia é o pudor que deve acompanhar todo o cristão pois nele habita Deus. Como tal, devemos respeitar o nosso próprio corpo, não o expondo como um mostruário. Alertai aquelas pessoas que se vestem com mini-saias, decotes exagerados, blusas transparentes, calças exageradamente apertadas, apresentando os contornos do corpo. Podemos usar roupas bonitas e arranjadas com o devido pudor e respeito pelo corpo.

- A Continência é um fruto do Espírito Santo. O homem continente sabe equilibrar-se, dominando a sua sexualidade. Sabe guardar-se e proteger-se. A continência é uma grande virtude. Se os homens e as mulheres de hoje possuíssem esta grande virtude, não haveria em muitos lares tanta tristeza, tanto aborrecimento porque todos saberiam manter a castidade e a pureza. A continência é o domínio de si mesmo em relação aos instintos sexuais.

- A Castidade é um fruto que leva o homem ou a mulher a manter a pureza do corpo e, consequentemente, a pureza da alma, não se deixando manchar, caindo em pecados contra o 6º e 9º Mandamentos. O sexto mandamento diz: "Guardai castidade nas palavras e nas obras"; e o nono mandamento diz: "Guardai castidade nos pensamentos e nos desejos."

A castidade não é só protegida quando o homem ou a mulher se abstêm de actos sexuais fora do casamento mas deve ser protegida, evitando que os olhos se fixem em programas indecentes ou imorais, ou se fixem na rua em situações impróprias porque isso leva a maus pensamentos e desejos.

S. Paulo, referindo-se aos esposos, fala da Fidelidade dizendo que aquele que é fiel à sua mulher, conserva a castidade e vice-versa. Por isso, S. Paulo quando se refere à fidelidade quer expressar a castidade também no casamento.

Estes doze frutos do Espírito Santo devem suscitar no cristão o desejo e o esforço de os conquistar. Para isso, deverá pedi-los e suplicá-los ao Espírito Santo porque a quem Lhe pede, Ele os dará. Se não os pedirdes, Ele ficará à espera. Contudo, com as preocupações, o corre-corre e a luta pela vida, muitas vezes esquecemo-nos de valores tão sublimes e elevados.

S. Paulo, ao falar dos frutos do Espírito Santo, lembrou os conceitos opostos a estes frutos que são as paixões, referindo-as como obras da carne: bebedeiras, orgias, ira, contendas, partidarismo, ciúme, ódio, inveja, adultério, fornicação. "Os que praticarem tais coisas, não herdarão o Reino de Deus" (Gl 5, 19-21). E, acrescentando,

S. Paulo diz-nos: "Devemos viver segundo o Espírito e não segundo a carne" (Gal. 5,16).


http://www.arautos.org.br/artigo/324/Os-frutos-do-Espirito-Santo.html

10/09/2012, 21:46

Nenhum comentário:

Postar um comentário