terça-feira, 5 de outubro de 2010

Miguel de Cervantes II

MIGUEL DE CERVANTES
(1547-1616)

Escritor, dramaturgo e poeta espanhol (1547-1616). É o principal nome da Literatura espanhola. Com Don Quixote de la Mancha, uma sátira aos romances de cavalaria, torna-se o precursor do realismo na Espanha. Nasce em Alcalá de Henares. A partir de 1569, serve como soldado na Itália. Luta contra os turcos na Batalha de Lepanto (1571), na qual perde o movimento da mão esquerda. Em 1575, participa da expedição contra Túnis.

É preso por um corsário árabe e passa cinco anos em cativeiro. De volta à Espanha, até 1587, escreve cerca de 30 peças de teatro e seu primeiro livro, A Galatea (1585). Sem êxito na literatura, passa a trabalhar como coletor de impostos. O sucesso chega com Don Quixote de la Mancha (1605), sua principal obra. Conta as aventuras e desventuras de um fidalgo, o personagem-título, e de seu criado, Sancho Pança. Dividido entre a ilusão e a realidade, Don Quixote é considerado o símbolo do espírito idealista e aventureiro do ser humano. Já Sancho Pança é o arquétipo do lado realista e do bom senso. Escreve ainda Novelas Exemplares (1613), uma série de 12 pequenas histórias, e a segunda parte de Don Quixote (1615).

www.e-biografias.net

TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS

¿QUIÉN DEJARÁ, DEL VERDE PRADO UMBROSO

¿Quién dejará, del verde prado umbroso,

las frescas yerbas y las frescas fuentes?

¿Quién, de seguir con pasos diligentes

la suelta liebre o jabalí cerdoso?

¿Quién, con el son amigo y sonoroso,

no detendrá las aves inocentes?

Quién, en las horas de la siesta, ardientes,

no buscará en las selvas el reposo,

por seguir los incendios, los temores,

los celos, iras, rabias, muertes, penas

del falso amor que tanto aflige al mundo?

Del campo son y han sido mis amores,

rosas son y jazmines mis cadenas,

libre nací, y en libertad me fundo.

LA GITANILLA

Cuando Preciosa el panderete toca,

y hiere el dulce son los aires vanos,

perlas son que derrama con las manos,

flores son que despide de su boca.

Suspensa el alma y la cordura loca

queda a los dulces actos sobrehumanos,

que de limpios, de honestos y de sanos

su fama al cielo levantado toca.

Colgados del menor de sus cabellos

mil almas lleva, y a sus plantas tiene

Amor rendidas una y otra flecha:

ciega y alumbra con sus soles bellos,

su imperio Amor por ellos se mantiene,

y aun más grandezas de su ser sospecha.

SONETO-ORACIÓN

A Ti me vuelvo, gran Señor, que alzaste,

a costa de tu sangre y de tu vida,

la mísera de Adán primer caída,

y adonde él nos perdió, Tú nos cobraste;

a Ti, Pastor bendito, que buscaste

de las cien ovejuelas la perdida,

y hallándola del lobo perseguida,

sobre tus hombros santos te la echaste.

A Ti me vuelvo en mi aflicción amarga

y a Ti toca, Señor, el darme ayuda,

que soy cordero de tu aprisco ausente

y temo que a carrera corta o larga,

cuando a mi daño tu favor no acuda,

me ha de alcanzar esta infernal serpiente.

Extraídos de POETAS DO SÉCULO DE OURO ESPANHOL: POETAS DEL SIGLO DE ORO ESPAÑOL / Seleção e tradução de Anderson Braga Horta; Fernando Mendes Vianna e José Jeronymo Rivera; estudo introdutório de Manuel Morillo Caballero. Brasília: Thesaurus; Consejería de Educación y Ciência de la Embajada de España, 2000. 343 p. (Coleção Orellana – Colección Orellana; 12) ISBN 85-7062-250-7

TEXTOS EM PORTUGUÊS

QUEM DEIXARÁ, DO VERDE PRADO UMBROSO

Tradução de Anderson Braga Horta

Quem deixará, do verde prado umbroso,

as frescas ervas e as lustrais nascentes?

Quem, de seguir com passos diligentes

a solta lebre, o javali cerdoso?

Quem, com o canto amigo e sonoroso,

não prenderá as aves inocentes?

Quem, nas horas da sesta, horas ardentes,

não buscará nas selvas o repouso,

por seguir os incêndios, os temores,

os zelos, iras, raivas, mortes, teias

do falso amor que tanto aflige o mundo?

Do campo são e hão sido meus amores,

rosas são e jasmins minhas cadeias,

livre nasci, e em livre ser me fundo.

A CIGANINHA

Tradução de José Jeronymo Rivera

Quando Preciosa a pandeireta toca,

e fere o doce som os ares vãos,

pérolas são que espalha com suas mãos,

flores são que arremessa de sua boca.

A alma fica suspensa, a mente louca

aos atos sobrehumanos sem ação,

que por limpos, honestos e por sãos

sua fama lá no céu mais alto toca.

Pendentes do menor de seus cabelos

mil almas leva, e ajoelhado tem

Amor, que uma e outra flecha aos pés lhe deita:

cega e ilumina com seus raios belos,

seu trono Amor por eles se mantém,

e mais grandezas de seu ser suspeita. JJR

SONETO-ORAÇÃO

Tradução de Anderson Braga Horta

A Ti recorro, grão Senhor, que alçaste,

à custa de teu sangue e tua vida,

a mísera de Adão primeira caída,

e onde ele nos perdeu, lá nos cobraste;

a Ti, Pastor bendito, que buscaste

dentre as cem ovelhinhas a perdida,

e, encontrando-a do lobo perseguida,

sobre os teus ombros santos a deitaste.

A Ti recorro na aflição amarga,

e a Ti cabe, Senhor, o dar-me ajuda:

cordeiro sou de teu aprisco ausente

e temo que na via estreita ou larga,

quando a meu mal teu braço não acuda,

venha alcançar-me essa infernal serpente.

Extraídos de POETAS DO SÉCULO DE OURO ESPANHOL: POETAS DEL SIGLO DE ORO ESPAÑOL / Seleção e tradução de Anderson Braga Horta; Fernando Mendes Vianna e José Jeronymo Rivera; estudo introdutório de Manuel Morillo Caballero. Brasília: Thesaurus; Consejería de Educación y Ciência de la Embajada de España, 2000. 343 p. (Coleção Orellana – Colección Orellana; 12) ISBN 85-7062-250-7

http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/espanha/miguel_de_cervante.html
05/10/2010, 08:58

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