terça-feira, 5 de junho de 2018

Para pensar e agir contra a evasão e a reprovação


Para pensar e agir contra a evasão e a reprovação
ALVES, Benedito F.
Uma escola não deve ser um lugar de martírio nem para o professor nem para o aluno, mas um espaço de construção. Dessa maneira, imaginar a existência da reprovação, da evasão e do abandono é imaginar algo contrário à função do professor que ensina e do aluno que aprende. Não se trata aqui de afirmar ou indicar uma atitude de camuflagem dos resultados ou de uma ampla construção artificial de situações para que haja promoção sem aprendizagem.
Da mesma forma que a morte é a definitiva e/ou abrupta interrupção da vida, a reprovação, o abandono e a evasão são a consequência de um conjunto de falhas sistêmicas, isto é, são o resultado de ações que culminaram no insucesso do aluno e, consequentemente da família e da escola.
Segundo dados da SEDUC-CE, a escola Egídia contava em 2009 com um conjunto de 1.514 alunos matriculados. Deste total, 15,5% abandonaram os bancos escolares.
Os dados de 2016 da secretaria da pioneira escola Egídia indicam a necessidade de um contínuo trabalho para que o aluno não seja excluído das práticas escolarizadas vigentes.
Indicadores (2016)
Quantidades
Matriculados
1016
Reprovados
91
Evadidos
152

Já em 2017, o esforço da escola consolidou um quadro melhor em relação ao ano anterior
Indicadores (2017)
Quantidades
Matriculados
991
Reprovados
69
Evadidos
117

O fracasso do aluno é um combustível para o aumento das taxas de desemprego, quantidade de trabalhadores escravizados pela informalidade ou pelo subemprego. Fatalmente, o aluno que abandona a escola terá uma carga muito maior de problemas a serem enfrentados na busca de uma vaga no mundo da faculdade ou no mercado de trabalho.
O mais grave é que a sociedade urbana contemporânea é organizada em torno do saber institucionalizado pelo mundo da escola. Assim, é necessário um contínuo trabalho em torno das taxas de rendimento e das taxas de fluxo sob pena de o aluno de hoje ser o integrante de amanhã da fila do seguro desemprego ou mais um dependente dos programas de redistribuição de renda como os famosos (e cada vem mais insuficientes) “bolsa-escola” e “bolsa-família.
Apesar de parecer difícil, é interessante saber que, segundo Portilho (2012):

As taxas de rendimento são o grupo de taxas que avaliam o aluno quanto ao preenchimento ou não dos requisitos de aproveitamento e frequência ao final de um ano letivo. Elas são calculadas com base nas taxas de aprovação, de reprovação e de abandono. Já as taxas de fluxo ou de transição escolar são um grupo de taxas que avaliam a progressão dos alunos entre anos letivos consecutivos; constituem-se pelas taxas de promoção, de repetência e de evasão. Isso explica as diferenças entre termos que comumente confundimos: abandono X evasão escolar e reprovação X repetência.

No caso da escola Egídia, é ponto pacífico ser dever de todos os alunos, pais e professores conscientes de seu papel social trabalhar diariamente para que os fantasmas da reprovação e da evasão não continuem a oprimir e destruir o sonho de construção de uma genuína condição de cidadania que cada um deve lutar de forma colaborativa para alcançar de forma gradual.

Referências

PORTILHO, Gabriela. Entenda as taxas de transição escolar e de rendimento dos alunos. 01 de Junho de 2012. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2849/entenda-as-taxas-de-transicao-escolar-e-de-rendimento-dos-alunos


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