sábado, 12 de maio de 2012

Fonologia do espanhol

Classificação das vogais
» Vogais fortes: A, E, O
» Vogais fracas: I, U
» Uma vogal forte e uma fraca.
Exemplo:
ai-re, pei-ne, au-la.
» Uma vogal fraca e uma vogal forte.
Exemplo:
ha-cien-do, no-vio.
» Duas vogais fracas.
Exemplo:
ciu-dad, cui-da-do.
Atenção:
A presença de uma "H" intercalada não invalida a existência de um possível ditongo.
http://www.bomespanhol.com.br/gramatica/ortografia/ditongos
12/05/2012, 15:29
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Por Alfredo M. Rodriguez (UCB)
O espanhol e o português são duas línguas românicas que têm muito em comum, além de sua proximidade geográfica e de sua origem. O espanhol é, com exceção do galego, que teve origem comum com o português, a língua que tem mais afinidade com o português. Neste estudo assinalaremos apenas alguns aspectos distintivos, do ponto de vista sincrônico, entre as duas línguas na atualidade. Veremos em primeiro lugar algo da comparação fonético-fonológica entre as duas línguas, assim como algumas diferenças morfológicas e lexicais que nos pareceram mais relevantes. Destacaremos também as principais diferenças sintáticas que separam o espanhol do português.


O quadro vocálico do português

No português existem vogais orais e nasais. As orais [o] e [e], em posição tônica, podem ser abertas ou fechadas. A rigor classifica-se como aberta apenas o [a], a mais baixa das vogais. O [i] e o [u] são fonemas vocálicos fechados e altos, o [e], o [o], além de uma realização de um [a] fechado, mais comum em o quadro: Portugal .Assim, no português do Brasil existem 7 vogais orais e 5 vogais nasais. Total: 12 fonemas vocálicos em posição tônica. Em posição átona não existem vogais abertas, sendo que em posição átona final, o quadro vocálico do português fica reduzido a três fonemas vocálicos: a, i, u porque o e e o o fechados ficam reduzidos, respectivamente, a i e u: pele [´peli], dedo [´dedu]


O quadro vocálico do espanhol

O quadro vocálico do espanhol é muito simples. Consta apenas de cinco fonemas:

Não existem no espanhol vogais abertas com distinção fonológica, embora foneticamente haja realizações com maior ou menor abertura vocálica. Os fonemas vocálicos abertos provenientes do latim vulgar permaneceram em português, mas ditongaram-se em espanhol: petra> pedra, (esp) piedra; forte> forte, (esp) fuerte. O mesmo quadro vocálico mantém-se em posição átona, pois não há elevação vocálica nem mesmo em posição final: leche [´letfe], dedo [´dedo].

A nasalização de vogais tampouco ocorre em espanhol, ao menos com valor fonológico.


Os ditongos

Por um lado observa-se no espanhol grande número de ditongos ie e ue, provenientes da ditongação das vogais e e o abertas do latim vulgar: hierro, cielo, diente, rueda, cuerda, etc. Por outra lado observam-se em português muitos ditongos em ei, provenientes de vogal + iode e de ditongação de consoantes: primariu > primairu > primeiro, esp. primero; lacte > laite > leite, esp. leche; basiu > beijo, esp. beso. O ditongo latino au deu origem ao português ou, embora foneticamente se tenha monotongado. Ocorre o mesmo com a ditongação do l. Em espanhol, este ditongo logo se monotongou: tauru > touro, esp. toro; alteru > outro, esp. otro; saltu > souto, esp. soto.

Como vemos, o quadro vocálico do português é muito mais rico que o do espanhol, o que ajuda a explicar a propalada maior dificuldade que têm os falantes do espanhol em compreender o português falado, o que ocorre em menor grau na direção inversa.


O quadro consonantal

A realização fonética dos fonemas consonantais coincide em grande parte nas duas línguas. Apontaremos apenas alguns dos fonemas que mais se afastam:

a) Fonema [b].

