segunda-feira, 27 de abril de 2015

Geografia do oitavo ano do fundamental

Geografia – espaço e vivência 8º ano
Atual editora
Autores: Levon Boligan, Rogério Martinez, Wanessa Garcia e Andressa Alves

Capítulo 5 – Um mundo fragmentado, porém globalizado

O declínio do Socialismo permitiu a adoção da economia de mercado em escala global. A mundialização do Capitalismo foi favorecida pela crescente integração da economia, do comércio, das tecnologias e da informação entre os países de uma forma sincrónica como jamais havia ocorrido.
Por força das empresas multinacionais ou transnacionais a partir dos anos 1970, o capitalismo se expandiu globalmente. Empresas dos Estados Unidos, Japão e Europa lideraram o movimento transnacional.

As multinacionais valorizam países menos desenvolvidos para aumentarem seus lucros porque nestes lugares:
  • Mão de obra barata
  • Matéria-prima e recursos naturais em abundância e a custo reduzido
  • Menor carga tributária, isto é, menos impostos a serem pagos.
  • Incentivos fiscais para instalação dos negócios em uma área.
  • Legislações ambientais pouco rigorosas.

Os países menos desenvolvidos ganham com as multinacionais a introdução de novas tecnologias e geração de emprego, mas perdem a maior fatia dos lucros porque estes são remetidos às matrizes das multinacionais.
A informatização  e a robotização das linhas de produção, assim como o fortalecimento e expansão em escala global dos meios de transporte de mercadoras permitiram a fragmentação do processo produtivo das multinacionais, isto é, os componentes de um produto podem ter origem em diversos países e ser montados em outro país.
Para garantir melhores preços para seus produtos e um mercado consumidor maior, a globalização forçou o aperfeiçoamento da qualidade e da produtividade dos produtos de uma empresa.

A globalização forçou o surgimento de conglomerados econômicos e empresariais para armar determinados grupos econômicos com as condições necessárias para a violenta concorrência em escala global. Isso ajudou a concentrar poder econômico nas mãos de empresas que se empenham em participar de megafusões ou obter o controle acionário majoritário de imensas corporações.
Megafusões melhoram e ampliam o potencial de competitividade das empresas e acarretam um monopólio sobre certos produtos e setores.

Apesar das mudanças na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) pela fragmentação do processo produtivo, basicamente, os países ricos e altamente industrializados funcionam como consumidores de matéria-prima e exportadores de produtos industrializados. Já os países mais agrários ou menos industrializados continuam a exercer, basicamente, o papel de fornecedores de matéria-prima e de importadores de produtos industrializados. Isso acontece porque os países mais pobres continuam a depender da transferência de conhecimentos e de tecnologia por parte dos países mais ricos e desenvolvidos.

A globalização afeta a DIT e a paisagem e os papéis os países ao redor do mundo. Isso gera, por exemplo, a expansão da monocultura da soja no cerrado brasileiro para atender à crescente demanda do mercado internacional. Ou, por exemplo, a transformação de antigas áreas industriais em centros de comércio ou de expansão de atividades tecnológicas.

A globalização gerou a formação de grandes blocos econômicos entre os países. Tais blocos delimitam metas, instituem acordos comerciais, aprovam barreiras alfandegárias para dificultar a importação de produtos estrangeiros, garantem a livre circulação de pessoas, bens e serviços nos limites de sua abrangência entre outros exemplos.
Os principais blocos econômicos da atualidade são: União Europeia, Mercosul (América do Sul), Nafta (América do Norte) e Apec (Ásia).

A globalização ainda não resolveu o problema do crescente desemprego da população economicamente ativa ao redor do planeta frente aos avanços tecnológicos da informática, da robotização, da microeletrônica que reduziram postos de trabalho.
Novos mercados, novas tecnologias, novos hábitos demandam novos postos de emprego e novas oportunidades de trabalho.
No atual mercado de trabalho global, o profissional precisa conhecer mais de um idioma, ser flexível, estar em constante processo de aprendizagem e estudar os fatores que interferem no negócio (concorrência, produtos, consumidores, fornecedores etc).

A globalização precisa ser pensada em termos de quem produz a riqueza, quem se beneficia dessa produção, qual a importância da produção e do consumo para a geração e a manutenção de emprego, que tipo de qualidade de vida advém das relações econômicas estabelecidas para determinados grupos.

Uma primeira fase da globalização ocorreu no tempo em que os europeus começaram a buscar riquezas e oportunidades de negócio em novos mundos. O maior exemplo disso foram as Grandes Navegações marítimas. Uma segunda fase ocorreu durante a Revolução Industrial inglesa. Nesta atual terceira fase da a globalização, o ser humano globalizado e consciente de seu potencial é a questão.

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