Não existe em espanhol o fonema [v] do português. Este fonema representa-se graficamente por b ou v. A permanência da diferença gráfica obedece apenas a critérios etimológicos.

b) Fonema [tf], representado graficamente por ch

Este fonema em espanhol tem pronúncia africada [tf] diferente da do fonema fricativo palatal surdo [f] do português, que pode ser representado graficamente pelo mesmo dígrafo: Esp. muchacho [mu'tfatfo], chino ['tfino]. Port. chave ['favi], xarope [fa'ropi].

c) Fonema [š] do português.

Fonema fricativo palatal sonoro. Não existe no espanhol.: hoje ['oši], mágico ['mašiku], jaca ['šaka]

d) Fonemas [s] e [z]

Em português existem o fonema sibilante fricativo surdo [s] e o sonoro [z]: passo ['pasu], maço ['masu] (surdo); casa ['kaza], zebra ['zebra] (sonoro).

No espanhol só se conhece o fonema equivalente surdo: casa ['kasa], paso ['paso]

e) Fonemas [f] e [š]

Os fonemas fricativos palatais, surdo [f] chapa ['fapa] e sonoro [š] jato ['šatu], não ocorrem no espanhol.

f) Fonema [θ]

O fonema fricativo surdo dental [θ] do espanhol: ciento ['θiento], moza ['moθa], não existe em português. Sua pronúncia assemelha-se ao do th do inglês em think, three. Nas zonas em que se pratica o seseo, este fonema realiza-se como [s].

g) Fonema [x] (grafado com j em qualquer posição ou com g antes de e, i)

O fonema [x] consonantal fricativo velar surdo não existe no português: caja ['kaxa], gitano [xi'tano], cojo ['koxo], gente ['xente]. A pronúncia deste fonema assemelha-se à do h aspirado do inglês em house, horse.

Com relação ao quadro consonantal, verificamos que há realizações diferentes em ambas as línguas, mas também aqui o português é mais rico que o espanhol, embora não cause tanta dificuldade para a compreensão, como ocorre com o quadro vocálico. No que tange à fonologia das duas línguas, podemos observar que as semelhanças são em maior número que as diferenças. Ambas possuem fonemas que não são comuns às duas, embora a fonologia portuguesa se apresente mais rica e, portanto, mais complexa.


Algumas evoluções
fonético-morfológicas diferentes

Entre as evoluções fonético-morfológicas que seguiram rumos diferentes em português e o espanhol temos:

a) Fonema [f]:

Este fonema do latim vulgar permaneceu em português, mas desapareceu foneticamente em espanhol, sendo representado graficamente pela letra h: ferru > ferro, hierro; facere > fazer, hacer; filiu > filho, hijo; folia > folha, hoja.

O f existe em espanhol porque provém de outras origens ou entrou na língua em outras épocas: forti > forte, fuerte; fabrica > fábrica.

b) Sufixo –ellu:

Este sufixo latino deu em português –elo, -ela e em espanhol –illo, -illa: castellu > castelo, castillo; cutellu > cutelo, cuchillo; martellu > martelo, martillo; *capella > capela, capilla; sella > sela, silla.

c) Grupos ct e ult.

Estes grupos evoluíram para it em português e para ch em espanhol: factu > feito, hecho; lacte > leite, leche; nocte > noite, noche; multu > muito, mucho.

Já vimos que o espanhol ditongou o e e o tônicos do latim vulgar: dente > diente; porta > puerta, porém essa ditongação não ocorreu antes de consoante palatal: oculu > oclo > ojo; nocte > noche; tegula > tegla > teja. (olho, noite, telha).

d) Grupos consonantais iniciais com l:

Os grupos pl-, cl- e fl- palatalizaram-se em espanhol em ll- e em português em ch-: planu > chão, llano; clamare > chamar, llamar; flamma > chama, llama.

e) Grupo –mb-:

Este grupo perde o m em espanhol, mas permanece em português: palumba > paomba > pomba (port); palumba > paloma (esp). lombu > lombo (port); lombu > lomo (esp).

http://www.filologia.org.br/viisenefil/01.htm
12/05/2012, 16:10

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